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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Solenidade de Comemoração dos 10 Anos da Sociedade Legião Brasileira, 05/05/1913, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Solenidade de Comemoração dos 10 Anos da Sociedade Legião Brasileira, 05/05/1913, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia 

Na imagem vemos seu fundador, Padre Euclides Gomes Carneiro.
Nota do blog: Data 1913 / Autoria não obtida.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Monumento a Padre Euclides, Avenida da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Monumento a Padre Euclides, Avenida da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Vista do monumento a Padre Euclides, originalmente instalado na avenida da Saudade (no meio da via), foi removido em virtude do progresso e da quantidade de acidentes que ocasionava.
Felizmente o monumento foi preservado, ainda que dividido.
Atualmente a estátua do Padre Euclides está na frente da capela Nossa Senhora Aparecida (a capela do Lar Padre Euclides); o pedestal foi transferido para a praça Santo Antônio, passando a abrigar a estátua do santo. 
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Salão Nobre da Sociedade Legião Brasileira, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Salão Nobre da Sociedade Legião Brasileira, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia



Instituição com mais de 100 anos de atuação em Ribeirão Preto, a Sociedade Legião Brasileira foi fundada pelo Padre Euclides com a finalidade de estimular a prática da leitura e a difusão do conhecimento.
Destaque para o quadro com o retrato do Padre Euclides na parede.
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Vista do Salão Nobre da Sociedade Legião Brasileira, Circa 1917, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Vista do Salão Nobre da Sociedade Legião Brasileira, Circa 1917, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia



Instituição com mais de 100 anos de atuação em Ribeirão Preto, a Sociedade Legião Brasileira foi fundada pelo Padre Euclides com a finalidade de estimular a prática da leitura e a difusão do conhecimento.
Além de biblioteca, em suas instalações também eram promovidas atividades culturais, beneficentes, cívicas e recreativas para a população ribeirãopretana.
O prédio da instituição, belíssimo, infelizmente foi demolido e, no local, construído o atual edifício Padre Euclides (que, felizmente, ainda hospeda a Sociedade Legião Brasileira, bem como sua biblioteca).
Atualmente (2024), embora em funcionamento, a instituição necessita de (urgente) ajuda financeira para reforma e revitalização das instalações, bem como para custear suas despesas normais.
Espero que o poder público ajude ou, ao menos, crie meios para que a Sociedade Legião Brasileira consiga captar esses recursos na iniciativa privada. É o mínimo que deveria ser feito em respeito à memória do Padre Euclides, segurante um dos maiores benfeitores da história de Ribeirão Preto.
Nota do blog: Data circa 1917 / Crédito para Aristides Motta.



segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Livros de Padre Euclides, Biblioteca Padre Euclides, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Livros de Padre Euclides, Biblioteca Padre Euclides, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

De propriedade de Padre Euclides, os livros mostrados na imagem foram o acervo inicial da atual Biblioteca Padre Euclides em 1903.
Nota do blog: Data 2017 / Crédito para Elias Antônio Abrão.

domingo, 26 de maio de 2024

Monumento a Padre Euclides, Praça Santo Antônio, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 



Monumento a Padre Euclides, Praça Santo Antônio, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


A imagem mostra o monumento a Padre Euclides ainda na praça Santo Antônio.
É possível notar que ele ainda se encontrava completo, com suas placas de identificação e homenagens.
Sobre o referido monumento, sua criação advém de iniciativa dos padres beneditinos, sendo instalado em 26/11/1956, autoria de Vicente Alberto Crozéra.
Inicialmente foi colocado no extinto canteiro central da avenida da Saudade.
Anos mais tarde, uma lei municipal de 1967 autorizou a remoção do monumento de sua locação original em virtude de obras (além de alguns acidentes que causava), sendo transferido para a praça Santo Antônio.
Em meados da década de 1990 (14/08/1995), como parte das comemorações pela reforma do Lar Padre Euclides, a estátua foi transferida para a instituição depois de ficar quase 30 anos na praça Santo Antônio.
A estátua foi levada para o Lar Padre Euclides sem o pedestal original, que permaneceu na praça Santo Antônio (atualmente existindo uma estátua do referido santo no local).
Cumpre dizer que enquanto esteve na praça Santo Antônio, o monumento a Padre Euclides sofreu depredações e o furto de todas as suas placas de identificação e homenagens.
Nota do blog: Data e autoria da imagem não obtidas / Crédito da postagem da imagem para Gabriela Burali.

terça-feira, 16 de maio de 2023

Antigo Prédio da Santa Casa de Misericórdia, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil




















Antigo Prédio da Santa Casa de Misericórdia, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Vamos, desta vez, exaltar uma coisa boa: ao contrário da maioria das edificações históricas da cidade (estão em péssimo estado ou foram demolidas), o antigo prédio da Santa Casa sobreviveu e, felizmente, está em bom estado de conservação, precisando apenas de uma melhora no asfalto (acorda Prefeitura!).
Além disso, vamos aproveitar o momento para fazer justiça a um dos maiores responsáveis (na verdade o maior) pela Santa Casa ser o que é hoje, Padre Euclides.
Padre Euclides é hoje um desconhecido para a maioria da população de Ribeirão Preto. 
As lembranças de sua pessoa e atuação resumem-se, praticamente, ao nome da rua da Santa Casa, o Lar na avenida da Saudade e o edifício (e biblioteca) no centro. 
Fora esses, não há mais nada em sua memória na cidade. 
E ainda que alguns achem suficiente, penso que não é pelo tanto que fez em prol de Ribeirão Preto.
Ele deveria ter sua história e realizações contadas na cidade. Merecia, inclusive, um livro patrocinado pela Prefeitura em sua homenagem. É um dos maiores benfeitores da história da cidade.
A título de comparação, temos hoje uma infinidade de praças, postos de saúde, escolas, prédios públicos com o nome de bandid...ops, "políticos importantes" da cidade e, também, de seus parentes, dando nome a tudo quanto é coisa em Ribeirão Preto, homenagens que, na maioria das vezes, são feitas a pessoas que nada de bom fizeram pela cidade. E, por outro lado, uma pessoa que realmente fez a diferença para a cidade, como o Padre Euclides, é esquecido ou pouco lembrado.
Não acredita? 
Pense ou tente lembrar de algo que qualquer um dos atuais vereadores (ou seus pais, em muitos casos também vereadores antes deles) fez de bom para a cidade. Algo que vai perdurar, se manter em benefício desta e das próximas gerações. Você não vai conseguir, só vai lembrar de aumento do próprio salário, indicação a cargos de confiança, concessão de títulos de cidadania, escândalos, chantagens ao Executivo e coisas do gênero. Nem banco de praça tem...
Já quanto a obra do Padre Euclides, que foi feita por meio de caridade e doações, essa existe até hoje, atendendo e fazendo a diferença para quem realmente precisa!
Nota do blog: Imagens de 2023 / Crédito para Jaf.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Biblioteca Padre Euclides, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Biblioteca Padre Euclides, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Texto 1:
Embora a biblioteca ainda exista (por milagre) o prédio da imagem foi demolido em 1962. No local atualmente existe o edifício Padre Euclides, na esquina da Rua Visconde de Inhaúma com São Sebastião.
Texto 2:
A Biblioteca Padre Euclides funciona em um edifício no cruzamento das ruas São Sebastião e Visconde de Inhaúma. O prédio guarda capítulos importantes da história de Ribeirão Preto. Não só porque foi construído sobre os escombros do antigo prédio da Legião Brasileira, uma organização de incentivo à cultura e ao civismo, mas por abrigar a biblioteca mais antiga da cidade.
O espaço dedicado aos livros foi fundado em 1903 pelo padre Euclides, a partir de seu acervo particular. Relíquias literárias do início do século dezenove dividem espaço com obras contemporâneas, num total de 18 mil títulos.
Desde 2010 a biblioteca se sustenta com doações, eventos beneficentes e a renda do aluguel de oito salas comerciais no prédio. Nos últimos anos, com a queda da receita e a baixa procura por aluguéis no Centro, a biblioteca entrou em crise financeira e corre o risco de fechar. Os voluntários buscam parcerias para manter o funcionamento.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Monumento a Padre Euclides, Avenida da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil





Monumento a Padre Euclides, Avenida da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

O monumento a Padre Euclides, originalmente instalado na avenida da Saudade (no meio da via), foi removido em virtude do progresso e da quantidade de acidentes que causava.
Felizmente o monumento foi preservado, ainda que dividido.
Atualmente a estátua do Padre Euclides está na frente da capela Nossa Senhora Aparecida (a capela do Lar Padre Euclides, mostrada na imagem); o pedestal foi transferido para a praça Santo Antônio, passando a abrigar a estátua do referido santo. 
Nota do blog: Data década de 50 / Fotografia de Tony Miyasaka.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Ribeirão Preto e Padre Euclides, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo


Ribeirão Preto e Padre Euclides, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Artigo


Hoje vamos contar a trajetória de vida de um dos maiores beneméritos da história de Ribeirão Preto. Ele era tão querido pela população que mo­tivou um episódio insólito – e que nunca mais se repetiu. Cen­tenas de moradores fretaram um trem e foram até a vizinha São José do Rio Pardo para pro­mover uma manifestação de de­sagravo – a favor do benemérito e contra o bispo dom Alberto José Gonçalves, que o removeu a contragosto.
Ribeirão Preto teve, em seus mais de 160 anos de história, inú­meros sacerdotes católicos que aqui desempenharam suas fun­ções e deixaram um legado de realizações e saudade. Entre mui­tos, porém, padre Euclides Gomes Carneiro (1879-1945) merece destaque. Nos quase 15 anos (de 1902 a 1915) em que morou na ci­dade, padre Euclides ganhou no­toriedade como um incansável protetor dos pobres e desvalidos. No rol de suas obras aparece a reestruturação da Santa Casa de Misericórdia, a construção da Catedral Metropolitana de São Sebastião, a fundação da Legião Brasileira e do “Asylo dos Invá­lidos” (hoje Lar Padre Euclides) e muitas outras ações. Mais que reverenciado, era genuinamente adorado pelos moradores.
Por isso, caiu como uma bomba a notícia de sua trans­ferência para São José do Rio Pardo, tornada pública em 1º de junho de 1915 pela imprensa local – no “português” da época: “É com grande magua que hoje communicamos aos nossos lei­tores a remoção do padre Eucli­des Carneiro, cura da Cathedral, para a parochia de S. José do Rio Pardo, onde vae exercer as func­ções de vigario”. A medida toma­da pelo bispo Dom Alberto José Gonçalves surpreendeu a todos a tal ponto que essa primeira no­tícia dava a transferência como provisória: “Felizmente que a sua remoção desta cidade tem carac­ter provisorio (…).”
Não tinha caráter provisório. Oficialmente, na condição de sacerdote, nunca mais padre Eu­clides retornou a Ribeirão Preto. Mas ele driblou a burocracia da Igreja Católica e permaneceu vivo e presente no coração da comunidade que o venerava – continuou visitando a cidade frequentemente e comandou, de longe, a fundação do sonhado “asylo da mendicidade”.
Comunidade se mobiliza – A informação de sua transferên­cia de Ribeirão Preto foi publica­da em 1º de junho de 1915, uma terça-feira. Na noite da quinta­-feira, dia 3, foi realizada uma reunião extraordinária na sede da Sociedade Legião Brasileira, que padre Euclides tinha funda­do e presidia. Em meio de calo­rosos debates sobre as razões da remoção, o grande orador João Pedro da Veiga Miranda (que posteriormente seria ministro da Marinha – o primeiro e único civil a ocupar o posto até hoje) encaminhou uma indicação, aprovando-se “uma manifesta­ção do grande apreço que Ribei­rão Preto ao mesmo tributa”.
No texto dessa indicação, a remoção foi explicada como “por motivos de moléstia”. A co­missão montada para organizar a manifestação incluia Veiga Mi­randa (nascido em Campanha/MG em 1881 e falecido em Ri­beirão Preto em 1936) e o pre­feito Macedo Bittencourt, além dos coronéis Gabriel Junqueira e Saturnino de Carvalho.
Uma semana depois, tudo estava encaminhado. Em 10 de junho, a imprensa noticiou o fretamento de um trem especial para levar centenas de moradores até São José do Rio Pardo, no do­mingo, 13 de junho. O texto tra­zia também outras informações, como a de que a “Sociedade José do Patrocínio”, dos “homens de cor”, havia aderido à iniciativa, e a de que estava à disposição de to­dos, na sede da Legião Brasileira, para ser assinada, a “mensagem que vae ser dirigida ao beneme­rito sacerdote em signal de reco­nhecimento pelos beneficios que praticou nesta cidade”.
A movimentação era tanta que na sexta-feira, 11 de junho, a imprensa avisou: “(…) só será permittido ingresso no trem às pessoas que se apresentarem mu­nidas dos respectivos convites, os quaes são pessoais e intrans­feriveis”. Na edição de sábado, 12 de junho, véspera da viagem, a imprensa informava que o trem especial “parte impreterivelmen­te amanhã as 6 horas em ponto”, que “o almoço será em S. José do Rio Pardo, estando estabelecidos preços módicos pelos hoteis, de­vendo cada excursionista pagar as suas despezas”, e que “hoje fi­cará em exposição na vitrine da Casa Andrade Baptista a luxuo­sa pasta de marroquim, na qual será acondicionada a mensagem (escrita em pergaminho ani­mal). A pasta, de severo gosto, é encrustada de ouro, contendo a um dos cantos as iniciais E. C.”.
No domingo, foi veiculada a notícia de que “o maestro José Delfino (da banda Filhos de Eu­terpe) compoz uma linda mar­cha que denominou Padre Eucli­des, a qual será hoje executada em S. José do Rio Pardo pela primeira vez” e que “a banda Filhos de Eu­terpe compõe-se de 36 figuras e trajará o fardamento de gala”.
Na terça-feira, 15 de junho, a imprensa publicou o relato sobre a emocionante viagem – quan­do a multidão chegou na casa de padre Euclides, ele caiu no choro e não conseguiu discursar em agradecimento. Menos de um mês depois, em 14 de agos­to, data do aniversário de nasci­mento do sacerdote, um jornal local dedicou toda a primeira página a um único assunto, re­produzindo parte dos mais de 150 telegramas que o venera­do sacerdote receberia naquela data de admiradores de Ribeirão Preto (incluindo um do Com­mercial Foot Ball Club) e uma mensagem para padre Euclides, redigida e lida por Veiga Miran­da por ocasião da viagem a São José do Rio Pardo.
Nunca ficou claro o porquê da remoção de padre Euclides de Ri­beirão Preto para São José do Rio Pardo. Em uma tese de mestrado sobre o Lar Padre Euclides – “A Assistência ao Idoso no Lar Padre Euclides de Ribeirão Preto (SP) nas décadas de 1910 a 1950, De­partamento de Psicologia e Edu­cação da Faculdade de Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), ligada à Universidade de São Pau­lo (USP), porém, a autora Gabriela Burali, sem pretender esclarecer de vez o caso, dá algumas pistas.
“Uma carta de Dom Alberto (José Gonçalves, bispo de Ribei­rão Preto) destinada ao arcebis­po de São Paulo e escrita em 8 de junho de 1915 relata possí­veis problemas que padre Eu­clides estaria vivenciando com membros da própria família, que teriam ido ‘ás casas de famílias da cidade com o fim exclusivo de desmoralizá-lo’”, registra a tese. A autora aborda ainda outras possíveis versões para as segui­das remoções de padre Euclides por parte de dom Alberto – afi­nal, anos depois de ter sido reti­rado de Ribeirão Preto (1915), o sacerdote seria transferido, no­vamente a contragosto, de São José do Rio Pardo (1919), onde a população também se mobili­zou para reverter, sem sucesso, a decisão do bispo:
“As constantes remoções de Padre Euclides por D. Alberto José Gonçalves foram motivo de gran­des polêmicas entre as popula­ções das cidades onde ele viveu. Sem ter totalmente esclarecidos os motivos de tais transferências, que variavam comportamentos inadequados do padre e conflitos familiares, conforme D. Alber­to, até inveja deste em relação a padre Euclides, conforme ponto de vista da população, o povo se manifestava, reclamando a per­manência do padre, sem êxito (…)”, explica Gabriela Burali.
Trecho de relato de participante da excursão a São José do Rio Pardo em junho de 1950 (mantida a grafia da época): “Excedeu a toda a espec­tativa a manifestação de apreço que a população agradecida de Ribei-rão Preto rendeu ante hontem em S. José do Rio Pardo ao rev. Padre Euclides Carneiro, ora vigario daquella parochia. O trem especial que daqui partiu as 6 horas conduziu cerca de 300 pessoas de representação social, entre as quaes figuravam magistrados, membros da Camara Municipal, diversas autoridades, advogados, medicos, engenheiros, professores, comercian­tes, lavradores, industriaes, jornalistas, funccionarios publicos e delegações de sociedades, que para alli se dirigiram, animadas por um nobilissimo sen­timento de gratidão, a testemunhar ao abnegado sacerdote todo o seu im­menso reconhecimento pelos benefícios que prodigamente semeou nesta terra que se ufana em o ter acolhido por muitos annos”.
Euclides Gomes Carneiro, fi­lho do coronel José Gomes Vieira e Silva e dona Cândida Santiago Carneiro e Silva, nasceu em 14 de agosto de 1879, em Itajubá (MG). Iniciou os estudos em Lorena e frequentou o Seminário Episcopal de Mariana, sendo ordenado pa­dre aos 22 anos, em abril de 1901. Designado coadjutor de Monse­nhor Antônio de Siqueira para a paróquia de Ribeirão Preto, aqui chegou em dezembro de 1902.
De imediato assumiu a direção da Santa Casa (fundada em 1896), então um “conjunto precário de en­fermarias abandonadas”. Em 3 de maio de 1903 fundou a Associação dos Catequistas Voluntários, que no ano seguinte passou a ser denomi­nada Sociedade Legião Brasileira de Civismo e Cultura. A sede da entida­de, um prédio de dois pavimentos, foi construída entre 1905 e 1917 na esquina das ruas São Sebastião e Visconde de Inhaúma (anos mais tarde, essa sede foi demolida e no mesmo local erguido o atual Edifício Padre Euclides).
Em fevereiro de 1904, passou a atuar na comissão de obras da Ca­tedral Metropolitana de São Sebas­tião. Em 1912, fundou uma escola profissionalizante denominada Es­cola de Artes e Ofícios e depois Cen­tro Operário São Benedito. A partir de 1909, começou a lutar para via­bilizar a fundação de um “asylo de mendicidade” – a primeira ideia, de instalá-lo no desativado Hospital de Isolamento, foi descartada devido a focos de mosquito transmissor da malária naquelas imediações (atual Alto do Ipiranga). Mesmo removido de Ribeirão Preto em 1915, padre Euclides continuou a trabalhar pelo asilo (inaugurado em 1920).
Em junho de 1915, aos 36 anos, padre Euclides foi transferido para São José do Rio Pardo. Lá, em me­nos de cinco anos, fundou um asilo para mendigos (hoje Lar Padre Eu­clides), reformou a catedral local e inaugurou a Gruta de Nossa Senho­ra de Lourdes. Em junho de 1919, foi removido por dom Alberto de São José do Rio Pardo. No ano seguinte, 1920, foi mandado para Botucatu, onde em 1922 fundou o “asylo de mendicidade”. Em 1925 foi transfe­rido para Piraju (SP). Em 1932, pa­dre Euclides estava morando no Rio de Janeiro em 1939, era capelão das Carmelitas em Todos os Santos (RJ). No início dos anos 1940, padre Euclides permaneceu internado no sanatório de São José dos Campos para tratamento de tuberculose.
Morreu em 26 de fevereiro de 1945, aos 65 anos, no Convento das Carmelitas. Em 27 de fevereiro de 1946, em comemoração ao pri­meiro aniversário de falecimento, um monumento criado por Alberto Crosera foi inaugurado no canteiro central da avenida da Saudade, nos Campos Elíseos, defronte ao asilo. Anos depois, quando a avenida foi reformada e o canteiro central reti­rado, o monumento foi transferido para a praça Santo Antônio, onde fi­cou por pouco tempo, sendo insta­lado, de forma definitiva, no jardim do Asilo Padre Euclides, junto à Ca­pela de Nossa Senhora Aparecida.
Em 30 de abril de 1950, os res­tos mortais de padre Euclides, que estavam em um cemitério no Rio de Janeiro, foram transladados para a Capela de Nossa Senhora Apare­cida, no asilo que tem o nome de seu fundador. Uma placa de bron­ze, junto à urna mortuária, traz os seguintes dizeres: “Aqui jazem os restos mortais do Padre Eucli­des Gomes Carneiro, benemérito fundador deste Asilo. Amou ao próximo mais do que a si mesmo, propagou a fé católica, realizou obra ampla de caridade e assistência. Tornou-se credor da veneração do povo. Orai por ele”. Texto de Nicola Tornatore.