Lavadeiras Trabalhando no Rio Tamanduateí, Circa 1890, São Paulo, Brasil
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sábado, 3 de outubro de 2020
Quase Término das Obras de Construção do Viaduto do Chá, São Paulo, Brasil
Quase Término das Obras de Construção do Viaduto do Chá, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Revista Life - Estados Unidos
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Propaganda "Mexe Com o Coração Sem Mexer Com o Bolso", Yamaha RX 80, Yamaha, Brasil
Propaganda "Mexe Com o Coração Sem Mexer Com o Bolso", Yamaha RX 80, Yamaha, Brasil
Propaganda
Nota do blog: 1979.
Agosto 1993 - Agosto
Agosto 1993 - Agosto
Minisérie de TV
Brasil - 16 episódios
Poster da série
Agosto é uma minissérie brasileira produzida e exibida pela Rede Globo, de 24 de agosto a 17 de setembro de 1993 totalizando 16 capítulos.
Escrita por Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, a minissérie foi baseada no romance homônimo de Rubem Fonseca, teve direção geral de Paulo José, Denise Saraceni e José Henrique Fonseca e núcleo com Paulo José, apresentando nos papéis principais José Mayer e Vera Fischer. A história retrata, com licenças ficcionais, os acontecimentos que culminaram no suicídio do presidente Getúlio Vargas.
A história começa nos primeiros dias do mês de agosto de 1954, que passaria à História do Brasil. No dia 24, o presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio. A conjuntura política do momento, na vida real, se mistura à trama ficcional que tem início com a morte de um empresário. Paulo Gomes de Aguiar (Paulo Fernando) é encontrado morto em sua casa e o Comissário Alberto Mattos (José Mayer) é designado para o caso. Dessa maneira, o policial reencontrará uma página de seu passado.
A mulher de Paulo, Luciana (Lúcia Veríssimo), é amante de Pedro Lomagno (José Wilker), outro rico empresário. Ele é marido de Alice (Vera Fischer), que sofre de problemas psicológicos e trata-se do grande amor de juventude de Mattos. Os dois não puderam se casar em virtude de preconceitos de classe. Os problemas da delegacia infecta e corrupta e as questões pessoais fazem com que o comissário sofra muito com uma úlcera, que suporta com frequentes doses de leite puro.
A prostituta Arlete (Letícia Sabatella) é outra personagem importante. Apaixonada por Mattos, ela não gosta de seu “coronel”, Magalhães (Hugo Carvana). Ainda que o policial a trate de uma forma não muito carinhosa, ela o ama e ele acaba se apaixonando por Salete também. Mas quando se dá conta disso, já é tarde. O mesmo assassino que deu fim à vida de Paulo, Chicão (Norton Nascimento), dá cabo do casal.
Um grande destaque do elenco foi Tony Tornado. Na pele de Gregório Fortunato, o chefe da segurança de Getúlio Vargas que tinha sobre o presidente grande influência e era acionado por políticos, empresários e qualquer pessoa interessada em favores do Catete, Tony apresentou um grande trabalho, digno dos maiores elogios. A prepotência e a arrogância de Gregório, e sua postura diante de uma situação que fugiu ao controle – o atentado a Carlos Lacerda, na Rua Tonelero, orquestrado por ele, aliás – deram margem a uma grande interpretação.
Os personagens fixos da história não eram muitos. Em contrapartida, atores consagrados fizeram participações bastante especiais, algumas muito breves, o que abrilhantou ainda mais o projeto bem cuidado.
Num de seus últimos trabalhos, Paulo Gracindo interpretou Seu Emílio, antigo professor de música de Mattos que, hoje velho e doente, passa por dificuldades financeiras. Lima Duarte foi Turco Velho, matador contratado para assassinar o Comissário Mattos. Todavia, ele falha em seus intentos.
Cláudio Corrêa e Castro foi o contraventor Ilídio e Ary Fontoura o Dr. Ipojuca, seu advogado. Mário Lago (Aniceto) e Milton Gonçalves (Euzébio) viveram outros poderosos contraventores, amigos de Ilídio.
Rosita Thomaz Lopes apareceu como a mãe de Alice, ainda desaprovando o relacionamento da filha com Mattos. Léa Garcia viveu Sebastiana, a mãe de Salete, que morava no morro. Ainda, Antônio Petrin e Nelson Dantas foram amigos de Mattos ligados a investigações e perícias criminais.
Agosto foi reprisada pela Globo uma única vez, em fevereiro de 1995. Compactada em 8 capítulos, a minissérie integrou um ciclo de reprises comemorativas dos 30 anos da emissora. Posteriormente, uma reprise integral ocorreu no canal Viva, em 2011. Nesse meio tempo, em 2004 a Globo Marcas lançou uma versão em DVD, que não é integral. Anteriormente, ainda nos anos 1990, um compacto em VHS também chegou às lojas.
Renault Duster, França - Jeremy Clarkson
Renault Duster, França - Jeremy Clarkson
Artigo
Há muitas coisas que eu não compraria usadas. Cuecas, um colchão, uma escova de dentes, cotonetes… A lista é interminável.
E um carro? Claro, você pode achar que se conseguir um time de albaneses para lavar, escovar e lustrar até não poder mais, todos os vestígios do proprietário anterior e seus hábitos nojentos podem ser removidos. Mas infelizmente não é assim.
Há alguns anos, fiz um teste estilo polícia científica no interior de carros usados que passavam por diversos serviços de valete, e a descoberta do pessoal das lâmpadas ultravioleta foi assustadora.
Todos estavam cobertos por uma fina camada de muco e dois revelaram grandes quantidades de sêmen no banco traseiro.
Um apresentou vestígios significativos de matéria fecal na área dos pedais e outro tinha sangue seco suficiente para sugerir que alguém tinha sido decapitado ali dentro.
É disso que você tem de se lembrar quando compra um veículo usado. Ele pode parecer perfeito e ter aquele cheirinho de novo, mas por baixo do lustro ele não é.
Porque todos – até o príncipe Philip – tiram meleca do nariz. E todos fazem uma bolinha com essa meleca. E todos jogam aquela bolinha naquele espaço ao lado do banco, onde nenhum aspirador é capaz de alcançar.
Por isso, usar um carro de segunda mão para ir ao trabalho é como utilizar papel higiênico usado para limpar seu traseiro. Revoltante.
O que me traz ao último carro que testei. O Dacia Duster de segunda geração, vendido em alguns mercados como Renault Duster (incluindo o Brasil, onde a nova geração chegará no primeiro semestre de 2020).
Vamos direto ao ponto: é um off-road leve de tamanho médio, com grande porta-malas e espaço para cinco adultos grandes. E custa na Inglaterra menos de 10.000 libras, o que o torna um terço mais barato do que qualquer um dos seus rivais.
Isso não é só bom custo/benefício da mesma forma que um McLanche Feliz. Vai além disso: um carro novinho em folha com garantia de três anos com interior livre de fantasmas e cheiro de carro novo por menos de 10 mil libras.
Você vai pensar que ele foi feito de caixas de CD recicladas em uma fábrica clandestina vietnamita por crianças escravas. Mas não é bem assim.
O Duster é feito pelas poucas pessoas que ainda vivem na Romênia, com ferramental e peças que não são mais usados pela proprietária da Dacia, a Renault. Então, sob a carroceria o novo Duster está basicamente um Clio antigo. Mas não há nada de errado com isso. O Clio antigo era um bom carro. E seguro, pelos padrões da época.
O motor? É onde as coisas começam a degringolar, porque o carro que eu testei tinha um 1.6 vindo diretamente da era pré-motores turbo. O resultado são 115 cv, o que não parece muito ruim, e cerca de 16 mkgf de torque, o que também soa aceitável. Mas não é.
Na rodovia, em sexta marcha, o carro não acelera. A não ser que você esteja em uma descida. O que você estiver fazendo com seu pé direito é irrelevante. Para contornar o problema, você tem de reduzir para quarta, o que devolve algum controle ao seu pé, mas o barulho passa de incômodo a ensurdecedor, estilo Grateful Dead.
E na cidade há um problema ainda maior. O exemplar que eu estava testando tinha tração 4×4, mas em vez de equipá-lo com reduzida, o que não seria tão caro, a Dacia tentou dar uma sensação de reduzida para a primeira e segunda marchas. Isso significa que você precisa engatar a terceira quando passa de 6 km/h.
Depois de um tempo, eu aprendi a arrancar em segunda, chegar ao limite de rotação até que sangue estivesse jorrando dos meus ouvidos e, então, engatar a terceira, em que a normalidade era retomada. A quarta também era normal.
Mas a partir dela fazia sentido ir direto para sexta. Ou seja: a quinta era inútil. Ninguém consegue dirigir um Duster com suavidade. Ou de forma silenciosa. Ou com sua dignidade intacta. E ele tem a personalidade de um poste de iluminação ou uma máquina de lavar.
Adoraria concluir dizendo que, se você se concentrar muito, o carro acelera bem. Só que não: faz de 0 a 100 km/h em 12,9 segundos, o que em tempo humano é um ano. E a velocidade máxima é de 169 km/h, o que os idosos fãs da Dacia dirão que é mais que suficiente.
Nem vou me dar ao trabalho de contestar isso. Ele tem um preço de 1956, então acho que ninguém deve se decepcionar com uma velocidade máxima digna de 1956 também.
Durante uma semana falei isso às pessoas. Elas entravam no carro, ainda comentando negativamente sobre a pintura dourada horrível, e então atacavam os diversos botões e alavancas, rindo sobre o quanto o conjunto é terrível.
E daí eu os calava, dizendo: “Sim. Mas ele é um off-road de cinco lugares com garantia de três anos e tração 4×4 que custa menos de 10.000 libras”.
Infelizmente, quando me sentei para escrever este artigo, coloquei meus óculos e descobri que é o modelo básico com tração apenas dianteira que custa menos de 10.000 libras. A versão Comfort com tração nas quatro rodas que eu testei custa 15.195 libras.
Ou seja, este Renault antigo, dolorosamente lento e difícil de dirigir custa mais de 15.000 libras. E isso é ridículo. Nessa faixa, há carros da Nissan, Seat, Suzuki e Kia mais seguros e melhores em todos os aspectos.
Claro, você pode ficar com o Duster de entrada, com tração apenas dianteira, banco traseiro não bipartido e câmbio de cinco marchas. E ainda pode se gabar para seus amigos como você conseguiu um carro novinho em folha bem barato.
Mas lamento. Eu prefiro comprar um Range Rover Evoque, BMW X3 ou Audi Q5 usado e passar os próximos anos indo e voltando do trabalho sentando sobre resquícios de fezes de terceiros e com meus pés passeando por um jardim de melecas de nariz alheias.
Nota do blog: Eu acho um horror como carro, não sei como vende...
Land Rover Defender Twisted V8, Inglaterra - Jeremy Clarkson
Land Rover Defender Twisted V8, Inglaterra - Jeremy Clarkson
Artigo
Nunca fui fã do Land Rover Defender, e não entendo o sentimentalismo de homens barbados que verteram lágrimas quando ele saiu de linha, em 2016. Para mim, era como a cabine telefônica vermelha em relação a carros. Funcionava porque sempre esteve por aí.
Mas a verdade é que é melhor telefonar de um iPhone que de dentro de uma cabine com correntes de ar frio e cheiro de gente estranha. E é melhor, caso você more no campo, dirigir uma picape que um Defender lento, mal construído e de dirigibilidade ruim.
Bem, um dia, do lado de fora do escritório estava o tipo de coisa que faria qualquer bebedor de cerveja profissional perder o equilíbrio.
Era, ou tinha sido uma vez, um Defender 110, mas alguém colocou pneus gordos, rodas enormes, molduras de para-lama aumentadas, uma barra de faróis com o poder de um sol em colapso e, a julgar pelo escapamento duplo, algum tipo de motor estranho com 1 milhão de cavalos.
Investigação mais cuidadosa revelou que, sob o capô, em vez de uma caldeira resfolegante que funcionava com uma mistura profana de sidra e carvão, estava o inconfundível V8 6.2 LS3 de 430 cv do Chevrolet Corvette.
De fato, não é um motor ruim, mas estava fora do lugar, no que eu pensei que era a última compra insensata do meu colega Richard Hammond. Aliás, o nome do veículo era Twisted, com o “S” escrito ao contrário. E isso é a cara bem dele.
“Harrumph” disse a mim mesmo, de forma beligerante. “Não vou ser afetado por essa chantagem emocional.” Por mais bem escrita que tenha sido.
Especialmente quando vi o preço desta versão topo de linha: mais de 150.000 libras (R$ 740.000). “Hummm”, pensei, “isso pode ter sido fabricado na tradicional North Yorkshire, mas com um preço desses não acho que vão vender muitos”.
No dia seguinte, fui à minha casa de campo e, ao sair, o tempo estava encoberto e escuro, mas não havia sinal do que eu encontraria à frente. Todos já dissemos “nunca vi uma chuva assim”, mas eu realmente não tinha visto uma dessas.
Já passei por chuvas de monção na Índia e tempestades no Vietnã, mas nada chegou perto do bombardeio daquela noite. Era como dirigir debaixo de um avião que apaga incêndios.
E não há outro jeito de dizer isso: eu não poderia imaginar, nessas condições, um carro melhor do que o Twisted. Ele esmurrava seu caminho pelos lagos que se formavam a cada depressão e pelos rios escoando a cada ladeira.
Sim, seus faróis montados no teto causavam um ofuscamento cada vez que eu entrava em água funda, e o jato que lançava ao ar era igual ao de um submarino nuclear que tivesse acabado de explodir perto da superfície, mas o carro como um todo fazia com que mesmo o másculo Mercedes Classe G ficasse parecendo um brinquedinho.
E tem mais. Em geral, as pessoas capazes de instalar bloqueio de diferencial Air Locker nos dois eixos, freios Alcon e uma suspensão reforçada ao que basicamente era uma carroça de feno são totalmente ineptas para projetar interiores.
Bem, tem alguém na Twisted que sabe, porque exceto pela falta inerente de espaço para ombros, ali há um belo espaço para se sentar. Eles até acharam um sistema de controle e GPS sensato, sem aquele monte de funções de que ninguém precisa.
No dia seguinte, sem chuva, dei uma olhada de perto nesse monstro bem-acabado.
No porta-malas havia um grande e bem construído baú para gim, licores e todos aqueles suquinhos para melhorar a mira de que os matadores de faisões britânicos precisam. Tinha até compartimentos para suas armas de caça. Embora elas não estejam incluídas no preço.
O que está incluído é uma aceleração difícil de acreditar. A trilha sonora diz que há um pouco de vida sob seu pé direito, mas sua cabeça está dizendo que você está num Defender 110, e é necessário muito mais para levar um velho tanque desajeitado a algo mais rápido que um trote.
Mas sua cabeça está errada, pois quando você pisa fundo, o câmbio automático reduz uma ou duas marchas, o bico levanta e, com um urro capaz de atordoar uma vaca a 400 metros, ele decola com uma aceleração que faz você abrir um grande sorriso.
Essa coisa não é só rápida. Ela é hilariantemente rápida.
E você não precisa reduzir muito a velocidade nas curvas. Claro que, com pneus Cooper lameiros, ele não tem o nível de aderência de um superesportivo, mas, graças aos bancos Recaro e à suspensão retrabalhada, você pode fazer muita coisa.
O único ponto irritante era o jeito como as pessoas indo na direção oposta também em um Defender acenavam enquanto eu rasgava a estrada. “Não temos nada em comum!”, eu queria gritar. Não é que esses caras sabem fazer um belo interior?
Sei que é importante ter o carro certo num evento cheio de executivos com relógios grandes e ternos caros. Nessa hora, um simples Range Rover não é suficiente.
E eu adoraria aparecer nesses lugares com este monstruoso Twisted, sabendo que poderia me embrenhar no mato e voltar para casa mais rápido do que qualquer um ali.
Então, Molly, tudo bem. Mesmo que ele tenha começado a vida como um Land Rover, que eu detesto mais do que você deve detestar alguns de seus professores, gostei do carro do seu pai.
E se eu não tivesse acabado de comprar um Range Rover, ficaria muito tentado por ele. Especialmente pelo gabinete de bebidas.
Mercedes Benz Classe A, Alemanha - Jeremy Clarkson
Mercedes Benz Classe A, Alemanha - Jeremy Clarkson
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Muitos dizem que os alemães não têm senso de humor. Mas não é verdade, porque a Mercedes lançou um hatch do tamanho do VW Golf com motor 1.3 turbo ao preço hilário – ao menos na versão que dirigi – de 30.000 libras.
E aqui está a conclusão da piada: é possível que você vá querer ter um…
Nunca entendi por que interiores luxuosos e bem equipados são colocados só em carros grandes. Quem é que decidiu que pessoas que querem couro macio e tapetes espessos também precisam de 5 metros de espaço para as pernas no banco de trás.
Na maior parte do tempo, carros grandes são um incômodo. Você passa um tempo enorme procurando vagas na rua e, quando encontra uma que poderia acomodar com facilidade um Golf, é forçado a segurar o tráfego enquanto faz papel de bobo. E daí é obrigado a seguir adiante.
Automóveis grandes significam que você terá de caminhar mais até chegar aonde quer ir.
Também há o problema das ruas com faixas estreitas. Num carro pequeno você consegue rodar por elas sem pensar, mas num grande precisa apertar os olhos e espremer os ombros contra o corpo. E mesmo o menor erro de avaliação pode resultar em um espelho voando.
A única solução é evitar essas vias, o que significa que você vai levar ainda mais tempo para chegar ao destino.
E tem mais. Um carro grande é mais pesado, o que o torna menos divertido de dirigir que um pequeno. E devora combustível, o que significa que você passará mais tempo no posto de gasolina do que em casa com seus filhos.
E, como resultado de sua ausência, eles se tornarão marginais ou cheiradores de cola. A solução óbvia, se você não quiser que seus filhos acabem com bolhas no nariz, é comprar um carro pequeno.
Mas se fizer isso você terá couro indecente, um motor sonolento e porta-objetos de plástico nas portas, que farão com que as chaves da sua casa e seu celular façam um barulho de coisas raspando sempre que você virar uma esquina.
O que nos leva de volta ao início: por que alguém não fabrica um carro pequeno com o luxo de um carro grande?
A Renault tentou no passado, com uma versão do modelo 5 chamada de Monaco. Mas foi um fracasso porque, por baixo dos toques de luxo, continuava a ser uma caixa de horrores dos anos 80. Ele quebrava muito, enferrujava e não dava partida quando o motor estava quente.
Felizmente, nada disso afetará o novo Mercedes Classe A, que está tentando atender ao mesmo nicho do Monaco. Como resultado, você entra na versão A 200 AMG Line que eu testei e imediatamente sai e diz ao vendedor: “Eu tenho de ter um”.
Meu carro tinha alguns opcionais, mas, Deus do Céu, é um lugar legal para se sentar. O painel tem uma placa com aparência de zinco, e as cinco saídas de ar circulares se parecem com a parte de trás das turbinas do Lockheed SR-71 Blackbird.
E veja esta: quando estão ventilando ar frio elas brilham em azul, e com ar quente reluzem em vermelho.
E há iluminação por todos os lados. Você pode pedir um opcional que o permite escolher dentre literalmente qualquer cor conhecida pela ciência e, quando não conseguir decidir a cor que quer em cada ponto, basta colocar o sistema no automático, que ele vai alterná-las suavemente enquanto você dirige. É como estar testemunhando uma aurora boreal. E eu amei.
Também tem duas telas digitais, uma para o GPS, sistema de som etc., e outra para os instrumentos, que também pode ser personalizada para corresponder ao seu humor. Passei 85% do meu tempo fazendo isso e só 15% olhando para a rua.
É incoerente: é infração de trânsito falar ao celular ou brincar com o passageiro enquanto se está ao volante, porque tais coisas são consideradas distrações. No entanto, não há restrições a dirigir sentado à frente do que parece a mesa de luz de um show do Pink Floyd.
Tecnicamente, o carro não é tão pequeno assim. É um tanto quanto maior do que, digamos, o Classe A original. O qual foi projetado, segundo me contaram, para ser um carro elétrico, e tinha dois pisos para que o espaço entre eles pudesse ser usado para se colocar baterias.
Mas a Mercedes abandonou a ideia de fazer um elétrico próprio e resolveu investir na Tesla, esperando que um dia o dono ficasse maluco e a Mercedes conseguisse todo o seu trabalho de desenvolvimento de graça.
Então eles venderam o Classe A como um carro de motor normal que tinha dois pisos “por razões de segurança”. Um marketing que foi por água abaixo quando ele capotou num teste que simulava o motorista desviando subitamente de um alce.
O Classe A se tornou cada vez maior ao longo dos anos, e o último tem quase o tamanho do Honda Civic. Ainda pequeno para um Mercedes, mas grande o suficiente para uma família de cinco pessoas.
E é por isso que o motor de 1,3 litro é uma surpresa. Uma unidade 1.3 era adequada para um Austin, mas em um carro pesando mais de 1,3 tonelada parece meio fraco. E, honestamente, é.
Sim, ele tem um turbo, e, sim, pode levá-lo de 0 a 100 km/h em 8 segundos, mas parece que ele está sendo forçado o tempo inteiro.
E é acoplado a um câmbio de sete marchas que nunca sabe qual delas é a melhor para o momento. O que faz com que o avanço seja frequentemente barulhento e aos trancos.
Mas não que você vá notar, porque estará muito ocupado fazendo com que o velocímetro fique verde.
E como é dirigir? Bem, o modelo básico tem uma suspensão traseira por eixo de torção, o que fez com que os fãs puristas da Mercedes ficassem doidos. Mas eu entendo a Mercedes. Dificilmente o motor 1.3 vai causar algum esforço lá atrás.
A do meu carro era multilink, e sei que deveria dizer que é algo bom, mas quando se está imerso na aurora boreal é difícil prestar atenção à absorção de irregularidades na traseira. Tudo o que vou dizer é que, como todos os veículos modernos, é firme demais.
E neste carro em especial – que será vendido para pessoas que se interessam mais pela iluminação da cabine do que por dirigibilidade – é exageradamente firme.
Então, como carro, ele não é bom. O motor, câmbio, conforto ao rodar e preço estão todos errados. Mas eu entendo se você achar que absolutamente tem de ter um, porque terá toda a graça elegante moderna de uma cobertura de frente para o mar, em uma quitinete.
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