terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Retrato de Anita Garibaldi (Ritratto di Anita Garibaldi) - Gaetano Gallino


Retrato de Anita Garibaldi (Ritratto di Anita Garibaldi) - Gaetano Gallino
Museu do Risorgimento Milão
OST - 1845


Nota do blog: Secondo la testimonianza del figlio Ricciotti, sarebbe l'unica immagine della donna realizzata dal vivo.
Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (Laguna, atual localidade de Morrinhos em Tubarão, 30 de agosto de 1821 – Ravena, Itália, 4 de agosto de 1849) foi uma revolucionária, conhecida por seu envolvimento direto na Revolução Farroupilha e no processo de unificação da Itália, junto com o revolucionário e marido Giuseppe Garibaldi. Por esse motivo, é conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos".
Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registro dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registro de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma ação judicial para obter o registro de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A ação tramitou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna. Assim, em 5 de dezembro de 1998, proferiu-se:
“Ante o exposto, julgo procedente o pedido inicial, a fim de determinar o registro de nascimento de Ana Maria de Jesus Ribeiro, nascida em 30 de agosto de 1821, na cidade de Laguna, filha de Bento Ribeiro da Silva, natural de São José dos Pinhais, Paraná, e de Maria Antônia de Jesus Antunes, natural de Lages, Santa Catarina, sendo seus avós paternos Manuel Collaço e Ângela Maria da Silva e avós maternos Salvador Antunes e Quitéria Maria de Sousa, o que faço embasado no artigo 50, § 4º combinado com o 52, § 2º, da Lei n.º 6.015/73. (Ação de Registro de Nascimento Tardio n.: 040.98.000395-4).”
Anita Garibaldi, descendente de portugueses imigrados dos Açores na província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta. O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antônia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).
Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimônio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.
Durante a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, participa da tomada do porto de Laguna, na então província de Santa Catarina, onde conheceu Anita, por quem se apaixonou, decidindo lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. Eles ficaram juntos pelo resto da vida de Anita, que seguiu Garibaldi em seus combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália. Eles tiveram quatro filhos.
Anita tinha 18 anos quando encontrou-se com Giuseppe Garibaldi. Com 32 anos, Garibaldi tomava parte das tropas farroupilhas de David Canabarro, em julho de 1839, que chegaram para tomar Laguna e formar a República Juliana.
Ao chegar a Laguna, a bordo da embarcação "Itaparica", tomada do inimigo e armada com sete canhões, Garibaldi observava com uma luneta as casas da barra de Laguna. Observou então, em um grupo de moças que passeava, uma jovem cujo rosto conquistou sua imaginação e seu coração. Providenciou um barco, foi até a margem e depois até o local onde a tinha visto, porém não a encontrou.
Tinha perdido a esperança de encontrá-la, quando um habitante local o convidou a ir a sua casa para um café. Garibaldi aceitou e na casa encontrou a jovem que procurava. Assim Garibaldi relata o encontro em suas memórias:
“Entramos, e a primeira pessoa que se aproximou era aquela cujo aspecto me tinha feito desembarcar. Era Anita! A mãe de meus filhos! A companhia de minha vida, na boa e na má fortuna. A mulher cuja coragem desejei tantas vezes. Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminiscência. A saudei finalmente e lhe disse: 'Tu deves ser minha!'. Eu falava pouco o português, e articulei as provocantes palavras em italiano. Contudo fui magnético na minha insolência. Havia atado um nó, decretado uma sentença que somente a morte poderia desfazer. Eu tinha encontrado um tesouro proibido, mas um tesouro de grande valor.”
Em 20 de outubro de 1839, Anita decide seguir Garibaldi, subindo a bordo de seu navio para uma expedição militar.
Em Imbituba recebeu o batismo de fogo, quando a expedição corsária foi atacada pela marinha imperial do Brasil. Dias depois, em 15 de novembro, Anita confirma sua coragem sem fim e seu amor heroico a Garibaldi na famosa batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, na qual se expõe a grande risco de morte, atravessando uma dúzia de vezes a bordo da pequena lancha de combate para trazer munições em meio a uma verdadeira carnificina. Anita também combateu ao lado de Garibaldi em Santa Vitória. Depois passou o Natal de 1839 em Lages.
Em 12 de janeiro de 1840, Anita participou da Batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira. Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indômito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distração dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas, chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.
Em 16 de setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e atual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Francisco Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondida por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.
Em 1841, quando a situação militar da República Rio-Grandense tornou-se insustentável, Garibaldi solicitou e obteve do general Bento Gonçalves da Silva a permissão para deixar o exército republicano. Anita, Giuseppe e Menotti mudaram-se para Montevidéu, no Uruguai, receberam um rebanho de 900 cabeças de gado, das quais, depois de 600 km de marcha, 300 chegaram a Montevidéu, em junho de 1841.
No Uruguai, em 1842, dois anos e meio após seu encontro, o casal legalizou sua união, na igreja de São Francisco de Assis, em Montevidéu. A certidão de casamento era exigida pela constituição do Uruguai a quem aspirava cargos públicos. Garibaldi foi indicado comandante da pequena frota uruguaia, que combatia a potente esquadra naval argentina, comandada pela almirante William Brown.
No Uruguai nasceram os outros três filhos do casal: Rosa (1843), Teresa (1845) e Ricciotti Garibaldi (1847). Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta, o que fez Anita e Garibaldi sofrerem muito.
Em 1846, Garibaldi tentou enviar Anita e as crianças para longe, para Nice para ficarem com sua mãe, mas obteve um parecer negativo do Ministério dos Negócios Estrangeiros do rei Carlos Alberto, Solaro della Margarita, em junho de 1846. Mais tarde, com os legionários italianos planejando voltar para casa, e graças ao recolhimento de fundos organizado, entre outros por Stefano Antonini, Anita, com seus três filhos e outros familiares dos legionários partem finalmente em janeiro de 1848, em um barco com destino a Nice, onde foram confiados por um tempo sob os cuidados da família de Garibaldi.
Em 1847, Anita foi para a Itália com os três filhos e encontrou-se com a mãe de Garibaldi. Elas depois viajaram para a cidade de Nizza, (atual Nice, na França), onde ficaram morando. O próprio Garibaldi reuniu-se a eles alguns meses depois, quando voltaram à Itália. Os filhos de Anita e Garibaldi ficaram na França com a mãe dele.
Em 9 de fevereiro de 1849, presenciou com o marido a proclamação da República Romana, mas a invasão franco-austríaca de Roma, depois da batalha no Janículo, obrigou-os a abandonar a cidade. Com 3 900 soldados (800 deles a cavalo), Garibaldi deixou Roma. Em sua perseguição saíram três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos) com quarenta mil soldados. Ao norte lhes esperava o exército austríaco, com quinze mil soldados. Anita e o marido tinham que enfrentar a guerra e lutar para salvar o território italiano. Mesmo grávida do 5º filho, ela enfrentou tudo até o fim.
Anita, no final da gravidez, tentou não ser um peso para o marido, querendo deixá-lo despreocupado para lutar sozinho na guerra, em que ela poderia ir morar com a mãe dele, como seus filhos moravam, mas suas condições de saúde pioraram quando atingiram a República de San Marino. Ela e Garibaldi decidiram não aceitar o salvo-conduto oferecido pelo embaixador americano e continuaram a fuga, pois não teriam como lutar contra milhares de soldados e se fossem presos, morreriam na cadeia. Com febre e perseguida pelo exército austríaco, foi transportada às pressas à fazenda Guiccioli, próximo a Ravena, onde morreu junto com a criança, em 4 de agosto de 1849, para desespero de Garibaldi.
Caçado pelos austríacos, sem nem sequer poder acompanhar o sepultamento da esposa, Garibaldi saiu outra vez para o exílio e nos dez anos em que esteve fora da Itália, os restos mortais de Anita foram exumados por sete vezes. Por vontade do marido, seu corpo foi transferido a Nice.
Em 1932, seu corpo foi finalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma. Considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem, Anita foi homenageada pelos brasileiros com a designação de dois municípios, ambos no estado de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileiras possuem bairros, ruas e avenidas com seu nome, como o bairro Anita Garibaldi em Joinville, e a avenida Anita Garibaldi, em Salvador. Em abril de 2012 foi sancionada a Lei 12.615 que determinou que seu nome fosse inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.
Texto 2:
A morte de Anita Garibaldi :
Itália – 2 de julho de 1849.
Sitiados no interior das muralhas de Roma por um exército de cem mil homens, depois de muitos dias de batalhas e discordando do acordo que devolvia Roma ao Papa e extinguia a incipiente República Romana, Anita, ao lado de Garibaldi e cerca de 4.700 legionários garibaldinos, iniciaram a histórica “Retirada de Roma”, cuja marcha se tornou célebre na história militar mundial. Na retirada, enfrentaram e combateram três corpos de tropas inimigas fiéis ao Papa: franceses, espanhóis e austríacos. Ao sair de Roma, Anita apresentou sintomas de impaludismo e febre, mas recusou-se ficar para ser tratada e não deixou de cavalgar ao lado de seu companheiro. Passaram pelas cidades de Tivolo, Monte Retondo, Cesi, Orvieto, Ficulle, Cetona, Monterchi, Citerna, San Giustino, Monte Luna, Mercatello, Macerata Feltria, e Carpegna.
Em 31 de julho, em San Marino, o general Garibaldi dissolveu a sua “Legião Italiana”, em respeito ao tradicional direito de asilo oferecido pela milenar República de San Marino. Ali Garibaldi redigiu seu histórico “Manifesto” aos legionários italianos, recusando o salvo conduto que lhe foi ofertado se depusesse sua espada. Após dissolver seu exército, na madrugada do dia primeiro de agosto, empreendeu uma nova fuga. Partiu de San Marino, com Anita doente e um último grupo de 185 fiéis soldados, divididos em duas colunas dirigidas por guias sanmarinenses. Mesmo bastante debilitada pela febre, Garibaldi não conseguiu convencer Anita para ficar na cidade de S. Marino para tratar-se. Os dois grupos conseguiram filtrarem-se pelo cerco das tropas austríacas, e juntaram-se novamente ao norte do território da República de San Marino. Em 2 de agosto, acompanhado por poucos retirantes, chegaram a Cesenatico, hoje Porto Garibaldi, às margens do Mar Adriático. Ali embarcam em vários barcos à vela, chamados “bragozzi”, partindo à noite, com muitas dificuldades, em direção de Veneza.
Anita Garibaldi piorou visivelmente, aumentando a angústia do marido. Enquanto esperou no cais de Cesenático que a maré permisse a saída dos barcos, bastante debilitada, Anita ditou sua última carta endereçada a sua irmã Felicidade. Quem escreveu foi seu confidente e companheiro Padre Ugo Bassi: ‘“Cesanatico, 2 de agosto de 1849. Querida irmã: Estou estendida no chão, exausta, no cais do porto de Cesenatico … e quem está lhe escrevendo por mim é o padre Bassi,… Minha barriga parece estar ficando cada vez mais inchada e eu não estou sentindo nenhum movimento. Estou achando que meu filho está morto … acho mesmo que meu fim está próximo… continuamos a marcha rumo aos Apeninos, num sobe-e-desce de trilhas poeirentas que parecia não ter fim. Eu continuava a me arrastar atrás do cavalo e de vez em quando montava para descansar, apesar da dor na barriga … ouvi tiros e vi atrás de nós, no vale, parte da nossa retaguarda se dispersando, tomada de pânico pela aproximação de uma patrulha de austríacos. Não sei como encontrei forças para reagir. Eu me levantei, montei no cavalo e fui a galope na direção dos fugitivos, para incitá-los a reagir. Mas não adiantou. Quase todos aqueles malditos covardes fugiram sem nenhuma vergonha … Lembro-me das mulheres (de Cesenático), ao meu redor, tentando me convencer a permanecer na cidade até ficar curada. …. E me aterrorizava pensar em ficar sozinha e morrer em terra desconhecida, sem nenhum rosto amigo. Quando o José (Garibaldi) entrou no quarto me dizendo a mesma coisa, comecei a chorar, pedindo que ele não me deixasse, que não me abandonasse … As mulheres de San Marino devem ter pensado que eu era louca… Agora estou aqui, no fim do caminho ! O que posso lhe dizer? Que faria tudo de novo ? Acho mesmo que sim !… . Agora sou apenas um peso para todos, fazendo-os correrem o risco de atrasar sua fuga para a salvação … Em todos estes anos, eu me entreguei a ele, aos filhos, aos nossos ideais comuns. Agora chegou o momento da necessidade, tenho que me humilhar para pedir ajuda, como uma criança … Irmã muito querida, queria poder abraçá-la, sentir você perto de mim… mas é tarde demais…”
No dia 3 de manhã as embarcações dos retirantes, já no mar, foram atacadas por navios de guerra austríacos. Garibaldi e alguns dos seus desembarcam na praia de Magnavacca, num istmo entre o Adriático e o Lago Comacchio. Anita, semi-desfalecida, foi levada nos braços de Garibaldi. 160 de seus homens foram capturados e muitos fuzilados.
Prevendo que aquela orla litorânea logo estaria repleta de soldados inimigos para os prenderem, Garibaldi ordenou aos trinta patriotas que com ele aportaram, que se dispersassem, o que foi feito. Em Ariano, poucas horas após, foram presos 16 companheiros de Garibaldi, alguns dos quais foram fuzilados uma semana após em Tiepolo. Em Comachio, outros onze garibaldinos foram presos, fuzilados no dia 8 de agosto em Bolonha, entre eles o Padre Ugo Bassi.
Junto a Garibaldi e Anita ficou apenas o major Leggero, que recusou-se a abandoná-los, oferecendo sua mão e braços para ajudar a transportar Anita para local seguro. Com o auxílio de um homem da região alcunhado de Baramoro, que assistiu ao desembarque, Anita foi transportada através dos altos juncos e de densa vegetação, sendo conduzida por cerca de mil metros para uma cabana de palha, habitada pela viúva Caterina Cavalieri, de idade avançada, que nada mais pode oferecer a não ser água para matar a insaciável sede de Anita. Ali permaneceram cerca de uma hora, pois a qualquer momento podiam ser descobertos pela milícia austríaca que os procurava vasculhando todos os recantos. Enquanto descansavam o fiel Leggero saiu a procura de algum tipo de ajuda, encontrando-se com o Coronel Gioachino Bonet, conhecido de Garibaldi, natural de Comachio, republicano e adepto garibaldino. Como era fazendeiro na região e tinha sido alertado por um irmão de que o condottieri passaria pela região em direção a Veneza, ao ouvir os canhoaços dos barcos imaginou o que estava acontecendo, e saiu de sua casa na tentativa de ajudá-los de alguma forma. Foi ele o responsável por um espetacular plano de fuga, destinado a retirar Giusepe Garibaldi e Anita daquela região, infestada por austríacos, à caça de Garibaldi.
A primeira providência foi remover o casal para outro local, por caminhos não usuais, quase que intransitáveis, mesmo a pé, porém mais seguro. O novo esconderijo ficava distante aproximadamente dois mil metros. Anita não tinha mais forças para caminhar, motivo pelo qual improvisaram uma maca, revezando-se Garibaldi, Leggero e Bonet nas pontas. No caminho encontram outro patriota, chamado Carlon, profundo conhecedor dos tortuosos caminhos entre os canais e pântanos da região. Também os ajudou no revezamento da maca de Anita. Após o percurso o grupo chegou a casa de Giovanni Feletti, onde permaneceram das 10 horas da manhã até às 11:30 horas de 3 de agosto. Foram atendidos e cuidados pelas mulheres da casa, que desdobraram-se em gentilezas com Anita, dando-lhe remédios caseiros e muita atenção.
As últimas horas de vida de Anita:  
Estes foram os últimos momentos de consciência contínua de Anita. A partir de então, passou a ter ataques e convulsões, alternando entre desfalecimentos e momentos de lucidez.
Anita foi instalada deitada em um carro de boi. Bonet foi na frente para fazer os preparativos da chegada. Além de Leggero, Felippo Patrignani acompanhou o casal. Após duas horas de incessante calor, em uma marcha bastante lenta para ser mais confortável para Anita e por temerem encontrarem forças inimigas, chegaram à casa da família Zanetto.
Legerro, Garibaldi e Anita embarcaram em uma canoa, com dois remadores por volta das 20:30 horas e durante quase toda a noite remaram pelos canais e lagoas, em direção a sua fuga, agora infletindo em direção sul, com objetivo de confundir e despistar ainda mais os austríacos, que os julgaram percorrendo direção norte. De madrugada, em local previamente determinado por Bonet, receberam mais uma canoa e os remadores foram substituídos por outros descansados, que os aguardavam. Porém, por volta das quatro horas da manhã, os remadores descobriram a identidade dos viajantes que carregavam, e amedrontados pelas ameaças e fuzilamentos sumários que já tinham acontecido com quem colaborou com o casal Garibaldi em fuga, os abandonaram, a despeito dos apelos que estes formulam. Os deixaram numa cabana rústica, feitas com capins, as margem de um dos canais por onde navegaram. Anita foi acomodada da melhor forma possível no interior da cabana e os dois homens, sem meios e sem saber o que fazer, quedam-se imóveis, a espera dos acontecimentos. Quatro horas depois, por volta das oito horas da manhã, foram socorridos pelos irmãos Michele e Mariano Guidi. Às 17:30 horas Anita foi colocada sobre uma charrete, que dirigiu-se para a Feitoria de Mandriole, enquanto outra charrete, que havia-se retardado foi mandada a cidade de Santo Alberto, ali próximo, para chamar o Dr. Pietro Nannini, que foi conduzido à Fazenda Guiccioli, sob o pretexto de atender a grave enfermidade da proprietária do estabelecimento para onde Anita foi sendo conduzida. Nos três quilômetros faltantes, Garibaldi seguiu ao lado da charrete, a pé, fazendo sombra a Anita com um guarda-chuva, protegendo-a do fustigante sol. Naquele lento trajeto, por terreno que não é estrada de carruagem, Anita balbuciou suas últimas palavras à Garibaldi. Falou sobre os filhos. Disse que não tinha medo, mas que sabia que seu fim estava próximo. Pediu para Garibaldi falar com os filhos, que gostaria de estar com eles, que os amava muito, mas que prenunciando a hora derradeira, escolheu estar perto do seu homem, lutando pela mesma causa. Implorou que a justificasse perante aos filhos de como era difícil para ela ser mãe, esposa de um homem como ele e compelida pelo dever de consciência a ter que empunhar armas pela defesa de seus ideais.
"Não, não, ela não está morta":
Logo em seguida, momentos antes de chegar à Fattoria Guiccioli Anita não mais falava, já agonizava e uma leve espuma verteu de seus lábios, que Garibaldi insistiu em limpar a todo o instante com um lenço que mantinha nas mãos. Quando finalmente chegaram na Fattoria, já estava presente o médico Dr. Nannini, que atendendo as súplicas de Garibaldi (por amor a Deus, salvai-a!), ordenou que fosse transportada para dentro de casa. Garibaldi, Leggero, Manetti e Nannini, cada segurou um dos cantos do colchão onde está deitada e a transportaram para o andar superior do casarão da Fattoria, deitando-a em uma cama de ferro de um pequeno quarto.
A resistência de Anita havia atingido os limites humanos e seu combalido corpo não havia resistido a tamanhas provações. Ao ser transportada para o interior da casa , poucos minutos de vida ainda restavam-lhe. O médico, após examiná-la, resignado, sentenciou que nada mais podia ser feito, que sua vida agonizava, que estava prestes a expirar.
Eram 19:45 horas de sábado, dia 4 de agosto de 1849 quando a brasileira e lagunense Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida como Anita Garibaldi, grávida de seis meses, expirou.
Quando convenceu-se que o manto negro da morte havia se sobreposto às luzes que sua companheira irradiou durante àqueles dez anos de convivência, Garibaldi não mais conteve o pranto, dobrou-se sobre a moribunda e extravasou tudo o que sentiu naquele doloroso momento. Ajoelhou-se ao lado da cama, segurou com as duas mãos a face de Anita e exclamou:
“ – Não, não, ela não está morta! Não é senão um novo ataque. Muito teve que sofrer, mas ela vai ficar boa ! Não está morta ! Anita ! É impossível ! Olha para mim Anita ! Fala comigo ! Quanto eu perdi !”
Garibaldi sentiu em sua alma a maior e mais triste de todas as suas derrotas, e culpou-se amargamente por não tê-la deixado entregue aos cuidados das senhoras de Cetona ou em San Marino. De nada tinha adiantado todo o esforço e o sacrifício da penosa fuga. Tinham restadas infrutíferas as dores e os temores daqueles últimos dias em fuga, que ela havia imposto a si própria e ao seu companheiro. A fatalidade e a morte venceram a ambos!
Não foi somente Garibaldi que pranteou tão lastimável e insubstituível perda. Os compatriotas italianos, os liberais uruguaios, os farrapos brasileiros e os republicanos dos dois continentes, que não puderam prantea-la no derradeiro instante de sua vida, prantearam-na depois, cujas lágrimas foram convertidas em milhares de placas e monumentos que ergueram-se nos diversos países do Novo e do Velho Mundo.
Passados os instante iniciais do trágico acontecimento, o fiel Leggero tenta retirar Garibaldi do local, pois tinha sido informado que um destacamento austríaco anda pelas proximidades de onde encontram-se. Garibaldi recusou-se a retirar-se do local, não queria abandonar o corpo inerte de sua amada esposa e companheira de tantas lutas. Queria dar-lhe um sepultamento digno. Fez com que os presentes e responsáveis pela Fattoria assim prometessem. Mesmo assim, permaneceu ao lado do inerte corpo de Anita, enquanto o Major Leggero a todo instante implorou para retirarem-se do local, pois a presença colocava em risco não apenas a si próprio, mas também a todos da Fattoria:
“-Pela Itália, pelos teus filhos, devemos partir …” –
Uma hora após a morte de Anita, derrotado e contrariado, Giuseppe Garibaldi foi retirado do local e conduzido por uma charrete para a localidade de Santo Alberto, dando prosseguimento a Trafila, que o levaria salvo ao exílio na América. Ao sair, porém, prometeu à sua própria consciência que um dia voltaria para buscá-la e dar-lhe um funeral compatível com a grandiosidade de sua coragem e dedicação. Prometeu sepultá-la novamente, ao lado de seu pai, em Nizza, promessa esta que efetivamente cumpriu após dez anos, antes de iniciar a segunda parte da guerra pela unificação da Itália.
Antes de afastar-se do local onde jazia o inerte corpo de sua companheira e amada, retirou do cadáver os sapatos, o sobre-vestido, um lenço e um anel, mas levou consigo apenas o anel, deixando no quarto mortuário o restante. Anita havia chego em Mandriole já semi-despida para seu maior conforto. Suas roupas de reserva vinham em uma bolsa à parte. Tudo foi posteriormente confiscado pelas autoridades.
No primeiro sepultamento, foi arrastada com uma corda amarrada ao pescoço:  
A promessa feita à Garibaldi, entrementes, não pode ser cumprida. Como justificar aos vizinhos, à polícia e aos austríacos os demorados atos religiosos sem que a identidade da morta fosse revelada? Era necessário livrarem-se do corpo, o mais rapidamente possível, pois já tinham feito a parte essencial de suas obrigações cristãs. Agora era necessário resguardarem suas integridades físicas. Assim, tão logo afastou-se Garibaldi, Stefano Ravaglia ordenou a dois operários braçais da Fattoria o clandestino e rápido enterro de Anita. Com medo e por não terem nenhuma ligação ou relação com a morta, executaram a féretra empreitada sem a mínima consideração, de maneira dantesca e brutal, apavorados por duplo medo: o de contágio, pois ignorava-se a moléstia que matou Anita, e o das patrulhas noturnas do General Gorzkowski. Transportaram o cadáver, displicentemente jogado sobre um carro de boi de duas rodas, até meio quilometro afastado da Fattoria. Como o rústico veículo encalhou na areia, completaram o percurso até o local previsto arrastando a morta pelo chão, por meio de uma corda que lhe amarraram ao pescoço! No local até hoje conhecido como Landa Pastorara, formado por um areal coberto por vegetação rasteira, sepultam-na em cova rasa, às pressas e escondidos pela escuridão da noite.
Poucos dias após o secreto sepultamento, uma mão feminina, já dilacerada por animais, foi descoberta pela menina Pasqua Dal Pozzo, aflorando do pasto ressequido. O fato foi informado aos pais e estes comunicaram à polícia. Rapidamente correu a notícia do achado de cadáver de uma “mulher desconhecida”…
Após a exumação cadavérica, seguiu-se as costumeiras providências oficiais: laudos policiais e do clero. A necropsia revelou a existência de feto de cerca de seis meses, sem possibilidade definir-lhe o sexo, devido ao adiantando estado de putrefação.
A ação dos desalmados coveiros, tinha produzido um ferimento profundo no pescoço de Anita, que confundiu o médico legista durante a autopsia, fazendo-o declarar em seu primeiro laudo, que tinha ocorrido “morte por estrangulamento”.
Inicialmente as autoridades locais acreditaram que se tratava de um homicídio por estrangulamento, praticado contra uma mulher grávida, provavelmente da Região, motivo pelo qual foi instaurado um inquérito policial para apurar a responsabilidade criminal. Como a morte de Anita foi conhecida por diversos operários da Fattoria Guicciolli, poucos dias após todas sabiam tratar-se do cadáver da esposa de Giuseppe Garibaldi, o que atraiu a atenção dos militares austríacos que buscavam o casal.
Estes rapidamente espalham a notícia de que a marca ao redor do pescoço de Anita havia sido provocado por Garibaldi, que querendo livrar-se da incômoda presença de sua doente e grávida mulher, a havia enforcado. Para dar maior credibilidade ao boato que visava tão somente denegrir a imagem do condottieri, exibiram o laudo médico que afirmava ter ocorrida a morte por estrangulamento.
Imediatamente prenderam o feitor Stefano Ravaglia e outras pessoas envolvidas com o triste episódio, determinadas pelos militares austriacos, pois tinha havido o descumprimento à ordem que proibia o auxílio e o socorro ao casal Garibaldi. Porém, o inquérito instaurado pela polícia local, após diversos dias, esclareceu o acontecido. Foram ouvidos os donos da casa, o médico e as demais pessoas presentes no momento da morte de Anita, que safaram-se de condenação sob o argumento de terem praticado um ato humanitário, dando guarida a uma doente, enferma, sem indagarem a identidade da moribunda. Foi um gesto católico, e pela prática desta caridade não poderiam ser condenados. Quanto ao fato de darem proteção a Garibaldi não lhes poderia ser imputada a pena pela desobediência, pois o mesmo demorou-se por pouco mais de uma hora, tendo sido retirado do local momentos após a morte da companheira.
Meses após, prevaleceu o bom senso e a justiça: veio a absolvição dos implicados. Não houve crime de estrangulamento. O cadáver de “mulher desconhecida” era o de Anita Garibaldi. Morreu grávida, de morte natural. Houve apenas ocultamento de cadáver, que naquelas circunstâncias é encarado como sendo por razões justificáveis, assumidos pelos que humanitariamente acabaram sendo envolvidos pelo trágico acontecimento.
Sobre a doença que deu causa à morte de Anita, muitas dúvidas ainda hoje restam. O Dr. Pietro Nannini, atestou que a vitimou uma “grave febre perniciosa” e mais adiante referiu-se a uma “febre terciária simples” . Antes de chegar a Roma, Anita tinha passado por Maremma, que havia sofrido uma invasão de anófeles, insetos que transmitem a malária. Naqueles dias, diversos soldados foram vitimados por esta doença. A tuberculose, lesão pulmonar, congestão intestinal e tifo das montanhas foram outras causas mortis atribuídas por diversos estudiosos e pesquisadores. As evidências, entretanto, apontam para o impaludismo.
Segundo sepultamento de Anita:  
No dia 11 de agosto, após a autópsia, ainda sendo desconhecida a identidade do cadáver que já estava em adiantado estado de decomposição, o Juiz encarregado do inquérito, chamou o padre Burzatti e confiou-lhe o cadáver de Anita. Estava despido e muito mutilado pela ação dos animais, pelo bisturi da autópsia e pela decomposição adiantada. Imediatamente o padre solicitou autorização ao Bispo para o enterro dos restos mortais de uma “mulher desconhecida” no cemitério local, localizado nos fundos da Igreja de Mandriolle. Devidamente autorizado, foram realizadas as exéquias e sepultada em cova simples, com uma cruz de madeira, sem nome.
Terceiro sepultamento de Anita:  
Após ter sido identificado o cadáver e nos anos que se seguiram era grande a peregrinação que a população fazia ao cemitério para reverenciar à memória de Anita. Exaltando-se novamente os ânimos da população contra o Papa, alguns garibaldinos remanescentes, liderados por Francesco Manetti, alguns dos quais tiveram participação e colaboraram para o êxito da trafila, seqüestram os restos mortais de Anita, colocando-os em uma urna, sepultando-a em lugar seguro e escondido. Eles tinham o receio de que a sepultura fosse violada pelos adversários da unidade italiana, para serem dispersados e impedir que seus despojos fossem usados para reacender o sentimento unitário italiano.
Quarto sepultamento de Anita:  
Algumas semanas após, descoberto o seqüestro indevido, o padre Francesco Burzatti envidou esforços para recuperar os restos mortais, no que logra êxito, tendo recebido em devolução a féretra caixa, mediante a promessa de enterrá-la no interior da Igreja, em capela ao lado do altar. A promessa foi efetivamente cumprida.
Quinto sepultamento de Anita:  
Em 22 de setembro de 1859, tão logo voltou de seu longo exílio, Giuseppe Garibaldi, acompanhado pelos filhos Menotti, Riciotti e Teresita, estava em Mandriolle e novamente desenterrou os restos mortais da Heroína, fazendo-lhe um cortejo fúnebre, com o intuito de conduzi-los para serem sepultos em Nizza, junto a sua mãe, que havia falecido em 1852. No caminho, uma verdadeira consagração garibaldina em romaria cívica, passou por diversas cidades, parando para homenagens e exaltações diante de seus restos mortais nas cidades de Ravena, Bolonha, Livorno, Gênova e Nizza. Com este cortejo fúnebre Garibaldi atingiu dois propósitos: pagou a promessa feita à memória de Anita no dia de seu falecimento, além de ter motivado e exaltado as populações por onde passou a retomarem e prosseguirem com a interrompida luta pela unidade italiana.
Sexto sepultamento de Anita:  
A cidade de Nizza e região haviam sido transferidas aos domínios da França, em pagamento dos empréstimos de guerra que este País tinha feito à Itália durante o segundo período da campanha da unificação. Sob o domínio francês, Nizza passou a ser conhecida como Nice, fazendo com que Anita ficasse sepulta em território francês. Em 1931, por solicitação do Governo de Mussolini, a França consentiu no traslado dos restos mortais para Roma, onde Mussolini havia ordenado a construção de um grande monumento em memória de Anita. Como as obras da Praça Anita Garibaldi, no Gianículo, em Roma, ainda não estava pronto para recebê-la e receoso de que a autorização para retirada dos restos mortais fosse revogada pela França, Mussolini ordenou que os restos mortais fossem sepultados provisoriamente em Gênova, sendo então sepultada mais uma vez junto ao Cemitério de Staglieno.
Sétimo sepultamento de Anita:  
Finalmente, em 2 de junho de 1932, estando concluído o monumento erigido em sua memória no Monte Gianículo, o Governo Italiano para lá a transportou, patrocinando e promovendo um gigantesco traslado fúnebre, transformado em ato cívico dos maiores da história da Jovem Itália. Até o presente momento seus despojos encontram-se ali depositados.
No mesmo dia 2 de junho, porém, 50 anos antes, em 1882, em uma sexta-feira, faleceu José Garibaldi, às 18:22 horas, na Ilha de Caprera – na Sardenha, Itália, com honras de herói. Ali mesmo foi sepultado!
Anita nasceu em 30 de agosto de 1821, na localidade de Morrinhos, então pertencente à cidade de Laguna, no Brasil, e faleceu em 04 de agosto de 1849, na localidade de Mandriole, pertencente a Ravena, na Itália. Em 2002, por terem sido as cidades de nascimento e de falecimento de Ana Maria de Jesus Ribeiro – a Anita Garibaldi, as autoridades de Laguna e de Ravenna celebraram um gemelaggio, considerando-se cidades irmãs.

Vamos Fazer as Pazes ou o Tratado de Paz (Facciamo la Pace o il Trattato di Pace) - Pietro Bouvier


Vamos Fazer as Pazes ou o Tratado de Paz (Facciamo la Pace o il Trattato di Pace) - Pietro Bouvier
Localização atual não obtida
Óleo sobre madeira - 24x32 - 1875

Garibaldi e o Major Leggiero em Fuga Transportam Anita Morrendo (Garibaldi e il Maggiore Leggiero in Fuga Trasportano Anita Morente) - Pietro Bouvier

Garibaldi e o Major Leggiero em Fuga Transportam Anita Morrendo (Garibaldi e il Maggiore Leggiero in Fuga Trasportano Anita Morente) - Pietro Bouvier
Museu do Risorgimento Milão
OST - 1864


La morte di Anita Garibaldi, avvenuta a Mandriole, a pochi chilometri da Ravenna, è uno di quegli episodi che fanno grande ed eroica la storia del Risorgimento italiano. La bella rivoluzionaria brasiliana non era meno coraggiosa e determinata del marito Giuseppe Garibaldi, e il racconto di come si spensero i suoi giorni lo dimostra inequivocabilmente.

Fin da quando era bambina, sembrava che ad Ana Maria (questo il suo nome di battesimo) scorresse sangue rivoluzionario nelle vene: a quattordici anni rimase profondamente colpita dalla rivolta degli straccioni e dai riottosi, che guardava con ammirazione. Conobbe l’eroe dei due mondi nel 1839: Giuseppe Garibaldi si trovava in Brasile perché, in seguito al fallimento dell’insurrezione mazziniana del 1834, aveva riparato in Sud America.

Fu subito un colpo di fulmine. Nei suoi diari, Garibaldi ricorda di come, appena conosciutala, le disse, in italiano: «tu devi essere mia». Lei abbandonò il vecchio marito che era stata costretta a sposare da ragazzina, e si mise al seguito del rivoluzionario italiano. Pare che fu Anita, praticamente un’amazzonead insegnare a Garibaldi a cavalcare, mentre lui le insegnò i rudimenti dell’arte militare: condividevano gli ideali repubblicani e tornarono in Italia insieme per fare la rivoluzione.
La sua vita fu costellata di avventure: basti pensare a quando, partorito il primo figlio Menotti da appena dodici giorni, fu costretta ad una rocambolesca fuga per salvarsi dai soldati imperiali che la stavano cercando. Calatasi dalla finestra della casa dove si era nascosta, salì a cavallo con il neonato in braccio e cavalcò fino al cuore di un bosco, dove trovò rifugio. Rimase diversi giorni sola con il bambino, senza viveri, finché finalmente non riuscì a ricongiungersi con Garibaldi e i rivoluzionari.

Anche alla sua morte si trovava in fuga. Il 4 luglio 1849, dopo il fallimento della Repubblica Romana, i repubblicani dichiararono la resa. Garibaldi decise di spostarsi con chi ancora credeva nella causa verso Venezia, che ancora resisteva agli austriaci. Anita era incinta di quattro mesi ma, ovviamente, non aveva abbandonato il fianco del suo amato. Quando però arrivarono nei pressi di San Marino, la donna era febbricitante.

Decisa a non arrendersi, proseguì la rotta verso Venezia. A Cesenatico si imbarcarono diretti verso la loro meta, ma all’altezza di Punta di Goro le navi austriache gli impedirono di proseguire: sbarcati, Anita e Giuseppe cercarono di seminare i loro inseguitori. Lo stato di salute di Anita peggiorava durante il viaggio, e nelle valli di Comacchio perdette conoscenza: venne infine portata al riparo alla fattoria Guiccioli a Mandriole, vicino Ravenna. Da quelle mura non uscirà mai più: morì il 4 agosto 1849, inseguendo il suo sogno fino alla fine.

Data la situazione di allarme e l’urgenza della fuga, non ci fu la possibilità di seppellirla con gli onori che avrebbe meritato, e così fu interrata dal mugnaio della fattoria e da un garzone ad un chilometro di distanza dalla casa, in una brughiera sabbiosa.

Pochi giorni dopo, il 10 agosto, il suo cadavere fu scoperto da un gruppo di ragazzini della zona, probabilmente perché era stato parzialmente dissotterrato da animali selvatici. Si aprì un caso: il corpo sembrava aver subito delle percosse e che la giovane donna incinta fosse stata vittima di strangolamento. Anita venne riconosciuta, e queste dicerie probabilmente vennero alimentate anche per tentare di mettere in cattiva luce il marito: il rivoluzionario doveva sembrare tanto spietato da poter arrivare al punto di uccidere la moglie incinta perché non lo intralciasse nella sua missione.
Vennero accusati e interrogati anche i membri della famiglia Ravaglia, presso cui Anita era stata ospitata quando morì, ma in breve tempo fu decretato che la vera causa della morte furono le “febbri perniciose”. I segni che erano stati trovati sul corpo di Anita erano infatti dovuti al momento del trasporto del cadavere, e non ad altre cause.

Oggi la Fattoria Guiccioli a Mandriole è diventata un piccolo Museo, dedicato alla figure di Anita e alla trafila garibaldina. Ogni anno, in occasione dell’anniversario della sua morte, qui si tiene una piccola commemorazione. Nel 2018, è venuta anche una delegazione dal Brasile per commemorare la rivoluzionaria, e la banda ha suonato inni in suo onore.


Anita foi assassinada pelo marido, Giuseppe Garibaldi? O livro do jornalista Paulo Markun sobre a vida da heroína catarinense, que será lançado amanhã na Câmara dos Deputados, em Brasília, começa sob as tintas do suspense e do estigma de crime passional.

A suspeita que corria à boca pequena entre a população da região de Ravenna, no nordeste da Itália, parecia fazer sentido: Anita, grávida de seis meses e muito doente, era, nas palavras do próprio Garibaldi em suas memórias, "um caríssimo e bem doloroso estorvo" para um homem em fuga.
Além disso, a primeira autópsia feita no corpo da jovem de cerca de 28 anos, encontrado praticamente insepulto por crianças da região, mostrava marcas circulares em torno do pescoço e a traquéia quebrada, sinais claros de estrangulamento.

Mais tarde, porém, um inquérito instaurado parece demonstrar que, na verdade, Anita morreu em um leito, tendo ao lado o homem que amava e que havia conhecido dez anos antes em Laguna, Santa Catarina.

A fascinante história de Giuseppe e Anita Garibaldi volta à tona no 150º aniversário de morte da brasileira (completados no próximo dia 4) que deixou o marido aos 18 anos para viver uma vida curta e intensa de aventuras bélicas ao lado do guerreiro italiano, lutando "pela liberdade" no Brasil, no Uruguai e na Itália.

O livro de Paulo Markun, "Anita Garibaldi - Uma Heroína Brasileira", chega logo depois de lançada a exaustiva pesquisa de Yvonne Capuano em seu "De Sonhos e Utopias... Anita e Giuseppe Garibaldi", um volume de mais de 900 páginas sobre a dupla e o contexto histórico que a tornou possível.

Ambos acatam a versão da morte de Anita por doença, mas Capuano rejeita até mesmo a hipótese de que tenha pairado sobre Garibaldi a suspeita de ter assassinado a mulher.

O casal chegara a Ravenna depois que o exército de Garibaldi foi derrotado na guerra pela unificação da Itália, então dividida entre estados autônomos e potentados dos Habsburgo (dinastia austríaca) e dos Bourbon (França).

Vinham do Uruguai, onde pela única vez o aventureiro experimentara uma curta vida doméstica em Montevidéu, dando aulas de matemática. Por pouco tempo: logo se alistaria para lutar pelo país que o acolheu na disputa com a Argentina.

Antes, no Brasil, tinha lutado ao lado de Anita na Guerra dos Farrapos, junto aos republicanos que pretendiam libertar o Sul do país do governo monárquico central, no período da regência, anterior à coroação de d. Pedro 2º, em 1840.

Na Itália, se entregaria de vez a seu espírito guerreiro -e ficaria muitas vezes distante da mulher e dos três filhos. Outra filha havia morrido em Montevidéu e Anita esperava o quinto filho.

Era já outra mulher, bem diferente da jovem que Garibaldi teria avistado da proa de seu barco, depois de libertar a então vila de Laguna em nome dos republicanos. E mais ainda da guerreira sempre retratada como uma bela amazona de cabelos negros esvoaçantes.

A gravidez e a doença -não se sabe qual- de que sofria Anita fizeram o marido insistir para que ficasse no refúgio de San Marino e o deixasse seguir viagem. Ele, na verdade, nem mesmo havia desejado que ela tivesse deixado Nice para encontrá-lo, um mês antes.

Também em suas memórias, transformadas mais tarde em outro livro por Alexandre Dumas, pai ("Memórias de José Garibaldi"), o general comenta que Anita ficava "ofendida" e "irritada" quando lhe pedia que não o seguisse.

"Aquele coração viril e generoso se irritava sempre que eu tocava no assunto e me fazia calar com uma frase: "Você quer me deixar'", escreveu Garibaldi.

Seja o que for que tenha acontecido, todos os relatos históricos reconhecem o sacrifício e a bravura de Garibaldi, carregando a mulher nos braços até alcançar pouso seguro.

Depois da morte de Anita, tardaria 12 anos para se casar novamente, apesar do frequente assédio das admiradoras. Escolheu uma mulher bem mais jovem, a marquesa Giuseppina Raimondi, de 18 anos -ele já contava 52-, que o traía e esperava um filho de outro homem. Conseguiu a anulação, se casou novamente, desta vez com sua governanta, e teve outros três filhos.

Depois de muita confusão, o corpo de Anita ganharia dos fascistas um túmulo em Roma e um monumento. Não se uniria novamente ao amado Giuseppe: aos 75 anos, Garibaldi morreu e foi enterrado na ilha de Caprera. Uma das filhas do terceiro casamento não permitiu que os restos de Anita fossem trasladados para lá.

A Câmara dos Deputados do Parlamento Subalpino, 1848-1860, Turim, Itália

A Câmara dos Deputados do Parlamento Subalpino, 1848-1860, Turim, Itália
Turim - Itália
Museu Nacional do Risorgimento Italiano Turim
Fotografia

A Batalha de Tchernaya, Inkerman, Ucrânia (La Battaglia della Cernaia) - Gerolamo Induno

A Batalha de Tchernaya, Inkerman, Ucrânia (La Battaglia della Cernaia) - Gerolamo Induno
Inkerman - Ucrânia
Gallerie d'Italia Piazza Scala Milão
OST - 292x494 - 1857


The painting can be identified as the depiction of The Battle on the River Tchernaya shown at the Esposizione di Belle Arti dell’Accademia di Brera in 1859 and bought on that occasion by Vittorio Emanuele II for his collection in the Castle of Racconigi.

As Induno stated in the exhibition catalogue, the painting was based on numerous sketches that he made when serving with the Piedmontese army on its expedition to the Crimea in 1855 alongside British and French forces to defend the Ottoman Empire against Russia. While taking part as a member of the Bersaglieri corps, the painter also produced a series of panoramic views for the War Ministry, which were then turned into lithographs for the album published in 1857 to celebrate the expedition. The Crimean War was the first to be fully illustrated, as the work of artists like Induno was accompanied by the first series of war photographs taken by Roger Fenton and James Robertson. At the same time, the images of the military operations led by General Alfonso La Marmora very soon acquired symbolic significance in Italy as allusions to recent events in the struggle for national liberation and unification known as the Risorgimento.

The work in the Cariplo Collection marks Induno’s debut in the genre of large-scale history paintingdrawing inspiration from the epic deeds of the Risorgimento, a field in which he was to become an undisputed master. Nor should it be forgotten that the painter was personally involved in the Cinque Giornate uprising in Milan, like his brother Domenico Induno, and then took part as a volunteer in the legion led by Giacomo Medici in defence of the Roman Republic in 1849 as well as Garibaldi’s campaigns ten years later. There are various versions of the work in the Cariplo Collection (including one owned by the Banca Popolare di Novara) as well as preparatory studies. In a composition divided by the line of the horizon and dominated by the figure of General La Marmora on horseback, the painter depicted a series of episodes involving groups of soldiers in the foreground as well as two dying Russians comforted by a chaplain. The movements of troops by the River Tchernaya, where the Piedmontese fought a number of victorious actions alongside the French army, can be discerned in the glow on the horizon.

While the care devoted both to the details of the uniforms and to light effects show the painter’s artistic debt to the realism of his brother Domenico’s innovative approach to historical subjects, the painting is enriched here by the epic dimension of the event illustrated, an element also to be found in depictions of other episodes of the Risorgimento, such as The Battle of Magenta (1861, Milan, Soprintendenza al Patrimonio Architettonico e Paesaggistico, on loan to the Museo del Risorgimento).
From November 2011, the work has been on view at the Gallerie d’Italia in Milan.

The Battle of the Chernaya (also Tchernaïa; Russian: Сражение у Черной речки, Сражение у реки Черной, literally: Battle of the Black River) was a battle by the Chornaya River fought during the Crimean War on August 16, 1855. The battle was fought between Russian troops and a coalition of FrenchSardinian and Ottoman troops. The Chornaya River is on the outskirts of Sevastopol. The battle ended in a Russian retreat and a victory for the French, Sardinians and Turks.

The battle was planned as an offensive by the Russians with the aim of forcing the Allied forces (French, British, Sardinian, and Ottoman) to retreat and abandon their siege of Sevastopol. Czar Alexander II had ordered his commander in chief in the Crimea, Prince Michael Gorchakov to attack the besieging forces before they were reinforced further. The Czar hoped that by gaining a victory, he could force a more favorable resolution to the conflict. Gorchakov didn’t think that an attack would be successful but believed the greatest chance of success to be near the French and Sardinian positions on the Chornaya River. The Czar ordered the hesitating Gorchakov to hold a war council to plan the attack. The attack was planned for the morning of August 16 in the hope to surprise the French and Sardinians as they had just celebrated the Feast day of the Emperor (France) and Assumption Day (Sardinians). The Russians hoped that because of these feasts the enemy would be tired and less attentive to the Russians.
58,000 Russian troops in two army corps under Prince Michael Gorchakov fought against 28,000 French and Sardinian troopsunder French General Aimable Pélissier and Italian General Alfonso Ferrero La Marmora. Although the British correspondents were amazed at the courageousness and impetuosity of their attack, the assault of the Russian army was handicapped by poor organization and lack of experienced soldiers which, due to Sevastopol, forced their corps to consist mostly of militia.
In the cover of the morning fog, the Russians advanced on Traktirburg with 47,000 infantry, 10,000 cavalry and 270 cannon under command of General Pavel Liprandi on the left and General N. A. Read on the right. The two generals had been ordered by Gorchakov not to cross the river until given explicit orders. Annoyed that things weren’t happening fast enough, Gorchakov sent a note to his generals with the words "Let's start it." By this, Gorchakov only meant that the Russians should start to deploy their forces. Unfortunately his generals interpreted his words as his order to attack and they acted accordingly, although reserve forces were still en route to the battlefield. The attacking Russians immediately met stiff resistance from the French and Sardinians. Read's forces crossed the river near Traktirburg but without cavalry and artillery support, they were easily stopped by the French on the Fedyukhin Heights (Федюхины высоты). Read then ordered his reserve formation, the 5th Infantry Division, to attack the Heights but instead of launching a coordinated assault, he fed them piecemeal in to the fray. Going in regiment by regiment, the assaulting reserve troops accomplished nothing. Seeing this Gorchakov ordered Read to deploy the entire division against the French. This forced the French back up the hill but the Russians could not capture the Heights. In the following retreat General Read was killed. Upon the death of Read, Gorchakov took personal command of the right and ordered 8 battalions of Liprandi's left wing to reinforce the right wing. These forces came under fire from the Sardinians and were driven back. At 10 o’clock in the morning, Gorchakov concluded that the situation was hopeless and ordered a general retreat.
The bravery of Sardinian troops and the French soldiers of the 50th, 82nd, 95th, 97th of the line; the 19th Foot Chasseurs; and the 2nd and 3rd Zouaves was especially noted. The Italian troops' valiant effort at the battle was a contributing factor to their inclusion at the negotiation tables at the end of the war; It was there that the Kingdom of Sardinia began looking for the aide of other European nations in the Unification of Italy.



A Chegada do Boletim de Villafranca, Milão, Itália (L’Arrivo del Bollettino di Villafranca) - Domenico Induno

A Chegada do Boletim de Villafranca, Milão, Itália (L’Arrivo del Bollettino di Villafranca) - Domenico Induno
Milão - Itália
Gallerie d'Italia Piazza Scala Milão
OST - 89x115 - 1861/1862


This painting was formerly in the Milanese collection of Francesco Pasquinelli who subsequently passed it on to his son Emilio. It is a different version of The Bulletin of 14 July 1859 (whereabouts unknown), shown at the Esposizione di Belle Arti dell’Accademia di Brera in 1860 and reworked on a larger canvas, The Bulletin of 14 July 1859 Announcing the Peace of Villafranca (Milan, Soprintendenza al Patrimonio Architettonico e Paesaggistico, in storage at the Museo del Risorgimento, exhibited in Milan in 1862. On this occasion the painting was purchased by Vittorio Emanuele II who nominated Induno Knight of Saints Maurice and Lazarus.

The work in the Cariplo Collection reprises the setting and some figures in the 1860 painting, eliminating some trees and houses in the background, so that Milan cathedral can be seen on the horizon, as in the work of 1862. The couple with a little girl in the foreground replaces the figure of the elderly Napoleonic volunteer seated in the centre, but the thrust of the man being held back by the woman evokes the same feeling of anger at being betrayed that animates each of the works cited. Here Induno depicts a crucial moment in the Risorgimento: the setting is a tavern on the outskirts of Milan where a group of men have just received a despatch bearing the text of the armistice signed at Villafranca on 6 July 1859 between France, allied to Piedmont, and Austria. This brought an end to the second Italian war of independence permitting the annexation of Lombardy to the Kingdom of Savoy through the agency of France, though Veneto remained in the Austrian Empire. Signed unilaterally by Napoleon III, the armistice was received with great indignation in Italy, especially by those who like Induno had personally taken part in the anti-Austrian uprisings and now saw their hopes of national unity dashed. Probably inspired by a work by the English painter David Wilkie, Chelsea Pensioners Reading the Gazette of the Battle of Waterloo (London, Victoria & Albert Museum), which had become well known thanks to the reproductions in periodicals, Induno narrates the event by rejecting the iconography of history painting and chooses a suburban setting with figures characterised by the immediacy of their gestures, which make them very human. Unlike the canvases for the Milanese exhibitions, the brushwork is executed rapidly and becomes almost sketchy in the group of musicians on the right and the female figure in the doorway of the tavern, rendering the painting lively and powerfully expressive.

O Boletim de 14 de Julho de 1859, Anunciando a Paz de Villafranca, Milão, Itália ( Il Bullettino del Giorno 14 Luglio 1859 Che Annunziava la Pace di Villafranca) - Domenico Induno


O Boletim de 14 de Julho de 1859, Anunciando a Paz de Villafranca ( Il Bullettino del Giorno 14 Luglio 1859 Che Annunziava la Pace di Villafranca) - Domenico Induno
Milão - Itália
Museu do Risorgimento Milão
OST - 182x286 - 1862

O Acampamento Italiano Depois da Batalha de Magenta, Magenta, Itália (Il Campo Italiano Dopo la Battaglia di Magenta) - Giovanni Fattori

O Acampamento Italiano Depois da Batalha de Magenta, Magenta, Itália (Il Campo Italiano Dopo la Battaglia di Magenta) - Giovanni Fattori
Magenta - Itália
Galeria de Arte Moderna Palazzo Pitti Florença
OST - 232x384 - 1861

A Guarda Imperial em Magenta, 4 de Junho de 1859, Magenta, Itália (La Garde Impériale à Magenta, Le 4 juin 1859) - Eugène-Louis Charpentier


A Guarda Imperial em Magenta, 4 de Junho de 1859, Magenta, Itália (La Garde Impériale à Magenta, Le 4 juin 1859) - Eugène-Louis Charpentier
Magenta - Itália
Museu do Exército Paris
OST - 1860

Retrato de Dante Alighieri (Ritratto di Dante Alighieri) - Sandro Botticelli


Retrato de Dante Alighieri (Ritratto di Dante Alighieri) - Sandro Botticelli
Biblioteca e Fundação Martin Bodmer Cologny Suíça
Têmpera - 54x47 - 1495