Na imagem vemos uma das formações geológicas mais
curiosas do Parque da Tijuca, as Furnas de Agassiz, ou simplesmente Furnas.
Formação criada por rochas formadas no Paleozoico, o conjunto de
grutas constituída por grandes lages de pedra, entremeadas por lagos e
quedas d’água encantam visitantes desde os tempos da chegada da família
real quando descoberto por membros da missão artística dentre eles Taunay que
fixou residência em área relativamente próxima.
No segundo reinado era ponto de parada de aventureiros e exploradores que
percorriam a área na qual seria criado o parque no futuro, passando a ser já no
séc. XX, com a melhoria das vias de acesso, um dos pontos mais procurados para
picnics campestres, se tornando um ponto turístico.
Já nos anos 60 e 70 ficou nacionalmente conhecida por ter servido de cenário
para inúmeras produções do cinema e televisão como a toca da famosa Cuca da
primeira versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo da Rede Globo e também como as
Minas do Rei Salomão dos Trapalhões.
Embora ainda íntegra e relativamente a salvo do vandalismo, salvo as oferendas
das religiões afro, deixadas de forma nada cuidadosa por seus devotos, as
Furnas tem a sua maior ameaça no rápido processo de favelização que vem
acompanhando as encostas da Estrada de Furnas viradas para a Barra.
As favelas de Mata Machado e Fazenda despejam grande carga de esgoto que junto
com os restos de oferendas transformam a região antes aprazível num ambiente
fedorento e cercado de poluição. O Rio Cachoeira chega ao local totalmente
poluído e com sua vazão em muito diminuída, a Cascata Grande, oposta da famosa
Cascatinha, se encontra hoje com sua vazão reduzida e águas poluídas o que gera
um choque quando observamos a cava na rocha ainda nua e as pinturas realizadas
feitas pela missão artística e fotos do início do século XX.
Mais um ponto da cidade que a ocupação irregular ameaça de forma séria.
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