A Questão do Canhão "El Cristiano" / Guerra do Paraguai - Artigo
Artigo
Texto 1:
A Guerra do Paraguai ainda não acabou no imaginário dos paraguaios.
A última batalha entre as tropas locais e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) ocorreu em 1870, mas os rancores provocados pela derrota, que levou o país vizinho a uma ruína cujos efeitos ainda estão presentes, continuam vivos para a maioria da população.
O governo paraguaio exige que o Brasil devolva um combalido sobrevivente: o canhão El Cristiano (O Cristão), considerado um herói paraguaio, mas que talvez nunca tenha feito um disparo.
O Cristão, que ganhou esse nome por ter sido construído a partir de metal fundido de sinos de igrejas de Assunção, reaparece na política paraguaia toda vez que as relações com o Brasil não andam bem --como agora.
Depois de o Paraguai ter sido suspenso do Mercosul por causa do impeachment-relâmpago de Fernando Lugo no ano passado, o presidente Federico Franco voltou ao tema em 1º de março, data em que o país homenageia os soldados caídos na maior guerra da história da América do Sul (1864-70).
Estima-se que 300 mil paraguaios e 50 mil brasileiros tenham morrido.
"Não haverá paz nem entre os soldados nem entre a sociedade paraguaia enquanto não for recuperado o canhão Cristão", disse Franco na ocasião.
No próximo domingo, o Paraguai elege seu novo presidente e deve normalizar os laços com o Mercosul. Mas o canhão deve continuar sendo uma mancha na relação com os vizinhos.
Trazido ao Brasil logo após o fim do conflito, o armamento foi instalado no então arsenal do Exército, no Rio de Janeiro, de onde nunca saiu.
O local foi transformado no Museu Histórico Nacional, e o troféu de guerra segue exposto no pátio aberto.
Franco já havia exigido a devolução do Cristão em 2010, ainda como vice de Lugo. Em resposta, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a pedir ao Ministério da Cultura (MinC) que providenciasse o retorno do canhão à sua pátria.
Mas a ideia despertou a ira de historiadores e militares brasileiros. "Troféus de guerra são emblemáticos não só para um país, mas para todos que participaram dela. O canhão faz parte da história do Brasil também", diz o pesquisador Francisco Doratioto, autor do livro "Maldita Guerra", sobre o confronto com o Paraguai. O assunto acabou engavetado por Dilma.
Procurado, o MinC sugeriu que a devolução está sendo reconsiderada, para que o canhão faça parte de "ações de cooperação de interesse para os dois países", como a criação de um museu.
Como o bem faz parte do patrimônio histórico brasileiro, teria de passar por um processo de "destombamento" --uma decisão que, em última instância, cabe à presidente da República.
Para Doratioto, o governo paraguaio só pode reivindicar o Cristão se entregar ao Brasil embarcações como a Anhambay --capturada na invasão de Mato Grosso.
"Num processo de integração da América do Sul, é preciso começar a reviver o passado e pedir de volta todos os troféus?", indaga.
O mesmo questionamento é feito pelo general Aureliano de Moura, presidente do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. "Tanto o canhão como navios custaram sangue dos nossos soldados e dos deles também. Não é lógico devolvê-lo."
O Cristão é emblemático no Paraguai por ter sido levado para a Batalha de Curupaiti, de 22 de setembro de 1866, maior vitória do país contra a Tríplice Aliança.
Segundo os relatos paraguaios, o canhão, colocado no Forte de Curupaiti, foi decisivo para conter o avanço das tropas brasileiras e argentinas rumo ao Forte de Humaitá, que controlava o acesso a Assunção.
No Brasil, há quem diga que o Cristão apenas assistiu ao triunfo paraguaio naquele dia. "Ele nunca disparou uma bala, porque os paraguaios fizeram uma estrutura interna tão moderna para a época que eles próprios não tiveram condições de usar", afirma Vera Tostes, diretora do Museu Histórico Nacional. Se for devolvido, o canhão não vai mudar em nada o cenário de crise diplomática com o Brasil por causa de Lugo e do Mercosul. Mas a guerra estaria mais perto do fim do outro lado do rio.
Texto 2:
Quem é, ou melhor, o que é o Canhão Cristiano? “El Cristiano” (O Cristão, ou O Cristiano, em Português) é um canhão fabricado no Paraguai, na fundição de Ibicuí, sob a supervisão de engenheiros ingleses, entre os anos de 1866 e 1867, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Foi forjado com o bronze de vários sinos recolhidos de várias igrejas do Paraguai, vindo daí o seu nome “O Cristão” ou “El Cristiano” e é considerado, pelas suas dimensões e peso (12 toneladas), um dos maiores canhões fabricados no século XIX.
Segundo Adler Homero, o canhão “El Cristiano” aparece, juntamente com outros dois canhões, o “Aca Verá” e o “Criollo”, na ata de divisão dos espólios tomados em Humaitá, publicada nas notas de Rio Branco, no livro de Schneider. O “Aca Verá” e o “Criollo”, hoje em dia, estão em Assunção, no Paraguai.
O Canhão El Cristiano é, portanto, um objeto feito para servir e não para ser servido pelo homem, não tendo vida, nem personalidade e nem sentimentos. É uma arma de guerra que causou insensivelmente várias mortes, indiferentemente às suas nacionalidades: aos aliados aos quais procurava atingir com suas pesadas granadas e aos paraguaios, sua guarnição, que naturalmente deve ter morrido em combate, para manter a sua posse e para contribuir com a defesa da fortificação.
Atualmente, o guardião do canhão é o Museu Histórico Nacional - IBRAM, no Rio de Janeiro – RJ – Brasil, e a proprietária é a Nação Brasileira. Emergem daí algumas indagações: quantos brasileiros sabem que esse canhão existe? Quantos conhecem a sua história? Quantos já foram visitá-lo?
O Canhão Cristiano foi utilizado pelo Exército Paraguaio na Guerra da Tríplice Aliança, tendo participado da Batalha de Curupaiti, em 22 de setembro de 1866. Durante a guerra, o Exército do Império do Brasil apoderou-se dele, como “troféu de guerra”, por considerá-lo um dos símbolos da vitória na guerra.
Adler Homero considera que o “El Cristiano” não tenha sido tomado em combate, porque a guarnição de Humaitá havia fugido com Solano Lopez pelo Chaco, deixando para trás um contingente de retaguarda de 3.000 homens que, depois, também abandonou a fortaleza. O “El Cristiano” e outros 180 canhões foram deixados para trás.
Se considerarmos os conceitos vigentes à época da guerra, a percepção dos soldados que estavam lutando, e os diferentes pontos de vista (tático e estratégico), poderemos fazer, ainda, outras considerações:
- do ponto de vista tático, concordo com o amigo e grande especialista no assunto, o historiador Adler Homero, que o “El Cristiano” não seja um troféu de guerra, porque não houve um combate ou batalha específicos para capturá-lo; entretanto, do ponto de vista estratégico e literal, discordo, e o considero um troféu de guerra, porque o abandono de Humaitá não foi feito por simples vontade das tropas de Solano Lopez, mas por pressão e força das tropas aliadas, situação que enquadra a captura do “El Cristiano” em umas das definições originais da palavra “troféu”, que ficou associada ao “ato de se apoderar dos despojos do inimigo abandonados nos campos de batalha”.
O Governo do Paraguai nunca aceitou “El Cristiano” como um patrimônio brasileiro e, por muitos anos, vem reivindicando a sua devolução, pois a nação paraguaia o considera como um “herói nacional”, já que ele foi peça fundamental na aglutinação de recursos e esforços do povo na guerra e, também, na maior vitória paraguaia da guerra, na Batalha de Curupaiti, quando morreram mais de 9 mil soldados aliados.
Na internet e em outros meios de comunicação, há muito, existem dezenas de notícias de altas autoridades, Poderes e instituições paraguaias reivindicando o referido Canhão. E a cada dia que passa, surgem outras novas, com outros argumentos.
Sobre o seu significado, repousam os seguintes aspectos e fatos que devem ser considerados:
É uma arma de guerra, pois, como já foi dito, era e continua sendo um canhão. Além disso, não era uma arma qualquer, era um canhão de grandes proporções para a época. Por esse motivo, durante uma guerra ou batalha, qualquer soldado tem o dever militar de defender a sua arma e manter a sua posse até a morte, porque ele sabe que se não fizer isso, caindo a arma na posse do inimigo, ela certamente será usada contra ele mesmo e contra seus companheiros. Por este motivo, se a posse de uma arma não puder ser mantida por um soldado, ele deve destruí-la ou inutilizá-la; “Honra das Armas”, porque, no meio militar, desde bem antes daqueles tempos e até hoje, entregar as bandeiras nacionais ou as armas ao inimigo era uma grande desonra. Por estes motivos, os integrantes da Retirada da Laguna necessitavam enterrar os seus canhões para poderem se alimentar dos bois que os puxavam. As granadas (projéteis) do canhão El Cristiano tiraram as vidas de muita gente, de diversos países, e também dos paraguaios, porque, sendo ele uma arma pesada e potente, com grande capacidade destrutiva e grande simbolismo, sua destruição e/ou posse por parte das tropas aliadas era certamente um “objetivo militar” e tornou-se questão de honra, tanto que, após a guerra, em que pese o seu peso e tamanho, foi trazido para o Brasil; Símbolo de domínio e avanços na metalurgia, com destaque para a de fundição de canhões porque, naquela época, os países da América do Sul quase nada tinham neste sentido: alguns eram incipientes e a maioria não conhecia as técnicas e nem possuía indústrias de metalurgia. Segundo Adler Homero, o “El Cristiano”, o “Criollo” e o “Aca Verá”, mesmo para aqueles tempos, foram feitos de forma rudimentar, apresentando sérios defeitos que tornavam o seu uso extremamente perigoso para os seus artilheiros. Naquela mesma época, o Brasil tinha condições de fazer algo parecido, e chegou a fazer algumas peças com as mesmas dimensões, mas não canhões, tanto Arsenal de Marinha como na Fundição da Ponta da Areia, para a Armada Imperial. Segundo ele, o Brasil, simplesmente, não tinha necessidade desse tipo de arma. Em que pesem todas essas considerações resultantes de pesquisas atuais, que nos fazem perceber que o canhão “mais parecia do que era, ou do que poderia fazer de fato”, na época em que ele foi feito, e durante a guerra, ele poderia ter gerado efeito dissuasório, tanto em termos de dominio de metalurgia, quanto como no seu poder de fogo como arma; Status de potência militar, todos sabemos que o domínio da Ciência & Tecnologia proporciona condições para se obter a “surpresa tecnológica” sendo, como se sabe, a surpresa, um dos “Princípios de Guerra”, que proporciona as condições necessárias para que uma nação se sobressaia em relação a outras, tornando-se uma potência; Relíquia histórica e troféu de guerra, porque não se trata apenas de uma simples relíquia histórica, mas também de um “troféu de guerra”, ou seja, de uma arma capturada em combate, durante a guerra. Neste sentido, é necessário destacar que se fosse apenas uma peça encontrada em um sítio arqueológico, seria apenas uma relíquia, mas trata-se especificamente de uma arma (vide “honra das armas”) capturada em combate (troféu de guerra) sobre a qual se tem todo um contexto histórico conhecido pelos paraguaios e pelos brasileiros. Todo “troféu de guerra” é uma “relíquia histórica”, mas nem toda “relíquia histórica” é um “troféu de guerra”: o Canhão Cristiano ou “El Cristiano” é uma “relíquia histórica” e é, também, um “troféu de guerra”. Sobre situações associadas à captura de peças e objetos, que bem caracterizam o enquadramento como troféus de guerra, Adler Homero cita o caso do navio Marquês de Olinda, capturado pelos paraguaios, cujas bandeiras imperiais foram usadas, por Solano Lopez, como tapetes de sua sala (hoje, uma delas está no Museu Histórico Nacional) e, também, o caso dos canhões capturados pelos paraguaios no Forte de Coimbra, em 1864, que foram levados para a Fortaleza de Humaitá, onde formaram a “Bateria Coimbra”, e que foram recapturados pelos brasileiros em 1868. No caso de relíquia, Adler Homero cita o caso de um canhão do 3º Batalhão de Artilharia a Pé, do Brasil, um “Whitworth de 32 libras”, que hoje se encontra no Museu de Artilharia do Paraguai: ele explodiu, acidentalmente, em 1867, e foi abandonado em Tuiuti pelas tropas brasileiras. Os paraguaios se apoderaram dele e, anos depois, ele foi levado para o museu. É uma relíquia, mas não é um troféu de guerra. Para que se tenha uma noção mais exata, até hoje, o Direito de Guerra previsto no “Convênio Relativo ao Trato Devido aos Prisioneiros de Guerra”, de 12 de agosto de 1949, assinado em Genebra (G.III.18) prevê que os bens capturados do inimigo, durante a ação militar, são considerados “botins de guerra” e que pertencem à potência captora e que podem ser utilizados sem restrições por essa potência; Religiosidade e de sacralização, porque foi feito com os sinos das igrejas cristãs do Paraguai, em uma época de grandes sacrifícios, provas de que o povo paraguaio nunca perdeu a sua fé. Sendo ele uma “arma sagrada”, talvez o povo, naquele tempo, alimentasse a esperança de que ele fosse “abençoado” ou tivesse alguma “força transcendental” com a capacidade para fazer algum milagre para desequilibrar as forças ao seu favor, tal como era feito com as espadas e armas dos cavaleiros medievais, que eram abençoadas. Contudo, caso fosse realmente abençoado, como bom cristão, ele teria falhado em todos os seus tiros, simplesmente, em obediência ao mandamento da lei de Deus “não matarás”. Vale destacar que Adler Homero não considera o “El Cristiano” um símbolo de religiosidade, porque os sinos não foram doados, mas requisitados “manu militari”, pelo governo da ditadura de Lopez. Sobre este aspecto, é importante lembrar que existem duas coisas em questão: a “natureza dos sinos” e a “forma como eles foram obtidos” para se fazer o canhão. Desde a Idade Média, a Igreja Católica providencia para que todos os objetos, destinados ao culto divino, recebam uma bênção especial, que os separe das coisas profanas e neles imprima um caráter sagrado, segundo os ritos que se encontram nos livros litúrgicos aprovados” (Codex Iuris Canonicis, cânon 1169 § 1 e 2 e Pontifical Romano). Segundo o Padre Thomás Gonçalinho,
esta bênção dos sinos é vulgarmente conhecida pela designação de batismo dos sinos, expressão que aparece já em autores do século X. Assim o monge Letaldo conta na vida de S. Máximo de Micy (+530) que o venerável Anno batizou segundo o costume geral um sino que mandou fundir para uso do mosteiro (Das atas da Ordem de São Bento). Mas esta designação é ainda muito mais antiga, pois Carlos Magno proíbe, na sua Capitular de 23 de março de 789, o batismo dos sinos – ut cloccas non baptizent. Assim, percebe-se que os sinos utilizados para a fabricação do canhão, em tese, eram bentos, mas que o procedimento pelo qual eles foram retirados das igrejas (o confisco), para fazer o canhão, não lhe é capaz de anular-lhe a sua sacralidade, porque são dois atos formais distintos e independentes: um da Igreja Católica e o outro do Estado (República do Paraguai). A “bênção” é ato solene de autoridade da Igreja, pelo qual os sinos e a matéria do qual eles foram feitos ganharam o status de bentos ou sagrados (Poder Espiritual). O “confisco” foi o ato administrativo de autoridade do Estado (Poder Secular). Assim, por esse ponto de vista, pessoalmente, considero o canhão “El Cristiano” bento e sagrado até hoje, porque nem o confisco dos sinos pelo governo do Paraguai, nem o derretimento do metal para a fundição do canhão, e nem a captura do canhão pelos aliados são procedimentos capazes de anular a Benção dos Sinos a que foram submetidos; Bem cultural, em virtude da Convenção e Protocolo para a Proteção de Bens Culturais em caso de Conflito Armado, assinada em Haia, de que trata o Decreto nº 44.851, de 11 de novembro de 1958, e o Decreto nº 5.760, de 24 de abril de 2006;
Finalmente, de personificação, porque o Canhão Cristiano é, simultaneamente, um objeto inanimado, uma arma, uma relíquia histórica, um “troféu de guerra”, e um bem cultural, ao qual se está atribuindo uma personalidade e alma própria, por um fenômeno social de “personificação”e isto se verifica facilmente pelo fato de já lhe terem atribuído um “nome próprio” (El Cristiano), uma “qualidade de herói” (herói nacional) e até mesmo uma “religião” (Católica). Neste mesmo sentido, as pessoas poderiam achar que ele é dotado de personalidade e alma próprias, que sente e vê coisas e, ainda, que ficaria feliz com a possibilidade de retorno ao Paraguai, por ser o “único veterano vivo” da Guerra da Tríplice Aliança. Bem, se assim fosse, sendo ele o maior interessado, se lhe fosse perguntado sobre sua preferência de voltar para o Paraguai ou de permanecer no Brasil, seria lógico e natural que ele respondesse à questão dizendo que preferiria ficar no Brasil, porque ele já está aqui há mais de 150 anos, como naturalizado, como aposentado, com residência própria (Museu Histórico Nacional), em local de honra, com fama e glória, ao passo que, lá no Paraguai, ele ficou apenas por um ano, trabalhando arduamente, sem descanso, nos combates, descumprindo o mandamento “não matarás” das leis de Deus.
Resumindo, no Paraguai ele nasceu, em 1867, com pecado original, da profanação dos sinos das igrejas cristãs, que foram confiscados e derretidos, para se fazer uma arma pesada de guerra. “El Cristiano” permaneceu no Paraguai por apenas 1 (um) ano, tendo matado, a partir de Curupaiti e Humaitá centenas de pessoas, muitos brasileiros. No Brasil ele se encontra há mais de 150 anos, nunca disparou um tiro, nunca feriu ninguém e é um bem cultural, testemunho de tempos difíceis, que pode ser visto, admirado e estudado por qualquer pessoa, independentemente de nacionalidade.
O fato é que, hoje, o Canhão Cristiano (El Cristiano) tem uma certa “personalidade própria”, e isto acaba por transcender mais ainda o seu significado de simples objeto, relegando para um segundo plano os seus qualificativos de “relíquia histórica” e de “botim ou troféu de guerra”, e colocando em primeiro plano os atributos de “único veterano vivo” da Guerra da Tríplice Aliança, de “Herói Nacional” e de “cidadão de dupla nacionalidade”, paraguaio por nascimento, brasileiro por adoção e naturalização.
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