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sexta-feira, 18 de março de 2022
Pavimentação da Avenida Presidente Vargas, 1944, Rio de Janeiro, Brasil
Pavimentação da Avenida Presidente Vargas, 1944, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Hélio Alves de Brito (1902-1978) foi engenheiro civil e trabalhou Secretaria de Viação e Obras Públicas do Distrito Federal durante a administração do prefeito Henrique Dodsworth (1937-1945), período em que a cidade do Rio de Janeiro passou por grandes intervenções urbanas. Esteve no cargo de diretor de obras da prefeitura de 1937 a 1940, quando foi criado o Serviço Técnico Especial (STE) da Avenida Presidente Vargas e Esplanada do Castelo, sob sua chefia.
A capital da República, então cidade mais populosa do país, passava por grandes problemas de circulação, habitação e saneamento, apesar das reformas realizadas já nas primeiras décadas do século XX. O plano de governo de Dodsworth reputava ao seu programa de obras públicas a grande solução para a ordenação dos espaços e modernização da infra-estrutura do Distrito Federal. Para tanto, foi recriada a Comissão do Plano da Cidade, um órgão colegiado responsável por traçar as diretrizes urbanísticas para o Rio de Janeiro. Hélio de Brito fez parte do corpo de engenheiros que compunham a comissão, cujas soluções projetadas engendraram uma série de intervenções viárias, que seriam as linhas mestras do Plano da Cidade, justificadas, sobretudo, pela saturação de suas principais vias e pelo traçado ainda colonial do espaço urbano carioca.
O processo de expansão da malha urbana da cidade teve como principais realizações: a abertura da Avenida Presidente Vargas e Brasil; a urbanização da Esplanada do Castelo; a remodelação das quadras do Centro; o alargamento do túnel do Leme; o Corte do Cantagalo; a urbanização do bairro de Botafogo; a remodelação da Floresta da Tijuca e a duplicação do túnel do Leme.
A construção da Avenida Presidente Vargas foi a intervenção mais simbólica do conjunto de obras planejadas pela Comissão. Como engenheiro-chefe da STE da Avenida Presidente Vargas e Esplanada do Castelo, Helio de Brito participou ativamente de todas as etapas de execução do novo eixo central de circulação do centro do Rio. Inaugurada em 1944, a nova artéria ligava, numa linha reta, o centro da cidade a zona norte, da praça da Candelária até Avenida do Mangue, na Cidade Nova. Com cerca de 4 km de extensão e 80 m de largura, a construção da avenida monumental demoliu mais de 500 edificações, promovendo um dos maiores bota-abaixo da cidade, com grande impacto social. Após três anos de obras, o traçado da via em rigoroso alinhamento com o canal do Mangue, arrasou ruas inteiras, velhas construções do centro antigo foram destruídas, igrejas como as de São Pedro dos Clérigos e Bom Jesus do Calvário, parte da Praça Onze, berço do samba carioca, um trecho do Campo de Santana e a antiga sede da prefeitura foram removidos. Apenas a igreja da Candelária resistiu, após resolução de integrá-la à avenida.
O fundo documental Hélio de Brito, de natureza privada e doado ao Arquivo Nacional em 1999, é formado por mais de 900 fotografias do acervo pessoal do titular, produzidas entre o período de 1922 a 1954. A maior parte das imagens revela aspectos e espaços do Rio de Janeiro envolvidos nas obras de urbanização do Distrito Federal durante o final da década de 1930 e início de 1940, sobretudo a construção da Avenida Presidente Vargas: mais de 500 diapositivos que registram a remodelação empreendida na área central da cidade. Também fazem parte do acervo imagens de outros logradouros cariocas, nomeadamente: Copacabana, Ipanema, praia de Botafogo, Avenida Brasil e Bicalho, Passeio Público, Canal do Mangue, esplanada do Castelo, estrada do Joá, Lagoa Rodrigo de Freitas, Floresta da Tijuca, praia Vermelha, Arpoador, Quinta da Boa Vista, Jardim Botânico, Paquetá, túnel do Leme, entre outros. Guarda ainda de fotografias de cidades como: Niterói, Piraí, Teresópolis, Piracicaba, Santos e São Paulo.
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