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quinta-feira, 8 de julho de 2021
Anhangabaú, 1943, São Paulo, Brasil
Anhangabaú, 1943, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Registro feito para a Exposição de Arte Fotográfica de 1943 em São Paulo — a partir do alto do Edifício Saldanha Marinho (Cia Paulista de Estrada de Ferro). Embora tirada às 11 horas, observa-se o tranquilo trânsito no Viaduto do Chá, Vale do Anhangabaú e Rua Formosa. Explica-se: época de racionamento de combustível. No entanto, o que mais chama a atenção é a visão da Serra da Cantareira no horizonte — atualmente vedada devido ao tal progresso.
Avenida da Liberdade, Década de 40, São Paulo, Brasil
Avenida da Liberdade, Década de 40, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Em 1º plano, os trilhos de bondes na avenida Liberdade que recebeu esta denominação em 14/03/1952. Nomes anteriores: rua da Pólvora, Conego Leão e da Liberdade.
À frente, a rua Pedroso em direção à Brigadeiro Luís Antônio, bairro da Bela Vista.
Repare que ainda não existia o viaduto: a Pedroso cruza o Vale do Itororó (o viaduto seria inaugurado apenas em 29/05/1967).
À direita, o término da Rua Barão de Ijuhy.
O interessante nesta imagem é visto ao fundo com a indicação do asterisco. Trata-se do belíssimo Palacete de Elias Maluf, conhecido também como Castelo Mourisco. Construído entre 1924-1929 e situado no Morro dos Ingleses — na esquina das ruas dos Ingleses e dos Holandeses na Bela Vista.
Nota do blog: Data década de 40 / Autoria desconhecida.
Avenida Mercúrio, Década de 40, São Paulo, Brasil
Avenida Mercúrio, Década de 40, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Vista da Avenida Mercúrio — ao lado do Mercado Municipal. Ao fundo à esquerda, a torre do Palácio das Indústrias na Rua do Gasômetro. Observar os chorões no centro da cena e o tradicional poste de iluminação tipo 16 da Light.
Funeral de Estado 2019 - State Funeral
Funeral de Estado 2019 - State Funeral
Holanda / Lituânia - 135 minutos
Poster do filme
O que fazer com horas intermináveis de gravação do anúncio de morte e velório de Joseph Stalin, comandante do regime soviético entre 1941 e 1953. “State Funeral” segue o caminho que, se não é o único possível, sem dúvida é um dos que mais dialoga com a produção cinematográfica russa clássica. A direção do ucraniano Sergey Loznitsa e a montagem do lituano Danielius Kokanauskis, em comunhão com a trilha sonora fez dessa uma das obras mais relevantes do Festival do Rio 2019. O cineasta tem como objeto comum de suas obras o debate acerca do legado da União Soviética, quase sempre a partir de imagens de arquivo resignificadas.
Chama a atenção em “State Funeral” o apreço pela construção das imagens exprimido já na fase de filmagem. Um exemplo é a representação dos soviéticos a partir de closes, em uma espécie de tristeza estilizada. Dentro da política de idolatria promovida por Stalin, por várias vezes nos questionamentos se aquele cortejo ordeiro e respeitoso, sem que a aglomeração de gente tivesse alguma consequência, é fruto da reverência afetuosa ou temerosa ao líder. Enquadramentos que geram até dúvida acerca da ficcionalidade em algumas passagens. Por resignificar material pré-existente o juízo de valor dessa obra é bastante nebuloso. Por isso, de forma acertada, seus realizadores optam por mergulhar de forma apaixonada pelo ecrã, tirando prazer da imagem pela imagem.
Há quem tenha desistido de “State Funeral” com vinte minutos de projeção, o que põe em dúvida se houve sequer a leitura da sinopse. Há quem tenha acreditado no hype apostando que Loznitsa disponibilizaria algo além da crueza do material brito. Ele entrega, claro, porém depende de um diálogo muito mais comandado pelo espectador do que pela obra.
O filme se divide basicamente entre o cortejo para ver o corpo inerte de Stalin, a chegada de delegações de outros países e imagens e sons de jornais e discursos que trataram do fato durante aqueles dias do ano de 1953. A música é quase uma trilha de ninar, que se repete insistentemente até uma quebra provocada pela Marcha Fúnebre de Frédéric Chopin. Parecemos diante de uma interminável espera de SAC via telemarketing, em que obrigatoriamente precisamos de algo que nos dê ação. Ela acontece na hipnose causada pelas sequências lindamente registradas e tão bem conservadas – em cores e em preto e branco.
Portanto, “State Funeral” oferece muito mais formas de fruição do que um produto audiovisual convencional. Não há como sair incólume de sua sessão. Há um esmerilhamento da própria ancestralidade russa na tela, algo tarkovskyano de esculpir o tempo, de certa maneira. Já nas reverberações de Serguei Eisenstein fica a certeza de que a montagem é um conjunto de escolhas. Há muito mais povo do que poder na tela, por exemplo. Mesmo que cada um chegue às suas próprias conclusões, essa abordagem não deixa de ser fundamental por ser a única fundamentação imediata ao alcance do espectador.
A espetacularização da morte é outra reflexão que o filme permite. Assistindo a “State Funeral” alguns poderão se lembrar do show montado pela desculpa de velório de Michael Jackson, em 2009. Uma homenagem de corpo presente que não tinha corpo e ocorreu semanas após o falecimento do artista. Mesmo assim muitos choraram, eis que o esgotamento da vida ali se materializava. No documentário são identificadas inúmeras reações de desespero de pessoas quando entram em contato visual com Stalin. Há também velórios sem corpo espalhados por toda a União Soviética, em um lamento idólatra pré-globalização.
Interessante deixar para os créditos finais a contextualização acerca dessa mitificação do líder morto. Os mais impressionados poderiam entender que sua morte teria sido um mola propulsora para a nação socialista reconhecer seu legado, o que soaria exagerado. Porém, fica a sensação de ser genuína a paralisação da classe trabalhadora quando as bombas informam que o líder era colocado em seu mausoléu. “State Funeral” termina com mais perguntas do que respostas por parte do público, que não sabe se fica encantado ou assustado com a força nacionalista da Mãe Rússia, que mesmo acidentalmente entrega uma grande obra de Cinema.
Campanha Nacional de Educação de Adultos / O Personagem "Zé Analfabeto", Portugal
Campanha Nacional de Educação de Adultos / O Personagem "Zé Analfabeto", Portugal
Filmes
O Zé Analfabeto e o trânsito (1952) - Duração 04:01
Sinopse: O Zé Analfabeto conduz a sua carroça em Lisboa, com total desrespeito pelas regras e sinais de trânsito. Na delegacia, depois de ser preso por insulto à autoridade, o chefe faz-lhe sentir vergonha da sua ignorância.
O Zé Analfabeto na vida corrente (1952) - Duração 04:36
Sinopse: Pretendendo visitar um amigo em uma fábrica do Gelo, o Zé toma um elétrico errado, pois não sabe ler, e vai parar à maternidade, onde lhe acontecem diversos dissabores.
O Zé Analfabeto nos CTT (1952) - Duração 03:27
Sinopse: O Zé vai aos correios para enviar uma carta, mas, como não sabe ler, engana-se várias vezes, prejudicando o bom funcionamento dos serviços. Por fim, alguém o ajuda a endereçá-la corretamente.
O Zé Analfabeto faz exame (1952) - Duração 03:42
Sinopse: O Zé faz um exame escolar para verificar se deixou de ser analfabeto.
O Zé já não é analfabeto (1952) - Duração 03:36
Sinopse: Após fazer exame, o Zé torna-se orgulhoso e intratável para os amigos e outros analfabetos, acabando por se ver isolado. Reconhecerá o seu erro, mostrando-se atencioso com os que ainda não sabem ler nem escrever.
Confissões de um analfabeto (1953) - Duração 09:26
Sinopse: O conferencista José Vasco disserta sobre os vexames ou dissabores que sofrem os ignorantes e analfabetos, relatando a sua própria experiência, e conclui defendendo as possibilidades de recuperação.
Texto:
O Zé Analfabeto no cinema encerra o resultado da investigação sobre dois mundos que se cruzaram nos anos 50 em Portugal: o analfabetismo e o cinema educativo. Em 1952, por decreto-lei, nascia o Plano de Educação Popular que englobava a Campanha Nacional de Educação de Adultos (CNEA). Esta seria encarada como um projeto sério de combate a uma das mais altas taxas de analfabetismo da Europa e o cinema emergia como um dos instrumentos de propaganda a esse combate e, simultaneamente, como um recurso para a educação popular. A sétima arte ao serviço da educação e mais concretamente de um programa de alfabetização de adultos foi um acontecimento inédito em Portugal, assim como original e inovadora foi a Campanha que procurou romper com um certo corpus mental construído à volta do analfabeto.
Teatro São João, Salvador, Bahia, Brasil
Teatro São João, Salvador, Bahia, Brasil
Salvador - BA
N. 49
Fotografia - Cartão Postal
Teatro São João foi uma casa de espetáculos da cidade brasileira de Salvador, capital do estado da Bahia e por mais de cem anos o principal teatro desta cidade. Situava-se no exato local onde hoje fica a Praça Castro Alves.
Construído a partir de 1806, o teatro foi erguido seguindo o modelo instituído pelo Marquês de Pombal aquando da reconstrução de Lisboa e pela constituição de teatros públicos. Sua construção deu-se no governo do João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito, Sexto Conde da Ponte (1805-1809), mesmo antes de se cogitar na transferência da Corte Real para o Brasil, em 1808, data em que começou a funcionar.
O Teatro foi o local onde as camadas da sociedade tinham seu lazer, e foi palco não somente de apresentações teatrais, como de momentos históricos importantes da cidade. Apesar da iniciativa governamental, as verbas para sua construção adviriam de um sistema de cotas, que poderiam ser resgatadas ou transformadas em título de propriedade. Tal empresa não conseguiu concluir a construção, que somente veio a ocorrer através de uma loteria, tal como vinha acontecendo no Rio de Janeiro para a construção de teatro homônimo.
Foi assim que, no governo do Marcos de Noronha e Brito, Oitavo Conde dos Arcos, o teatro ficou finalmente pronto.
Em 1923 o teatro foi destruído por um incêndio.
Sua capacidade era estimada em oitocentos lugares, embora fontes registrem que dois mil espectadores pudessem estar ali presentes. Sua localização era a mais central da capital baiana no período, ao final da Avenida Sete de Setembro, e começo da atual Rua Chile.
Igreja Protestante Luterana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Igreja Protestante Luterana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Ed. Abelheira N. 57
Fotografia - Cartão Postal
Nota do blog: Data efetiva não obtida (cartão postal circulado em 1935).
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