Rótulo
A Cia. Paulista foi fundada em 25 de abril de 1913, sendo o seu primeiro e principal incorporador o sr. Hanz Scherholz. As primeiras reuniões para a organização da fábrica foram realizadas na antiga sede da Sociedade Dante Alighieri (rua Duque de Caxias, 98). A primeira Diretoria era composta por João Alves Meira Junior (Presidente), Alfio Messina (Gerente) e Hanz Scherholz (Diretor-Técnico). Posteriormente, com a saída de Alfio Messina, o seu cargo foi confiado a José Rossi.
A primeira fábrica foi instalada à Rua Visconde do Rio Branco (esquina com rua Barão do Amazonas) e, em 18 de abril de 1914, foi inaugurada a nova fábrica, construída a Avenida Jerônimo Gonçalves, às margens do Ribeirão Preto, próxima a Estação da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. Na margem oposta do mesmo córrego estava instalada a fábrica da Cia. Antárctica Paulista, também fabricante de bebidas e sua principal concorrente.
As primeiras marcas de bebidas lançadas pela Cia. Cervejaria Paulista foram: Sterlina, Cristalina, Niger, Kromo, Carabbo e Zurê. Posteriormente foi lançada a cerveja Trust. Com o tempo as cervejas Poker, Niger e Trust, tornaram-se as principais marcas de cervejas produzidas pela Cia. Paulista e foi sob a égide desta trilogia que a Cia. tornou-se conhecida, a princípio regional e depois nacionalmente.
A Cia Paulista foi organizada com um capital inicial de Rs. 300.000$000, este foi elevado para Rs 450.000$000 em 1914 e para Rs. 1.000.000$000 em 1915. A Cia. Paulista desenvolveu-se no contexto econômico do ciclo do café, dos coronéis, dos cassinos, da imigração europeia e do desenvolvimento urbano que esta economia desencadeou no interior do Estado de São Paulo. Desde a sua inauguração, em 1914 até a década de 70, a fábrica de bebidas da Cia. Paulista foi, juntamente com a Cia. Antárctica, responsável pelo desenvolvimento urbano da cidade. Gerou inúmeros empregos e contribuiu para a formação de mão-de-obra especializada, operariado este formado por imigrante, na sua grande maioria. Localizada às margens do córrego (Preto), que dá origem ao nome da cidade, contribuiu ainda para os melhoramentos quanto ao abastecimento de água e energia daquela região da cidade, impulsionando o crescimento do bairro de Vila Tibério e região central da cidade.
A Cia. Paulista foi ainda precursora dos investimentos imobiliários que injetaram significativas cifras nas finanças locais em meio a crise iniciada em 1929. Em 1927, a Cia. Paulista investiu na compra de terrenos e antigos edifícios localizados à Praça XV de Novembro e, em 1930, inaugurou um teatro de ópera, um edifício comercial e um hotel (o chamado Quarteirão Paulista, tombado pelo Condephaat). Estes investimentos, pioneiros, lançaram vultuosas somas na economia local, em plena crise e foram ainda responsáveis por lançar as bases do que viria a se tornar baseada a economia local até os nossos dias: uma cidade prestadora de serviços.
Apesar de uma crise financeira sofrida pela Cia. Paulista nas décadas de 30 e 40, a fábrica continuou sua produção, baseada principalmente na marca Niger de cerveja preta até que, em 1973 fundiu-se com a sua grande rival a Cia. Antárctica Paulista, tornando-se a Cia. Antarctica Niger.

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