Bolsa de Café / Palácio da Bolsa Oficial do Café, Atual Museu do Café, 1920, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia
Bolsa de Café, ou o Palácio da Bolsa Oficial do Café, é um
museu localizado na rua XV de Novembro, no centro histórico do município
de Santos,
estado de São Paulo, Brasil. Após um
restauro realizada em 1998, o palácio foi reinaugurado como o Museu do
Café.
Primeiramente instalada em um salão alugado no centro da
cidade, a Bolsa do Café transferiu-se em 1922 para o palácio,
construído especialmente para suas atividades, que funcionou até fins da década
de 1970, quando foi abandonado.
Criada por decreto federal, ela iniciou suas atividades em 1917
em uma pequena repartição nas ruas XV de Novembro com a rua do Comércio, no
centro da cidade. O local contava com salas funcionais que pouco diferiam do
ambiente interno de Comissárias ou Exportadoras da época.
Com o aumento do volume das negociações, a construção de uma
sede própria passou a assunto prioritário. E, de uma pequena repartição a um
palácio, a história da nova sede da Bolsa Oficial de Café traduz
arquitetonicamente a construção simbólica do espaço a ser ocupado pelo café no
Brasil e no exterior.
A construção do Palácio, de estilo eclético, é considerada a mais importante
obra do período, tendo sido a primeira edificação do estilo a ser tombada
pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 2009. Com
cúpulas de cobre,
grandes esculturas, vitrais, mármores, o trabalho de artífices estrangeiros e
obras de arte construíram o discurso que relacionava a elite cafeeira aos
primeiros bandeirantes enquanto construtores pioneiros de uma nação capitaneada
por São Paulo.
Os painéis e o vitral de Benedito
Calixto, na portentosa sala do pregão, tem importância fundamental na
tradução visual deste discurso: no tríptico, o pintor imagina a cena de leitura
do foral da Vila de Santos por Braz Cubas;
nos painéis laterais, a representação da Vila de Santos em 1822 em comparação à
cidade em 1922; e, finalmente, o vitral que cria – com bandeirantes, a agricultura,
o porto, e o café – uma mitologia da nação.
Todo esse complexo e denso conjunto de informações, aliados a
diversos símbolos maçons - como a estrela de seis pontas no chão do pregão, a
organização do cadeiral e as colunas - passam uma clara mensagem da força da
presença do café na
riqueza do Brasil.
Um dos principais pontos turísticos da cidade de Santos, o Museu do
Café foi criado em 1998 com o objetivo de preservar e divulgar a histórica
relação entre o café e o país. Entre objetos e documentos que formam seu
acervo é possível perceber como a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento
político, econômico e cultural do país estão intimamente ligados.
A estreita relação entre a cafeicultura e o desenvolvimento do
Brasil está registrada na exposição de longa duração “A trajetória do café no
Brasil”. Dividida em três módulos - O café e o trabalho, Café e novas rotas e
Santos e o porto – a mostra permite ao visitante uma verdadeira viagem no
tempo. O passeio pela história começa com a chegada das primeiras mudas da
planta ao país, passa pela profissionalização das plantações e da mão de obra,
a chegada dos imigrantes japoneses e europeus para o trabalho nas lavouras e
ajuda a contextualizar, por meio de painéis e maquetes, a riqueza e o progresso
impulsionados pelo café, como a expansão da malha ferroviária no Estado de São
Paulo e o desenvolvimento do porto de Santos, por exemplo.
O Museu do Café também realiza regularmente exposições
temporárias que contemplam épocas e aspectos pontuais da história do café no
Brasil. Em suas instalações, o Museu do Café ainda possui um Centro de
Informação e Documentação – que conta em seu acervo com diversas publicações e
documentos sobre o café e sua história e está aberto ao público para visitação
gratuita – e o Centro de Preparação de Café, que disponibiliza cursos
relacionados ao conhecimento e ao preparo da bebida.
Mais do que o principal responsável pela preservação da
história do café, o Museu do Café é também referência na comercialização do
produto por meio de sua cafeteria. Inaugurada em 2000, a Cafeteria do Museu
possui em seu cardápio diversas opções de bebidas que têm o café como principal
ingrediente. Além disso conta com grande variedade de grãos, produzidos em
diferentes regiões do Brasil, à disposição dos visitantes para apreciar na hora
ou levar para casa. Atualmente a Cafeteria do Museu trabalha com os cafés
Cerrado de Minas, Sul de Minas, Alta Mogiana, Chapadão do Ferro, Blend da
Cafeteria, Orgânico, Vale da Grama, e Jacu Bird Coffee. Este último é o café
mais caro e raro do Brasil, obtido com os grãos expelidos pelo pássaro Jacu,
que se alimenta dos frutos do café.
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