domingo, 18 de outubro de 2020

Monareta Monark S50 1989, Brasil













Monareta Monark S50 1989, Brasil
Fotografia

Mais um post saudosista, esse foi meu primeiro veículo motorizado. 
Ganhei de meu pai uma igualzinha a das fotos. 
Até hoje não sei se ele comprou para não ter que ficar me levando ou buscando nos lugares ou se foi de tanto eu encher o saco dele...rs. 
Tais veículos eram na época objeto de desejo da molecada, todo mundo sonhava em ter um. 
Eles representavam uma espécie de "liberdade", você podia ir onde quisesse, passava a ter seu próprio meio de locomoção, não dependia de carona de amigos, pais, ônibus, etc. 
Mas, como tudo na vida, existia um problema: por lei e por convenções internacionais de trânsito as quais o Brasil era signatário, eles eram equiparados a bicicleta, não sendo portanto necessário carteira de habilitação para sua condução, o que os tornava a única possibilidade de menores de idade terem um meio de locomoção motorizado. 
Mas como estamos no Brasil, o país da bagunça e da falta de respeito as leis, o Detran e a Polícia não entendiam assim. Viviam apreendendo os veículos da molecada, o que também aconteceu comigo uma vez. Faziam os famosos "comandos", ficando em pontos chaves das cidades. Você virava uma rua e dava de cara com eles, o que resultava no seu ciclomotor sendo apreendido e guinchado ao pátio do Detran por falta de habilitação.
A "solução" era "fugir" deles, evitando avenidas e ruas movimentadas...rs.
Feita essa introdução, vamos falar um pouco sobre a Monareta Monark S50, e a primeira coisa que tenho a dizer é que ela era feia, sim muito feia...rs. O sonho dos jovens era a Mobylette XR 50 da Caloi, que possuia um design mais moderno, com cores e grafismos atraentes. Se você colocasse uma ao lado da outra, a da Monark parecia o veículo de seu avô...rs.
E aí surge a pergunta: Então qual a razão de alguém comprar a da Monark no lugar da Caloi? 
A resposta é simples: o preço, a Monark era bem mais barata que a Caloi, o posicionamento de mercado dela era similar aos das bicicletas fabricadas pelas duas empresas, as Caloi sempre foram mais bonitas, mais modernas, usavam peças melhores, porém sempre foram (bem) mais caras.
Assim, o preço foi o fator decisivo para que optassemos pela Monareta Monark, além do fato de que quando você é jovem e se vê diante da possibilidade de ter o seu próprio veículo, adquirindo a liberdade de ir e vir, deixando de ser movido pelo famoso "pé 2", não mais pegar ônibus lotados, não ter que pedir carona, você não pensa muito, pega a primeira que aparecer, não liga muito para beleza...rs.
Mas essa sensação dura apenas no começo, depois você se arrepende, fica vendo aquelas Caloi muito mais bonitas e você no ciclomotor do vovô. Mas aí já era...rs.
Sobre a Monareta Monark S50, olhando com os olhos de hoje, não era grande coisa, não passava de uma bicicleta motorizada (inclusive usava muitas peças das bicicletas Monark).
Possuia um motor de menos de 50 cilindradas (fraco mas levava você nos lugares), não possuia marchas (você apenas acelerava e brecava) e, caso quebrasse ou acabasse o combustível, tinha a opção de colocar em modo de pedalar, e você ia embora pedalando (o duro era na subida pois não era leve como uma bicicleta).
Outros pontos negativos eram os raios das rodas que viviam quebrando (eram de bicicleta e não suportavam o peso da mesma e dos passageiros, só resolvi esse problema quando troquei por raios de moto), o tanque de combustível que por uma cafonice do projeto da Monark ficava a mostra em um recipiente branco de plástico embaixo do banco (até nisso a Caloi era melhor, seu tanque era dentro do quadro) que ficava completamente manchado com o uso do combustível, o cabo do velocimetro vivia quebrando por ser de bicicleta, as laterais trepidavam muito tendo que sempre reapertar, as peças plásticas de bicicleta viviam rachando pois não tinham sido projetadas para um ciclomotor, os amortecedores não amorteciam nada, não existia um sistema de lubrificação adequado (você tinha que comprar o óleo 2T no posto e misturar diretamente no tanque), o motor sofria com carbonização em excesso, as velas viviam queimando e a relação de transmissão não durava muito.
De qualquer forma, mesmo com todos esses problemas, era o "passaporte para a liberdade" da molecada na época, e serviu bem a esse propósito, ao menos no meu caso, embora eu tenha que confessar que tenho mais lembranças do que saudades dela...rs.
Nota do blog: Data não obtida / Crédito para Pastore Car Collection.
 

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