Moça com Brinco de Pérola (Het Meisje Met de Parel / Girl with a Pearl Earring) - Johannes Vermeer
Museu Mauritshuis, Haia, Holanda
OST - 46x40 - Aproximadamente 1665
Moça com o Brinco de Pérola (em neerlandês: Meisje
met de parel) é uma pintura do artista neerlandês Johannes Vermeer de 1665. Como o seu nome indica, é
utilizado um brinco de pérola como ponto focal. A
pintura está no Mauritshuis de Haia.
É muitas vezes referido como "a Mona Lisa do Norte" ou "a Mona
Lisa holandesa".
Em geral,
muito pouco se sabe sobre Vermeer e as suas obras. Esta pintura está assinada como
"IVMeer", mas não está datada. Não está claro se este trabalho foi
encomendado, e em caso afirmativo, por quem. Em qualquer caso, é provável que
não pretenda ser um retrato convencional. Mais recentemente a literatura
sobre Vermeer aponta para a
imagem de ser um "tronie", a descrição
para o holandês do século XVII de que uma "cabeça" não era para ser
um retrato. Após a restauração mais recente da pintura em 1994, o esquema de
cores subtis e a intimidade da menina olhando para o espectador foi muito
aumentado. Não se conhece quem foi a modelo para a pintura.
Seguindo o
conselho de Victor de Stuers, que durante anos tentou impedir obras raras
de Vermeer de serem
vendidas a terceiros no exterior, A.A. des Tombe comprou a obra num leilão
em Haia, em 1881, por apenas dois florins e trinta centavos. Na
época, a pintura estava em más condições. Des Tombe não tinha herdeiros e doou
esta e outras pinturas para o Mauritshuis, em 1902.
Em 1937,
uma pintura muito semelhante, "The Smiling Girl" (pt:
A Moça Sorridente), na época também se pensava ser obra de Vermeer, foi doado pelo colecionador Andrew W. Mellon para
a National Gallery of Art,
em Washington DC, é agora amplamente
considerada como uma farsa. O perito em trabalhos de Vermeer, Arthur Wheelock alegou,
num estudo de 1995 que é obra do artista e falsificador do século XX Theo van
Wijngaarden, um amigo de Han van Meegeren.
A modelo
delicada com seu olhar direto e os lábios entreabertos é a obra mais famosa do
pintor holandês Jan Vermeer, sendo considerada como a “Mona Lisa” da arte
holandesa (ou a Mona Lisa do Norte). Infelizmente, nada se conhece sobre a
história de tão esplêndida composição, que apareceu pela primeira vez em 1881,
num leilão em Haia, Holanda e que é a principal atração do Museu Mauritshuis,
na cidade onde foi leiloada.
Ao olhar tão
delicada composição, o observador é imediatamente cativado pela misteriosa moça
com o seu turbante exótico. O tom de sua pele clara e pura é salientado pelo
brilho de seu brinco de pérola. Os historiadores de arte sabem que jamais
saberão com certeza quem foi a garota que inspirou o artista, servindo-lhe de
modelo, embora muitos críticos de arte acreditem ser a primeira filha do
pintor, Maria, que à época teria cerca de 12 ou 13 anos de idade.
É interessante
saber que o turbante que Vermeer usa em sua modelo não encontra similar na
pintura europeia, pois, no século 17, uma garota holandesa dificilmente seria
vista usando um turbante. Por isso, os estudiosos no assunto creem que o pintor
encontrou sua inspiração na pintura de Michael Sweerts, denominada “Menino em
um Turbante” (foto menor), pintada cerca de dez anos antes de Moça com Brinco de Pérola.
Vermeer pintou
a parte azul do turbante da moça com ultramarino natural, pigmento mais valioso
do que o ouro à época, feito de lápis-lazúli esmagado que os contemporâneos do
pintor dificilmente usavam em razão de seu preço exorbitante. Mesmo na época em
que sua situação econômica era extremamente precária, Vermeer continuou fazendo
uso de tal pigmento em suas pinturas, resultando num azul inigualável.
O brinco que
tanto chama a atenção do observador parece uma pérola branca. Foi feito com uma
mancha branca espessa de empasto, sobre a qual incidem os mesmos raios de luz
que iluminam o rosto, o turbante e o colarinho branco da moça. Sua forma ovoide
repassa a sensação de peso e volume, o que não aconteceria se ele fosse
redondo.
O fundo preto
da composição não mais possui a sua cor originária. Uma análise feita na obra
revelou que poderia ter sido um verde brilhante forte e profundo, destacando
ainda mais a beleza da figura. A cor preta aumenta a sensação de
tridimensionalidade da moça.
A modelo veste
uma roupa branca por baixo, cuja gola sobressai. Por cima usa uma peça rústica
de cor ocre amarela que se parece com uma capa ou uma outra peça de roupa
folgada, de corte rústico, feita de tecido. Não é possível ao observador
ignorar os belos olhos da modelo que o acompanham onde quer que ele se
encontre. Confira!
A
pintura Moça com Brinco de Pérola foi
completamente restaurada em 1994, quando deixou à vista o fantástico efeito
tridimensional da figura, sua cor brilhante e detalhes dos tons da pele até
então escondidos, mostrando como foram originalmente pintados. Pode-se ver, a
partir de então, um diminuto lampejo de luz no canto esquerdo da boca da
modelo. Contudo, não foi possível descobrir os métodos empregados pelo
artista em suas pinceladas, pois se temia ao aprofundar no estudo, danificar a
obra. Nos dias de hoje, a tecnologia permite compilar os dados e posteriormente
fazer uma recriação virtual da obra.
The painting
is a tronie, the Dutch 17th-century description of a 'head' that
was not meant to be a portrait. It depicts a European girl wearing an exotic
dress, an oriental turban, and an improbably large pearl earring. In 2014, Dutch astrophysicist Vincent Icke raised
doubts about the material of the earring and argued that it looks more like
polished tin than pearl on the grounds of the specular reflection,
the pear shape and the large size of the earring.
The work
is oil on canvas and is 44.5 cm
(17.5 in) high and 39 cm (15 in) wide. It is signed
"IVMeer" but not dated. It is estimated to have been painted around
1665.
After the most
recent restoration of the painting in 1994, the subtle colour scheme and the
intimacy of the girl's gaze toward the viewer have been greatly enhanced. During
the restoration, it was discovered that the dark background, today somewhat
mottled, was initially intended by the painter to be a deep enamel-like green.
This effect was produced by applying a thin transparent layer of paint, called
a glaze, over the present-day black background. However, the two organic
pigments of the green glaze, indigo and weld, have faded.
On the advice
of Victor de Stuers, who for
years tried to prevent Vermeer's rare works from being sold to parties
abroad, Arnoldus Andries des Tombe purchased
the work at an auction in The Hague in 1881, for only two guilders with a thirty cents buyer's premium (around €24 at current purchasing power). At the time, it was in poor
condition. Des Tombe had no heirs and donated this and other paintings to
the Mauritshuis in 1902.
The painting
was exhibited as part of a Vermeer show at the National Gallery of Art in Washington, D.C., in 1965 and 1966. In 2012, as part of a
traveling exhibition while the Mauritshuis was being renovated and expanded,
the painting was exhibited in Japan at the National Museum of Western Art, Tokyo,
and in 2013–2014 the United States, where it was shown at
the High Museum in Atlanta, the de Young Museum in San Francisco and in New York City at the Frick Collection. Later in 2014 it was exhibited in Bologna, Italy. In June 2014, it returned to the
Mauritshuis museum which stated that the painting would not leave the museum in
the future.
The painting
was investigated by the scientists of the Netherlands Institute for Cultural
Heritage and FOM Institute for Atomic and Molecular Physics (AMOLF) Amsterdam.
The ground is
dense and yellowish in color and is composed of chalk, lead white, ochre and very little black. The dark
background of the painting contains bone black, weld (luteolin, reseda luteola), chalk, small amounts of red ochre, and indigo. The face and draperies were painted mainly using
ochres, natural ultramarine, bone black, charcoal black and lead white.
In
February-March 2018 an international team of art experts spent two weeks
studying the painting in a specially constructed glass workshop in the museum,
open to observation by the public. The non-invasive research project included
removing the work from its frame for study with microscopes, X-ray equipment
and a special scanner to learn more about the methods and materials used by
Vermeer.
The painting
has gone under a number of titles in various countries over the centuries.
Originally it may have been one of the two tronies "painted in the Turkish fashion" (Twee
tronijnen geschildert op sijn Turx) recorded in the inventory at the time of Vermeer’s
death. It may later have been the work appearing in the catalogue to a
1696 sale of painting in Amsterdam, where it is described as a "Portrait
in Antique Costume, uncommonly artistic" (Een Tronie in Antique Klederen,
ongemeen konstig).
After the
bequest to the Mauritshuis, the painting became known as Girl with a
Turban (Meisje met tulband) and it was noted of its original description
in the 1675 inventory that the turban had become a fashion accessory of some
fascination during the period of European wars against the Turks. By 1995,
the title Girl with a Pearl (Meisje met de parel) was considered more
appropriate. Pearls, in fact, figure in 21 of Vermeer's pictures, including
very prominently in Woman with a Pearl Necklace.
Earrings alone are also featured in A Lady Writing a Letter, Study of a Young Woman, Girl with a Red Hat and Girl with a Flute. Similarly shaped ear-pieces were used as
convincing accessories in 20th-century fakes that were briefly attributed to
Vermeer, such as Young Woman with a Blue Hat, Smiling Girl and The Lace Maker.
Generally the
English title of the painting was simply Head of a Young Girl, although it
was sometimes known as The Pearl. One critic explained that this name was
given, not just from the detail of the earring, but because the figure glows
with an inner radiance against the dark background.
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