segunda-feira, 13 de março de 2023

Chaminé da Antiga Usina Termoelétrica, Rua João Teodoro, São Paulo, Brasil

 







Chaminé da Antiga Usina Termoelétrica, Rua João Teodoro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Remanescente da primeira usina termoelétrica da cidade que fornecia energia elétrica para o Quartel da Luz e o Hospital da Força Pública, foi construída no período entre 1888-1892.
Projetada pelo célebre arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, ainda hoje se destaca e marca a paisagem da região, apesar de todas as modificações sofridas pela cidade. Nas revoluções de 1924 e 1932 foi alvo de bombardeios por parte das forças federais que visavam atingir o quartel, deixando marcas da artilharia pesada visíveis até hoje em suas paredes.
Na revolta de 1924, cerca de mil militares sitiaram a área central da capital paulista por 23 dias, obrigando Carlos de Campos, presidente do Estado, a abandonar o Palácio dos Campos Elíseos e se refugiar na Penha. Por este motivo, entre 9 e 28 de julho de 1924, o bairro foi sede do governo estadual, instalado em um vagão de trem adaptado na Estação Guaiaúna. A usina foi demolida em 1985 para duplicar a rua João Teodoro. Por algum motivo, quando as obras chegaram no ponto em que ela se encontrava, resolveram dividir a pista em duas e conservaram a chaminé. Observe à direita o Quartel General das Forças Revolucionárias, atual sede do Batalhão da Rota. De autoria desconhecida, podemos raciocinar que a imagem foi registrada após 1924 e antes de 1932.
Nota do blog: Imagem 1, data circa 1924-1932, autoria não obtida / Imagens 2 a 4, data e autoria não obtidas.

Construção do MASP, 1966, São Paulo, Brasil

 


Construção do MASP, 1966, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


De autoria de Peter Scheier e registrada em 1966, vemos o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand em construção, projetado por Lina Bo Bardi. Repare à esquerda, o Parque Tenente Siqueira Campos e, mais à frente, o edifício Baronesa de Arary, na esquina da rua Peixoto Gomide.
Nota do blog: Data 1966 / Crédito para Peter Scheier.

Avenida Tiradentes, São Paulo, Brasil

 








Avenida Tiradentes, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal


Texto da imagem 1: 
Industrial, lavrador, comerciante, banqueiro, jornalista, parlamentar, administrador, chefe político e economista. Foram tantas as áreas em que Antônio da Silva Prado se destacou que sua figura não encontra similar dentre os que como empresários ou empreendedores, deixaram marcas na história paulista. Antônio Prado ainda teria na sua longa folha de serviços públicos prestados, uma profícua atuação como prefeito de São Paulo, cargo que exerceu no período de 1899-1911. Preocupou-se com a fisionomia da cidade e procurou embelezá-la nos moldes europeus: alargou e arborizou ruas e avenidas; remodelou o Jardim da Luz; construiu novos mercados; promoveu o saneamento; abriu a avenida Angélica; ampliou o antigo Largo do Rosário, no início da avenida São João, transformando-o na praça que ostenta seu nome.
Uma de suas realizações foi transformar a avenida Tiradentes em um belo cartão de visitas. Na imagem registrada em 1911 pelo fotógrafo Guilherme Gaensly, vemos a larga e arborizada via em direção ao rio Tamanduateí. Observe à direita, as instalações do Quartel do 1º Batalhão, posteriormente conhecido como Batalhão da ROTA. Pouco mais à frente, o Convento Nossa Senhora da Luz. Na rua João Teodoro, a bela chaminé da usina de eletricidade.
Texto da imagem 2: 
A mesma avenida Tiradentes em direção ao Jardim da Luz. Vemos à direita, o solar que pertenceu a Joaquim Egídio de Sousa Aranha, o Marquês de Três Rios, posteriormente adaptado e ocupado pela Escola Politécnica. Pouco mais além, o Presídio Tiradentes, a antiga Casa de Correição. Observamos parcialmente à esquerda, as instalações do Quartel do 1º Batalhão, o denominado Batalhão da ROTA. Ao fundo, a torre da Estação da Luz. Os locais mencionados estão indicados com o asterisco. De autoria de Guilherme Gaensly, a imagem foi registrada em 1911.
Texto da imagem 3:
À direita, vemos o Presídio Tiradentes, a antiga Casa de Correição. Presídio que abrigou presos políticos na Era Vargas e no Regime Militar iniciado em 1964. Foi inaugurado em 1852 e desativado em 1972, pouco antes que as obras do metrô abalassem sua estrutura e fosse demolido, conservou-se seu pórtico conhecido como Arco do Presídio, tombado em 1985 pelo governo do estado devido a seu interesse histórico, cujo valor simbólico representa a luta contra o arbítrio e a violência institucionalizadas em um passado recente. No espaço foi construído um prédio que incorpora o Teatro Franco Zampari da TV Cultura e a agência Tiradentes do Banco do Brasil. Pouco mais adiante, a Pinacoteca. Ao fundo, a torre da Estação da Luz.
Nota do blog: Imagem 1 e 2, data 1911, crédito para Guilherme Gaensly / Imagem 3, data e autoria não obtidas.

Monumento a Zequinha Abreu, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil















Monumento a Zequinha Abreu, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia




José Gomes de Abreu (Santa Rita do Passa Quatro, SP, 19 de setembro de 1880 – São Paulo, SP, 22 de janeiro de 1935).
Zequinha era o primogênito dos oito filhos do boticário José Alacrino Ramiro de Abreu e Justina Gomes Leitão de Abreu. A mãe queria que ele fosse padre e o pai, que se formasse médico. Mas aos seis anos, ele já mostrava vocação musical, tirando melodias da flauta. Durante o curso primário organizou uma banda na escola, da qual era o regente. Com 10 anos, tocava requinta (instrumento de sopro menor e por isso mais agudo que o clarinete), flauta e clarinete na banda e ensaiava suas primeiras composições.
Em 1894, entrou para o seminário episcopal, em São Paulo, onde estudou harmonia com o padre Juvenal Kelly. Dois anos depois, fugiu e retornou à Santa Rita do Passa Quatro para trabalhar na farmácia do pai e fundou a Orquestra Smart que realizava saraus, serestas, animava festas, bailes, casamentos, formaturas, batizados e até acompanhava filmes mudos.
Em 1898, apresentando-se com sua orquestra num baile em Santa Cruz da Estrela, conheceu Durvalina Pires Brasil, de 14 anos, filha de Alfredo Américo Brasil e Lavínia Pires Brasil. Em 11 de maio de 1899, casaram-se. A noiva, muito jovem, era arteira, moleca, a tal ponto de no dia do casamento ter sido encontrada no alto de uma jabuticabeira. O casal viveu alguns meses no Distrito de Santa Cruz da Estrela, atual Jacerandi, próximo à Santa Rita. Com a ajuda do pai, instalaram uma farmácia e abriram uma escola primária, onde o casal lecionava.
De volta à sua cidade, Zequinha montou uma banda, a Lyra Musical Santarritense e teve os cargos de secretário da Câmara Municipal e de escrevente da Coletoria Estadual. A exemplo de seu pai, também teve oito filhos, todos batizados com nomes começados com a letra D: Dalva, Durval, Demerval, Dinorah, Dayse, Doríval, Diva e Dirce. Ele aproveitou o nome da mulher, Durvalina e, como bom músico, o da nota que é o princípio de tudo, a Dó.
No final da década de 1910 compôs de improviso a valsa Branca, em homenagem a Branca Barreto, filha do chefe da estação ferroviária de sua cidade, tornando-se um clássico. Em 1917, durante um baile, apresentou um choro e ficou surpreso com a reação entusiasmada dos pares de dança. Batizou a música de Tico-Tico no Farelo mas, como já existia um choro com o mesmo nome na época (composto por Américo Jacomino), resolveu batizá-la Tico-Tico no Fubá. Seu título mais famoso ganhou letra de Eurico Barreiros em 1931. No mesmo ano foi gravado pela Orquestra Colbaz, do maestro Gaó e chegou a 100 mil cópias vendidas, número pela primeira vez atingido por nossa indústria fonográfica.
A música tornou-se uma das mais gravadas em todo o mundo e ficou mundialmente conhecida após participar da trilha sonora dos filmes norte americanos na década de 1940: A vida é uma dança, (1940, Dance, Girl, Dance, de Dorothy Arzner), Alô amigos (1942, Saludos Amigos, de Wilfred Jackson), A filha do Comandante (1943, Thousands Cheer, de George Sidney), Kansas City Kitty (1944, de Del Lord), Escola de sereias (1944, Bathing Beauty, de George Sidney), com destaque para Copacabana (1947, de Alfred E. Green), em versão interpretada por Carmen Miranda. Em 1987, a atriz Denise Dumont faz uma participação no filme A era do rádio (Radio Days, de Woody Alen), em número que dá clara referência a Carmen Miranda e Xavier Cougat no filme O Príncipe Encantado, de 1948.
Zequinha mudou-se para a capital paulista em setembro de 1920, logo após o falecimento do pai. Em São Paulo, seu ritmo de trabalho aumentou. Ele se apresentava no Bar Viaduto, na Confeitaria Seleta, em clubes, cabarés, dancings e festas. Seu piano, conjuntos e músicas eram muito requisitados. Incansável, ainda dava aulas de piano e aproveitava para vender as partituras de suas músicas nas casas que frequentava.
Em 1924, lançou o choro Sururu na cidade, que fez grande sucesso devido à forma bem-humorada na qual retratava os dias agitados da Revolução Paulista daquele ano.
Trabalhava também na Casa Beethoven, atraindo fregueses e curiosos que passavam na Rua Direita. Mostrava no piano os últimos lançamentos musicais. Foi lá que conheceu Vicente Vitale, com quem iniciaria uma grande amizade e uma ligação importante. Os irmãos Vitale ofereceram à Zequinha um contrato de exclusividade, com a obrigação de entregar uma música nova a cada mês em troca de um ordenado fixo. Além disso, os Vitales iniciavam uma editora musical que iria lançar vários de seus sucessos.
Para se ter uma ideia do quanto as partituras eram um bom negócio, basta verificar que, a partir da segunda década do século XX, o número de editoras em São Paulo aumentou significativamente. A cidade tinha, na primeira década, apenas cinco editoras. Em 1929, já existiam pelo menos trinta e cinco, só na capital. As partituras editadas eram o principal veículo de comunicação entre o compositor e seu público. Numa época em que a reprodução sonora mecânica engatinhava e o rádio estava apenas despontando, as editoras desempenhavam um papel importante para a divulgação do compositor.
Alguns aspectos demonstram as prováveis interferências da editora dos Irmãos Vitale na produção de Zequinha de Abreu. Talvez uma delas seja o fato de o compositor ter mudado sua aparência ao chegar em São Paulo. Em todas as fotos em que aparece, quando residente em sua cidade natal, o compositor está usando bigode. Na sua foto estampada na contracapa das partituras, Zequinha de Abreu está sem bigode. Como ele já contava com mais de quarenta anos de idade, pode ter sido uma sugestão dos editores para aparentar maior jovialidade.
Zequinha de Abreu dedicou a valsa Glorificação da beleza à Yolanda Pereira. A partitura tinha como dedicatória: À fascinante beleza da Senhorita Yolanda Pereira, Miss Universo de 1930
Em 1933 foi fundada a Banda Zequinha de Abreu, com 25 figurantes. Zequinha escreveu valsas, choros, maxixes, marchas, rancheiras, tangos, sambas, toadas sertanejas, fox-trote e ragtime.
Zequinha se vestia quase sempre de roupa escura e trazia na lapela a Lira, símbolo da música. Boêmio, bebia e fumava muito. Na boemia, fazia-se acompanhar dos filhos Durval e Dermeval, improvisando ao piano canções durante horas, com a cervejinha do lado. Escrevia música tão depressa como qualquer pessoa que sabia escrever ligeiro – dizia Hermes Vieira, seu amigo e letrista, que usava o pseudônimo de Naro Demóstenes. Ele não possuía ambição e sempre ajudava os amigos necessitados. Falava pouco, mas sorria bastante. Amava as festas e não dava valor ao dinheiro. Vaidoso, gostava de tingir os cabelos e pintar as unhas.
O compositor morreu em 22 de janeiro de 1935, de ataque cardíaco, aos 54 anos, em São Paulo. No período em que viveu em São Paulo, de 1920 até a sua morte, gozou de grande prestígio entre os músicos paulistas e seu público.
A vida de Zequinha inspirou o filme Tico-tico no Fubá, dirigido por Adolfo Celi e Fernando de Barros, lançado em 1952, com Anselmo Duarte como o compositor, Tônia Carrero como Branca e Marisa Prado vivendo Durvalina. O filme participou do Festival de Cannes de 1955.
O Museu Histórico e Pedagógico Zequinha de Abreu fica na antiga estação ferroviária do município. O espaço conta com material biográfico, discos, letras de musicas, móveis e instrumentos musicais que fizeram parte da história de Zequinha e de Santa Rita do Passa Quatro. A praça matriz de Santa Rita e uma rodovia que liga a cidade também têm o nome Zequinha de Abreu.
Em 1979, os pianistas Jacques Klein e Ezequiel Moreira lançaram pela gravadora Eldorado um LP com 12 canções de sua autoria.
Ayres da Cruz e Luiz Schiliro escreveram Zequinha de Abreu: vida artística e boêmia, 1950; Maria Amália Corrêa Giffoni escreveu Zequinha de Abreu revisitado, 1986; Claudio Santo Pigoretti, A curiosa Laita e a sétima diminuta de Zequinha de Abreu; os Irmãos Vitale editaram O melhor de Zequinha de Abreu, um álbum com 25 músicas, com partituras para piano e canto, melodias e cifras do compositor.
Inaugurado em 19 de setembro de 2010, o mural Tributo à Zequinha de Abreu, está localizado na Praça Central que leva o nome do compositor santarritense.
O filme Só pelo amor vale a vida, 2014, direção de Carlo Mossy, com Leonardo Arena como Zequinha de Abreu e Rossana Ghessa no papel de Branca, é a segunda obra cinematográfica sobre o compositor.
A obra de Zequinha de Abreu está em domínio público desde 2006. Texto de Mara L. Baraúna.
Nota do blog: O monumento se encontra na praça Zequinha de Abreu / Imagens de 2023.
 

Concha Acústica, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil








Concha Acústica, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia


 

Mural Temático "Tributo à Zequinha de Abreu", Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil





Mural Temático "Tributo à Zequinha de Abreu", Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia


 

Fonte Luminosa Musical, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil





Fonte Luminosa Musical, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia 


Localizada na Praça Zequinha de Abreu.
Nota do blog: Data 2023 / Crédito para Jaf.


 

Marco de Fundação de Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil






 

Marco de Fundação de Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia

Centro Cultural e Museu José Spadon, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil






 

Centro Cultural e Museu José Spadon, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia


Com obras iniciadas em outubro de 1885, quando Santa Rita do Passa Quatro ainda era uma vila, o prédio foi inaugurado em 06/03/1891.
Inicialmente o local abrigou a Câmara Municipal (na época chamada de Intendência), a Cadeia Pública e o Fórum (este último a partir de 1892, quando foi criada a Comarca).
A Cadeia Pública permaneceu no local desde a sua inauguração em 06/03/1891, até a década de 1980.
As atividades do prédio foram encerradas no início dos anos 2000, quando a sede da Polícia Civil foi transferida para o atual local, na avenida Padre Pio Corso.
Depois da desativação, o imóvel ficou abandonado por um longo tempo, tornando-se um problema para a cidade, até que a Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo (proprietário do imóvel) entraram em acordo, sendo o uso do prédio cedido por tempo indeterminado para a primeira.
Após o acordo, o prédio passou por uma reforma completa, tornando-se o Centro Cultural e Museu José Spadon, passando a funcionar como museu, biblioteca e um espaço para realização de eventos educacionais e culturais. Trecho de texto da Prefeitura Municipal de Santa Rita do Passa Quatro adaptado e ampliado para o blog por mim.
Localizado na rua Severino Meirelles, 896, Centro.
Nota do blog: Imagens de 2023.

Escola Estadual Nelson Fernandes, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil





Escola Estadual Nelson Fernandes, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia

Nota do blog: Imagens de 2023.