10 Coisas que Não Deram Certo na Gastronomia - Marcos Nogueira
Artigo
1-Forno autolimpante
Velho…De onde tiraram essa ideia?
Como um forno pode ser autolimpante? Acredite nessa lorota e tenha o forno mais
ensebado do quarteirão.
2-Garçons universitários jovens,
bonitos e descolados
E despreparados e arrogantes e sem
vontade de trabalhar duro. Confie nos tiozões e nos migrantes que realmente
precisam do emprego.
3-Sachê de ketchup
É ergonomicamente cretino,
insustentável e traz uma quantidade diminuta do condimento. Merecia ser
aposentado na companhia dos sachês de sal, do palito de dente embalado
individualmente e do guardanapo embrulhado numa embalagem de papel.
4-Canudo de papelão
Isto não é uma defesa do canudo de
plástico que sufoca tartarugas marinhas. Melhor canudo nenhum do que um tubo de
papelão que se desmancha em 5 minutos de contato com qualquer líquido.
5-Hambúrguer vegano com gosto de
carne
Apesar de a propaganda dizer que o
sabor é igualzinho, não é. Soja e ervilha nunca terão gosto de carne. A nova
geração de hambúrgueres vegetarianos tem gosto, isso sim, do hambúrguer
congelado podreira que você compra no supermercado. Os dois se parecem porque
ambos levam um caminhão de temperos para dar alguma palatabilidade ao material
insípido de que são feitos.
6-O ponto da casa
Se por acaso você pede um bife
malpassado e o garçom responde “o ponto da casa já é bem rosado”, conforme-se.
O pedido não virá do jeito que você quer porque o pessoal “da casa” não entende
nada de ponto de carne. O ponto de cozimento é uma coisa objetiva. Tem a ver
com a temperatura interna da carne, não com o “conceito” de um restaurante em
particular.
7-Saleiro com grãos de arroz
Em tese, serve para a o sal não
absorver umidade; na prática, serve para derrubar arroz cru na comida.
8-Fita adesiva da embalagem de
macarrão italiano
As décadas voam, e os italianos
insistem em desenhar embalagens lindas e disfuncionais para macarrão. A fita
adesiva que deveria fechar o pacote depois do primeiro uso não adere, nunca
aderiu e jamais aderirá.
9-Restaurante carioca em SP
Não é culpa dos cariocas. São Paulo
é uma praça cruel para restaurantes de fora. Gigantes norte-americanos como
Pizza Hut, KFC e Domino’s apanharam à beça para se firmar na cidade. Jack in
the Box, Arby’s e Fleming’s desistiram.
São Paulo já sepultou muitas casas
de origem carioca: Mister Pizza, Antiquarius (que fechou também no Rio), Manoel
& Juaquim, Aconchego Carioca, Cervejaria Devassa, Venga!, Prima
Bruschetteria.
Já os empreendimentos paulistanos
costumam prosperar no Rio. Astor, Rubayiat, Paris 6 (sim!), Bráz operam cheios
do outro lado das Dutra. Até o Rancho Português fez sucesso na capital
brasileira da comida portuguesa.
No momento, algumas casas do Rio
investem no mercado de SP –sem contar o Bob’s, de inexplicável sobrevivência. O
Gula faz sua segunda tentativa de fincar bandeira aqui (a primeira foi em 2002
e não deu certo). A pizzaria Vezpa subsiste com três lojas. E Claude Troigrois
desembarca em breve.
Tomara que eu esteja errado e esse
pessoal prospere.
10-Pedir cafezinho e conta juntos
Você pede a conta e o cafezinho. O garçom traz
o cafezinho. Você pede a conta outra vez. O garçom pergunta se você quer mais
alguma coisa. Você diz que não, obrigado, mas tu é surdo ou é burro? Ele traz a
conta, você paga e sai. É sempre assim.
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