sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Gasolina (Gas) - Edward Hopper


Gasolina (Gas) - Edward Hopper
MoMA Museu de Arte Moderna de Nova York, Estados Unidos
OST - 66x102 - 1940

This work resulted from a composite representation of several gasoline stations seen by the artist. The light in this painting—both natural and artificial—gives the scene of a gas station and its lone attendant at dusk an underlying sense of drama. But rather than simply depicting a straightforward narrative, Hopper's aim was "the most exact transcription possible of my most intimate impressions of nature"—in this case, the loneliness of an American country road. Fellow artist Charles Burchfield believed these paintings would remain memorable beyond their time, because in his "honest presentation of the American scene . . . Hopper does not insist upon what the beholder shall feel."

Como Usar e Compreender Expressões Latinas em Citações, Notas de Rodapé, Textos, Etc.


Como Usar e Compreender Expressões Latinas em Citações, Notas de Rodapé, Textos, Etc.
Artigo

Durante a leitura de um artigo científico, ou algum texto acadêmico, é comum nos depararmos com algumas abreviações (cf, apud, et al., et seq., idem ou id., ibid, op. cit., passim, loc. cit.) nas citações, notas de rodapé e nas referências bibliográficas. O que você faz? A maioria das pessoas pula para a palavra seguinte sem compreender o real significado daquelas abreviações. Esse post visa acabar com esse problema. Nele descreveremos cada uma delas mostrando seus significados e mostrando exemplos de como utilizá-las:
1-) Apud (citação da citação)
Apud (do latim junto a; em; perto de) citado por, conforme, segundo – pode, também, ser usada no texto e em nota de rodapé. 
Exemplo de como usar o apud (citação da Citação):
Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser […]
“[…] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946.” (VIANNA, 1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).
2-) Et al.
Et al.- deve ser lido como “e outros”, sendo uma abreviação do latim et alii ou et alia. Usado quando uma obra tem muitos autores, com o objetivo de não comprometer a legibilidade do texto, podendo ser utilizada tanto na citação ao longo do texto quando no texto da referência.
Exemplo de como usar o Et al.
SCHMIDT, D. C. et al. Pattern-Oriented Software Architecture: patterns for concurrent and networked objects. 2nd.ed. New York, NY, USA: John Wiley & Sons, Inc., 2000.
De acordo com (SIEGMUND et al., 2008), ….
3-) cf.
cf. (confira, confronte, compare) – usada como abreviatura para recomendar consultas a um determinado documento, trabalho ou alguma nota.
Exemplo de como usar o cf.
Cf. Barbosa, 2002, p.54-78  
Cf. nota deste capítulo
4-) et seq. ou sequentia
et seq. ou sequentia (seguinte ou que se segue) – utilizada em informação seguinte ou que se segue. Geralmente utilizada quando não se quer citar todas as páginas de uma determinada obra que foi referenciada no texto.
Exemplo de como usar o et seq. ou sequentia
Barbosa, 2002, p.45 et seq.
Albuquerque, 2005, p.23 et seq.
5-) idem ou id.
idem ou id. (do mesmo autor) – quando citamos diferentes obras de um mesmo autor podemos usar essa expressão para substituir o seu nome.
Exemplo de como usar o idem ou id
Barbosa, 2000., Id. 2004., Id 2012.
6-) ibidem ou ibid.
ibidem ou ibid (na mesma obra) – quando citamos a mesma obra várias vezes e a única diferença é o número das páginas.
Exemplo de como usar o ibidem ou ibid
Batista, F. R. Ferramentas de apoio a programação. Rio de janeiro: Atlas, 2003. Ibid., p.34, Ibid., p.78
7-) op. cit.
op. cit. (opere citado, obra citada) – utilizada quando uma obra é citada anteriormente, na mesma página, quando houver intercalação de outras obras.
Exemplo de como usar o op. cit.
Barbosa, 1998, p.19 ; Batista , 2000, p.213. ; Barbosa, op.cit., p.40-43; Batista, op.cit., p.376
8-) passim
passim (Aqui e ali, em diversas páginas) – utilizada quando as informações foram retiradas de diversas páginas de um determinado documento.
Exemplo de como usar o passim
Barbosa, 1999, passim. 2 Batista; João, 2000, passim.
9-) loc. cit.
loc. cit. (no lugar citado) – usado para citar a mesma página de uma obra já citada anteriormente, mas com intercalação de notas.
Exemplo de como usar o loc. cit.
Barbosa, 1999, p.19.  Batista. João, 2000, p. 2-3. 3 Barbosa, 1999, loc.cit. 4 Batista.João, 2000, loc. cit.

Natureza Morta (Bodegón) - Fernando Botero


Natureza Morta (Bodegón) - Fernando Botero
Coleção privada
OST - 92x107- 1994


“The problem is to determine the source of the pleasure when one looks at a picture. For me, the pleasure comes from the exaltation of life, which expresses the sensuality of forms. For this reason, my formal problem is to create sensuality through forms." Fernando Botero.

Estrada de Ferro do Corcovado, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez


Estrada de Ferro do Corcovado, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
N. 159
Fotografia - Cartão Postal


Os colonizadores portugueses batizaram a montanha de Pico da Tentação, uma referência a um monte bíblico. No século XVII o monte é rebatizado de Corcovado, devido a sua forma que lembraria uma corcunda (corcova). Em 1824, dois anos após a independência do Brasil, Dom Pedro I lidera uma expedição ao topo do Corcovado, abrindo um caminho para o cume. 35 anos mais tarde, em 1859 o padre Pedro Maria Boss sugere à Princesa Isabel que seja construído um monumento religioso no alto do Corcovado. Em 1882 Dom Pedro II autoriza a construção da Estrada de Ferro do Corcovado, que começa a funcionar em 1884 no trecho Cosme Velho Paineiras. Um ano mais tarde é inaugurado o trecho final da estrada de ferro, ligando as Paineiras ao topo do morro. A extensão total da ferrovia é de 3800 metros. Somente em 1921 é retomada a ideia do Padre Maria Boss de construir um monumento religioso, na ocasião para comemorar-se o centenário da independência do Brasil. A pedra fundamental da construção é lançada em 4 de abril de 1922. Em 1923 é realizado um concurso para a escolha do monumento a ser construído e o projeto vencedor é do engenheiro Heitor da Silva Costa. Finalmente, em 1931 é inaugurada oficialmente a Estátua do Cristo Redentor.
Por séculos, o pico do Corcovado foi somente objeto de contemplação, ninguém em sã consciência pensaria em subir até local tão inacessível e perigoso. Tudo começou a mudar no século XVIII, quando a falta de água forçou as autoridades a criarem um sistema de captação e transporte do líquido até o Centro da cidade, através de um aqueduto e dos Arcos, em seu trecho final. Com essa obra, passou a existir um caminho que ia até a origem das águas do rio Carioca, nas montanhas do Corcovado, o que levou os primeiros exploradores do século XIX a realizarem o ousado feito em lombo de burro ou cavalo, subindo a partir da Ladeira de Santa Teresa pelo trajeto das atuais ruas Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino, junto ao aqueduto.
O acesso à montanha só deixaria de ser uma aventura quando, em 1882, os engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares receberam autorização para a construção de uma estrada de ferro que fosse do Cosme Velho até o Corcovado, tornada possível pela recente invenção da tração por cremalheira, do suíço Riggenbach. A obra foi inaugurada em 9 de outubro de 1884, no trecho entre o Cosme Velho e as Paineiras, honrada com a presença do Imperador D. Pedro II e sua família. Os visitantes tiveram o privilégio de realizar uma viagem de sonho por uma floresta quase virgem, da qual se descortinavam fantásticas paisagens, que até então pouquíssimos haviam conhecido.
Em 1º de Janeiro de 1885, a ferrovia chegava até o Alto do Corcovado, ao mesmo local de hoje em dia, e daí subia-se até a plataforma de observação, no local da atual estátua. Para proteger os visitantes do sol inclemente, foi construído um pavilhão de ferro com 13,5 metros de diâmetro, cuja função e formato circular fez com que recebesse o apelido apropriado de "Chapéu de Sol". Foi contemporâneo de nossos bisavós, até que em 1931 fosse finalmente inaugurado o monumento do Cristo Redentor.
Por volta de 1880 as ferrovias ainda estavam surgindo timidamente no país, atendendo basicamente as áreas onde era necessário escoar a produção agrícola até os grandes centros e portos, mas a situação já permitia alguns "luxos" como o projeto para se construir uma ferrovia eminentemente turística, que daria acesso ao pico do Corcovado, situado na então capital nacional, Rio de Janeiro. A 7 de janeiro de 1882 o Decreto Imperial n° 8372 concedia ao Eng° Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares a concessão para a construção dessa ferrovia. O projeto dessa ferrovia foi feito pelo Eng° Pereira Passos, que se consagraria nas décadas seguintes por suas outras realizações e obras, tendo sido apresentado a 16 de abril do mesmo ano.
A via permanente tinha bitola métrica e em função do pesado gradiente - 668 metros de altitude a serem vencidos ao longo de 3,7 quilômetros - foi necessário adotar um sistema de cremalheira, no caso o sistema Riggenbach, já adotado na Suíça. A tração dos trens era feita a vapor. Em função do relevo do terreno obviamente a obra, apesar de curta, não foi fácil: as rampas adotadas variaram de 4 a 33%, raio de curva mínimo de 30 metros, cortes de até 18 metros de profundidade e um grande viaduto de aço, nas imediações da estação Silvestre, com 170 metros de comprimento. A rampa máxima ocorria num pequeno trecho entre as estações de Paineiras e Alto do Corcovado. A 9 de Outubro de 1884 iniciou-se o tráfego na estrada entre Cosme Velho e Paineiras, na presença da família imperial e importantes membros do governo.
A inauguração do tráfego público na E.F. Corcovado só ocorreu a 1° de julho de 1885, tornando-se assim a primeira ferrovia turística da América Latina. Sua estação inicial, no nível do mar, era denominada Cosme Velho, atingindo o Alto do Corcovado após passar pelas estações intermediárias de Silvestre e Paineiras. O passeio por esta ferrovia tornou-se mais uma grande atração turística da Cidade Maravilhosa. Houve várias mudanças de concessionários ao longo dos anos, enquanto que as despesas de manutenção da ferrovia aumentavam, sem poder ser compensada pelo aumento no número de viagens, dada a incapacidade do equipamento disponível. A situação foi-se degradando até que em 1902 o governo determinou a suspensão do tráfego nessa ferrovia a bem da segurança pública, em função do mau estado de conservação da linha e seu material rodante.
Em 1903 a companhia vai à falência e seus bens são arrematados pelo advogado Rodrigo Otávio de Langard, que repara a linha e restaura o tráfego na E.F. Corcovado. Contudo, os equipamentos são basicamente os mesmos já disponíveis e a companhia continuava deficitária.
Foi então que ocorreu uma conjunção favorável de interesses que permitiu reativar a ferrovia. A 30 de maio de 1905 a empresa canadense The Rio de Janeiro Tramway Light and Power Co. iniciou suas operações como concessionária pública para o fornecimento de energia elétrica no Rio de Janeiro e estava procurando novos consumidores para a significativa sobra de energia que estava prevista. Nada mais natural que desejasse que um dos cartões postais do Rio fosse um desses novos clientes. Dessa forma, a 22 de maio de 1906 o Governo Federal transferiu a concessão da E.F. Corcovado para a Light através do Decreto n° 6040, tendo sido efetivada a 20 de agosto do mesmo ano.
Contudo, a eletrificação da E.F. Corcovado teve de esperar a construção da usina hidrelétrica do Ribeirão das Lages pela Light, cujas obras se iniciaram em 1906; a inauguração ocorreu a 14 de fevereiro de 1908. E somente a 29 de julho de 1909 é que foi assinado o decreto 7480 obrigando a concessionária a transferir a tração da E.F. Corcovado do vapor pela elétrica, conforme acordo celebrado pelo Ministro da Viação, Eng° Francisco Sá, e o representante da Light, Alexandre Mackenzie. Note-se que esta foi a primeira participação marcante do Eng° Francisco Sá na eletrificação ferroviária brasileira; em 1926 ele também autorizaria as obras de eletrificação da E.F. Oeste de Minas, como Ministro da Viação do governo Arthur Bernardes.
As obras da eletrificação da E.F. Corcovado foram iniciadas a 18 de novembro de 1909, sendo realizadas pela firma suíça Oerlikon e fiscalizadas pelo engenheiro Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis. Foi adotado o padrão de corrente elétrica de 750 volts, corrente alternada trifásica a 50Hz, para alimentação das composições elétricas.
A ferrovia era alimentada pelo concessionário público com uma linha trifásica de 6 kV, proveniente da usina hidrelétrica do Ribeirão das Lages. A subestação para conversão de energia ficou localizada em Paineiras, onde três transformadores estáticos reduziam a voltagem da corrente primária a 750 volts, mantendo sua intensidade em 600 ampères. Dos três transformadores dois forneciam corrente de 150 ampères cada um, enquanto que o terceiro proporcionava 300 ampères. As composições eram alimentadas por duas linhas de contato e pelos trilhos. A corrente secundária era tomada nos transformadores, onde os trilhos recebiam uma fase da corrente por um fio de 8 mm de diâmetro; as duas outras fases eram transmitidas pelas linhas de contato.
O novo material rodante era constituído de quatro locomotivas elétricas, fabricadas pela SLM/Oerlikon de Winterthur, Suiça, e quatro carros de passageiros. As locomotivas elétricas dispunham de dois motores elétricos de 155 HP cada um, totalizando 310 HP, dois freios de mão, um freio elétrico e um freio automático, acionado em caso de excesso de velocidade. Os carros de passageiros eram os mesmos que já rodavam com as locomotivas a vapor, mas haviam sido totalmente restaurados. Sua lotação era de 86 passageiros sentados; seu peso vazio era de 4,5 toneladas. As composições eram constituídas de forma a manter a locomotiva entre os carros e a porção inferior da linha, ou seja, empurrando os carros na subida ou escorando-os na descida. Isso era necessário pois os carros não dispunham do sistema de cremalheira e, dessa forma, em caso de um desengate acidental não haveria o risco de perda de controle.
Segundo palestra do engenheiro Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis, proferida no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro em 5 de julho de 1910, os motores de corrente trifásica eram mais simples e baratos que os de corrente contínua. Além disso, segundo seus cálculos a adoção da eletricidade proporcionaria uma economia de 60% nas despesas da E.F. Corcovado com energia.
Não houve uma inauguração formal da eletrificação na E.F. Corcovado, com as composições elétricas entrando progressivamente em tráfego a partir de 2 de dezembro de 1909 até a total supressão dos trens a vapor, que ocorreu em fevereiro do ano seguinte. Do ponto de vista formal, a E.F. Corcovado pode ser considerada como sendo a primeira estrada de ferro elétrica do Brasil, já que seus trens eram compostos de uma locomotiva e um carro de passageiros.
O sucesso desse novo modo de tração foi inegável, permitindo que a E.F. Corcovado recebesse milhares e milhares de turistas ao longo de décadas sem nenhum tipo de acidente. A inauguração da estátua do Cristo Redentor no alto do Corcovado, em outubro de 1931, foi representou mais um forte atrativo para a visitação daquele ponto turístico. Note-se que a E.F. Corcovado contribuiu de forma decisiva para a construção desse monumento, transportando os materiais e mão de obra necessários.
A 10 de Janeiro de 1966 uma tromba d'água destruiu a seção da linha de bondes da antiga Companhia Ferro-Carril Carioca (a famosa linha de Santa Teresa) que chegava até a estação Silvestre da E.F. Corcovado, terminando a antiga conexão que havia entre esses dois meios de transporte.
A concessão com a Light and Power terminaria a 8 de janeiro de 1970. Contudo, já em 1964 a empresa canadense fez um acordo com o governo e antecipou o fim de sua concessão do serviço de transporte público por bondes mas o acordo não incluiu a E.F. Corcovado, que continuou sendo operada pela Light até a data inicialmente acordada. Nessa data, contudo, foi interrompido o tráfego nessa ferrovia, já que nem a Light, nem outra empresa particular e nem o governo desejavam manter o serviço. Após alguma discussão, o governo do então estado da Guanabara retomou o serviço a 19 de abril de 1970. Contudo, um acidente sem maiores consequências ocorrido a 17 de dezembro de 1971 - o primeiro desde a inauguração - mostrou que o equipamento, com mais de 60 anos de uso constante, estava superado e precisava ser modernizado.
Essa modernização, contudo, só começou a ser providenciada em 1976, quando foram encomendados à empresa suíça SLM/BBC sete novos carros de cremalheira, sendo quatro carros-motor e três carros-reboque, com comandos acoplados ao carro motor. Os novos carros apresentavam as seguintes características: comprimento de 24,5 metros, peso de 19 t (carro-motor) e 17,8 t (carro-reboque), lotação de 58 (carro-motor) e 63 (carro-reboque) passageiros, velocidade de 15 km/h (subida) e 12 km/h (descida), potência total de 306 HP distribuída igualmente entre dois motores, alimentação por corrente alternada trifásica de 900 V, 60 Hz. Essas composições também operam pelo sistema Riggenbach de cremalheira.
Em abril de 1977 foi interrompido o tráfego pela E.F. Corcovado para que pudesse ser feita uma profunda reforma em sua via permanente e sistema de eletrificação, adequando-os aos novos carros que haviam sido encomendados. O sistema foi reaberto ao público a 9 de março de 1979, sendo suprimida a estação de Silvestre, que só era usada para baldeação dos passageiros para a linha de bondes de Santa Tereza que, conforme foi visto há pouco, havia tido sua seção até Silvestre destruída por uma tempestade em 1966. Essa seção do serviço de bondes foi restaurada em 1995 mas, estranhamente, nunca entrou em operação comercial, embora Allen Morrison, um renomado especialista em bondes, tenha percorrido o trecho num bonde fretado em 1996.
Essa modernização permitiu à E.F. Corcovado continuar se mantendo como um dos mais importantes e concorridos cartões turísticos do Rio de Janeiro. Já os antigos trens elétricos SLM/Oerlikon infelizmente encontram- se abandonados até hoje esperando uma possível restauração.
De acordo com Allen Morrison a E.F. Corcovado é uma das únicas quatro ferrovias de cremalheira ainda existentes no Hemisfério Ocidental. Dessas quatro, apenas duas possuem tração elétrica: a própria E.F. Corcovado e a seção da Serra do Mar da E.F. Santos a Jundiaí. As outras duas estão localizadas nos Estados Unidos: Mike's Peak, no Colorado, usando tração diesel, e Mt. Washington, em New Hampshire, que usa tração a vapor e é a mais antiga em funcionamento no mundo, tendo sido aberta em 1869.
Hoje, mais de 120 anos depois, a subida até o Corcovado continua emocionando e impressionando pessoas do mundo todo, e é fundamental, por parte dos responsáveis, a boa conservação deste patrimônio, que inclui tanto a ferrovia quanto o próprio monumento. É uma forma de honrar o legado histórico e as bênçãos recebidas, representadas pelos generosos braços do Redentor, abertos sobre a Guanabara.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Cartão Postal "Siempre No los Lavo, Algunas Veces Comemos Afuera" - Pedro Seguí

Cartão Postal "Siempre No los Lavo, Algunas Veces Comemos Afuera" - Pedro Seguí
Cartão postal - Humor


Este desenhista e cartunista começou a sua carreira profissional desenhando no diário “El Pampero”, mas não foi a prancheta a sua única paixão, já que também cultivou com entusiasmo o turfe e o boxe.
Em Concordia, na sua província natal de Entre Ríos — pesando apenas 44 quilos —, destacou-se como jóquei, vencendo numerosas corridas, e, mais tarde, já em Buenos Aires, dedicou-se ao boxe e representou o clube River Plate na categoria mosca.
Com o tempo, o desenho iria ocupar um lugar preponderante nas suas atividades e acabaria impondo o seu traço pessoal e virtuoso, até ser requisitado pela maior parte das publicações argentinas da época. Seus trabalhos apareceram — dentre muitas outras revistas — em “Mundo Argentino”, “Antena”, “Pobre Diablo”, “Tío Vivo”, “Media Suela” e “Tía Vicenta”.
Também foi colaborador assíduo das revistas brasileiras “Rir” e “Humor”.
No Brasil, além disso, fez desenhos humorísticos de temática futebolística para a TV Record de São Paulo.
Na exitosa revista “Rico Tipo”, de Guillermo Divito, criou vários personagens que tiveram grande repercussão, como “El Gordo Villanueva”, “El Ñato Desiderio” e “Don Bildigerno”.
Nesta publicação, também deu identidade gráfica a “Juan Mondiola”, que não nasceu como personagem, e sim como o pseudônimo com que o escritor Miguel Ángel Bavio Esquiú assinava os seus relatos picarescos.
Com o tempo, Mondiola adquiriu identidade própria, tornando-se independente do autor, e o desenho de Seguí foi determinante para que isso acontecesse, ao dar-lhe rasgos inconfundíveis de identidade: casaco cinza, chapéu preto e um lenço com um monograma.
Esta criação chegou a ter uma enorme aceitação, a tal ponto que chegou a ser o mote de uma revista, inspirou um tango e até foi levada ao cinema, em 1950, com o ator Juan José Míguez como Mondiola, direção de Manuel Romero e roteiro de Emilio Villalba Welsh e Alejandro Verbitsky. A capacidade de Seguí para captar a essência de um personagem foi descrita certeiramente na revista “Dibujantes” por Franco Panzera: “É um dos poucos casos de desenhistas cujos personagens que lhe pediram para criar, para ilustrações de diversos contos, foram tão certamente bem sucedidos, tão de acordo com a idiossincrasia modelada pelo roteirista, que a notoriedade e a rápida fama dos mesmos repartiu-se entre ambos: autor e ilustrador”. Outra das suas habilidades destacadas foi a de desenhar “garotas” muito atraentes, que competiam com as do próprio Divito.
O humorista Dardo Ruíz Díaz, na revista “Humorón”, afirmou a respeito: “Assim como se reconhecem as aves pelo voo, reconhece-se a Seguí pelas garotas”. Colaborou, também, durante muitos anos com a revista “Lúpin”, de Guillermo Guerrero, através do caubói “Johnny Retruenos” e dos pilotos de carros “Tuerkito y Gasolina”.

Cartão Postal "Papai, a Bola Está Aqui" - Pedro Seguí


Cartão Postal "Papai, a Bola está Aqui" - Pedro Seguí
Cartão Postal - Humor

Nota do blog: Que tempo maravilhoso! O mundo atual é muito sem graça...

Curva Ferroviária Elevada, Rua 110, Nova York, Estados Unidos


Curva Ferroviária Elevada, Rua 110, Nova York, Estados Unidos
Nova York - Estados Unidos
Fotografia - Cartão Postal

Banhista Arrumando os Cabelos (Baigneuse s’Arrangeant les Cheveux) - Pierre Auguste Renoir


Banhista Arrumando os Cabelos (Baigneuse s’Arrangeant les Cheveux) - Pierre Auguste Renoir
Museu Renoir de Cagnes-sur-Mer França
OST - 1890

Rua XV de Novembro, 1931, São Paulo, Brasil - Theodor Preising


Rua XV de Novembro, 1931, São Paulo, Brasil - Theodor Preising
São Paulo - SP
Acervo Coleção Pirelli/MASP
Gelatina/Prata Tonalizada - 46x30 - 1931
Fotografia - Cartão Postal


Theodor Preising, fotógrafo profissional participou da 1ª. Guerra Mundial como fotógrafo na frente de combate. Em 1920 viajou para América do Sul, morou alguns meses na Argentina e fixou residência no Brasil. No início dos anos 20 comercializou máquinas fotográficas, acessórios e cartões postais no Grande Hotel do Guarujá. Em 1923 estabeleceu-se definitivamente no Brasil com a família e no ano seguinte montou um laboratório fotográfico em São Paulo. Produziu cartões postais e álbuns fotográficos de várias cidades do Brasil como São Paulo, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Petrópolis, Salvador, Curitiba, Joinville entre outras. Em 1935 Preising foi o primeiro a introduzir no Brasil máquinas de pequeno formato como a Leica e a Contax. Em 1936 trabalhou junto com o fotógrafo Benedito Junqueira Duarte na revista São Paulo. Em 1941 naturalizou-se brasileiro. Com o início da 2ª. Guerra Mundial, Preising foi proibido de tirar fotos externas nas cidades, então passou a documentar a agricultura do país. Os fazendeiros compravam os registros fotográficos das lavouras de algodão, café, banana e trigo. Trabalhou ainda no Departamento de Imprensa e Propaganda/DIP no Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo. Seu arquivo de cerca de 14.000 negativos pertence ao bisneto Douglas R. Aptekmann.
Nota do blog: É uma das imagens mais icônicas da cidade de São Paulo. Existem duas versões desta imagem, sendo uma como fotografia (a desse post, note no canto inferior direito que ela foi cortada) e outra como cartão postal. Eu continuo na procura por uma imagem maior e sem corte.




Exemplo em que dois produtos diferentes foram gerados em períodos e circuitos distintos contendo o mesmo registro da Rua 15 de Novembro em direção à Praça Antônio Prado no centro de São Paulo, realizado por volta de 1930. Temos lado a lado, um cartão postal que circulou no contexto em que a fotografia foi realizada e atualmente faz parte da coleção particular de Apparecido Jannir Salatini e a reprodução fotográfica elaborada contemporaneamente para integrar a Coleção Pirelli/MASP de Fotografia.
Comparando as duas imagens, podemos notar que o recorte adotado na reprodução incorporada pela Coleção Pirelli/MASP, em relação ao cartão postal, se expande lateralmente à direita, mas diminui na parte inferior. Não ficando visível, portanto, a marca do fotógrafo composta pelas letras CTP, provavelmente, Copyright Theodor Preising. A marca costumava ser aplicada manualmente no negativo fotográfico pelo lado da emulsão como garantia de manutenção do crédito nas reproduções. As legendas muitas vezes eram inseridas da mesma maneira ou no entorno do suporte como no cartão postal selecionado.

Aspecto da Serra, Rodovia Anchieta, Estado de São Paulo, Brasil


Aspecto da Serra, Rodovia Anchieta, Estado de São Paulo, Brasil
Estado de São Paulo - SP
Foto Postal Colombo N. 169
Fotografia - Cartão Postal