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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Placa "Boca Maldita", Curitiba, Paraná, Brasil


 

Placa "Boca Maldita", Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia 

A placa desapareceu, não é possível dizer se foi retirada ou furtada.
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Escultura e Placas "Boca Maldita", Curitiba, Paraná, Brasil



 


Escultura e Placas "Boca Maldita", Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia



A Boca Maldita é uma confraria localizada em Curitiba; o termo também é associado ao local em que seus membros se encontram para discutirem os assuntos do momento.
Boca Maldita é a denominação de um espaço, sem área determinada mas ao redor dos cafés, bancas de revista e bancos do calçadão na avenida Luiz Xavier (entre a praça General Osório e a rua XV de Novembro) no centro de Curitiba, onde se reúnem os "Cavalheiros da Boca Maldita de Curitiba", confraria que disseca todos os assuntos presentes nas manchetes dos jornais do momento, em uma tribuna livre de palavras e pensamentos.
O atual "presidente da Boca Maldita", desde 2003, é o empresário Ygor Siqueira, filho do fundador Anfrísio Siqueira.
A escultura e placas existentes em frente ao Hotel Braz, constituem homenagem ao local e a confraria.
Reduto prioritariamente masculino, é uma tribuna livre instituida por Lei Municipal n⁰ 6450/83 para quaisquer comentários ou críticas, a confraria "Cavalheiros da Boca Maldita de Curitiba" surgiu em 13 de dezembro de 1956, fundada por um grupo que reunia, entre outros, o eterno presidente Anfrísio Siqueira e o jornalista Adherbal Fortes de Sá Junior. 
A institucionalização do espaço de conversas, no calçadão da avenida Luiz Xavier, se deu em 13 de dezembro de 1956 (data anterior ao calçadão), quando da criação dos estatutos e registro, ocorrido em 29 de setembro de 1975.
O lema da entidade é: "tudo vejo, tudo ouço, tudo falo".
A confraria existe para debater e criticar tudo e todos sem qualquer restrição, expressando as vontades e indignações populares. Entre seus confrades reúnem-se pessoas de diversas opiniões ou setores, como artistas, profissionais liberais, políticos, esportistas, estudantes, turistas, empresários e os curiosos que circulam diariamente pelo local. Trecho de texto da Wikipédia.
Localizadas na avenida Luiz Xavier.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

domingo, 17 de março de 2024

Marco de Fundação da Boca Maldita, Matinhos, Paraná, Brasil


 



Marco de Fundação da Boca Maldita, Matinhos, Paraná, Brasil
Matinhos - PR
Fotografia


Em 11 de outubro de 1990 era fundada a "Confraria dos Cavaleiros da Boca Maldita de Matinhos". 
Na cerimônia de criação foi colocado um marco de bronze no Calçadão Central (antiga avenida Roque Vernalha), destacando o nome dos fundadores.
Inspirada na ideia curitibana, a "Boca Maldita de Matinhos" era o ponto de encontro de empresários, políticos e membros da sociedade que se reuniam para discutir os assuntos do momento.
Nota do blog: Imagem de 2024.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Vista da Rua XV de Novembro e Boca Maldita, 1997, Curitiba, Paraná, Brasil

 


Rua XV de Novembro e Boca Maldita, 1997, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Nota do blog: Vista da rua XV de Novembro e Boca Maldita, no início das obras de revitalização.

sexta-feira, 3 de março de 2023

Escultura "Boca Maldita", Curitiba, Paraná, Brasil

 







Escultura "Boca Maldita", Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Faz pouco mais de 20 anos que a "Boca Maldita" está banguela. Não, não me refiro à Confraria da Boca Maldita, formada por ilustres cavalheiros nascidos nesses úmidos e protestantes pinheirais. Nem aos senhores de idade que praticam a grande arte da maledicência na minúscula Avenida Luiz Xavier. Refiro-me à escultura homônima do artista plástico Elvo Benito Damo e do arquiteto Abrão Assad, erguida em honra do mais original dos territórios curitibanos.
A "Boca" dispensa apresentações. Já a tragédia que vitimou a escultura tende a cair no esquecimento. Em meados da década de 1980, Elvo e Abrão receberam a encomenda de um monumento à Boca Maldita. O dinheiro era de chorar. O tempo para entregar a obra, uma insanidade. "15 dias", lembra Elvo. A dupla dinâmica não fugiu à luta, cada um com seus motivos. Abrão foi praticamente o idealizador da Rua XV moderna. São invenção dele as cúpulas de acrílico roxo, viradas em moda no país todo. Por direito, tinha de participar do projeto "Boca". Quanto a Elvo, figura entre os escultores que mais ocuparam os espaços públicos paranaenses. O homem é um cisco. Assinar um trabalho no Calçadão era só o que lhe faltava.
Missão cumprida, com placa, discurso e coisa e tal. Mas é bom que se diga, o público não morreu de amores pela peça, mais estranha que o papa do Bosque João Paulo II. Foi como ouvir música dodecafônica pela primeira vez. Reza a lenda que até o Jaime Lerner estranhou, mas teria sonegado sua opinião ao saber o nome dos autores. Abrão fora seu parceiro na "primavera urbanística" dos anos 1970. E o Elvo é tão querido na cidade que falar mal dele equivale a xingar a santa mãezinha. Cala-te boca maldita.
"Boca Maldita", a obra, é formada por duas pedras de granito, uma delas com quase 4 metros de altura, em formato de...? Adivinhão. Na parte interna, trazia 47 pontas de bronze, com pátina verde, formando um dentrifício vociferante. Trazia. Mal foi inaugurada, a obra arrumou inimigos às pencas, pedindo a viva voz sua demolição irrestrita e imediata. Prefeririam, suponho, a Estátua da Liberdade da Havan ou o finado David do Café Maria.
No privado, falava-se da feiúra repulsiva da peça ou das escaramuças com Anfrísio Siqueira, criador da Confraria da Boca. Em público, alegava-se que alguma criancinha indefesa escalaria a obra, escorregaria e teria seus intestinos perfurados pelos dentes de bronze, tingindo de sangue o petit-pavé da Rua XV. Dava arrepios só de imaginar. Elvo propôs erguer o pedestal e pronto, mas ninguém lhe deu ouvidos. Sugeriu, então, fazer um paisagismo em redor, dificultando a suposta trepada de algum piá em fuga das atividades do Bondinho. Nada. Os detratores queriam desbeiçar a "Boca". Conseguiram.
Em 1995, a Justiça determinou que as pontas de bronze fossem arrancadas, "sem anestesia", cena que lembra o martírio de Fantine, em Os Miseráveis. Elvo, resignado, ainda guarda os dentes com ele, no ateliê do Parque São Lourenço, onde trabalha. Se um dia o implante for autorizado, fará a cirurgia de pronto, lançando mão dos avanços da ortodontia. No começo da contenda, reconhece, sofreu como um protético desempregado. Depois deixou para lá. OK, não esconde a curiosidade de saber o que os guias de turismo dizem quando apresentam a "Boca" aos forasteiros. Devem rezar para ninguém perguntar o que são aquelas duas pedras inacabadas. Vieram de Stonehenge? Eram os deuses astronautas? Tenham dó.
Se me permitem, a escultura original era um barato. Fim de tarde, quando o sol faz do Calçadão a rua de todos nós, os dentes de bronze reluziam, mexendo com nossos brios de operários em fim de expediente. Misto de citação a Picasso e aos quadrinhos, duas referências confessas de Elvo Benito Damo, "Boca Maldita" lembrava o que tão bem definiu Susan Sontag em muitos de seus ensaios: a arte serve para dilatar a realidade, e para nos fazer resistir aos saqueadores da mente. Com os dentes a peça era "boca dura". Sem elas, "boca mole".
Sugiro aos senhores manifestantes dos passes livres que peçam nos alto-falantes que a escultura do Elvo e do Abrão ganhe de novo cara de quem morde. E de quem grita. Berremos. Texto de J. C. Fernandes.