sábado, 1 de outubro de 2022

Banco Nacional do Comércio, Anos 20/30, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

 


Banco Nacional do Comércio, Anos 20/30, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia


Banco Nacional do Comércio, ou Banmércio, foi o segundo banco comercial criado no Rio Grande do Sul, iniciou suas operações em 1º de abril de 1895 com o nome de Banco do Comércio.
Fundado pelas empresas comerciais e comerciantes Caetano Pinto & Franco, Eurípedes Mostardeiro, Azevedo Irmãos & Cia, Edmundo Dreher, Hugo Gertum, Francisco Gonçalves e Fernando do Amaral Ribeiro. Sua primeira diretoria era constituída por Francisco Gonçalves Carneiro, Eduardo Dreher e Manoel Gonçalves Junior, tendo iniciado seus trabalhos com apenas seis funcionários.
Era uma iniciativa do setor comercial porto-alegrense que passa, a partir dessa década, a se favorecer do crescimento econômico das unidades agrícolas de imigrantes europeus implantadas nos decênios anteriores. Teve envolvimento contínuo na comercialização de produtos através do Porto de Rio Grande, bem como no financiamento do comércio e indústria de toda Região Sul, incluindo Santa Catarina e Paraná.
Nos primeiros dez anos se restringiu basicamente ao empréstimo sob hipotecas, tendo com isso acumulado muitos imóveis adquiridos na liquidação de contas de credores inadimplentes. Mesmo assim sobreviveu à crise bancária impulsionada pela quebra do Banco da República em 1900 e pode gozar da melhora de condições a partir de 1906. Participou nesse ano, junto com o Banco da Provínciada constituição da Companhia Força e Luz, que depois veio a formar a CEEE.
O número de funcionários no início cresceu lentamente: em 1899, muda sua denominação para Banco do Comércio de Porto Alegre. Em 1910 o banco ingressa numa fase de expansão, abrindo filiais e sucursais no interior e, a partir de 1915, inclusive fora do Rio Grande do Sul nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso e Paraná.
Em 1917 passa a se chamar Banco Nacional do Comércio, também conhecido por Banmércio. Apesar de manter uma grande quantidade de capital imobilizado, ao contrário do Banco Pelotense, por exemplo, o Comercial mantinha uma conta de provisão para as depreciações desses imóveis, dessa maneira, ultrapassa a crise de 1929 e mantém as suas atividades.
Em 1944 possuía 954 funcionários, no seu cinquentenário, em 1945, tinha 89 agências. No final de 1959, com 65 anos de atividade possuía 110 agências, 77 delas no Rio Grande do Sul, 20 em Santa Catarina, 11 no Paraná, 1 no Rio de Janeiro e 1 em São Paulo. Também controlava 4 companhias que atuavam no ramo imobiliário e de seguros. Ao contrário de outros bancos gaúchos da época, não procurou se expandir por todo o país, se restringindo somente a região sul.
No final de 1964 era o banco gaúcho com maior rede de agências (136) e no final de 1965 teve a maioria de suas ações adquirida pelo Montepio da Família Militar. No início de 1967 foi o primeiro banco gaúcho autorizado a receber depósitos do FGTS. Em 1968 adquiriu a Alto Uruguai - Cia. de Financiamento e Crédito, com sede em Erechim, em 1971 foi incorporado o Banco Duque de Caxias (antigo Banco Militar Brasileiro, com quatro agências em Porto Alegre e uma em Pelotas e que já havia incorporado o Banco Produção) e no mesmo ano ingressou na rede de cartões de crédito Diners.
Em 1972 funde-se com o Banco da Província e o Banco Industrial e Comercial do Sul, dando origem ao Banco Sulbrasileiro.
Seu prédio histórico, localizado no centro de Porto Alegre, desde os anos 2000, abriga o Santander Cultural e já abrigou sedes de diversos bancos após o Banco do Comércio (entre eles o Banco Meridional).

Érico Veríssimo - Artigo

 


Érico Veríssimo - Artigo
Artigo


Érico Veríssimo. Fotógrafo Sioma Breitman.
Érico Veríssimo (1905-1975) nasceu em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, no dia 17 de dezembro de 1905. Filho de Sebastião Veríssimo da Fonseca e de Abegahy Lopes, família rica e tradicional, que perdeu tudo no começo do século. Estudou no Colégio Venâncio Alves, em Cruz Alta. Com 13 anos já lia autores nacionais como Aluízio Azevedo, Joaquim Manuel de Macedo, Coelho Neto, e também autores estrangeiros como Dostoievski e Walter Scott. Em 1920 foi para Porto Alegre, estudou no Colégio Cruzeiro do Sul, mas não completou o curso. Voltou para Cruz Alta. Abandonou os planos de cursar uma Universidade.
Em 1925 trabalhou no Banco Nacional do Comércio. Em 1926, tornou-se sócio de uma farmácia. Dava aulas de literatura e inglês. Em 1929, começou escrevendo contos para revistas e jornais. Em 1930, a farmácia foi a falência. Em 1931, casa-se com Mafalda Halfem Volpe, com quem teve dois filhos. Vai definitivamente para Porto Alegre, onde foi contratado para o cargo de secretário de redação da Revista do Globo, onde conviveu com escritores renomados. Em 1932, foi promovido a Diretor da Revista do Globo e atuou no departamento editorial da Livraria do Globo.
Érico Veríssimo fez parte do Segundo Tempo Modernista (1930-1940), onde a literatura traz para reflexão os problemas sociais. Em 1932, o autor publica uma coletânea de contos "Fantoche", foi sua estreia na literatura. Em sua primeira fase a preocupação foi ética e urbana. No romance "Clarissa", tendo Porto Alegre como cenário, traça o perfil psicológico de uma adolescente. "Caminhos Cruzados", é um romance de análise social, em que expõe o drama abismal entre ricos e pobres. A fase de transição do autor é refletida em "O Resto é Silencio", onde o narrador analisa a reação de sete pessoas que presenciam o suicídio de uma moça.
Na segunda fase Érico parte para uma investigação completa do passado histórico do Rio Grande do Sul. "O Tempo e o Vento", são três romances, que trazem um vasto texto épico, onde desfilam as famílias do patriarcalismo gaúcho. "Ana Terra" é a protagonista do primeiro volume da trilogia. A cena se passa no Rio Grande do Sul, e relata o drama de uma família de pioneiros gaúchos. A terceira fase apresenta romances de aberta reação ao sistema político do século XX, é o caso do "Senhor Embaixador". No romance "O Prisioneiro", pretendeu o autor, como ele disse, "fazer uma espécie de parábola moderna sobre a guerra e o racismo".
Érico Veríssimo foi para os Estados Unidos, em 1941, em missão cultural, a convite do Departamento de Estado americano. Temendo a ditadura do governo Vargas, em 1943, foi lecionar Literatura brasileira, na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Em 1953, ocupou o posto de Diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana. O registro de suas viagens foi descrito nos livros "Gato Preto em Campo de Neve" e "A Volta do Gato Preto".
Em 1969, a casa onde nasceu Veríssimo, é transformada em Museu. Sua obra "Música ao Longe", recebeu o Prêmio Machado de Assis e "Caminhos Cruzados", recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1973, escreveu o primeiro volume da trilogia de sua auto-biografia "Solo de Clarineta", mas não completou o segundo volume. Seu filho Luis Fernando Veríssimo, nascido em 1936 é autor de livros famosos como O Analista de Bagé e Comédia da Vida Privada.
Érico Lopes Veríssimo faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 28 de novembro de 1975.

Residência de Álvaro Prado, Campos Elíseos, São Paulo, Brasil

 




Residência de Álvaro Prado, Campos Elíseos, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Primeiro bairro planejado de São Paulo, o Campos Elíseos serviu por um longo tempo como o local de residência da elite paulistana. Antes disso os endinheirados e bem sucedidos da capital residiam nas proximidades do triângulo histórico e seus arredores, em ruas como a Florêncio de Abreu.
Posteriormente o Campos Elíseos sofreu com a degradação, algo que continua até hoje, espantando os moradores mais tradicionais e acarretando um considerável decadência do bairro que ocasionou a demolição de muitos imóveis históricos. Felizmente ainda temos alguns que sobreviveram, sendo preservados e tombados como patrimônio de nossa cidade.
Localizado no número 463 da Alameda Nothmann, esse maravilhoso palacete é um destes imóveis do passado de elite do Campos Elíseos que sobreviveu preservado até os dias atuais. Localizado bem na esquina com a Rua Guaianases, fica de frente a outras duas construções históricas, sendo uma delas a de Octaviano Alves de Lima.
O palacete tem ampla área ajardinada o que transmite uma sensação de bucolismo hoje em falta na região central. Seu jardim está sempre bem cuidado, assim como a residência. Seu gradil permite uma ampla visualização da propriedade.
No passado residiu neste imóvel a figura de Álvaro Prado e família. Dados atestam que durante parte dos anos 1930-1940, eles residiram neste imóvel. Em 1937, inclusive, haviam duas linhas telefônicas neste imóvel, uma em nome do próprio Álvaro e outra para Castro Prado.
Nos registros também foi encontrado como residente do imóvel a figura de José de Barros França, falecido em 23 de julho de 1936. Entretanto não consta que ele era o proprietário, mas sim genro de Álvaro Prado, pai da esposa deste, cujo nome era Nenê de Barros França Prado.
Posteriormente os registros dos Prados neste imóvel vão desaparecendo, não constando mais em listas telefônicas de 1961 em diante. Pouco depois o palacete passa a constar como propriedade do Governo do Estado de São Paulo, o que permanece até os dias atuais juntamente com dois imóveis vizinhos da Rua Guaianases.

Propaganda "Miura o Requinte Sobre Rodas", 1987, Miura X8, Besson Gobbi S/A, Brasil


 

Propaganda "Miura o Requinte Sobre Rodas", 1987, Miura X8, Besson Gobbi S/A, Brasil
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História da Proibição do Consumo de Maconha no Brasil - Artigo

 


História da Proibição do Consumo de Maconha no Brasil - Artigo
Artigo


Em 1785, o vice-rei do Brasil Luiz de Vasconcellos e Sousa enviou um ofício à Capitania de São Paulo pedindo encarecidamente que os agricultores voltassem a plantar maconha, essa "importantíssima cultura", como frisava.
O ofício era acompanhado de 16 sacas de sementes para serem distribuídas e um folheto explicando como cultivar a erva. Até 1880, pelo menos outra meia dúzia de ofícios recomendavam o plantio.
Não, a Coroa Portuguesa não havia enlouquecido. Maconha -ou cânhamo, como se dizia à época- produzia excelentes fibras para se fazer cordas, cordões e tecidos. Daí o interesse da Marinha e da Fazenda Real portuguesas.
Maconha nem era a primeira droga com a qual Portugal havia sido complacente. Em 1737, a Câmara de São Paulo decidiu restringir a venda de ópio a médicos. Na verdade, fazia cumprir um capítulo das "Ordenações Filipinas", primeiro conjunto de leis moderno a proibir drogas, em 1603.
Um comerciante que vendia ópio a torto e a direito decidiu reclamar da restrição ao rei e em 1738 D. João V determinou: "Que corra livre o comércio destas drogas como os suplicantes requerem".
A primeira restrição a droga no Brasil só viria em 1830. O Rio de Janeiro proibiu a "venda e o uso do pito de Pango", o cachimbo de barro usado para fumar maconha.
O vendedor do pito pagava multa; o negro que pitasse pegava três dias de cadeia.
Maconha mesmo ninguém era louco de proibir. Havia se convertido numa das principais plantas fibrosas produzidas em São Paulo, segundo o "Almanach Litterario de S. Paulo para o Anno de 1876 publicado por José Maria Lisboa". O jornal "A Província de S. Paulo" ensinava até a cultivá-la nesse mesmo ano.
No final do século 19, maconha não era só matéria-prima de corda. Transformara-se em remédio, vendido livremente até 1917 e com receita até 1938, quando foi banida junto com a cocaína. O anúncio mais antigo de maconha encontrado por Guido Fonseca, 61, principal pesquisador da história das drogas no Brasil, data de 1885.
"Basta aspirar a fumaça dos Cigarros indios para fazer desapparecerem completamente os mais violentos ataques de Asthma, Tosse nervosa, Rouquidão, Extincção da vox, Nevralgia facial, Insomnia, e tambem combater a Tisica laryngea", prometia o anúncio da Grimault e Cia., de Paris.
Chamavam-se "cigarros índios" porque eram feitos de cannabis indica, uma variedade de maconha.
Cocaína
Panacéia similar só experimentando um alcalóide que havia sido descoberto em 1859 -a cocaína. Segundo os cientistas, servia para tratar laringite, faringite e era um ótimo anestésico.
Já laboratórios como o Grimault recomendavam o vinho de coca para "pessoas fracas ou debilitadas por trabalho excessivo", para o "empobrecimento do sangue", para tísicos, "às jovens pálidas e delicadas". Ele impediria também dores de estômago e gastrite.
É claro que com tantos efeitos colaterais conhecidos a cocaína não seria só usada como anestésico. Ainda mais com uma legislação dócil.
Em 1882, surgiu a primeira lei que exigia receita para a venda de cocaína -mas não havia pena para infratores. O Código Penal de 1890 era uma piada. A multa mais alta para a venda irregular era 1/60 do preço mais baixo da grama.
Em 1917, a legislação deu uma guinada. O Código Sanitário desse ano previa o fechamento de farmácias que vendessem cocaína e ópio sem receita médica. Pena de prisão para os vendedores só surgiria em 1921. As farmácias, junto com bordéis, eram os principais centros distribuidores de coca.
Sodoma das drogas
São Paulo, a se confiar na polícia, havia se transformado em uma Sodoma das drogas. "A cidade se tornou um centro de alarmantes vícios", escreveu um delegado em 1918, no que deve ser o primeiro documento sobre o impacto das drogas. "As suas vítimas formarão um exército de inutilizados".
Não era só por causa do imaginário apocalipse interno que as leis endureceram. Havia pressão internacional, segundo Edemur Ercilio Luchiari, 54, delegado do Departamento de Investigações sobre Narcóticos de São Paulo.
O controle sobre a cocaína foi instituído em 1904 nos EUA pelo FDA (Food and Drugs Administration). Cinco anos antes, a folha de coca era usada na Coca-Cola.
Em 1912, os norte-americanos pressionaram na Convenção Internacional do Ópio, realizada em Haia (Holanda), para que o ópio fosse banido e a cocaína só fosse vendida com receita -seria a legislação brasileira após cinco anos.
O banimento da cocaína e da maconha das farmácias brasileiras em 1938 era o país acertando o passo com uma convenção internacional de 1925.

Sala das Pedras, Guarujá, São Paulo, Brasil


 

Sala das Pedras, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
N. 90
Fotografia - Cartão Postal

Parque Dom Pedro II, São Paulo, Brasil



Parque Dom Pedro II, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Panorama Parcial, São Paulo, Brasil


 

Panorama Parcial, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Foto Postal N. 15
Fotografia - Cartão Postal

Casino Farroupilha, 1935, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil


 


Casino Farroupilha, 1935, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia


Durante a Exposição Farroupilha (setembro de 1935 a janeiro de 1936), foi construído um cassino, em forma de escotilha de navio, com amplos salões para restaurante e salões de baile. 
Perto do lago da Redenção, até 800 pessoas se reuniam aos finais de semana no "Casino Farroupilha", escrito com um “s”, na intenção de reproduzir o glamour americano. 
Frequentado pela elite da Capital, o clima era de luxo: homens de smoking, mulheres vestindo longo, vinhos e uísques importados servidos por garçons de gravata-borboleta.
As roletas do cassino da Redenção pararam de rolar quando ocorreram os desmontes dos pavilhões.
Nota do blog: Data 1935 / Autoria não obtida.

Instituto Butantan / Serpentário, São Paulo, Brasil


 

Instituto Butantan / Serpentário, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
N. 14
Fotografia - Cartão Postal