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terça-feira, 27 de julho de 2021
Monumento à Fausto Cardoso, Praça Fausto Cardoso, Aracaju, Sergipe, Brasil
Monumento à Fausto Cardoso, Praça Fausto Cardoso, Aracaju, Sergipe, Brasil
Aracaju - SE
Ótica Santa Luzia N. 21
Fotografia - Cartão Postal
A Praça foi nomeada como "Fausto Cardoso" em 1912, uma homenagem ao deputado estadual que foi um dos mais influentes políticos da história sergipana, e que foi morto em agosto de 1906, durante o episódio conhecido como "A Tragédia de Sergipe".
A ideia de construir um Monumento à Fausto Cardoso foi pensada por Siqueira de Meneses durante a campanha para suceder Rodrigues Dória. Em abril de 1911, presidida por Olegário Dantas, surgiu a comissão promotora do Monumento, que se empenhou para arrecadar fundos para a realização da obra. Em novembro de 1911, os promotores da campanha celebraram um contrato com o escultor italiano Lorenzo Petrucci. Após a assinatura, foi necessário fazer a escolha do local onde o Monumento seria erguido. No primeiro semestre de 1912, o intendente municipal de Aracaju, Napoleão de Carvalho, sancionou a lei alterando o nome da principal praça do centro da cidade para Praça Fausto Cardoso e, em 15 de agosto, os restos mortais do deputado foram retirados do cemitério Santa Isabel e levados para a base do Monumento. Em 8 de setembro, Siqueira de Meneses inaugurou a Estátua que consagrava a memória cívica do político sergipano. A Estátua tem um braço estendido em posição de oratória e segura um chapéu nas mãos. Em sua base, além dos restos mortais do homenageado, se encontram o de Nicolau Nascimento, outro personagem importante da revolta. Na coluna, lê-se a frase: "Vou morrer defendendo a honra de minha terra". O Monumento foi o primeiro com estátuas em local público de Sergipe.
Fausto de Aguiar Cardoso nasceu em Divina Pastora (SE) no dia 22 de dezembro de 1864 e ingressou em 1880 na Faculdade de Direito do Recife, se tornando bacharel em 1884. Fausto Cardoso frequentou os círculos literários e filosóficos da chamada Escola do Recife, que abrigava as ideias positivistas e evolucionistas do final do século XIX, sendo considerado discípulo de Tobias Barreto. Depois de se formar regressou a Sergipe e foi trabalhar como promotor público na cidade de Capela. Em junho de 1887 foi designado para a promotoria de Laranjeiras, principal fórum sergipano, tendo encontrado a cidade em plena efervescência, envolvida pela propaganda republicana. Foi destituído em 1890, após a proclamação da República. Ativo participante da política republicana em Sergipe, esteve do lado de outros intelectuais, como Sílvio Romero, que apoiaram Manuel Valadão nas disputas de 1894 e proclamaram a derrubada do governo constitucional e conservador de José Calazans. Beneficiado pelo acordo de pacificação entre Martinho Garcez e Olímpio Campos firmado em 1899, Fausto Cardoso foi eleito deputado federal por seu estado em 1900. No cargo, Fausto se destacou como principal crítico da política econômica do presidente Campos Sales e do ministro da Fazenda Joaquim Murtinho, sendo defensor das ideias de Rui Barbosa e do protecionismo para incentivar o crescimento da indústria. Em 1902, no final do seu mandato, após ferrenha campanha movida na imprensa sergipana contra o governo do monsenhor Olímpio Campos, Fausto Cardoso rompeu o acordo que lhe havia permitido eleger-se e divulgou na capital federal acusações de truculência praticada pela política olimpista para manter-se no poder. Nas eleições daquele mesmo ano, Fausto Cardoso voltou a ser eleito deputado federal, assumindo sua cadeira na Câmara dos Deputados em maio, porém, ainda nesse mesmo ano, retornou a Sergipe com o objetivo de coordenar o movimento popular que se projetava contra o olimpismo na política sergipana. A revolta contra o governo de Guilherme Campos (indicado por Olímpio Campos) foi articulada em meio ao assédio popular em torno do deputado, ficando conhecida como a Revolta de Fausto Cardoso, mas o levante da polícia de Aracaju que serviu para desencadeá-la na madrugada do dia 10 de agosto de 1906, aconteceu enquanto ele se encontrava ausente da cidade. No retorno à capital, Fausto Cardoso foi recebido como o messias sergipano: para seus partidários, representava a chegada da vontade popular ao poder. Após a renúncia de Guilherme Campos, o governo de Sergipe foi entregue ao desembargador João Maria Loureiro Tavares. Porém a revolta foi denunciada na Câmara como golpe de estado e a intervenção do presidente Rodrigues Alves fez com que as tropas federais estacionadas na Bahia partissem para Aracaju e controlassem rapidamente os revoltosos, reempossando Guilherme Campos. Na retomada do palácio do governo em 28 de agosto de 1906, alvejaram Fausto Cardoso, que veio a falecer aos 42 anos de idade.
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