terça-feira, 20 de outubro de 2020

Vista a Partir do Viaduto do Chá em Direção à Ladeira da Memória, Início dos 1900, São Paulo, Brasil


 

Vista a Partir do Viaduto do Chá em Direção à Ladeira da Memória, Início dos 1900, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Vista a partir do viaduto do Chá em direção à ladeira da Memória, no início dos anos 1900. Em 1º plano, obras de reurbanização do vale do Anhangabaú. À direita, casas e quintais na rua Formosa. Ao fundo, a chaminé da fábrica de chapéus do alemão João Adolfo (Adolpho) Schritzmeyer, estabelecida desde 1853 na ladeira do Piques (no então nº11 da rua Quirino de Andrade). Empregava nesta época, 132 pessoas e era muito bem conceituada no mercado de chapéus — chegando a enviar amostras aos Estados Unidos e ser visitada pela princesa Isabel e seus filhos em 1878.
Instalada na margem esquerda do córrego Saracura, captava água do mesmo e a despejava com resíduos químicos provenientes de sua produção, no leito do Anhangabaú. Ao detectarem a irregularidade, fiscais denunciavam o problema à prefeitura. Em 1895, o vereador Alípio Borba solicitou a obstrução de valas existentes nos terrenos que margeavam o córrego Anhangabaú, no trecho entre o largo do Piques e a ladeira de São João, alegando que as mesmas estavam cheias de águas estagnadas, prejudiciais à saúde pública. A fábrica era uma entre outras que contribuíam para poluir ainda mais o Anhangabaú.
Seus herdeiros a desativaram na década de 1910. Schritzmeyer, falecido em 1902, repousa no cemitério da Consolação. Uma rua bem ao lado da fábrica, foi aberta na chácara de sua propriedade e há registro que o terreno foi doado com a condição de que recebesse a denominação rua João Adolfo em homenagem ao patriarca da família. Apesar de sua importância, há poucos registros oficiais desta figura histórica para o comércio da cidade.

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