quinta-feira, 9 de maio de 2024

Tatu-Canastra, Parque Nacional da Serra da Canastra, Estado de Minas Gerais, Brasil

 









Tatu-Canastra, Parque Nacional da Serra da Canastra, Estado de Minas Gerais, Brasil
Estado de Minas Gerais - MG
Fotografia


O fotógrafo de natureza Alessandro Abdala observou um tatu-canastra no Parque Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, no fim de março. Há quase 40 anos o profissional - que vive e trabalha na região - buscava o encontro com o mamífero vivo, que é raramente avistado apesar do seu tamanho.
O tatu-canastra tem hábitos noturnos e vive a maior parte do tempo dentro dos engenhosos e imensos túneis que cava. Além disso, é um ser solitário, diferente de outras espécies que precisam de um grupo. Por isso, apesar do seu tamanho, é difícil ser avistado.
"Em êxtase, acabara de conhecer uma lenda, e era mesmo tudo que diziam, um ser extraordinário... eterno, sobrenatural, verdadeiramente um gigante." Alessandro Abdala, nas redes sociais.
O tatu-canastra é a maior de todas as espécies de tatu, podendo chegar a 1,5 m de comprimento e peso de 60 kg. Ele é característico do Cerrado, porém, tem incidências em outros biomas do Brasil e América Latina, mas em quantidades inferiores.
"Foi como um transe, subitamente estávamos fora do carro. Respiração ofegante, pernas tremendo, coração acelerado, as mãos mal conseguiam achar os controles da câmera... E nem era para tanto: dócil, sereno, majestoso, o Canastra pouco se deu pela nossa presença, desfilou lenta e calmamente frente às nossas lentes até mergulhar nevoeiro adentro e desaparecer no mar de capinzal que nos rodeava."
Em relato nas redes sociais, Abdala afirmou que estava no local na companhia dos também fotógrafos Luiz Alberto e Afonso Carlos.
A proteção dos tatus-canastra ajuda a sustentar outras espécies nas regiões do Cerrado e da Amazônia. O animal é conhecido por cavar tocas de cinco metros de profundidade, que fornecem abrigo contra predadores e o calor extremo da região para mais de vinte outros tipos de espécies, incluindo queixadas, jaguatiricas e tamanduás.
Um estudo de 2013 referiu-se ao tatu-canastra como "um engenheiro de ecossistemas" que "pode ser de alto valor para a comunidade de vertebrados".
Segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o tatu-canastra é considerado vulnerável, o que significa que a espécie tem chance de entrar em extinção na natureza.
No Cerrado, uma das maiores ameaças a esse animal é a expansão agropecuária, que traz com ela o desmatamento e a construção de estradas para o transporte de sua produção. Texto do Uol.
Nota do blog: Crédito das imagens para Alessandro Abdala.


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