Bosque João Paulo II / Memorial da Imigração Polonesa, Curitiba, Paraná, Brasil

 

Bosque João Paulo II / Memorial da Imigração Polonesa, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Paranacart N. 248
Fotografia - Cartão Postal



Também chamado de Bosque do Papa, pelos curitibanos, a área integra beleza e tradição, em harmonia com a natureza, e representa o agradecimento da cidade à presença do imigrante polonês e todo o seu significado, a partir de 1871.
Na área de 48 mil m2, remanescente da chácara de Júlio Garmatter (fazendeiro e próspero comerciante de carnes, na década de 20), desapropriada em 1977, funcionou a fábrica de velas Estearina.
O projeto de Burle Marx (1909-1994), paisagista famoso mundialmente, que fiscalizou pessoalmente os trabalhos de limpeza do bosque, antes de sua abertura ao público, teve como prioridade a preservação da mata nativa, além do plantio de centenas de novas mudas de pinheiros (Araucaria angustifólia). Outro destaque são os plátanos (Platanus orientalis), com porte bem desenvolvido, introduzidos no local há dezenas de anos.
Santuário pela Igreja Católica:
Em comemoração aos 150 anos da chegada das primeiras famílias a Curitiba, o Memorial da Imigração Polonesa foi formado por casas de troncos de pinheiros encaixados, típicos daquele país, e dispostas em forma de aldeia. Construídas originalmente por volta de 1878, foram remontadas no espaço quando da implantação do Bosque. Elas são o testemunho da história que teve início com 34 famílias, vindas da região da Silésia, no bairro Pilarzinho.
Em agosto de 2023 o Bosque do Papa - que em sua trilha tem uma escultura de João Paulo II - ganhou novos significados relacionados à fé e à devoção. O Vaticano, Estado-sede da Igreja Católica, residência oficial dos papas, elevou o Memorial Polonês não só à condição de Museu a Céu Aberto como de Santuário - ou seja, é instalação sagrada, conforme previsto no Direito Canônico.
Capela à Virgem Negra:
A área já era considerada um lugar abençoado porque ali foi remontada a casa típica visitada e consagrada pelo Papa João Paulo II, no Estádio Couto Pereira, quando esteve na cidade, em junho de 1980. O bosque foi Inaugurado alguns meses depois e eternizou a presença do pontífice entre os católicos em geral e, especialmente, entre os seus conterrâneos poloneses residentes em Curitiba.
Nesta primeira casa está instalada a capela em homenagem à Virgem Negra de Czestochowa, padroeira da Polônia, local de orações.
Artesanato, trajes típicos:
As demais construções abrigam referências às tradições e à cultura polonesa e a maioria delas faz parte da história dos imigrantes na capital e integram agora o Museu a Céu Aberto porque complementam o conjunto arquitetônico e algumas estão dispostas também ao ar livre. O artesanato à venda no local permite inclusive a aquisição das famosas pêssankas, ovos pintados à mão em filigranas (especialmente para saudar a Páscoa).
De forma permanente são mostrados móveis de quarto (cama, berço), por exemplo, ou utensílios de cozinha, como a pipa de azedar repolho, utilizados pelos pioneiros. Também pode ser apreciada a coleção de trajes típicos, especialmente cedida por particular. Os oito manequins têm belas vestimentas coloridas, que representam diferentes regiões da Polônia.
Amolador de pedra:
É possível ver de perto itens que os colonos usavam na produção de diversos alimentos, no Museu Agrícola, onde se destacam a carroça, o amolador de pedra e outras ferramentas da época, como o moedor (de pedra) de cereais e a máquina de separar o leite da nata.
Uma das casas abriga, de maneira alternada, venda de itens só com motivos de Natal ou de reliquias religiosas.
A primeira serraria:
Tem ainda um espaço com equipamentos da primeira serraria que funcionou no bairro Barreirinha. São mostrados a carroça com rodas de troncos de madeira, um grande fole (para ativar fogo), pedaço de tronco para cunhar ferradura etc.
Nicolau Copérnico:
Um monumento na trilha do bosque faz homenagem a outro grande personagem histórico polonês: Nicolau Copérnico (1473-1543). Matemático e astrólogo, desenvolveu a teoria de que o Sol estaria (e está) no centro do Sistema Solar, contrariando a hipótese, vigente no seu tempo, de que esta posição era da Terra.
As comemorações:
Nas festas da colônia polonesa, celebradas no Bosque do Papa, há muita música e folclore pelos descendentes. Vestidos em trajes típicos do país, apresentam-se nas concorridas comemorações da Swiconka (Benção dos Alimentos, na época da Páscoa); em julho (homenagem à visita do Papa); em agosto (festa da padroeira Czestochowa); o Pontificado de João Paulo II (outubro), e o Dia de São Nicolau junto com o Natal das Etnias (6 de dezembro), que marcam o início às festas em comemoração ao Natal, em 25 de dezembro.
Em todas estas ocasiões é possível experimentar os deliciosos pierogis (pronuncia-se piéróguis), pasteizinhos cozidos/assados com recheio de requeijão, e os saborosos doces e bolos da culinária daquele país.
Nota do blog 1: Localizado na rua Wellington de Oliveira Viana, nº 33, Centro Cívico.
Nota do blog 2: Implantado em 1980.
Nota do blog 3: Consiste no Portal polonês, Memorial da Imigração Polonesa, Capela à Virgem Negra de Czestochowa, loja de artesanato, casas típicas, palco, playground, sede de escoteiros, bicicletário e sanitários.