quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Cartaz "Centenário da Independência do Brasil", Exposição Nacional, 1922, Rio de Janeiro, Brasil





Cartaz "Centenário da Independência do Brasil", Exposição Nacional, 1922, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Cartaz - Poster

Para celebrar os cem anos da independência do Brasil, o governo de Epitácio Pessoa organizou a Exposição do Centenário, realizada no Rio de Janeiro entre setembro de 1922 e julho de 1923. Um sucesso, a exposição atraiu mais de três milhões de visitantes e vários expositores estrangeiros.
O evento apresentou ao mundo um país que caminhava para a industrialização, com a ajuda de imigrantes europeus, que o teriam transformado num lugar mais ‘civilizado’, segundo a elite republicana.
Ao contrário de exposições anteriores, como a Exposição Nacional de 1908, onde figuras indígenas de tamanho natural apareciam em seu suposto 'habitat selvagem', a Exposição do Centenário apresentava um ‘tipo brasileiro’ branco e europeizado. Para os eugenistas que tinham voz da época, negros, mulatos, indígenas e caboclos eram obstáculos ao ‘progresso’ – visão registrada no Dicionário histórico, geográfico e etnográfico do Brasil, publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro especialmente para a exposição.
As críticas mais contundentes a esta versão oficial da história do Brasil e à "re-europeização" do país vieram da esfera artística. Os modernistas criticavam a imitação de modelos estrangeiros na política, na economia e sobretudo na arte, na arquitetura e na literatura. A Semana de Arte Moderna, realizada meses antes, de 11 a 18 de fevereiro de 1922, não poupou referências às culturas afro-brasileiras e indígenas e, embora tenha durado poucos dias, ocupa até hoje lugar de destaque na memória coletiva. Já a Exposição do Centenário, que durou onze meses, está praticamente esquecida.

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