Laticínios Jaburu, Década de 70, Américo de Campos, São Paulo, Brasil

 

Laticínios Jaburu, Década de 70, Américo de Campos, São Paulo, Brasil

Américo de Campos - SP

Fotografia

Estive no local algumas vezes quando criança, em uma delas comprei um pacote de queijo muçarela nozinho. 

Ao menos naquele tempo, posso garantir que eram produtos de qualidade e saborosos, lembro até hoje da embalagem do queijo prato, na cor laranja, com o "jaburu" símbolo da empresa.

Além disso, o post tem a finalidade de lembrar Pedro Basso, funcionário chefe no setor de produção da empresa, que após se aposentar, começou a produzir queijos e derivados de forma artesanal em sua residência. Tive a oportunidade de consumir seus produtos e eram sensacionais, você sentia o gosto do leite, bem diferente dos produtos vendidos em mercados, altamente industrializados e sem sabor. Destaco a barra de muçarela, extremamente saborosa e com a consistência correta, seguramente uma das melhores que já provei.

Outro fato a relembrar, é que meu pai teve relação com a empresa, trabalhando nela por um período quando adolescente (cerca de 12 anos). Ele era um tipo de ajudante geral, realizando tarefas que iam desde recolher os latões de leite nos sítios, produção de laticínios, embalagem, etc. Fazia de tudo um pouco.

Ainda sobre meu pai, seu primeiro dia de trabalho no local foi, de certa forma, "tragicômico": ele saiu com o gerente do laticínio, Tico Ferracini, em um caminhão Mercedes Benz ano 1957, para coletar os latões de leite nos sítios. Em dado momento, chegaram no sítio do Rogério Montanari para coletar o leite. Meu pai desceu do caminhão e foi pegar o latão. Quando pegou, não aguentou o peso, e foi ele, latão, leite, tudo para o chão! 

Meu pai, para usar um termo dele, "viu a viola em caco", pensou que seria demitido, tendo que voltar para a roça. Derrubar um latão de leite, causando prejuízo a empresa, definitivamente não era algo promissor no primeiro dia de trabalho.

Mas não foi isso que aconteceu: Tico Ferracini que estava no caminhão desceu, deu risada da situação, perguntou o que tinha acontecido e recomendou que meu pai tomasse mais cuidado das próximas vezes. 

E diante disso, concluo com o que acho que aconteceu: Tico Ferracini, com seus muitos anos de laticínio, sabia, mais do que ninguém, "que não adianta chorar sobre o leite derramado". E essa foi a sorte do meu pai...rs.

Finalizando o post, o Laticínios Jaburu infelizmente encerrou as atividades, provavelmente em virtude da grande concorrência do setor, além de dificuldades financeiras e fiscais. Restaram apenas as memórias de quem conheceu, sendo essa uma delas.

Nota do blog: Era localizada na rua São João, número 1 / Crédito da imagem para família Braga.