quinta-feira, 25 de julho de 2024

Obras de Construção da Igreja Matriz de São Sebastião, 1921, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, Brasil

 





Obras de Construção da Igreja Matriz de São Sebastião, 1921, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, Brasil
Santa Cruz do Rio Pardo - SP
Fotografia

Uma pequena nota publicada no jornal “Correio Paulistano”, em 13/08/1921, põe um ponto de interrogação na história da antiga Igreja Matriz de São Sebastião, no centro de Santa Cruz do Rio Pardo. Até então, imaginava-se que o templo católico havia iniciado a construção em 1902, concluído em 1906, reformado em 1913 e demolido em 1966. A nova informação mostra que a igreja ainda estava em construção em 1921, cuja obra era supervisionada pelo padre Gasparino Dantas.
A reportagem do “Correio Paulistano” foi obtida pelo historiador Celso Prado. Ele buscava informações sobre Tonico Lista e esbarrou na foto de 1921 da igreja em construção. Ficou surpreso. Até então em suas pesquisas, Prado acreditava que Santa Cruz chegou a ter quatro antigas igrejas matrizes. 
A primeira, segundo ele, foi construída pelo padre João Domingos Figueira em 1862 (ele foi o primeiro pároco de Santa Cruz e seus restos permaneceram enterrados muitos anos no piso da antiga Matriz).
Depois, o padre Comenale, com o auxílio da Câmara Municipal, ergueu uma nova Matriz em 1880. 
Em 1900, o Cônego Bueno planejou uma nova igreja, cuja construção foi iniciada em 1902 pelo padre Botti e concluída em 1906 pelo padre Luiz Priulli. 
Em 1913, a imprensa da época publicou que a Matriz havia sofrido uma ampla reforma, a cargo do padre Vicente Rizzi, transformando-se num dos mais belos templos católicos da região.
O historiador Celso Prado imaginava que era esta a igreja demolida em 1966, para a construção da atual Matriz. “Se o jornal Correio Paulistano não tivesse publicado aquela foto em 1921, hoje possivelmente ninguém saberia que naquele ano estava sendo construída uma nova Matriz”, contou Prado, lembrando a ausência de informações daquela época.
Ele lembra que uma forte tempestade provocou muitos danos em Santa Cruz do Rio Pardo no ano de 1920. “Pode ser que a igreja tenha sido afetada, mas ainda é suposição”, disse o historiador, que intensificou as pesquisas sobre as antigas igrejas.
A foto de 1921 mostra uma Matriz ainda com andaimes e paredes sem reboque. O relógio que emoldurou a torre durante décadas ainda não havia sido instalado. “Este relógio foi doado pela comunidade sírio-libanesa de Santa Cruz do Rio Pardo”, contou o historiador. Naqueles tempos, os empresários João Queiroz, Jorge Chedid e Nabig Queiroz eram alguns dos líderes da comunidade.
Frei Lourenço Papin recebeu com surpresa a informação de que o padre Gasparino Dantas foi pároco em Santa Cruz do Rio Pardo. A nota do “Correio Paulistano” de 1921 cita o religioso como responsável pela “construção” da nova Igreja Matriz. “Para mim, isto é uma grata novidade”, disse.
Papin, por sinal, conheceu Gasparino, que também foi padre em sua terra natal, Bernardino de Campos. Ele se lembra de um episódio engraçado envolvendo Dantas. “Ele tinha um tilburi e, certa vez, ao entrar na agência dos Correios em Bernardino de Campos, os cavalos começaram a andar sozinhos. Passaram em frente à minha casa e meu pai conseguiu controlar os animais. O padre estava procurando o tilburi pela cidade toda”, conta Papin.
Segundo ele, o relógio da velha Igreja Matriz desapareceu. Depois que o prédio foi demolido em 1966, o equipamento foi levado a uma empresa para reparos. Nunca mais foi encontrado. 
Texto do Debate / Ano 2015.
Nota do blog: Imagem 1, data 1921, crédito para o Correio Paulistano / Imagem 2, data década de 40, autoria desconhecida / Imagem 3, data 2015, crédito para o Debate.

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