Chevrolet Opala SS, Brasil
Fotografia
Ele já fazia relativo sucesso desde o fim dos anos 60.
Mas foi a partir da virada da década que o Opala ganhou aceleração – literalmente. Na edição de
dezembro de 1970, QUATRO RODAS trouxe o teste da versão esportiva, a tão
aguardada SS. A sigla identificava uma das novidades do carro, os bancos
dianteiros individuais (separated seats), característica normalmente reservada
aos carros mais “bravos”.
Por fora, o Opala SS se destacava pelas faixas pretas na
carroceria, além da inscrição “4100” – que identificava o motor de seis
cilindros mais potente. Enquanto o 3800 (também de seis cilindros) rendia 125
cv, o 4100 esbanjava 138 cv. Com câmbio de quatro marchas no assoalho, o modelo
chegou a 170 km/h de máxima.
E a reportagem dizia que ele parava tão bem quanto andava,
graças a outra novidade do modelo: os discos de freio na dianteira. O Opala esportivo custava Cr$ 28.900, bem mais que o modelo
básico, de quatro cilindros, que saía por Cr$ 18.990.
O motor 4100 era uma evolução do 3800. Na prática, tinha
um novo virabrequim, e o curso dos pistões aumentou. Foi o suficiente para o
carro ficar bem mais bravo. No teste, fez 0 a 100 km/h em 12,8 segundos. No
geral, o modelo causou boa impressão, a não ser pela tendência a
superaquecimento do motor, em situações prolongadas de alta velocidade. Uma das
suspeitas da equipe recaiu sobre o radiador: “Achamos que para o 4100 seria necessário
um radiador maior”.
Embora o motor 4100 tenha marcado a estreia do SS, ele
também podia equipar a versão luxuosa, Gran Luxo. Este trazia acabamento
melhor, teto de vinil e ainda uma opção mais econômica, o 2500 de quatro
cilindros. O câmbio de três marchas tinha alavanca na coluna. E os freios
dianteiros também receberam discos.
Na edição de março de 1971, QUATRO RODAS colocou seis
carros nacionais à disposição do chefe da Lotus, Colin Chapman, e de seu melhor
piloto, Emerson Fittipaldi. Pois o Opala SS 4100 foi a escolha de Chapman: “Se
tivesse de comprar um carro no Brasil, escolheria esse, por seu estilo
simpático e bom desempenho”. A lista tinha modelos como Ford Landau e Puma
1800.
Embora tenha sido seu escolhido, o Opala pregou uma peça
no chefe de Emerson na Lotus: no fim da reta de Interlagos, com o velocímetro
marcando 170 km/h, Chapman apertou o freio e o carro não respondeu, e só
funcionou depois de algumas pisadas seguidas. Ele atribuiu a falha a algum
problema na montagem do sistema e deu um puxão de orelha no fabricante: “Ele
acelera muito bem, é macio, veloz e estável. Mas os fabricantes devem tomar
mais cuidado na montagem do freio”.
Ainda em 1971, algumas novidades que chegaram com o SS
passaram a ser empregadas no Opala 2500 e no 3800, caso do câmbio de quatro
marchas com alavanca no assoalho, bancos dianteiros individuais e freios a
disco na frente. Porém, o fato mais importante foi a chegada do Opala cupê. O
visual foi elogiado, mas o senão era a visibilidade prejudicada, por causa das
colunas traseiras mais largas.
Três anos depois, na linha 74, a Chevrolet apresentou o
SS4, uma versão esportiva do Opala com motor 2.5 de quatro cilindros, conhecido
como 151-S. O visual, com as faixas externas, era o mesmo do SS 4100, mas o
desempenho, como era de esperar, ficou bem aquém do irmão mais forte.
O trunfo, no entanto, era o preço: o Opala SS4 chegava
por Cr$ 32.770, preço muito próximo ao do Corcel
GT (Cr$ 31.012), sendo que o modelo da Ford era bem menor que o
Chevrolet. O Opala SS4 rendia 98 cv, 8 cv a mais que o 2500 normal, graças à
adoção do carburador duplo. No teste, fez 0 a 100 km/h em 18,2 segundos e
alcançou 155 km/h de máxima.
Mais dois anos, e em 1976 foi a vez de a montadora
apresentar o motor batizado de 250-S. No teste, ele chegou a 190 km/h e foi
considerado pela QUATRO RODAS o mais veloz automóvel nacional. E a história
continuou. O Opala ainda seria produzido durante toda a década de 80 e só
sairia de linha em 1992, quando a Chevrolet lançou o Omega.




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