sábado, 3 de abril de 2021

Engenho Central de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brasil


Engenho Central de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia
 

Usina Capuava, Piracicaba, São Paulo, Brasil


 


Usina Capuava, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia#


Christiano Matthiessen, um imigrante dinamarquês, veio para o Brasil em busca de terras para lavoura. Nesta ocasião, Christiano Matthiessen prospectava terras e veio para Piracicaba a convite do amigo Dr. Prudente de Morais; conheceu as terras onde hoje se localiza a Fazenda Capuava e se encantou com as mesmas, lembrando muito sua terra natal pelo fato de serem planas e propícias à agricultura.
Fundou então, em 1886, a Fazenda Capuava, onde iniciou suas atividades com inovações e técnicas modernas na fabricação de peças de madeira pelos imigrantes dinamarqueses que costumeiramente tomavam AQUAVIT, um destilado de origem escandinava, produzida a partir da destilação de batatas ou de cereais e redestilada com aromatizantes. Como no Brasil não havia esta bebida, estes imigrantes iniciaram a plantação de cana-de-açúcar, objetivando a produção de um destilado alcoólico.
Assim iniciou-se a fabricação da primeira cachaça artesanal da região de Piracicaba. Com o excelente solo e clima propício foi com a cana-de-açúcar que a Fazenda Capuava encontrou sua vocação.
Vale lembrar que, Christiano Matthiessen casou-se com a Senhora Sophia Rehder Matthiensen, no dia 04/12/1886, com quem teve os filhos: Charlotte Rehder Matthiessen (1887-1969), Henrique Christiano Matthiessen (1895-1966), Hortência Matthiessen (1899-1979) e Tagea Matthiessen Gudmon (1904-1986). Além dos quatro filhos, Sophia teve ainda duas meninas gêmeas que infelizmente faleceram. Em1904, Sophia perde seu esposo, Christiano, que falecendo, deixa-a viúva aos 34 anos de idade. Mulher corajosa e de fibra, conduz alguns negócios da fazenda, além de cuidar e criar os filhos. Estimula a formação e desenvolvimento da Capuava nas suas etapas iniciais, levando adiante o sonho de seu esposo. Benemérita e profundamente preocupada com o social, Dona Sophia, como era conhecida, sempre auxiliou as famílias carentes do bairro Vila Nova, quer fossem seus empregados ou não. Foi uma das idealizadoras da construção da capela da Vila Nova, que foi erguida com os donativos da Fazenda Capuava. Preocupada com a educação, mantinha uma contribuição de auxílio financeiro mensal à escola do bairro para a formação educacional de crianças filhos de funcionários da Usina Capuava e também da comunidade local.
Atualmente, na sua quarta geração, a Capuava, objetivando sempre a qualidade, trabalha desde a escolha da muda, junto as mais modernas técnicas agrícolas, até um conjunto de fatores que permitem um maior rendimento e conservação do solo. A qualidade da cachaça é o reflexo desta excelente matéria prima.
A Fazenda Capuava fabrica em sua destilaria, com a mesma tradição e qualidade de seus fundadores, a genuína cachaça brasileira. Tudo isso com responsabilidade social, mantendo em seus arredores uma das maiores reservas de mata nativa da região e importantes reservas hídricas, permanentemente recuperadas e reflorestadas.
O laboratório, que funciona 24 horas durante o período de safra, é equipado com modernos equipamentos para que o grupo de analistas possa realizar análises físico química desde o plantio da cana, passando por todo o processo produtivo de forma a garantir a exigência da qualidade dos nossos produtos. São mais de 30 controles durante a produção.
Em 2001 foi criada a BBL – Brazilian Beverages & Liquor Ltda, com o foco em prestação de serviços para terceiros de engarrafamento e desenvolvimento de novos produtos e projetos, fechando assim todo um processo, que vai desde o preparo do solo, plantio de cana-de-açúcar, passando pela colheita e industrialização, até o produto final da cadeia produtiva. Hoje, a BBL exporta para os Estados Unidos, Comunidade Europeia, dentre outros, tendo a qualidade total como princípio fundamental em todas as etapas do processo produtivo, aliada a uma equipe altamente capacitada.
Atualmente a capacidade produtiva está destinada na marca própria e a produtos de terceiros, focados no mercado brasileiro e principalmente no mercado internacional.
Em um país onde as empresas têm pouca tradição de continuidade, a Fazenda Capuava é um exemplo de que é possível manter-se em atividade e continuar se renovando, o que é muito importante diante da necessidade de fortalecer as empresas e gerar novos empregos.

História da Usina Monte Alegre, Piracicaba, São Paulo, Brasil

 


História da Usina Monte Alegre, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia

Se hoje o Monte Alegre transmite uma sensação de paz e tranquilidade, aquele pedaço de Piracicaba já foi o símbolo da nossa riqueza, da nossa pujança econômica, da cultura canavieira que até hoje nos projeta. Monte Alegre já foi a nossa vanguarda financeira, hoje é o retrato da tradição que o Village Arte Decor quer preservar. “Mais que um nome mágico, Monte Alegre é um lugar como que sagrado: relicário ecológico e patrimônio histórico-cultural”, define, sem economizar poesia, o jornalista e escritor Cecílio Elias Netto, que lançou recentemente o livro Piracicaba que Amamos Tanto.
“O bairro, e especificamente a Usina Monte Alegre, fazem parte da história do setor sucroalcooleiro, como referência em produção de açúcar e álcool e, consequentemente, da história de Piracicaba e do Brasil. Monte Alegre é um retrato do ciclo canavieiro não apenas da cidade, mas do país”, concorda o pesquisador e escritor Pedro Caldari, ex-presidente do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba). O retrato do Monte Alegre, como afirmam os dois historiadores, vai da glória à decadência em menos de um século. Começa com os barões dos engenhos de açúcar, como José da Costa Carvalho, o marquês de Monte Alegre; tem seu auge no empreendedorismo de Pedro Morganti, e chega ao fracasso nos anos 70, quando não se renovou. “A usina do Monte Alegre foi considerada a segunda do Brasil, atrás apenas do Engenho Central. A fábrica de papel do Monte Alegre foi pioneira na fabricação de papel a partir do bagaço de cana. A decadência se deve às mudanças do próprio setor sucroalcooleiro, crises e transformações econômicas das décadas de 1960 e 1970”, explica Caldari.
Em sua fase de glória, nada anunciava a derrocada. Em meados do século 19, os barões do café dominavam a economia. Poderosos, mandavam e desmandavam no Vale do Paraíba e no Oeste Paulista. Mas Piracicaba não seguia a norma. A cana-de-açúcar é que imperava por aqui e as terras férteis do município atraíam a cobiça de ricos senhores. Um deles foi José da Costa Carvalho, que se casou com a viúva do famoso brigadeiro Luís Antônio de Souza e deixou sua marca em Piracicaba, mesmo não morando na cidade.
Carvalho passou a ser conhecido como marquês de Monte Alegre, e foi o primeiro ícone do bairro. “Ele foi um homem à frente do seu tempo. Não era apenas um senhor de terras, mas também um pensador, suas ideias marcaram a intelectualidade brasileira do século 19. Tanto que fundou o primeiro jornal de São Paulo, O Farol Paulistano. À frente do engenho Monte Alegre, adquiriu terras da vizinhança, indo até depois do Taquaral”, destaca. Era a primeira metade do século 19, quando o município ainda era conhecido como Vila Nova da Constituição. Na época, o engenho chegava a produzir 1.000 arrobas de açúcar branco. No período final do século, Monte Alegre tinha as senzalas, mas encontrava dificuldade
para conseguir escravos. Naquele período já se começava a pensar numa ‘política de colonização’ com imigrantes. Naquela época, morre o marquês de Monte Alegre, e sua viúva Maria Izabel se casou com um primo dele, Antônio da Costa Pinto e Silva, que ficou conhecido como conselheiro Costa Pinto. Por conta da influência política e social de Costa Pinto, Piracicaba e o Monte Alegre passaram a receber visitas ilustres, como o presidente da província de São Paulo, quando inaugurou o abastecimento de água em Piracicaba. E, como lembra Cecílio
Elias Netto, o escritor José de Alencar, que preferiu ficar em Monte Alegre. “Colega de turma de faculdade de Costa Pinto, o escritor era apaixonado por ambientes rurais, apesar de criticado por não ser fiel às paisagens que descreve. Ele se inspirou no Monte Alegre para escrever Til, ambientado no clima rural de Piracicaba e Santa Bárbara d’Oeste. O nome Til é de um garoto, inspirado no acento gráfico, semelhante às curvas do rio Piracicaba”, lembra o escritor.
Com a morte do Conselheiro, em 1887, o Monte Alegre passa por várias mãos. Nos primeiros anos do século 20, a riqueza do engenho é indiscutível, com a produção anual de 5.000 sacas de açúcar branco. E tudo começa a mudar de vez com a chegada do italiano Pedro Morganti, em 1904. Nascido em Bozzano, na Itália, em 2 de abril de 1876, ele já estava com a família em São Paulo, em 1890, mas retorna ao país natal para cumprir o serviço militar. Volta ao Brasil cheio de ideias e enxerga no Monte Alegre o palco para seu desejo de empreender. E transformar.
Cecílio define a fase Morganti como a mais progressista do Monte Alegre. Até porque seu patriarca tomava contato, em São Paulo, com outros trabalhadores italianos que escolheram o Brasil, caso de Francisco Matarazzo. “Pedro Morganti organiza a Companhia União dos Refinadores. A ideia surge a partir das vantagens que Pedro enxerga em reunir, em uma só empresa, a matéria-prima e o produto acabado. As usinas plantariam e produziriam ao mesmo tempo. É a partir desta visão que, no mesmo ano, ele adquire o Engenho Central do Monte
Alegre e o transforma na nova Usina Monte Alegre. Começa, assim, a grande fase não apenas do Monte Alegre, mas da indústria açucareira no Brasil”, conta Cecílio. Os números da safra não mentem. Se em 1912 a produção foi de 13 mil sacas de açúcar, em 1917 sobe para 48 mil sacas.
“Fundador, patriarca e referência como empresário para o momento histórico que representa a usina Monte Alegre e a fábrica de papel.” Assim Caldari define Pedro Morganti. O escritor também cita as raízes italianas e o espírito desenvolvimentista do empresário. “Pedro Morganti foi contemporâneo de Pedro Ometto, Mário Dedini e outros imigrantes italianos que se fixaram em Piracicaba e contribuíram muito para a criação de empresas de alcance e importância nacional.
Também contribuiu para obras de benemerência na cidade. A usina foi fundada por Pedro Morganti com apoio dos filhos Hélio (engenheiro, excelente técnico açucareiro) e Lino (profundo conhecedor de celulose)”, destaca.
Apesar de alguns entraves, como a ocorrência de uma praga chamada mosaico, em 1925, então combatida pelo agrônomo José Vizioli, Monte Alegre só prospera, a ponto de contribuir de forma definitiva para a liderança do setor açucareiro nos anos 1940. Ao mesmo tempo, Morganti cuidou de instalar uma série de equipamentos sociais em Monte Alegre, não apenas as casas dos funcionários, que, como lembra Cecílio, tinham o conforto dos centros urbanos. “Eram casas bem construídas, de tijolos, servidas por rede de água tratada e esgoto, além de instalações elétricas”. Em volta, os moradores tinham uma série de serviços à disposição: armazém, padaria, farmácia, barbearia, torrefação de café, bar, cinema e pensão.
“As edificações e equipamentos do bairro fazem parte de um modelo muito comum à época, dando apoio ao funcionamento da usina e fábrica de papel por meio de diversos serviços, incluindo igreja, comércio para atender operários e familiares, escola, ambulatório médico e odontológico. Todos privados e mantidos pela usina”, ressalta Caldari. Morganti morreu em 1941, antes da inauguração do aeroporto que desejou ver construído em terras do Monte Alegre e depois ganhou seu nome. Foi sucedido pelos quatro filhos (Lino, Hélio, Fúlvio e Renato), que implantaram a fábrica de celulose em 1953. Mas, em 1971, a usina passa para a família Silva Gordo. Acaba fechando as portas nos anos 80. “Sou otimista com esses projetos que olham para o Monte Alegre com sensibilidade ambiental e histórica. Monte Alegre, dos tempos em que José de Alencar olhava o rio Piracicaba e se inspirava para escrever romances, faz seu eterno retorno. Os tempos de glória estão voltando”, conclui Cecílio.

Palácio Arariboia, Antiga Prefeitura de Niterói, 1960, Rio de Janeiro, Brasil

 


Palácio Arariboia, Antiga Prefeitura de Niterói, 1960, Rio de Janeiro, Brasil
Niterói - RJ
Fotografia

História do Engenho Central de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brasil


 

História do Engenho Central de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia

A ideia de grandes engenhos centrais surge no Brasil durante o período Imperial, como uma alternativa para a substituição da mão de obra escrava pela assalariada, perante um cenário que, devido a pressões internacionais, leis como Eusébio de Queirós (4 de setembro de 1850), Nabuco de Araújo (1854) e Ventre Livre (1871) se consolidavam. A modernização da produção açucareira era um dos incentivos da política imperial e, é com ela, que surge o engenho Central de Piracicaba.
Em 19 de janeiro de 1881 o advogado e empresário Estevão Ribeiro de Sousa Rezende, junto com os agricultores Antônio Corrêa Pacheco e Joaquim Eugenio do Amaral Pinto, abre a Empresa Engenho Central de Piracicaba, equipada com maquinários da indústria mecânica francesa Brissonneau e Lotz, e com doação de parte do terreno de Estevão Rezende, conhecida no período como Fazenda São Pedro, para a construção. Em 7 de maio do mesmo ano, D. Pedro II assina o Decreto Imperial n° 8.089, autorizando o funcionamento do Engenho Central.
Com a chegada do maquinário em 18 de novembro de 1881, a montagem dos equipamentos é realizada pelo engenheiro industrial André Patureaux e o engenheiro Fernando Dumoulin. O Engenho funcionava com entradas automáticas das canas-de-açúcar e saída do bagaço pelas fornalhas, com três geradores de 100 cavalos de força, três tanques de cobre para saturação de garapa, em edifício servido por uma chaminé de tijolos. Quanto ao maquinário original do Engenho Central, este era composto com moenda brissonneau de oito cilindros, movida por uma turbina hidráulica acionada pela queda d’água, com capacidade de fornecimento regular de 120 a 150 toneladas de produção, com extração de 67%.
Em 31 de dezembro os estatutos da empresa Engenho Central são aprovados pela Câmara de Piracicaba, autorizando a exploração da indústria açucareira na cidade.
A Lei N. 12 concedia à Cia. Engenho Central de Piracicaba o privilégio de estabelecer uma linha de bondes em 1883, porém esses bondes jamais foram implementados nessa linha, mas é possível que essa lei seja a responsável pelas linhas internas do Engenho.
O jornal Gazeta de Piracicaba, anunciou em 30 de março de 1883 que o Engenho Central já possuía para-raios, instalados no alto de sua chaminé, o primeiro para-raios da cidade de Piracicaba. Nesse mesmo período, o açúcar produzido pelo Engenho Central era de qualidade superior e pronto para o consumo, e serviam como exemplos da modernização do Império.
Mais uma lei em favor aos escravos surge no Brasil, em 28 de setembro de 1885, a Lei Saraiva-Cotegipe, ou a Lei dos Sexagenários, onde escravos negros com mais de 65 anos estavam livres, a partir daquele momento.
A família real brasileira já havia passado por Piracicaba em 22 de setembro de 1878, e hospedando-se na casa de Estevão Rezende. A visita foi marcada pela comitiva de D. Pedro II, que fez um passeio de canoa até o Canal Torto, onde tomou o vapor da Companhia Fluvial até o Limoeiro. Permaneceram em Piracicaba por dois dias. Dessa vez, em 2 de novembro de 1886, a família real se hospeda, novamente, na casa de Estevão Rezende. Há relatos de que a princesa Isabel participou da visita e visitou o Engenho Central.
Em 29 de abril de 1887 o Engenho Central entrou em concordata, devido a finanças ruins, e os responsáveis por assumir a responsabilidade foram João Tobias de Aguiar e Castro e Estevão Rezende, que mais tarde, em 12 de maio do mesmo ano, recebeu o título de Barão de Rezende, pelo próprio D. Pedro II. Em 25 de maio o sistema de água encanada chega em Piracicaba, onde hoje é o Museu da Água.
O ano em que a Lei Áurea entra em vigor no Brasil (13 de maio de 1888), libertando todos os escravos e sob o comando e Marechal Deodoro da Fonseca, D. Pedro II é deposto e a Proclamação da República é anunciada, em 15 de novembro, é o mesmo em que o Engenho Centra passal por diversas dificuldades. Tudo se inicia em 16 de fevereiro, quando o Engenho Central é colocado a venda, com todos os seus pertences, um total de 410:000$000 (410 mil réis). A cidade contava nesse período com 36 ruas e 9 largos com nomes, 45 ruas e 5 travessas sem nome. O Engenho passa a ter um único dono em 17 de março, o Barão de Rezende. Inúmeras dificuldades surgem em encontrar mão-de-obra especializada e capacitada para o maquinário francês (manutenção e trabalho) e a falta de obra-prima começa a atrapalhar o nível de produção.
Em 11 de agosto de 1889 é anunciado, pela Gazeta de Piracicaba, que o engenho Central possuía uma safra de 40 mil sacas de açúcar, aproximadamente 160 mil arrobas. Nos anos anteriores a safra tinha orçado por 25, 28 e 30 mil sacras, sendo que em 1887 foram de 33 mil sacas.
Em 1889 o Barão de Rezende decide vender o Engenho Central de Piracicaba para um grupo de três franceses: Dorocher, Doré (seu fundador) e Maurice Allain, com a denominação de Societè de Sucrerie de Piracicaba. Após a venda o Engenho Central passa a ser o mais importante do país, com produção anual de 100 mil sacas de açúcar e três milhões de litros de álcool, incorporando-se a outras seis usinas do grupo do Estado de São Paulo. A companhia ainda adquire a fazenda Santa Rosa.
Em 25 de julho ocorre a inauguração da Chaminé do Engenho Central, de 41 metros de altura. Seu construtor foi o empreiteiro de obras, José Vicente Martinez, espanhol, residente em Piracicaba há muitos anos. Em 4 de outubro é inaugurado a monda de pressão e repressão e duas caldeiras multi-tubulares, alimentadas pelo bagaço da cana. Proporcionando ao Engenho uma produção de duas mil arrobas de açúcar por dia, na safra.
Em 15 de novembro é instituída a República no Brasil, por Marechal Deodoro da Fonseca, como substituição ao Regina Monárquico e fim do período imperial.
Ao final do ano, a partir de dados de recenseamento em Piracicaba, em 31 de dezembro de 1889, a cidade possuía 2.092 casas, 11.060 habitantes, sendo 8.054 brasileiros e 3.006 estrangeiros, 5.207 homens e 5.853 mulheres, 5.555 alfabetizados e 5.505 analfabetos.
A partir de 1903 o Engenho Central passou a ser abastecido pelos trilhos de trem que carregavam o açúcar e o álcool.
Em 1907 é fundada a sociedade anônima Societè de Sucrèrie Brèsilienne (SSB) presidida por Maurice Allain, que ocupou o cargo até 1932, sendo sucedido por Pierre Allain.
A Societè era um grupo parisiense que congregava seis engenhos e usinas, sendo eles o Engenho Central de Piracicaba, Villa Raffard, Porto Feliz, Engenho Central de Lorena, Usina Cupim e Usina Paraíso, sendo essas duas últimas em Campos – RJ.
Em 1909 o Barão de Rezende falece em Piracicaba, na Chácara São Pedro, aos 69 anos de idade. Seus restos mortais estão sepultados no Cemitério da Saudade, Travessa D, sepultura n° 1807.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1919) faz com que o mercado internacional de açúcar cresça, favorecendo a produção piracicabana do Engenho Central. Esse crescimento de mercado torna-se ainda mais acentuado com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, fazendo com que o Engenho Central de Piracicaba produzisse ainda mais açúcar.
A década de 20 fez com que o Engenho Central, pelas mãos do Dr. Holger Jensen Kok, ou mais popularmente conhecido, Dr. Kok, passasse por melhorias em suas estruturas. Os antigos prédios do Engenho Central passaram a ser substituídos por edifícios de alvenaria aparente, conforme a necessidade. O prédio da Moenda foi ampliado pelo engenheiro químico Jean Balboud, ganhando nova fachada de linhas clássicas e simétricas, com um frontão ornamentado.
Até o final da década de 20 o Engenho Central de Piracicaba era a maior e mais importante indústria da região, os lucros da SSB eram crescentes desde sua fundação em 1907, e mesmo quando o vírus Mosaico começou a se propagar pelos canaviais a Estação Experimental de Piracicaba desenvolveu estudos para a erradicação do vírus, consolidando a modernização do Engenho Central.

Engenho Central de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brasil


 

Engenho Central de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia


O Engenho Central foi fundado em 1881 pelo Barão de Rezende e um grupo de empresários com a finalidade de processar toneladas de cana-de-açúcar com mais rapidez que os engenhos movidos à força de mula. Em outubro de 1882 entrou em funcionamento com maquinário francês de oito cilindros com entradas automáticas das canas e saída do bagaço pelas fornalhas com três geradores da força de cem cavalos, servidos por uma chaminé e três tanques de cobre para saturar a garapa. Em 1888, o Barão de Rezende tornou-se seu proprietário exclusivo. Dois anos depois, em 1891 a Empresa do Engenho Central passou a se denominar Cia. Niágara Paulista com Cícero Bastos como sócio. Rezende decidiu vender o engenho em 1899 para três franceses, Durocher, Doré e Maurice Allain, e passou à nova denominação: Societé de Sucrérie de Piracicaba.
No ano de 1907 foi fundada a Societé de Sucrérie Brèsilliennes, da qual o Engenho Central passou a fazer parte. Com seis usinas, foi a maior empresa do Estado em produção e a mais importante do país. 
A partir da década de 1950, a concorrência do açúcar dos outros países latino-americanos, a dificuldade de manutenção das peças importadas, e de mão-de-obra especializada fizeram a produção decair em todos os engenhos centrais, transformando-os em usinas. Em 1970 a usina foi vendida para a Usinas Brasileiras de Açúcar, a qual funcionou até 1974, data de sua desativação. Da época do Engenho Central quase não restou nenhuma construção, apesar de algumas remanescentes terem sido construídas aproveitando arcabouços antigos.
É reconhecido como patrimônio histórico da cidade, tendo sido tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba (Codepac), passando a atuar como importante espaço cultural, artístico e recreativo a partir de 1990. Atual Parque do Engenho Central Barão de Rezende, sedia a Secretaria Municipal da Ação Cultural, o Salão Internacional de Humor, o espetáculo da Paixão de Cristo e a Festa das Nações. Sua área verde é de 80 mil m² e sua área construída é de 12 mil metros.

Ambulatório do Engenho Central / Cooperativa de Consumo dos Trabalhadores da Usina de Açúcar Piracicaba Ltda, Piracicaba, São Paulo, Brasil


 

Ambulatório do Engenho Central / Cooperativa de Consumo dos Trabalhadores da Usina de Açúcar Piracicaba Ltda, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia


Entrada Principal do Edifício Altino Arantes, Rua João Brícola, 1950, São Paulo, Brasil





Entrada Principal do Edifício Altino Arantes, Rua João Brícola, 1950, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

O largo do Rosário (atual praça Antônio Prado) tinha na travessa do Rosário (atual rua João Brícola) um de seus apêndices.
O largo começou a existir efetivamente em 1872, quando foram demolidas as casinhas em que ex-escravos moravam e também quando foi demovido um cemitério contíguo à igreja.
A demolição da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em 1903, pelo prefeito Antônio Prado, possibilitou a construção do imponente palacete Martinico Prado, hoje sede da Bolsa Mercantil e de Futuros.
Era na travessa do Rosário que havia as redações dos mais importantes jornais da Cidade: Diário Popular, Correio Paulistano e O Estado de São Paulo.
Quando em 1914 faleceu João Brícola, foi dado seu nome à travessa. O diretor do Diário Popular, José Maria Lisboa, porém, resolveu manter no expediente do jornal o endereço antigo.
O motivo foi que Lisboa não perdoava o fato de João Brícola legar toda a sua fortuna para a Santa Casa de Misericórdia, onde serviu como tesoureiro, e abandonar uma irmã na miséria.

Supermercado Pão de Açúcar, Rua Londrina, 1972, Praia Grande, São Paulo, Brasil


 

Supermercado Pão de Açúcar, Rua Londrina, 1972, Praia Grande, São Paulo, Brasil
Praia Grande - SP
Fotografia

Rua General Osório, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil





Rua General Osório, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Photo Sport
Fotografia - Cartão Postal