Mostrando postagens com marcador Alemanha Oriental. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Alemanha Oriental. Mostrar todas as postagens

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Berlinenses Ocidentais Acenando a Parentes do Outro Lado do Muro de Berlim, 25/12/1961, Berlim Ocidental, Alemanha Ocidental


 

Berlinenses Ocidentais Acenando a Parentes do Outro Lado do Muro de Berlim, 25/12/1961, Berlim Ocidental, Alemanha Ocidental
Berlim Ocidental - Alemanha Ocidental
Fotografia

Berlinenses ocidentais acenam para parentes berlinenses orientais do outro lado do Muro de Berlim.
Nota do blog: Data 25/12/1961 / Fotografia de Leon Herschtritt.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Desfile Comemorativo de 40 Anos da República Democrática Alemã / RDA / DDR / 1989, Berlim Oriental / Berlim Leste / Atual Berlim, Alemanha Oriental / Atual Alemanha


 

Desfile Comemorativo de 40 Anos da República Democrática Alemã / RDA / DDR / Berlim Oriental / Berlim Leste / Atual Berlim, Alemanha Oriental / Atual Alemanha
Berlim Oriental / Berlim Leste - Alemanha Oriental
Fotografia

A República Democrática Alemã (RDA) era o nome oficial do segundo Estado alemão fundado em 7 de outubro de 1949, quatro anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. O primeiro, a República Federal da Alemanha (BRD, em alemão), havia sido formado quatro meses antes. A divisão alemã correspondeu à reivindicação e configuração de poder das potências vitoriosas de 1945: por um lado, os EUA, Reino Unido e França e, por outro, a União Soviética. Juntos, eles derrotaram o fascista Reich Alemão. Mas, depois disso, as duas Alemanha trilharam caminhos diferentes.
Os aliados ocidentais estabeleceram uma democracia parlamentar na Alemanha Ocidental, enquanto o ditador soviético Josef Stalin estendeu seu domínio territorial a quase toda a Europa do Leste. Entre as principais características estavam a economia planificada, inexistência de Estado de Direito nem liberdade de imprensa nem de deslocamento. Sob essas condições, Estados como Polônia, Hungria ou Romênia – e também a Alemanha Oriental – existiram até a guinada política de 1989/1990. De acordo com a concepção ideológica de si mesmos, eram democracias populares. Mas, de fato, eram ditaturas.
Dentro do chamado Bloco do Leste, a Alemanha Oriental foi um caso geográfico e político especial, porque em sua fronteira ocidental começava a parte livre da Europa. E no meio de seu território, a antiga capital Berlim era também dividida. Ela era o símbolo da Alemanha nazista, da qual todas as quatro potências vitoriosas da Guerra Mundial reivindicaram um pedaço para si. É por isso que Berlim Ocidental era um ilha de liberdade no meio da Alemanha Oriental comunista.
Êxodo em massa até 1961:
Na cidade dividida, as diferenças entre os sistemas capitalista e socialista colidiram ali de maneira acentuada. A metrópole, com um total de 3,3 milhões de habitantes, era o ponto principal da Guerra Fria – e, até 1961, a maior brecha para fugitivos. Isso, porém, foi interrompido com a construção do Muro de Berlim. Naquela época, mais de um milhão de pessoas já haviam abandonado a Alemanha Oriental porque já não aguentavam a crise econômica e o clima psicológico em uma sociedade não livre.
Após a construção do Muro, as pessoas na Alemanha dividida se tornaram cada vez mais estranhas umas às outras. No nível diplomático, no entanto, houve uma aproximação a partir da década de 1970 com a política de distensão iniciada por Willy Brandt, chanceler federal da Alemanha Ocidental. Por isso, o social-democrata recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Geopoliticamente, a existência de dois Estados alemães se manifestou em 1973 com a admissão de ambos os países como membros de pleno direito na ONU.
Gorbatchev acelerou o fim da RDA:
No entanto, o período de relativa estabilidade da Alemanha Oriental durou apenas alguns anos. Economicamente, o regime não era viável a longo prazo. As dificuldades econômicas teriam contribuído para o fracasso da ditadura da Alemanha Oriental, afirma Frank Bösch, diretor do Centro Leibniz de Pesquisa Histórica Contemporânea (ZZF). Ele se refere à ligação financeira com os países ocidentais, com os quais a Alemanha Oriental estava fortemente endividada.
Crucial, no entanto, foi a insatisfação da população, "que se mostrou na incrível pressão para deixar o país". Após a tomada do poder pelo reformador Mikhail Gorbatchev na União Soviética, em 1985, muitas pessoas na Alemanha Oriental esperavam uma mudança de rumo também em seu próprio país. Mas ditador da Alemanha Oriental, Erich Honecker, permanecia irredutível. A população demonstrou seu descontentamento com protestos nas ruas e empresas e, ainda, com o número crescente de pedidos para sair do país: em dois anos, o número dobrou de 53 mil para 105 mil. No entanto, apenas uma fração foi autorizada a deixá-la.
Último aniversário da Alemanha Oriental:
Honecker e o Ministério de Segurança do Estado (MfS, em alemão), conhecido como Stasi, já não conseguiam conter o colapso da RDA. A população de outros países do leste europeu, sobretudo na Polônia e Hungria, também se revoltou. Segundo o historiador Bösch, tudo isso só foi possível porque a União Soviética reduziu a pressão e diminuiu o apoio militar.
Em 7 de outubro de 1989, o regime comunista celebrou seu aniversário pela última vez: 40 anos da República Democrática Alemã. Apenas um mês depois, em 9 de novembro, o Muro de Berlim caiu. Milhões de alemães do leste e oeste entraram numa onda de imensa alegria. Ainda ninguém havia ouvido o sino da morte tocar para a RDA. Porém, ele soou de forma inconfundível um ano depois, em 3 de outubro de 1990, quando os dois Estados alemães se reunificaram.
"Alemães-orientais têm gosto musical diferente":
Enquanto isso, o pequeno país de 17 milhões de habitantes faz parte da ampliada República Federal da Alemanha nos últimos 29 anos, onde vivem atualmente 83 milhões de pessoas. No entanto, não se pode falar de uma pátria alemã: a economia na parte ocidental é muito mais forte, onde se ganha melhores salários e existem poucos executivos do leste alemão. O especialista Bösch registra diferentes atitudes e memórias dos tempos da Alemanha Oriental pelas quais as pessoas costumavam ser guiadas: "Os alemães orientais têm um gosto diferente na mídia e na música. Eles viajam e também decidem diferentemente em termos políticos."
O historiador não espera ajustes rápidos. Passará muito tempo até que a Alemanha Oriental, que desapareceu como Estado, seja um capítulo fechado nas mentes dos alemães. A história vivenciada compreende mais ou menos três gerações: muitos sabem ainda por relatos pessoais o que seus avós vivenciaram.
"Especialmente o Muro e coisas semelhantes se tornaram ícones tais que essa memória estará presente como uma forma viva de história", afirma Bösch. A Alemanha Oriental só será um capítulo morto da história depois de entre 70 e 80 anos, prevê o historiador com referência às suas experiências da época do Nacional-Socialismo: isso está se fechando lentamente só agora, no momento em que "as últimas testemunhas oculares não vivem mais". E esse poderá ser o caso da Alemanha Oriental, no mínimo, no ano de 2070. Texto de Marcel Fürstenau / Deutsche Welle.
Nota do blog: Data 1989 / Autoria desconhecida.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

MZ 250 RS, Fábrica Brasileira de Motos FBM, Brasil

 














MZ 250 RS, Fábrica Brasileira de Motos FBM, Brasil
Fotografia


No início dos anos 1980 o mercado brasileiro estava fechado a importações e se resumia praticamente aos modelos de Honda e Yamaha. Isso atraiu empresários locais interessados em nacionalizar modelos europeus para ampliar as opções à venda no país.
Assim começaram as produções locais de Vespa PX, Cagiva SXT e da rara e pouco lembrada MZ 250, separadas por poucos meses em 1984. Esta última, curiosamente um projeto da socialista Alemanha Oriental em plena Guerra Fria.
A empresa responsável pelo projeto foi e Fábrica Brasileira de Motos (FBM), que existia em Porto Alegre (RS) desde a década de 1970. Como tantas outras metalúrgicas, ingressou no negócio de motocicletas nacionalizando tecnologia estrangeira após a proibição das importações.
Primeiro foram modelos de baixa cilindrada da argentina Zanella, que por sua vez utilizava tecnologia licenciada da italiana Minarelli. Já na década de 1980, decidiu atingir um público que buscava motos de maior cilindrada e firmou um acordo com a MZ.
A fabricante da Alemanha Oriental produziu motos DKW até a ocupação soviética no fim da 2ª Guerra Mundial, na década de 1940. Depois que o território foi anexado ao bloco da União Soviética, seguiu modificando os projetos de forma independente.
O modelo escolhido pela porto-alegrense FBM para nacionalização foi a ETZ 250, rebatizada como MZ 250 RS. Ingressaria em um espaço vago no mercado, pois a Yamaha RX 180 estava saindo de linha e na faixa de cilindrada entre as 125cc e a Honda CB 400 haveria apenas modelos trail: Yamaha DT 180, Agrale SXT 27.5 e Honda XL 250R.
O preço sem dúvida foi o principal apelo da MZ lançada no fim de 1984. Era uma 250cc vendida por valor semelhante ao da Agrale SXT 16.5 (125cc), mas a tecnologia era muito diferente do que as marcas japonesas estabeleceram como padrão na época.
A MZ 250 era uma moto simples, originalmente projetada na Alemanha Oriental com foco em durabilidade (e não performance, nem design...). Por isso a estética antiquada foi adaptada ao gosto brasileiro pela FBM antes do lançamento local, com nova roupagem: tanque, rabeta, laterais, conjunto óptico de linhas retas e até uma pequena carenagem ao redor do farol.
Pelo menos na estética o modelo brasileiro MZ 250 modificava completamente a impressão causada pela ETZ 250 original. A moto socialista tinha farol redondo, tanque de linhas retas e na traseira, apenas uma lanterna redonda sobre o para-lama. Era uma moto frugal.
Apesar da revisão de design a MZ mantinha características peculiares. O chassi de aço estampado não tinha ponto de fixação do motor na parte frontal, fazendo parecer que o propulsor estava “pendurado”.
Mais atrás, a corrente de transmissão ficava completamente oculta por baixo de uma cobertura plástica para evitar o acúmulo de detritos. Motor e câmbio eram importados, já chassi, chicote elétrico, sistema de iluminação, tanque e plásticos da parte estética eram nacionais.
Algumas peculiaridades dificultavam o uso ou, ao menos, a adaptação dos brasileiros à MZ 250. Por causa dos novos componentes locais, vinha com quatro chaves: ignição, tanque, tampa lateral e trava do guidão.
O pedal de partida ficava do lado esquerdo e, ao olhar para o painel, a faixa vermelha que se via no conta-giros indicava o intervalo de rotações ideal para melhor rendimento e não o limite de rotações. Painel e comandos tinham acabamento rústico para o padrão da época.
Já o motor de 2 tempos da MZ tinha 1 cilindro e misturava óleo à gasolina automaticamente. O lubrificante ficava em um reservatório separado do impressionante tanque para 23 litros, evitando a necessidade de ajuste da proporção a cada abastecimento.
Nada especialmente inovador, uma vez que o recurso foi popularizado por modelos japonesas ainda nos anos 1970. Com 243cc rendia modestos (para uma 2 tempos) 21 cv a 5.500 rpm e 2,8 kgf.m a 5.200 rpm.
O funcionamento era irregular em baixas rotações por causa da ausência de válvula de palhetas como em outros motores 2 tempos contemporâneos. A velocidade máxima ficava ao redor de 120 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 14s4.
Destacavam-se o freio dianteiro com disco superdimensionado de 280 mm e o garfo de suspensão “firme” na absorção de irregularidades do piso, que dificilmente chegava ao fim dos generosos 185 mm de curso. Já na traseira havia um conjunto convencional de freio a tambor de 160 mm e dois amortecedores nacionais.
Nos testes de Duas Rodas o sistema a tambor fadigou com facilidade, perdendo eficiência após aquecido em frenagens realizadas em sequência. Os amortecedores nacionais não correspondiam ao acerto da dianteira e geravam oscilações em curvas mais rápidas.
No início de 1986 a FBM passou a vender a versão RSJ, apresentada como mais "luxuosa". Vinha com guidão mais baixo, escapamento e molas dos amortecedores pintados de preto fosco e um acabamento de alumínio dourado aplicado sobre o cilindro.
Além das cores vermelho, azul, branco e preto da RS, a RSJ também podia ser cinza metálica. Não tinha evoluções mecânicas, mas no teste se mostrou melhor adaptada à gasolina nacional. Um ano e meio depois da primeira avaliação da MZ 250, na nova versão o ponteiro do conta-giros avançou de 6.000 rpm para 7.000 rpm e a velocidade máxima foi de 130 km/h.
Àquela altura a FBM, que inicialmente tinha planos ousados de crescimento e pretendia até exportar, já estava saindo do mercado com a MZ. Parou de produzir o modelo em 1987, deixando raras unidades remanescentes em circulação e uma história pouco conhecida.