terça-feira, 3 de setembro de 2019

Campo do Comercial / Estádio Costa Coelho, Comercial Futebol Clube, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil





Campo do Comercial / Estádio Costa Coelho, Comercial Futebol Clube, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Foto Postal Colombo N. 46
Fotografia - Cartão Postal

Campo do Comercial Futebol Clube no Esporte Clube Mogiana, na rua Guatapará.
Vista da avenida Primeiro de Maio, rua Guatapará, complexo de armazenamento de combustível e trilhos de trem.
O Estádio Costa Coelho é um estádio de futebol localizado na cidade de Ribeirão Preto/SP. De propriedade do Esporte Clube Mogiana, foi por mais de 10 anos utilizado como casa do Comercial Futebol Clube.
O Estádio Costa Coelho foi onde o Comercial passou a mandar seus jogos quando ressurgiu em 1954.
Tanto a construção de um campo de futebol, quanto a organização de um clube recreativo, eram sonho antigo de mais de 800 ferroviários da Companhia de Estradas de Ferro Mogiana, liderados pelo engenheiro Antônio da Costa Coelho. Desse sonho, viria nascer o Esporte Clube Mogiana.
Quando o Esporte Clube Mogiana foi fundado em 27 de julho de 1938, existia em suas dependências apenas uma piscina, que ficava ao longo de um terreno de mais de 13.000m². Mas o sonho de construir um campo de futebol estava vivo.
A intenção do Esporte Clube Mogiana de construir um campo de futebol acabou se tornando notícia por toda Ribeirão Preto. Nos jornais, noticiavam-se que a Cia. Mogiana estava intencionada a construir um estádio em Ribeirão, nos moldes iguais aos de que ajudava a construir em Campinas, para que sua equipe pudesse se desenvolver. O futuro campo da Mogiana ficaria no pequeno bairro da República (atualmente chamado de Vila Virgínia), em Ribeirão Preto.
Nesse amplo terreno foram feitas outras partes do clube, e logo depois, o tão sonhado campo também foi construído, que mesmo sem nome, passou a ser chamado de "Campo da Mogiana".
O "Campo da Mogiana" era simples e nem tinha arquibancadas, porém representava um grande avanço para uma equipe amadora, já que os ferroviários disputavam campeonatos varzeanos e a falta de um campo próprio atrapalhava o desenvolvimento e desempenho do time.
No período de 1938 a 1954, o campo foi utilizado para jogos de campeonatos amadores.
Quando o Comercial reorganizou-se, em 1954, iria precisar de um local para mandar seus jogos, e diante de todas as opções existentes, a escolhida foi o "Campo da Mogiana".
Assim, a diretoria comercialina arrendou o local e instalou arquibancadas de madeira, deixando-o com capacidade para 12.000 pessoas.
Nascia assim o Estádio Antônio da Costa Coelho.
O nome do estádio foi uma homenagem ao engenheiro Antônio da Costa Coelho, primeiro presidente do Esporte Clube Mogiana, que foi eleito para o cargo porque era o líder dos mais de 800 ferroviários que um dia sonharam em formar um clube.
Naquele pequeno estádio, o Comercial começou a reconstruir sua história.
Mesmo que o Campo da Mogiana já tivesse sido usado para jogos amistosos e amadores desde sua inauguração, em 1941, como Estádio, o Costa Coelho só recebeu seu jogo inaugural em 28 de agosto de 1954, em uma vitória do "Leão" sobre a "Veterana" (Comercial F.C. 4x2 A.A. Francana). Aquele, era apenas o terceiro jogo da história do Bafo no ressurgimento do para o futebol, já que o clube permaneceu inativo entre 1936 e 1954. Esse jogo também ficou marcado por ser a segunda vitória da nova história do clube (a primeira foi um 3x0 contra um time amador de Dumont), mas, principalmente, por ser o primeiro triunfo contra um time profissional na volta do "Leão" aos gramados.
Graças as boas campanhas que o Comercial teve nos anos 50, o Costa Coelho viveu o auge de sua história, recebendo jogos importantes do Campeonato Paulista da 1ª e 2ª divisão, tornando-se conhecido no estado de São Paulo.
Com a inauguração do Estádio Costa Coelho, os chamados "times grandes" passaram a jogar em Ribeirão Preto sem nenhum problema. Tivemos Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Portuguesa, Guarani, Ponte Preta, e até mesmo o Santos de Pelé e Coutinho, que certa vez venceu o Comercial com um placar de 3x1.
No Costa Coelho, o Leão do Norte conseguiu vários feitos e muitas conquistas, como o vice no Campeonato Paulista da 2ª divisão de 1954, e o título de campeão do Campeonato Paulista da 2ª divisão em 1958.
Ao longo dos anos foram disputados onze Come-Fogos dentro do Costa Coelho.
Oficialmente, o Comercial deixou de utilizar o Costa Coelho no dia 14 de outubro de 1964, quando inaugurou seu estádio próprio, o Palma Travassos.
O último jogo do Comercial no Costa Coelho aconteceu no dia 20 de setembro de 1964. Uma vitória comercialina por 2 a 0 sobre o América-RJ, com dois gols de Luís Carlos, marcando o adeus do Leão ao "brinco de madeira da Rua Guatapará". O jogo, um amistoso, foi realizado justamente para arrecadar fundos para construção do Palma Travassos.
Como o Comercial não usava mais o Costa Coelho, a diretoria do Mogiana também deixou de utilizar o estádio, e assim ele foi desativado, mas não por completo. Alguns anos depois, suas arquibancadas que agora eram desnecessárias, foram desmontadas dando espaço as canchas de bocha e malha.
O gramado, porém, não deixou de existir, porque, mesmo após o Comercial parar de utilizar o Costa Coelho, o campo não deixou de receber jogos de futebol. Mas, desde então, as partidas realizadas no campo voltaram a ser das várias ligas amadoras de Ribeirão Preto. 

Biscoito Globo, Rio de Janeiro, Brasil



Biscoito Globo, Rio de Janeiro, Brasil
Artigo


dia da carioca Magali Peixoto começa muito antes que as praias se encham de gente e as ruas se entupam de carros, arrebanhando a freguesia que garante seu emprego.
Ela trabalha à sombra de um sucesso popular no Rio de Janeiro. É empacotadora do biscoito Globo, o preferido das praias e dos engarrafamentos. Todo dia, sai de casa para o serviço às quatro e meia da manhã, quando o sol nem deu sinal de que pretende nascer e os vizinhos dormem no Morro da Caixa d’Água, no subúrbio de Quintino, a terra de Zico. Ela desce a ladeira irregular na noite fechada. “Daqui a pouco, todo mundo acorda, mas a essa hora sou só eu, Deus e os cachorros”, diz Magali, incluindo entre os madrugadores os dois vira-latas dela, Raí e Priscila.
Magali desce o morro com passos firmes. Visto de baixo, o caminho parece um barranco. De cima, um precipício. Mas, aos 53 anos, Magali sabe de cor onde pôr os pés. “Precisa me ver descendo isso aqui de salto alto, na chuva”, diz, oferecendo à interlocutora o próprio braço como balaústre. No horizonte, brilham os bicos de gás da Refinaria Duque de Caxias. Se já estivesse claro, ela informa, daria para ver, ao fundo da Baixada Fluminense, o cume do Dedo de Deus, lá em Teresópolis, a quase 90 quilômetros de distância.
Ao pé do morro, ela toma o trem para a cidade. E, no fim da linha, anda mais quinze minutos até a rua do Senado, número 273A. São 5h30 e ainda não amanheceu quando Magali chega à fábrica do Globo, como faz há 35 anos. Na frente do velho sobrado, os vendedores ambulantes começam a fazer fila, à espera da mercadoria. Lá dentro, prestes a dar início à epopéia do biscoito, está um dos donos da empresa. Faz meia hora que o padeiro Francisco Nunes Torrão aguarda seus onze funcionários para poder dar a largada de uma jornada que, desdobrada em dois turnos, só se encerrará 150 mil biscoitos mais tarde. Serão 96 fornadas consecutivas que se estenderão até as oito da noite.
Torrão é um dos sócios-fundadores do biscoito Globo. Nasceu em Portugal, 73 anos atrás. Veio para o Brasil em 1954, driblando a convocação para o serviço militar, num tempo em que o exército salazarista despachava soldados para as colônias africanas. Ele integra o quarteto que criou a empresa em 1963. Passados 46 anos, continua madrugando para abrir as portas da fábrica às cinco em ponto da manhã. Às seis, quando sai a primeira fornada, ele prova um biscoito ainda quente e – o que é essencial – antes que passe pela estufa, etapa que o tornará mais crocante. Torrão, ao contrário do mercado, prefere o Globo assim.
Outros onze empregados revezam-se para desdobrar o expediente por mais de catorze horas. A maioria tem “um bom tempo” de casa. E ninguém reclama da rotina. Edmilson da Silva, por exemplo, mantém o ponto da massa há 44 anos. Para esses detalhes, Torrão não troca por máquina alguma o toque humano. E só há quatro máquinas à vista nos 460 metros quadrados do prédio centenário, de paredes altas revestidas, de alto a baixo, com azulejos brancos. A tinta marrom nas portas está descascando.
O equipamento industrial se resume à misturadora, que vira a massa, à pingadeira, que molda as roscas, e aos dois fornos, que assam os biscoitos. “Muita coisa aqui ainda é feita manualmente”, resume Torrão. E isso não é problema. Depois de analisar o funcionamento da empresa no curso de engenharia de produção, o estudante Bernardo Cunha de Miranda, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, concluiu que o único gargalo visível nessa linha de produção está nos fornos, que fazem 164 biscoitos por minuto. Torrão agradeceu a informação e deixou tudo igual.
As mãos de Magali produzem 2 500 pacotes por dia. Manipulam, em média, 25 mil biscoitos. Quer dizer que arrumam as roscas em fileiras nos sacos de papel. Fecham sumariamente o invólucro, retorcendo como orelhas as pontas dos embrulhos. Achatam as embalagens com dois tapinhas anódinos. Cinco vezes por minuto.
Seus gestos parecem mecânicos. Mas a empresa lubrifica as engrenagens da produção artesanal com uma política de recursos humanos que, há décadas, promove o bom humor da turma na cozinha abafada por fornos ligados a 230 graus. Repete-se, na política pessoal, a fórmula do biscoito: nunca mudar o que uma vez deu certo. A firma paga salários acima do mercado –  de 300 a 500 reais por semana, de acordo com o faturamento da temporada – e sempre em dinheiro vivo. Não fala em demissões, reengenharia, reestruturação, downsizing e outras firulas da moderna administração de empresas. Na hora de contratar, aposta no bom e velho compadrio, preferindo parentes e amigos de funcionários antigos.
Magali é exceção. Entrou pela cota do acaso. Numa tarde de sol em 1973, comprou um pacote de Globo doce na praia do Flamengo, e aproveitou para perguntar se a fábrica não estaria precisando de alguém como ela. O vendedor palpitou que sim, porque o movimento era grande. Ela passou por lá no dia seguinte e pegou uma vaga.
Pela informalidade, o biscoito Globo não poderia parecer mais carioca. Mas ele é paulista. Nasceu em 1953, produto do fim de um casamento. Milton, Jaime e João Ponce Fernandes são irmãos cujos pais se desquitaram. A ter que escolher entre morar com a mãe ou com o pai, os três acharam mais fácil se mudar para os fundos da padaria de um tio, na rua Cipriano Barata, perto do Museu do Ipiranga, em São Paulo. Lá, aprenderam a fazer biscoito de polvilho. E nunca mudaram a receita.
O biscoito Globo chegou ao Rio em 1955. Veio para o 36º Congresso Eucarístico Internacional, que levaria multidões ao Aterro do Flamengo, ainda em fase de terraplenagem. A peregrinação religiosa foi, para o biscoito, uma epifania. Pela primeira vez, ele se encontrou com o povo aglomerado e descobriu que havia nascido para isso. Os irmãos Fernandes, depois do Congresso, acharam que era hora de transferir sua base de operações para uma padaria na rua São Clemente, em Botafogo.
Começaram como empregados. Do balcão, vendiam aos fregueses da casa a exclusividade que haviam trazido de São Paulo. Em pouco tempo, passaram a fornecê-la a outras padarias. Em menos de uma década, tinham clientela suficiente para inaugurar, com Francisco Torrão, a Panificação Mandarino Ltda. Como tudo na história do biscoito, a sociedade foi para sempre. “Nós quatro já nos separamos de nossas mulheres, mas não nos separamos uns dos outros”, diz Milton Fernandes.
Estava surgindo a era global no Rio de Janeiro. O Globo, jornal quase quarentão, preparava-se para pôr no ar o sinal de sua tevê, emprestando acidentalmente ao polvilho homônimo os índices de popularidade que, hoje, o professor de marketing Daniel Kamlot considera um trunfo do biscoito. Nem a geléia de mocotó Imbasa, lançada pelos proprietários das Organizações Globo, teve tanta sorte. E, sem sorte, ensina Milton Fernandes, “a gente nem atravessa a rua”.
O Globo versão polvilho chegou aos 56 anos sem gastar com propaganda. Seus donos estão cansados de rebarbar propostas de franquias, currículos de executivos e planos de expansão. A marca, com seu traço inconfundível de desenho colegial, foi estampada em cangas, biquínis, bermudas, bolsas, saias e até luminárias, sem que os proprietários sequer pensassem em licenciá-la. Os designers vão à rua do Senado, recebem o mesmo sorriso que acolhe os camelôs, mas, fora um ou outro agradecimento sincero pela publicidade gratuita, saem de mãos abanando. Que fiquem à vontade para usar a imagem como quiserem, mas exclusividade nem pensar.
Milton Fernandes admite que nem lê esses projetos. “Em biscoito que está ganhando não se mexe”, ensina. A fábrica só tem um ponto de distribuição – a porta do sobrado. É lá que o produto vai parar onde os fregueses estiverem, nas costas dos ambulantes. Essa rede de varejo maleável e autônoma não custa um centavo aos cofres da empresa. Tampouco há o menor gasto para se colocar na rua o responsável pela “melhor propaganda do mundo, aquele que trabalha doze horas por dia, não tira férias e, ainda por cima, não cobra nada”. Ou seja, o sol. Camelô e sol são o que o Rio de Janeiro tem de sobra. Os biscoitos Globo estão ancorados numa parceria imbatível. Trata-se de um business model mais sólido do que o de muitas instituições financeiras americanas.
A empresa funciona sem o que se possa chamar, tecnicamente, de estrutura administrativa. Os sócios repartem entre si todas as tarefas que sobram da cozinha. Atendem o telefone, que não pára de tocar; os vendedores, que não param de chegar; e os funcionários, que sob sua vigilância não param de trabalhar. Comandam o negócio entre paredes decoradas com recortes de reportagens sobre o biscoito. Recebem os ambulantes, um a um. Entregam a mercadoria mediante pagamento à vista, em dinheiro. O caixa é uma gaveta de madeira, que desafia as estatísticas de insegurança pública da cidade. O bebedouro fica na entrada. Posição estratégica, pois se estivesse do lado de dentro, os donos, além de suas tarefas, acumulariam o trabalho de servir água pessoalmente aos camelôs, invariavelmente assolados pela sede crônica de quem ganha a vida ao sol.
De quebra, a firma despacha biscoitos a granel, sem embalagem nem rótulo, para padarias da Zona Sul. Duas vezes por semana Francisco José Lourenço Torrão, filho do fundador, entrega essas encomendas, a 8 reais o quilo, revendido a 20 reais. Cantinas de escolas particulares compram diretamente 3 mil unidades por dia. No caso, em embalagens de plástico. A tradicional, de papel, só circula ao ar livre, onde o produto pode suar discretamente, sem manchar de gordura a embalagem. No papel, os biscoitos ficam fresquinhos por cinco dias e, no plástico, chegam a durar um mês.
Ao todo, saem de 10 a 15 mil pacotes de biscoitos por dia. Valem 5 mil, no mínimo, a preço de fábrica. Mas o faturamento é segredo da casa. “Dá para os quatro sócios e seus filhos viverem bem”, é tudo o que Milton Fernandes revela. O que não tem mistério é o biscoito em si, assunto que deixa o empresário loquaz: “Todos os biscoitos de polvilho são iguais. O que muda é a quantidade de leite e ovos que enriquecem a massa, e a qualidade do polvilho azedo. Claro que isso encarece a produção.”
Os polvilhos usados no Globo são o Ourense e o Orivaldo, marcas mineiras de Conceição dos Ouros, cidadezinha localizada numa região dedicada ao cultivo da mandioca, que é a base do polvilho ou fécula de mandioca. O controle de qualidade consiste em visitar os fornecedores pelo menos duas vezes por ano, para verificar in loco se o polvilho continua o mesmo. A fábrica tem peso na economia local e, uma vez por semana, recebe de lá um caminhão de farinha.
É esse polvilho azedo, e não o que se faz com ele, a maior diferença entre o Globo e o Extra, seu concorrente mais explícito, que usa ingredientes comuns. O Extra entrou na disputa de um lugar sob os sinais de trânsito no longínquo ano de 1969. Chamava-se Sortilégio. Mudou de nome na década passada, quando a editora do jornal O Globo lançou o Extra, um diário popular e barato. Basílio Soares, dono da Sortilégio e ex-cunhado de Milton Fernandes, enxergou na novidade sua chance de espelhar o império da comunicação no reino do biscoito de rua. E assim o mercado se manteve mais ou menos “em família”, dizem os Fernandes. Seus verdadeiros rivais são as pipocas doces de embalagem rosa-choque, as batatas fritas e os amendoins torrados.
Com Extra ou sem Extra, a misturadora do Globo leva os mesmos 50 quilos de polvilho azedo, 3 de sal Do Norte ou 4 de açúcar Guarani, adicionados aos 16,4 litros de gordura hidrogenada e 5 litros de leite Longa Vida, além de 25 ovos e um pouco de água fria. Em quinze minutos, a massa está pronta para a pingadeira. Com mais quinze, sai do forno, sob o olho atento dos funcionários, para evitar que o biscoito fique bronzeado demais. Supõe-se que as roscas um tanto pálidas façam mais sucesso na praia.
dia passa depressa no sobrado. Às dez horas, os pacotes já foram à luta com os ambulantes, que desde cedo garantiram senhas de atendimento, por ordem de chegada. Roberto dos Santos faz o horário das sete, quando Magali já fez 300 pacotes em tamanhos compatíveis com o bolso ralo do varejo informal. O pacote de 50 sacos sai por 25 reais, o de 40, por 20 reais e o de 25, por 12,50. “Me vê um 50 com 15”, diz Roberto. Nem precisa esclarecer que com isso quer dizer um pacote de 50 sacos, sendo quinze de biscoitos doces. Os salgados têm mais saída, exceto entre as crianças.
Roberto tem 53 anos. Há dez, trabalha em Ipanema, com prerrogativas de comerciante estabelecido. Troca de roupa no Posto de Salvamento. Veste o uniforme laranja do Matte Leão, inseparável companheiro de areia do biscoito Globo. Fica descalço, porque os chinelos podem jogar areia nos fregueses. Conhecido como “Negão”, espalha protetor solar Sundown fator 30 na pele. “Senão, fico azul.”
Deixa a mochila com o mesmo barraqueiro que guarda seu isopor com Matte Leão, Guaraviton, água com ou sem gás, H20, Coca-Cola, guaraná e cerveja. “A bebida é para puxar a venda, o biscoito é que dá lucro maior – sem ele não dá para trabalhar não”, ensina o ambulante. Cobra pelo Globo na praia o triplo do que paga na rua do Senado.
Em dias úteis, ele ganha em média 30 reais. Em domingos e feriados, 60. No verão, tira mais de 100 reais por dia, porque “anoitece mais tarde, temos mais tempo para vender”. Se o tempo vira, muda automaticamente de ramo e passa a oferecer a 10 reais, nas calçadas do bairro, os guarda-chuvas que compra por 2,70 na estação de trem Central do Brasil. Não troca essa vida pelo tempo em que tinha “um bando de chefe me mandando, horário para cumprir e contracheque pequeno”.
Conhece os ossos do ofício. Praia só vale a pena depois das dez. Se enche de turistas, o movimento piora, porque “gringo não compra o biscoito; eles trazem sanduíches esquisitos, cheios de carne dentro”. Referia-se, no caso, a franceses que partilhavam uma baguete com presunto de Parma. Na altura da rua Farme de Amoedo, que marca o território gay de Ipanema, comenta: “Isso aqui no Carnaval é um bloco, precisa ver.” Por critérios misteriosos, os ambulantes dividem a areia em lado esquerdo e direito. O esquerdo é ruim. Tem sempre um lado esquerdo, mas só os ambulantes sabem identificá-lo. Roberto diz que “só carioca compra o Globo”. Mas nem por isso deixa de mostrar aos forasteiros as torres que, estampadas no rótulo, ilustram a precoce candidatura do biscoito ao mercado globalizado.
O que atualmente se chama de “identidade visual” do biscoito Globo foi obra do padeiro Alfredo Simões Nobre, da Padaria Globo. O símbolo do produto é o corpo esquemático do boneco que encarna os críticos de cinema do jornal O Globo, o tal “Bonequinho Viu”. A Torre de Belém entrou no desenho como homenagem do português Nobre a Lisboa. A torre Eiffel, a de Pisa e o Pão de Açúcar ilustram o slogan “Biscoito Globo, todo mundo come”, que, de resto, não está impresso em lugar nenhum. Como todos os slogans, este também deve ser lido com certa desconfiança. Nem todo mundo come. Desde que se aclimatou ao Rio, o biscoito só atravessou as fronteiras da cidade há poucos anos. E assim mesmo para cruzar a baía de Guanabara e tentar a conquista de Niterói. Os donos não têm o menor interesse em ganhar o mundo.
O verde e o vermelho que colorem suas embalagens eram, em princípio, estritamente funcionais. Distinguiam o saco doce do salgado numa época em que se supunha que os ambulantes fossem analfabetos. Permanecem por respeito à tradição. “Tosco” e “genial”, resume o designer João Bonelli, diante da figura com o globo terrestre no lugar da cabeça. O especialista em branding Fred Gelli diz que se trata de “um clássico”, enroscado na memória afetiva dos cariocas há duas ou três gerações.
Como tem gosto vago e consistência evanescente, cada freguês pode sentir o que quiser, enquanto o biscoito se desmancha na boca. Inteiro, pesa 3 gramas e contém 12 calorias. Vem cheio de ar. Na memória, senão no paladar, lembra calor, estádio cheio e mate de barril. É impróprio para comer dentro de um carro, porque esfarela caindo no estofamento. Mas aparece antes do guarda, quando o trânsito pára. Os motoristas cariocas sabem que um engarrafamento é sério não só pelo número de carros parados, mas também pela quantidade de vendedores de biscoitos Globo na calçada.
Às duas da tarde, depois de andar 8 quilômetros na areia fofa e quente, vender onze pacotes de biscoito, três copos de mate, duas Coca-Colas, um guaraná, três cervejas, uma garrafa de H20 e outra de água com gás, Roberto pega sua marmita na barraca, escolhe a sombra de um coqueiro e senta para almoçar: macarrão, frango e quiabo. É a hora em que Magali sai da fábrica e volta de ônibus para o Morro da Caixa d’Água, com medo de que os outros passageiros a vejam “dormindo de boca aberta”, e o ambulante Artur Chamarelli Junior, de 39 anos, começa o dia.
Chamarelli mora ao lado do cemitério do Caju, atrás da avenida Brasil. Faz ponto no meio da avenida Perimetral, caminhando quarenta minutos, viaduto acima. Não há acessos para pedestres na Perimetral. Sem acostamento, os camelôs costeiam as pistas e disputam o meio-fio na beira do asfalto, toureando as motocicletas que passam de fininho. Os atropelamentos são frequentes ali.
O vendedor cumprimenta os colegas como se estivesse chegando à repartição. São dez camelôs, em fila indiana, espremendo-se contra a mureta. Todos à espera do engarrafamento que parece inevitável. Muitos ficam no alto das favelas, olhando para baixo. Está aí resolvido o mistério de por que os vendedores de biscoito Globo chegam antes nos engarrafamentos. Ao identificar os primeiros gargalos, descem correndo, mercadoria na mão. A Perimetral, como a Linha Vermelha, a Praça da Bandeira, a rampa do túnel Rebouças e outros nós previsíveis do sistema viário têm hora certa para encrencar. E é sempre no engarrafamento das seis que um estudante de história da Universidade Federal Fluminense compra biscoitos Globo todo dia: “É bem na hora do lanche, só saio da faculdade às dez.”
Ultimamente, a operação Choque de Ordem da prefeitura preocupa a rede de ambulantes, ameaçando suas guildas com um cadastramento capaz de desarrumar um negócio regido pela informalidade, mas com o rigor de uma junta comercial. Ali os preços são fixos. Ninguém faz dumping. E não se pega um bom ponto sem ter padrinho à altura. “Desconhecido, a gente bota para correr”, diz Chamarelli.
Ele está habituado a ouvir o estalo das portas travando, quando se aproxima de um carro. Mas afirma que, em ponto de camelô, assaltante não tem vez. E ele trabalha noite adentro. Aliás, se depender de cariocas como Magali e Chamarelli, o dia do biscoito Globo nunca tem hora para acabar.
Nota do blog: Provei quando estive no Rio de Janeiro e, pessoalmente, não achei grande coisa, acho que é superestimado, mais um daqueles produtos que os locais defendem com unhas e dentes, não pelo sabor, mas pelo que representam em termos de nostalgia e tradição.

Biscoito Globo, Rio de Janeiro, Brasil



Biscoito Globo, Rio de Janeiro, Brasil
Artigo

Uma mistura de polvilho, gordura, leite e ovos. A receita do Biscoito Globo, um ícone do Rio de Janeiro, é simples e se mantém a mesma desde que Milton Ponce, um dos responsáveis pela marca, aprendeu a fabricar o quitute ainda adolescente, na padaria de um primo. Mas há um detalhe aí: essa padaria ficava no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
Ponce levou o biscoito para o Rio em 1955, durante o 36º Congresso Eucarístico Internacional, onde obteve vendas bem acima do previsto. O jovem resolveu, então, mudar-se para a capital fluminense e abrir uma fábrica no bairro de Botafogo, onde permaneceu fabricando os mesmos biscoitos. Mais tarde, em 1965, com a entrada de um novo sócio para a expansão do negócio – Francisco Torrão, um português que saberia administrar padarias -, a iguaria, cuja receita permanece idêntica até hoje, passou a receber o nome de Biscoito Globo, muito "mais carioca" do que o até então Biscoitos Felippe – na época ainda não existia a emissora de televisão homônima, apenas o jornal, vale lembrar.
A história está em "Ó, O Globo!", espécie de biografia do alimento que será lançada no começo de fevereiro pela Valentina. A autora, Ana Beatriz Manier, uma apaixonada pela marca e pelo Rio de Janeiro, olha para os fatos de uma maneira um pouco diferente, no entanto. "Embora eu adore São Paulo, dizer assim, na lata, que o meu carioquíssimo biscoito Globo é paulista logo me faz reagir!", brinca. "A receita do biscoito de polvilho ainda hoje usada, o 'como fazer' e sua forma de distribuição sim, vieram da padaria paulista, embora todos saibamos que biscoitos de polvilho são de origem mineira. O biscoito, porém, tinha outro nome e nunca teria se tornado o que é se não fosse o temperamento descontraído do carioca, que o aceitou de imediato e o permitiu crescer", argumenta.
A venda nas praias em uma época na qual pouco ou nada havia de comida sendo comercializada nas areias do Rio se mostrou um fator decisivo para o sucesso do biscoito, que se transformou em uma referência de petisco à beira-mar.
"Eu diria que esse sucesso não se repete em outros lugares porque o casamento Biscoito Globo e carioca é um casamento perfeito, daqueles que jamais seria a mesma coisa em outro lugar", diz Ana. Segundo a autora, há ainda fatores diversos que pesaram consideravelmente para que o petisco se tornasse uma referência do Rio:
"Desde que surgiu, quando ainda nem tinha o nome 'Globo', ele já era um produto leve, saudável, gostoso de comer. Tinha aparência de produto artesanal bem-feito, era embalado com capricho e inspirava confiança no consumidor. Somada a isso, a forma de distribuição: desde seu início, o biscoito tanto era oferecido a quilo para outras padarias, quanto vendido diretamente ao consumidor em saquinhos semelhantes aos de hoje, e por vendedores ambulantes que estavam sempre à procura de lugares com boa aglomeração de gente. O principal deles, a praia".
Os ambulantes, aliás, também estão presentes no livro. Com um capítulo inteiro dedicado a eles – que somam entre 350 e 500 profissionais, cujas vendas se dividem em 70% de biscoitos salgados e 30% de biscoitos doces -, conhecemos pessoas como Denilson Guedes, o Bandeirinha, que há mais de 30 anos comercializa produtos na praia de Copacaba e há cinco se tornou uma espécie de líder de um movimento que visa regular o ofício que exerce. Outro que surge nas páginas de Ana é Luis Soares da Silva, o Ligeirinho, paraibano que ganhou o apelido por conta da velocidade que percorre a praia comercializando mate de barril e Biscoito Globo.
Entre elementos da história cultural do Rio de Janeiro, detalhes da vida dos empreendedores por trás da marca e diversas curiosidades – como os desdobramentos da crítica negativa que o New York Times fez do alimento no ano passado –, há também um encarte com imagens e fotos históricas, além de um espaço no qual fãs anônimos e famosos, como Ziraldo, Eduardo Paes, Evandro Mesquita e Helô Pinheiro, dão depoimentos sobre o Globo.
"Já perdi a conta do número de vezes em que o Biscoito Globo me salvou a vida no passado. Na rua, às pressas, entre um compromisso e outro de trabalho e sem tempo para almoçar, era só esticar o braço e aparecia um providencial vendedor – para me dar prazer e mitigar a fome. O incrível do Biscoito Globo é que ele não é gostoso só quando você está com fome. Acho que ele iria bem até no meio de uma feijoada. A outra coisa importante para mim é que, quando volto de alguma viagem – e os que me conhecem sabem que não gosto de sair do Rio –, a melhor maneira de constatar que estou de novo em casa é quando vejo à venda um saco do Biscoito Globo", relata, por exemplo, o escritor e jornalista Ruy Castro, outro fã confesso da, talvez, a mais carioca das iguarias.
P.S.: Eu, paulistano de nascimento e ribeirãopretano de coração, experimentei os dois (doce e salgado) na Praia de Copacabana quando estive no Rio de Janeiro. Achei sem sabor e sem graça, parecido com o que o jornalista do New York Times disse. Mas é uma questão de gosto. Prove e tire suas próprias conclusões.


53 Fatos sobre a Comida no Rio de Janeiro - Marcos Nogueira


53 Fatos sobre a Comida no Rio de Janeiro - Marcos Nogueira
Artigo

Há quase três meses instalado no Rio de Janeiro, acho que já consegui sacar um pouco da cultura gastronômica deste lugar. A seguir, listo algumas coisas que eu observei nessa temporada –algumas são boas, outras nem tanto, mas todas são impressões absolutamente subjetivas. Não vou entrar no mérito do uso das palavras “biscoito” ou “bolacha”, “mandioca” ou “aipim” etc. etc.
1-) De certa forma, o Rio é uma sucursal de Lisboa. A comida portuguesa tem aqui status e qualidade muito mais altos do que em SP.
2-) Os bolinhos de bacalhau são imbatíveis.
3-) Empada e pastel são coisa muito séria nesta cidade.
4-) O croquete goza de imensa popularidade.
5-) Encontra-se feijão em quase todo restaurante.
6-) Só se come feijão preto, o que não é nada mau.
7-) As casas de suco são onipresentes.
8-) Tem pizza terrível –ketchup acompanha– por toda parte.
9-) Mas também tem muita pizza boa. É só pesquisar direito.
10-) Comida japonesa é sinônimo de sushi e temaki… para além disso, a aposta é arriscada.
11-) O pessoal daqui inventou o yakissoba de calabresa.
12-) A pizza de calabresa tem queijo.
13-) Domingo é dia de cozido, algo que o paulistano desconhece.
14-) Os dias de feijoada são sexta-feira e sábado.
15-) A feijoada nunca tem bisteca na guarnição.
16-) Bisteca, por sinal, se chama carré.
17-) Picadinho é uma instituição.
18-) As pessoas pensam que tapioca é comida de verdade.
19-) Idem para o açaí com xarope de guaraná.
20-) As casas de suco e congêneres vendem bebidas estranhas para ratos de academia, com catuaba, ginseng e essas paradas todas.
21-) A caipirinha costuma ser lastimável.
22-) Chope vende mais do que cerveja.
23-) O cachorro quente dos carrinhos pode ser feito com salsicha ou com linguiça.
24-) O cachorro quente nunca leva purê de batata, mas pode levar passas.
25-) Existe uma coisa chamada sushi burrito.
26-) Biscoitos Globo não têm graça alguma, mas o pessoal venera.
27-) A comida de boteco quase nunca decepciona.
28-) Os donos de boteco quase sempre são vascaínos.
29-) Come-se muito jiló.
30-) Em muitos restaurantes, dá para comprar à parte uma guarnição completa. A guarnição Oswaldo Aranha é composta de arroz, batata frita, farofa e alho frito; a mineira tem arroz, tutu de feijão preto e couve refogada
31-) Nos restaurantes tradicionais, os pratos são imensos e caros, sem a possibilidade de pedir meia porção.
32-) É difícil encontrar boa comida italiana, mas ela existe.
33-) Guaraná sem gás, vendido em copinho plástico, é uma realidade.
34-) Cuscuz é um doce feito de coco.
35-) Bauru leva bife.
36-) O galeto está por toda a cidade e é delicioso.
37-) As bibocas famosas da zona sul têm filiais gigantescas na Barra da Tijuca.
38-) Os restaurantes famosos de São Paulo também.
39-) Aqui há um refrigerante que se chama Mineirinho.
40-) Os restaurantes por quilo se chamam restaurante a quilo.
41-) Os quilos abrem para o jantar.
42-) O conceito paulistano de padoca não tem equivalente no Rio.
43-) Para ser bem atendido, você precisa honrar a amizade com o garçom.
44-) No supermercado, as bebidas geladas são muito mais caras do que as da gôndola –e nem sempre estão geladas.
45-) Você pode entrar de bermuda e chinelo em quase qualquer restaurante, sem atrair olhares.
46-) Pipoca doce com leite condensado, para comer com uma pinça: é verdade.
47-) Os entregadores de pizza sobem até o apartamento.
48-) Carne de porco é bastante comum nos restaurantes.
49-) Apesar de o Rio estar à beira-mar, o peixe que mais aparece nos cardápios é a tilápia.
50-) Não espere pão à mesa. Ele costuma ser cobrado e entregue mediante pedido.
51-) As casas mais antigas ainda servem “salmon” e “petit-pois” (ervilha).
52-) Quase todos os lugares têm cardápio em inglês.
53-) Os erros de tradução dos cardápios em inglês são hilariantes.
Fonte: https://cozinhabruta.blogfolha.uol.com.br/2019/09/03/53-fatos-sobre-a-comida-no-rio-de-janeiro/


Mulheres Contemplando Arte Clássica, Itália (Three Women Contemplating Classical Art) - Henry Woods

Mulheres Contemplando Arte Clássica, Itália (Three Women Contemplating Classical Art) - Henry Woods
Itália
Coleção privada
OST - 24x61

It evokes the atmosphere of an ancient Roman city. Woods based this painting on women that he saw during his many years of living in Italy, and on artifacts excavated from Pompeii. 


Um Canal em Veneza, Itália (A Canal in Venice) - Henry Woods


Um Canal em Veneza, Itália (A Canal in Venice) - Henry Woods
Veneza - Itália
Coleção privada
OST

Aos Pés da Ponte Rialto, Veneza, Itália (On the Steps of the Rialto, Venice) - Henry Woods

Aos Pés da Ponte Rialto, Veneza, Itália (On the Steps of the Rialto, Venice) - Henry Woods
Veneza - Itália
Coleção privada
OST

Viaduto do Chá, 1958, São Paulo, Brasil


Viaduto do Chá, 1958, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotolabor N. 1035
Fotografia - Cartão Postal

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Volkswagen Type II 21 Window Samba Bus 1967, Alemanha



























Volkswagen Type II 21 Window Samba Bus 1967, Alemanha
Motor: 1776CC
Exterior : Branco e Vinho
Interior:  Branco e Bege
Fotografia

HIGHLIGHTS
Restored by VolksFab of Gig Harbor, Washington completed June 2018
1776cc/72 HP engine
4-speed transmission
Titan Red with Platinum Silver interior
Safari windshield with 6 pop-out windows
Sliding ragtop
Side entry door
Dash clock
Eight skylights
Stiftung AutoMuseum Volkswagen Certificate
Over the years, the Volkswagen Samba Bus proved to be one of the most versatile and enjoyable vans ever built. Affordable, nearly anyone could have a fantastically thought-out travel vehicle. Visibility was optimal to say the least, especially in the 21-window design, and it was nearly impossible to suffer from claustrophobia in one. This Samba Bus was restored by VolksFab of Port Orchard, Washington, and it was completed in June 2018 with a 1776cc/72 HP engine and 4-speed manual transmission. It’s documented with a Stiftung AutoMuseum Volkswagen Certificate. Painted in two-tone Titan Red and white with a Platinum Silver interior, the Type II Bus features the Safari pop-out windshield and six other pop-out windows, as well as a sliding ragtop in the roof. The Bus is equipped with a side entry door, dash clock and eight skylights, and it is the epitome of simplified large-scale motoring. With such visibility, it’s no wonder these were the preferred vehicles for sight-seeing tour companies throughout Europe. Introduced in 1950 as the Type 2, or T2, following the T1 Beetle it was partially based on, the Volkswagen Bus launched a craze for small vans, the likes of which the world had never seen—a craze that would sustain and inspire through the 1980s with Chrysler reinventing the minivan under its own name, as well as Dodge and Plymouth. In some way, it seems possible that all minivans can trace their lineage back to the T2. During the 1960s, American “flower children” preferred the Volkswagen to any other vehicle and were particularly fond of the Bus for its freedom to roam the country without fear of needing a place to sleep; pull the bus off the road, slide the curtains shut and the Bus turned into a mobile home. By 1972, the iconic “V” nose and smooth rounded styling would succumb to a squarer design, ushering in a more modern era for the Bus. Regardless, they were infinitely popular and mark a unique mobile solution for many motorists.
Fonte: https://www.mecum.com/lots/CA0819-381025/1967-volkswagen-type-ii-21-window-samba-bus/?fbclid=IwAR3Npgvo-bfQ386K4v8q0PlkA2B0RSTBsByY1c6vAAg39vP9Ye4RJp5uwy0


Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil




Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Photo Sport
Fotografia - Cartão Postal


Vista da Praça XV e Rua General Osorio. Detalhe da praça XV de Novembro vista a partir da Rua Álvares Cabral e ao lado direito a Rua General Osório.
Nota do blog: Existem duas variações desta imagem do mesmo emissor (vide abaixo).