quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Teatro Nacional Claúdio Santoro e Estação Rodoviária, Brasília, Distrito Federal, Brasil


Teatro Nacional Claúdio Santoro e Estação Rodoviária, Brasília, Distrito Federal, Brasil
Brasília - DF
Foto Postal Colombo N. 160
Fotografia - Cartão Postal





O Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS) foi projetado em 1958 por Oscar Niemeyer, com colaboração do pintor e cenógrafo Aldo Calvo, para ser o principal equipamento cultural da nova capital do Brasil. Chamado inicialmente de “Teatro Nacional de Brasília”, a partir de 1989 passou a se chamar oficialmente “Teatro Nacional Claudio Santoro”, em homenagem ao maestro e compositor que fundou a orquestra do Teatro em 1979 e dirigiu-a até sua morte em 1989.
Localizado no Setor Cultural Norte, próximo à Rodoviária, é um marco do Eixo Monumental e o principal equipamento cultural de Brasília. O Teatro Nacional possui 46 m de altura, 136 m de lateral, 95 m na fachada oeste, 45 m na fachada leste e 50 mil m, o Teatro Nacional Claudio Santoro possui 46 m de altura, 136 m de lateral, 95 m na fachada oeste e 45 m na fachada leste. Tem a forma geométrica de uma pirâmide sem ápice e ocupa uma área de cerca de 43 mil m², incluindo o Anexo. Sua área externa é revestida por um painel formado de blocos de concreto nas fachadas laterais, criado por Athos Bulcão em 1966. O painel é o maior exemplar de uma obra de arte integrada a uma edificação no Brasil, medindo 125 metros na base maior por 27 metros de altura. Segundo Athos, essa era a sua obra favorita. Oscar Niemeyer disse-lhe que o Teatro Nacional precisaria ter um aspecto sólido, pesado, e ao mesmo tempo leve. Buscando solucionar tal oposição, Athos criou séries de paralelepípedos com cinco formas variadas que, dispostos nas paredes laterais inclinadas, proporcionam a sensação de leveza com a luz do sol e de peso com a sombra, de regra e liberdade, adquirindo movimento cíclico ao longo do dia. Por isso, o relevo é chamado de “O Sol faz a festa”.
O TNCS é integrado pelos seguintes espaços: 
Sala Villa-Lobos:
Inaugurada em 1981, a sala Villa-Lobos é a principal sala do Teatro e a única sala de ópera e ballet da cidade. Com capacidade de 1.407 lugares, sua área possui um palco de 450 m², com 17 m de abertura e 25 m de profundidade, além de 2 elevadores, 7 camarins e salas de ensaio. 
Foyer da Sala Villa-Lobos:
O Foyer é composto pelo piso do acesso principal do Teatro, entre os níveis superior e inferior da Plataforma da Rodoviária, com mezanino, sob a fachada oeste do edifício, e dá acesso à Sala Villa-Lobos e à sala Alberto Nepomuceno. Além da escada helicoidal que leva ao mezanino, uma obra de arte em si, ainda integram o Foyer obras de Alfredo Ceschiatti, Mariane Perreti, Athos Bulcão e os jardins de Burle Marx. 
Sala Martins Pena:
Inaugurada em 1966, possui capacidade de 407 lugares, palco de 235 m², com 12 m de abertura e 15 de profundidade, 1 elevador e 15 camarins. 
Foyer da Sala Martins Pena:
Conta com painel de azulejos de Athos Bulcão e é bastante utilizado para exposições. Possui um busto de Ludwig Van Beethoven, doado pela Embaixada da Alemanha. Destina-se a saraus, performances, lançamentos de livros, coquetéis e exposições, com área de 412 m². 
Sala Alberto Nepomuceno:
Inaugurada em 1979, tem capacidade de 95 lugares, palco de 14 m² e camarins. Sua entrada também se dá pelo Foyer da Sala Villa-Lobos. 
Espaço Cultural Dercy Gonçalves:
Projetado originalmente para ser um restaurante panorâmico, que chegou a funcionar por pouco tempo, o Espaço foi inaugurado em 2000 com a presença da própria Dercy Gonçalves. Tem 840 m², dos quais 500 m² de área útil, com ampla copa e capacidade para 300 pessoas. 
Anexo do Teatro Nacional:
Inaugurado 1981, foi projetado e construído por Milton Ramos, convocado por Niemeyer para detalhar e executar a obra inacabada do Teatro. Com 15 mil m², essa área passou a abrigar a sede da Fundação de Cultura do DF e, posteriormente, da Secretaria de Estado de Cultura do DF. 
História do Teatro Nacional:
As obras de construção do Teatro Nacional começaram em 30 de julho de 1960, poucos meses depois da inauguração da Capital. A estrutura ficou pronta em 30 de janeiro de 1961, mas as obras foram interrompidas por um período de cinco anos, sendo retomadas parcialmente em 1966 para a inauguração da Sala Martins Pena.
Do traçado original de Niemeyer, o projeto adaptou-se às dificuldades e necessidades que surgiram ao longo dos seus mais de 20 anos de obra. A estrutura foi calculada pelo engenheiro Bruno Contarini. Em sua construção, foram utilizados 16.000m³de concreto e cerca de 1.600 toneladas de aço.
Nos primeiros dez anos de Brasília, o espaço vazio da pirâmide serviu para diversas funções, como campeonato de vôlei, missa do galo, espaço para alistamento militar, bailes de carnaval e concurso de beleza.
Após dez anos de atividade, a Sala Martins Penna foi fechada em 1976 para as obras de conclusão do Teatro Nacional, realizadas sob direção do arquiteto Milton Ramos. O teatro foi reaberto em 6 de março de 1979, com todas as salas concluídas, mas vários problemas técnicos fizeram com que novas obras fossem executadas a partir de novembro do mesmo ano. Nesta última etapa, foi construído o Anexo do Teatro, para abrigar a administração, a sede da Fundação Cultural (atual Secretaria de Estado de Cultura), salas de ensaio e galerias. Finalmente, no dia 21 de abril de 1981, a obra do Teatro Nacional foi oficialmente concluída e entregue à população de Brasília.
Entre os grandes nomes da música, da dança e do teatro que se apresentaram no Teatro Nacional Claudio Santoro, destacam-se Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Yma Sumac, os balés russos Bolshoi e Kirov, o balé da Ópera de Paris, e, entre os brasileiros, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Dulcina de Moraes, Glauce Rocha, Ziembinski, Márcia Haydé, Márika Gidali e o balé Stagium, Grupo Corpo, João Gilberto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e praticamente todos os principais nomes da música popular brasileira. 
A Reforma do Teatro Nacional:
Em janeiro de 2014, o Teatro Nacional foi fechado por recomendação do Corpo de Bombeiros e do Ministério Público, por não atender a normas de acessibilidade e segurança vigentes. No mesmo ano, a Secretaria de Cultura do DF realizou licitação e posterior contratação do projeto executivo de reforma.
A complexidade arquitetônica do projeto e sua ousadia quanto aos recursos tecnológicos pretendidos resultaram em um orçamento total de mais de R$ 200 milhões. Nos anos seguintes, a crise econômica do país e, em especial, a constatação de uma delicada situação financeira do Distrito Federal,  tornaram inviável a realização da obra como um empreendimento único que demandaria a execução do valor integral previsto no projeto.
Neste contexto, avaliou-se que a melhor alternativa seria a adequação do projeto executivo de forma a permitir a realização da obra em etapas, gradualmente, de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros. Tal encaminhamento permitiria que, em uma primeira etapa, fosse reaberta a Sala Martins Penna, e em etapa posterior as Salas Alberto Nepomuceno e Villa-Lobos e o Espaço Dercy Gonçalves.
Em outubro de 2017, a Secretaria de Cultura do DF lançou chamamento público para parceria com uma organização da sociedade civil (OSC) para captar recursos para ações do Eixo de Infraestrutura do Projeto Cultural do Teatro Nacional Claudio Santoro, incluindo reforma e revitalização das instalações do Teatro – Fase 1 (Sala Martins Penna). A OSC foi selecionada e a previsão da finalização das obras para esta primeira etapa é de 1 ano após seu início.
O Foyer da Sala Villa-Lobos encontra-se aberto para visitação e realização de eventos.

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