Ribeirão Preto - SP
Fotografia
Essa é mais uma crônica de lembranças ribeirãopretanas, um post que busca contar histórias a partir de uma foto de um ponto da cidade que anda esquecido.
Feita essa introdução, vou começar dizendo que atualmente é extremamente difícil encontrar uma foto inédita, algo diferente do padrão sobre qualquer assunto. E isso acontece devido a enorme facilidade que temos de pesquisar imagens na internet. Bastam alguns cliques e encontramos o que desejamos.
As imagens estão no Google e em outros buscadores, arquivos públicos e privados, sites diversos, grupos de discussão, redes sociais, etc. Há uma infinidade de opções para esse intento.
E isso não é ruim, é bom, aquela foto que já vimos trocentas vezes pode ser inédita e fazer a diferença para outra pessoa, sem falar que sempre que postamos uma imagem que já conhecemos, há a chance de aprendermos algo novo com alguma observação ou informação de algum leitor.
Ocorre que essa facilidade gerou um problema: acabamos por esquecer da maior fonte de imagens que existe, que são os arquivos privados de cada um de nós, aquelas fotos que tiramos durante nossa jornada e, na maioria das vezes, ficam guardadas em álbuns, gavetas, armários, caixas e uma infinidade de outros lugares, algumas vezes por toda nossa vida!
Penso que é aí que estão as fotos interessantes, que retratam pontos diferentes, coisas que não conhecemos, momentos de ternura, realidades diversas, situações tristes e engraçadas, etc.
E tudo isso com a visão particular de cada um, o que torna cada imagem única!
Portanto, pessoal, vamos tratar de pegar essas fotos, tirar uma boa fotografia e divulgá-las. Foto na gaveta ou no armário não serve para nada, se os fotógrafos das imagens que publicamos tivessem guardado as fotos só para eles, não conheceriámos muita coisa que hoje sabemos. Fica meu pedido a cada um nesse sentido, vamos "eternizar" essas imagens através da internet, possibilitando conhecimento e aprendizado às gerações futuras, assim como as gerações passadas fizeram conosco.
Dito isso, vamos tratar da imagem do post: a cena, que atualmente não é possível de ser repetida por motivos óbvios e conhecidos, retrata o autor do post com 18 anos em 1995, posando com uma escultura de um menino fazendo xixi nos jardins do complexo do Museu Histórico e do Café.
Posso estar enganado, mas não lembro de ter visto uma foto específica desta escultura antes, diferente dos jardins como um todo. Acredito que existam fotos semelhantes em arquivos privados, fotos amadoras como a minha.
Reparem que embora fosse um dia nublado em Ribeirão Preto (que já é uma coisa difícil em razão do nosso clima quente), o local está limpo e a fonte funcionando, completamente diferente do que encontramos atualmente pela cidade. É raro encontrarmos uma praça pública cuja fonte funcione, de memória posso dizer que lembro apenas da Praça XV de Novembro, o resto está inoperante, precisando de manutenção e limpeza. Além disso, não lembro de outra fonte neste formato de escultura de menino na cidade. Talvez o mais próximo disso sejam as (destruídas) lagostas do monumento à Luís de Camões, no centro, embora eu nunca tenha visto elas em funcionamento (não tenho certeza se cumpriam esta função) e sejam representações de um animal, não de um ser humano.
Quanto a motivação da foto, é óbvia: a cena pitoresca e engraçada do menino fazendo xixi.
Pode parecer banal nos dias atuais, mas antigamente achavámos isso engraçado, diferente, digno de uma fotografia. Eram tempos diversos, não podem ser compreendidos com olhos de hoje.
E ainda sobre esse tipo de escultura, não se sabe ao certo quando surgiram, mas acredita-se que foi no período do Renascimento. Vários artistas famosos as reproduziram, sendo a maioria atrações turísticas pelo mundo afora. A título de exemplo, podemos citar o "Manneken Pis", localizado no centro de Bruxelas, na Bélgica: visitar a referida cidade e não tirar uma foto com o "Manneken Pis", é como vir a Ribeirão Preto e não provar o chopp do Pinguim, algo imperdoável turisticamente falando.
Além disso, cumpre dizer que o significado destas representações artísticas é controverso. Podem representar a molecagem e a inocência de um menino, mas também a virilidade, a fertilidade e a bravura de um homem. Enfim, isso é uma discussão gigante que não cabe nesse texto.
Reparem que embora fosse um dia nublado em Ribeirão Preto (que já é uma coisa difícil em razão do nosso clima quente), o local está limpo e a fonte funcionando, completamente diferente do que encontramos atualmente pela cidade. É raro encontrarmos uma praça pública cuja fonte funcione, de memória posso dizer que lembro apenas da Praça XV de Novembro, o resto está inoperante, precisando de manutenção e limpeza. Além disso, não lembro de outra fonte neste formato de escultura de menino na cidade. Talvez o mais próximo disso sejam as (destruídas) lagostas do monumento à Luís de Camões, no centro, embora eu nunca tenha visto elas em funcionamento (não tenho certeza se cumpriam esta função) e sejam representações de um animal, não de um ser humano.
Quanto a motivação da foto, é óbvia: a cena pitoresca e engraçada do menino fazendo xixi.
Pode parecer banal nos dias atuais, mas antigamente achavámos isso engraçado, diferente, digno de uma fotografia. Eram tempos diversos, não podem ser compreendidos com olhos de hoje.
E ainda sobre esse tipo de escultura, não se sabe ao certo quando surgiram, mas acredita-se que foi no período do Renascimento. Vários artistas famosos as reproduziram, sendo a maioria atrações turísticas pelo mundo afora. A título de exemplo, podemos citar o "Manneken Pis", localizado no centro de Bruxelas, na Bélgica: visitar a referida cidade e não tirar uma foto com o "Manneken Pis", é como vir a Ribeirão Preto e não provar o chopp do Pinguim, algo imperdoável turisticamente falando.
Além disso, cumpre dizer que o significado destas representações artísticas é controverso. Podem representar a molecagem e a inocência de um menino, mas também a virilidade, a fertilidade e a bravura de um homem. Enfim, isso é uma discussão gigante que não cabe nesse texto.
Continuando, além de mostrar uma imagem diferente, eu queria mesmo é falar de como estamos perdendo lugares de passeio e lazer pela cidade. É impressionante como isso vem acontecendo!
Experimentem dar uma volta, fazer um passeio pela cidade que não envolva a ida em shoppings ou bares e restaurantes: é difícil, a imensa maioria das instalações públicas estão degradadas, necessitando urgentemente de manutenção. Pouca coisa se salva.
Milhares de ribeirãopretanos e pessoas de fora que vem para a cidade não tiveram a oportunidade que eu tive de conhecer esse local. Isso é uma coisa muito triste!
Era um passeio divertido, educativo e cultural. Acabou-se de uma hora para outra.
Não existe outra palavra que não seja "vergonha", para referir-se ao fato de uma cidade do porte de Ribeirão Preto não ter um museu público em condições adequadas para o uso da população como um todo (o único que temos em operação, o MARP não cumpre esse papel, não é um museu de caráter popular, experimentem perguntar na rua para as pessoas se elas já o visitaram, 90% desconhecem sua existência e foco de atuação).
Eu sei que existe um projeto de restauro desse local em específico em andamento, mas sejamos sinceros: vai ser mais um "parto" na cidade, algo extremamente difícil e demorado de acontecer. Não tenho a menor expectativa que esteja pronto em menos de 5-10 anos, levando-se em conta a burocracia dos orgãos envolvidos.
Concluindo, fica a torcida por melhores dias para o complexo do Museu Histórico e do Café. Certamente Ribeirão Preto e sua população merecem. A cidade, definitivamente, não é mais a mesma em beleza e opções de lazer público para a população.
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