terça-feira, 2 de junho de 2020

Prédio da Santa Casa de Misericórdia, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, Brasil



Prédio da Santa Casa de Misericórdia, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, Brasil
Santa Cruz do Rio Pardo - SP
Fotografia


As primeiras providências oficiais para a instalação da “Santa Casa de Misericórdia”, em Santa Cruz do Rio Pardo ocorreram no dia 9 de março de 1913, numa reunião no antigo “Cinema Oriente”, às 18 horas.
Estavam presentes os senhores, Dr. Octaviano Carlos de Azevedo, Leite Oiticica, Ângelo Menezes, Ernesto Torres Cotrim, José Maria de Lacerda, Antonio Evangelista da Silva, Leônidas do Amaral Vieira, Agnello Villas-Boas, Saul Ferreira e Sá, Jacintho Ferreira e Sá, Linino Lobo, Victorio Besana, Bichara Elias, Francisco Gonzaga, Arcindo Carvalho, Manoel Rodrigues, João Nonato Almeida, Carlos Constâncio da Silva, Evaristo de Castro Ferreira, Francisco Rodrigues da Silva, Luttgardes Bastos, Avelino Borges, Alberto Baptista Gomes.
Por sugestão do Dr. José Maria de Lacerda, foi aclamado como presidente da Comissão o Dr. Octávio Carlos de Azevedo e, como Secretário, o futuro deputado Leônidas do Amaral Vieira.
O primeiro assunto em pauta versava sobre a necessidade de construção de um prédio para abrigar a Santa Casa de Misericórdia da cidade. Para tanto, havia necessidade de se nomear uma nova comissão para a elaboração dos estatutos daquela entidade. A proposta do Dr. José Maria de Lacerda era de que essa comissão deveria ser nomeada pelo Dr. Octaviano Carlos de Azevedo, na qualidade de presidente da Comissão, que tratava globalmente da criação da Santa Casa de Misericórdia. Antônio Evangelista da Silva propôs que a eleição fosse realizada por votação. No entanto, essa proposta não fora aceita pelos demais participantes, cabendo ao Dr. Octaviano a nomeação especial para elaboração dos estatutos da Santa Casa.
A comissão especial contou com a participação do Dr. Ernesto Torres Cotrim, Manoel Rodrigues, Leite Oiticica e Agnello Villas-Boas (pai do sertanista Orlando-Villas Boas)
Agnello Villas-Boas pediu que o Dr. José Maria de Lacerda fosse nomeado procurador. No entanto, o presidente achou que não havia necessidade ainda dessa nomeação, e que tal função poderia ser exercida pelo tesoureiro. Em 16 de março daquele ano novamente os mesmos senhores compareceram a uma nova reunião e, dessa vez, o Sr. Agnello Villas-Boas apresentava seu trabalho sobre os Estatutos, pedindo que alguém o lesse, argumentando estar doente, o que foi feito por Leônidas do Amaral Vieira.
Os estatutos foram, parte por parte, colocados em votação. Do 1º ao 14º capítulos, todos os artigos foram aprovados. Houve controvérsias a partir do artigo 52, com votações de emendas e substitutivos. Já com seus estatutos, havia necessidade de se eleger uma diretoria definitiva, o que foi feito, em seguida, consagrando os nomes de Dr. Octaviano Carlos de Azevedo, Agnello Villas-Boas, Jacintho Ferreira e Sá, Florberto Cruz, Dr. José Maria de Lacerda, Saul Sá, Arlindo Ornellas Figueira.
Prestou-se, na ocasião, um voto de louvor ao secretário interino, Leônidas do Amaral Vieira, e ao Dr. Oiticica pelos serviços prestados à fundação da Santa Casa. Leônidas do Amaral Vieira, agradecendo as homenagens, requereu ao presidente que se constasse em ata a ajuda inestimável do jornal “Cidade de Santa Cruz”, pela colaboração que vinha prestando à fundação da Santa Casa. Por sua vez, Dr. Octaviano lembrou que eram necessários os agradecimentos também à Câmara Municipal pela concessão da sala para aquela reunião.
Em cinco de julho de 1913, na residência do Sr. Arlindo Ornellas Figueira, às 19 horas, a diretoria se reúne, ocasião em que o presidente comunicou a seus pares que, havendo dinheiro em caixa, proveniente de donativos feitos pelos associados “…. deveria dar-se início a construção do prédio onde deve funcionar a Misericórdia, que não poderia ser construído de uma só vez.”.
Dr. José Maria de Lacerda opinava para que o prédio fosse construído em “seções a medida que a associação fosse contando com novos recursos para ultimar as obras.”
O Sr. Alfredo Bellinatti, construtor radicado em Santa Cruz do Rio Pardo, propunha-se a construir o prédio da Santa Casa. Dr. Pedro Camarinha sugeria que a planta do prédio e seu respectivo orçamento fossem submetidos à apreciação de dois peritos nomeados pelo presidente.
Santa Cruz do Rio Pardo chegara, ao final da década de 10, apresentando, não obstante a nefasta Guerra Mundial e a “influenza” espanhola, um sadio desenvolvimento. Melhorias foram acontecendo durante os anos daquela década. A sociedade ganhara com a convivência de professores públicos, médicos e outros intelectuais. Houve, enfim, um novo e alentador avanço social. Em 1914, a cidade ganhara o Grupo Escolar. A Igreja Matriz estava na iminência de ser concluída; as ruas estavam em bom estado e, na maioria de seu trajeto, bem sarjetadas. Bernardino de Campos, que pertencia ao Município de Santa Cruz do Rio Pardo, passara a ter luz elétrica, a partir de 1919. Chavantes, da mesma forma, intensificava sua produção agrícola, e oferecia grandes esperanças para o Município de Santa Cruz do Rio Pardo.
Faltava, porém, atingir um importante objetivo: a instalação definitiva da Santa Casa de Misericórdia. Santa Cruz do Rio Pardo merecia este melhoramento. O prédio já estava quase concluído, e a associação que coordenava as iniciativas de instalação daquele hospital já havia obtido colchões, camas, roupas e dinheiro.
Embora fosse óbvia a necessidade de instalação de um hospital em Santa Cruz do Rio Pardo, a comunidade não estava tão consciente disso, naquele momento. Por várias vezes foram infrutíferas as tentativas de se eleger uma administração para tratar dos negócios da Santa Casa.
Os trabalhos de construção do prédio da Santa Casa de Misericórdia (um antigo prédio já demolido) começaram em 1913 e foram concluídos em 1919. Dois médicos merecem destaque pelo trabalho de ereção do hospital: Dr. Leite Oiticica e Dr. Pedro César Sampaio.
Em 20 de dezembro de 1916, no Salão do Cinema Santa Cruz, na antiga Praça da República, às 19 horas, cidadãos santa-cruzenses reuniram-se para a eleição da Diretoria que deveria “gerir os negócios da Santa Casa de Misericórdia” de janeiro a dezembro de 1917. Entre outros, assinava a ata, o Cel. Antônio Evangelista da Silva, o Tonico Lista. Em 1918, veremos o Coronel Tonico Lista presidindo as reuniões que geraram medidas para a instalação definitiva da Santa Casa. Entre os nomes dos que propugnavam pela instalação do hospital santa-cruzense destacam-se: Dr. Octaviano Carlos de Azevedo, Dr. Américo França Paranhos, Dr. Alonso Carneiro, Major Leônidas do Amaral Vieira, Florberto Alves Cruz, Luis Octavio de Sousa, Dr. Pedro Camarinha, Philadelpho Junior, Coronel Arlindo Crescêncio da Piedade, Benedito Xavier de Oliveira, Carlos Rios, Lysandro Gonzaga de Oliveira, Miguel Ribeiro de Oliveira, Frediano Coli,Abílio Fontes, Plínio Braga, Cel. José Eugênio Ferreira, Victorio Besana, Dr. JulioLucante, João Dalmati, Antonio Aloe, José Caetano, Pedro José de Andrade.
Aquele projeto havia nascido no longínquo 13 de julho de 1913, quando aconteceu a solenidade de lançamento da pedra fundamental da Santa Casa de Misericórdia. Usou da palavra, naquela ocasião, a potência oratória do advogado Dr. Pedro Camarinha que, inspirando-se nas recentes leituras de “Zaratustra” de Nietzsche, evocou Latino Coelho, Dante Alighieri e, sobretudo a epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios sobre a suprema excelência da caridade.
Em 1919, vemos uma administração preocupada em buscar recursos para a Santa Casa. Visava-se o término das obras. Naquele ano, a Cruz Vermelha de Santa Cruz do Rio Pardo decidiu encerrar suas atividades. Por intermédio do Prof. Plínio Braga, a associação de socorro decidiu ofertar à Santa Casa de Misericórdia a quantia de 653$800, isto é, o saldo de donativos recebidos por ocasião do período em que Santa Cruz do Rio Pardo se debateu febrilmente com a gripe espanhola.
Em julho de 1919, em reunião na residência do Cel. Arlindo Crescêncio da Piedade, a Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia deliberou que se abrisse uma subscrição popular para que, conforme as posses de cada um fossem feitas as contribuições. Decidiu-se pela aquisição de material necessário para a conclusão das obras do prédio do hospital. A Mesa administrativa determinou também que o empreiteiro José Nardi fosse convocado, por carta, para executar as obras de acabamento daquele prédio. Entendia-se que a época era difícil, mas havia necessidade urgente de terminar a construção daquele edifício, que viria a ser um passo importantíssimo para Santa Cruz do Rio Pardo.
Em 1920, o Bispo de Botucatu (D. Lúcio Antunes de Souza), fez uma visita a Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo e, ali, conforme registrou o jornal “O Contemporâneo”, de 10 de julho de 1920, proferiu as seguintes palavras:
“Visitei hoje a Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo. É sempre emocionante sentir-se, no contacto com os enfermos desvalidos, bafejo sublime da caridade que substitue a opulência quanto os desprotegidos da fortuna. A casa é ainda modesta, mas dispõe do necessário para prestar relevantes serviços. Levamos a melhor impressão do asseio e ordem que se notam no estabelecimento. Fazemos votos a Deus que todos os corações bem formados attendam a necessidade de auxiliar efficazmente esta Santa Casa. Rogamos a Deus que abençoes muito os emprehendedores desta casa de tão grande necessidade”.
O Bispo de Botucatu esteve acompanhado, durante a visita, pelos sacerdotes, Padre Gasparino Dantas, vigário de Santa Cruz do Rio Pardo, Padre Martins Aguado, Vigário de Espirito Santo do Turvo, Padre Pedro A. Ciardella, frei Ricardo, de Botucatu, Júlio Ferreira Leite, escrivão do registro e de Dr. Pedro Doria, advogado residente em Santa Cruz do Rio Pardo.
Mesmo depois de alguns anos em funcionamento, a Santa Casa tinha prementes necessidades de maiores recursos para sua manutenção. Decidiu-se por angariar fundos com o concurso das localidades vizinhas. Realizou-se, então, uma quermesse, nos dias 23 a 25 de dezembro de 1924 em benefício da Santa Casa. Foram armadas quatro barracas no pátio próximo ao Fórum. Devemos lembrar que o antigo Fórum de Santa Cruz do Rio Pardo ficava onde, aproximadamente, tivemos o Clube dos Vinte (atual Associação Comercial- ACE), na Praça Deputado Leônidas Camarinha que, em 1924, ainda se chamava Praça da República. Naquele local, portanto, realizou-se a concorridíssima quermesse, não obstante o temporal que se abateu sobre a cidade naqueles dias pré-natalinos.
Era grande a necessidade de recursos para a manutenção da Santa Casa, e todo e qualquer esforço nesse sentido era válido. A população de Santa Cruz do Rio Pardo e a das cidades vizinhas responderam ao apelo que se estampou, com destaque, na primeira página do jornal “A Cidade”, no dia 11 de dezembro de 1924:
“Santa Casa de Misericórdia”
“A Misericórdia de Santa Cruz é uma instituição cujos serviços praticados à população deste e dos municípios visinhos são inestimáveis. A ella têm accorrido enfermos pobres de toda a zona, e todos têm recebido indistinctamente o seu accolhimento. Para continuar, porém, no propósito para que foi fundada precisa do auxílio de todos os que possam dispensar obulo. Faz-se, pois, um appellovehemente. Não negueis o vosso concurso a este certamen de caridade. Quem dá aos pobres empresta a Deus”.
A quermesse realizada na Praça da República foi coordenada por uma comissão composta pelos senhores Ângelo Fazzio, Florberto Alves Cruz, Agenor de Camargo e Cleophano Motta.
As quatro barracas eram denominadas, respectivamente, “Barraca Santa Cruz e Espírito Santo”, “Barraca Bernardino de Campos”, “Barraca Chavantes” e “Barraca Ipaussu”. Eram significativas denominações. Demonstravam a conscientização de que a Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo não pertencia apenas aos enfermos da cidade, mas atendia e servia também às demais localidades vizinhas, que, na época, não contavam com esse benefício.
A “Barraca Santa Cruz e Espírito Santo” tinha como presidente a Sra. Maria Lydia Vieira, vice-presidente a Sra. Judith Andrade, secretária, Da. Armandina Ávila. Atuavam como auxiliares: Creusa Bueno, Thereza Rizzo, Zoca Silva, Julieta Santinha e Chiquinha Piedade, Carmem Vieira, Adélia Motta, Datyr Nogueira, Dinorah Negrão, Nenê Novaes Cortez, Antonieta Santos, Marietta Nascimento, Irene Alvarenga, Zulmira e Maria Botelho, Nicacia Nunes, Octacílio Santos, Maurilles Almeida, Romario Alves da Silva, Antônio Bertoncini Filho, Pedro Ribeiro, Vicente Totti, José Octaviano Azevedo, Benedicto Rodrigues da Silva, Octaviano Pinto Ferraz e José Piedade Gonçalves.
A Barraca “Santa Cruz e Espírito Santo”, como também as demais barracas tiveram o cuidado de escolher seus respectivos paraninfos. A “Barraca Santa Cruz e Espírito Santo” fez encabeçar a lista de seus paraninfos com o Major Leônidas do Amaral Vieira seguido de outros importantes nomes da vida social santa-cruzense, como Cel. Clementino Gonçalves da Silva, Osório Bueno, Dr. Júlio Lucante, Prof. Cornélio Martins, Dr. Silva Faia, Antônio Aloe, Urias Augusto Ribeiro, João Dalmati, Victorio Besana, Rufino Botelho, Alberto Scazzola, Prof. Elias Monteiro, Abrão Jorge, João Villas Boas, Dr. Ataliba Piedade, Cel. João Santos Camarinha, Moysés Nelli, Guilherme Wolf, Cel. Manoel Marques Vieira, Idarilio Gonçalves e José Affonso do Nascimento.
A “Barraca Bernardino de Campos” era presidida pela Sra. D. Maria Cesar Sampaio. A vice-presidente era a Sra. Ada Sampaio Doria, secretária, D. Cotinha Trench e tesoureira D. Eurydice Camargo. Essa barraca contava com o auxílio de Inhanho Castanho, Luzia Rocha, Dilce Cruz, Noemia Silva, Ida Castanho, Tuta Negrão, Regina e Odila Pimenta, Maria Ávila Adige e Isaura Taveiros, Francisca Piedade, Carmem Bueno, Baptistina Andrade, Elira Pallone, Laurinda Ribeiro, Sebastiana e Ursulina Ferrazzini, José Vieira, Antenor Assumpção, Jorge Farah, Domingos Rizzo, Francisco Rocha, João Ferreira, Nenê Villas Boas.
Também destacou como paraninfos os Senhores, Coronel Albino Garcia, José Coelho de Carvalho, Dr. Pedro S. de Sampaio Doria, Padre Silva Faia, Theófilo de Queiroz, Luiz Besana, Cel. Arlindo C. Piedade, Jayme Castanho, Abilio Fontes, Francisco Magdalena, AngeloFerrazzini, Augusto Totti, Frediano Coli, Wady Dabus, Antônio Castanho, Alfredo Bellinatti e Joaquim Bittar, entre outros.
Informações colhidas no jornal “A Cidade”, em 1928, dão conta que a Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo, não obstante suas limitadas dependências, continuava dando atendimento à população. Segundo as informações fornecidas pela imprensa da época, eram os seguintes os dados daqueles primeiros meses do ano de 1928: janeiro – 20 atendimentos masculinos e 13 femininos; fevereiro – 23 atendimentos masculinos e 10 femininos; março- 20 atendimentos e 18 atendimentos femininos. A proporção calculada, naquela época, era de 34 atendimentos por mês. A imprensa exortava sobre a necessidade de ajuda para a Santa Casa, diante de suas inúmeras despesas.
Na década de 30 era perceptível que aquela Santa Casa já não atendia, a contento, as necessidades da população. Havia necessidade de um prédio maior e com melhores equipamentos médicos. Durante uma reunião popular é que se decidiu pela criação de uma comissão para o gerenciamento de uma nova construção. Era o ano de 1935.
A Comissão fora formada pelo então Juiz de Direito, Dr. Pedro Maita; Dr. Luiz de Filippi, médico; Dr. Pedro César Sampaio, médico; Agenor de Camargo, farmacêutico; José Antônio Ramos, gerente do Banco Comercial; Ângelo Nicolai, comerciante; e Benedito Demétrio, comerciante.
Em 25 de dezembro de 1936 tem início a construção do novo prédio da Santa Casa de Misericórdia. A demora para o início das obras foi atribuída a complicações legais relacionadas ao terreno.
Listas de contribuições, quermesses, festivais e bailes fizeram o “caixa” para o início das obras. O povo esteve, assim, na raiz daquela obra e, portanto, muito suor popular está nos fundamentos do prédio da Santa Casa de Misericórdia. A falta de dinheiro interrompeu as obras por diversas vezes e, uma delas, foi em 1938, quando ocorreu o início da 2ª Guerra Mundial. Naquele ano é eleita uma nova comissão: Leônidas Camarinha, Prefeito Municipal; Dr. Silvio Rolim, Juiz de Direito; Dr. Pedro Cesar Sampaio, médico; Frei Ceslau Censini, vigário da Paróquia; Frei Henrique Sbrogiò, Diretor do Colégio Dominicano; José Antônio Ramos, gerente do Banco Comercial e Ângelo Nicolai, comerciante.
Em tempo de guerra, Santa Cruz do Rio Pardo viveu sob o racionamento de gêneros alimentícios e combustíveis. Por determinação do então prefeito municipal, passou-se a cobrar um tostão a mais por quilo de sal e açúcar e sobre o litro de gasolina. A soma desses tostões seria revertida para as obras da Santa Casa de Misericórdia, ou mais precisamente, para a cobertura do prédio.
A partir da década de 1940, Santa Cruz do Rio Pardo ganhou um majestoso edifício para sua Santa Casa. Anos depois, o prédio da primitiva Santa Casa de Misericórdia foi demolido para dar lugar à construção de uma ala complementar ao edifício principal da nova Santa Casa. Em 1939 já se achava em construção o novo prédio da Santa Casa, o que seria, quando concluído, um dos mais imponentes da região. Até 1939, a população já havia gasto nas obras cerca de 150:000$000. A projeção era de se gastar em torno de 500:000$000.
Embora vivenciando todo o avanço social e tecnológico do século XXI, a velha Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo ainda vive sob as pressões da política econômica, do crescimento da demanda e dos limites da política de Saúde pública do país. No entanto, há mais de cem anos, o povo solidário de Santa Cruz do Rio Pardo sempre soube estender sua mão generosa para essa entidade de misericórdia, ponto de refrigério das nossas dores, colo de mãe que sempre precisa de seus filhos.

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