segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Barco à Vapor "Cruzeiro", Rio Iguaçu, Estado do Paraná, Brasil

 


Barco à Vapor "Cruzeiro", Rio Iguaçu, Estado do Paraná, Brasil
Estado do Paraná - PR
Fotografia


Uma fotografia em ambiente externo nas cores preto e branco, onde aparece como tema uma embarcação e um rio, com alguma vegetação aparente. Na análise da imagem, essa embarcação é de um tipo específico (barco a vapor), e seu nome aparece escrito em uma das rodas laterais. A partir dessas evidências, recorremos a outras fontes. Essa fotografia em particular é de importância histórica, provavelmente o registro foi feito para documentar um fato marcante. Nesse caso, através da pesquisa histórica, nossa interpretação é de que o objetivo era registrar visualmente, através de uma fotografia, uma memória do início da navegação a vapor no rio Iguaçu, no final do século XIX. A fotografia não possui data exata, a autoria é do fotógrafo Arthur Wischral.
Chamava-se Cruzeiro. Foi o primeiro barco a vapor a ser lançado nas águas do Rio Iguaçu. Pertencia a Amazonas de Araújo Marcondes que foi o pioneiro nessa forma de transporte fluvial. A viagem experimental (27 de dezembro de 1882), aconteceu na porção navegável desse rio que vai do município de Porto Amazonas até União da Vitória. No entanto, a inauguração oficial ocorreu em janeiro de 1883 em Rio Negro. A navegação a vapor ocorreu também nos rios: Negro, Canoinhas, Timbó e Potinga. Ela durou mais de 70 anos.
O vapor Cruzeiro media 17,60m de comprimento por 5,72m de largura, Seu calado (parte submersa) era de 45,72 cm. Rebocava 5 canoas e uma grande lancha. Capacidade para 800 arrobas. Era uma embarcação rudimentar, reduzida em partes essenciais, como porões de carga, compartimento das máquinas e cozinha. A propulsão era dada por duas rodas laterais, uma de cada lado entre a proa e a popa e a potência era de 18 cavalos-vapor. O vapor Cruzeiro foi vendido algum tempo depois para Artur de Paula e Souza, também pertenceu à Júlio de Paula e, mais tarde, foi incorporado ao Lloyd Paranaense. De Antonina até Porto Amazonas, onde foi armado, foi transportado por 11 carros de bois. Levou 4 meses de Antonina até Porto Amazonas onde foi montado às margens do Iguaçu. O próprio Amazonas teria aprendido a técnica do rebite no Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro.
Entretanto, assim, ao vê-lo nessa fotografia, pequeno e rústico, imaginamos o barulho de sua máquina, lá pelos idos de 1882, como que a anunciar o esforço imenso com que ia abrindo o caminho para o Vale do Iguaçu, um caminho pelo rio. Esse barco destemido uniu em conjunto a economia e o social de todo um pedaço do Paraná.

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