quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Fazenda Santa Amélia, Guatapará, São Paulo, Brasil

 




Fazenda Santa Amélia, Guatapará, São Paulo, Brasil
Guatapará - SP
Fotografia

No dia 31 de janeiro de 1904, pela primeira vez, foi regulamentado o ensino primário municipal. Assim o fizeram a Câmara e o prefeito Dr Floriano Leite Ribeiro. Até então, por ter a Constituição de 1891 mantido a regra da Constituição do Império de que aos Estados competia manter ensino primário, apenas havia escolas estaduais e particulares urbanas, as quais recebiam subvenções da Municipalidade. De se lembrar que as primeiras cadeiras públicas urbanas no Município foram criadas pela Lei Provincial n. 40, de 03 de abril de 1873, tendo sido regidas pelo casal Eupházia Eugênia de Almeida Prata e Bernardino de Almeida Gouvêa Prata, os quais apresentaram os seus títulos perante a Câmara Municipal em 14 de julho de 1874, iniciando o trabalho. As primeiras letras nas fazendas ou inexistiam ou os proprietários das fazendas mais próximas disponibilizavam transporte para a cidade. A maioria nem isso fazia receosos de que a educação pudesse provocar a evasão de mão de obra. Era grande o analfabetismo no meio rural. Os pontos principais da lei municipal e seu regulamento foram a criação de escolas nos bairros ou na zona rural com, no mínimo, 60 alunos de 7 a 14 anos. A preferência seria da escola rural, desde que o fazendeiro garantisse, além das instalações, a moradia (ou transporte) e vencimentos ao professor, exigências que não ajudaram a expansão da rede. A primeira escola a atender os requisitos foi a da Fazenda Santa Amélia, situada na estrada velha de Guatapará, bem distante da cidade, de propriedade da benemérita D. Amélia Junqueira, na ocasião já viúva do Cel. Manoel Maximiliano da Cunha Diniz Junqueira e uma das maiores produtoras de café do município. O porte da fazenda, que tinha famílias italianas numerosas, atendia assim ao número mínimo e as faixas etárias. A distância e o perfil humanitário da proprietária contribuíram para esse empreendimento pioneiro. Amélia Augusta Diniz Junqueira nasceu em 10 de abril de 1885 em Ribeirão Preto – SP e teve seu nome honrado por lutar e dignificar a nossa terra. Além de ter instalado, em sua fazenda Santa Amélia, a primeira escola municipal rural, dentre seus feitos temos: Introdutora da cultura do café " Novo Mundo ", recebendo o título de "Rainha do Café"; contribuiu financeiramente para que as irmãs Salesianas viessem para Ribeirão Preto, fundando o Colégio Auxiliadora; igualmente o fez com relação ao Orfanato "Madre Maria Mazarello"; ajudou a construir as "Sete Capelas"; doou o sino de bronze da Catedral Metropolitana e construiu o Altar Mor. O primeiro professor, voluntário, foi José de Paiva Roxo, natural de Santa Isabel do Rio Preto-RJ, filho de Theofilo de Paiva Roxo e Maria das Dores Gonçalves Roxo Guimarães. Impressionado com os escritos de Luiz Pereira Barreto, no jornal "A província de São Paulo" sobre a "terra roxa" do estado de São Paulo, vendeu suas propriedades fluminenses e mudou-se para Ribeirão Preto com 30 escravos, dedicando-se à cafeicultura. Igualmente estabeleceu-se com farmácia na Fazenda Santa Amélia, sendo igualmente boticário na Fazenda Santa Rita, pertencente ao Capitão Joaquim Firmino de Andrade Junqueira. Como acentuado acima, foi professor voluntário, alfabetizando os filhos dos colonos. Em 1914, já com farmácia na cidade, onde se reuniam políticos e a melhor sociedade, elegeu-se vereador, sendo fiel correligionário do chefe político Cel. Quinzinho da Cunha Junqueira. Casou-se com Maria de Lourdes de Souza Roxo e teve os filhos Ubirajara, Clóvis e Ayrton Roxo, um dos heróis mortos na Revolução de 1932. José de Paiva Roxo faleceu em 19/02/1962. Texto Plataforma Verri.
Nota do blog: Data e autoria das imagens não obtidas.

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