Placa Comemorativa "Pelourinho", Praça José Borges de Macedo, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia
Pelourinho era uma coluna de pedra ou de madeira, instalada geralmente em praças centrais das cidades e vilas, com o objetivo de ser o símbolo da justiça — e local de castigos físicos aos criminosos e aos negros escravizados. No Brasil Colônia, os pelourinhos representavam o poder da coroa portuguesa, além de servirem como marco zero das vilas — o perímetro delas, chamado de rocio, era calculado a partir do pelourinho, sendo 1,5 km a distância entre ele e cada uma das extremidades da vila.
Sobre o pelourinho de Curitiba, é mais antigo do que a própria cidade. Foi instalado em 4 de novembro de 1668 por Gabriel de Lara, Capitão Mor e Procurador do Marquês de Cascais, Senhor das Terras da Capitania de Paranaguá (Curitiba só foi elevada à condição de vila 25 anos depois, em 1693). Essa informação nos é trazida em uma placa na Praça Borges de Macedo numa pedra comemorativa, instalada em 1968.
Segundo historiador Ermelino de Leão, citado por Rafael Greca, o pelourinho de Curitiba “era um madeiro grosso, lavrado com quatro faces, com as insígnias de quatro argolas de ferro e braços para o alto, tendo no alto como remate um cutelo”. Teria apodrecido com o tempo, sendo logo substituído por outro.
Não coincidentemente, no mesmo local, entre o pelourinho e a Praça Tiradentes, em 1726, foi construída a Casa de Câmara de Cadeia — era costume, no Brasil colonial, a igreja, o pelourinho e a Casa de Câmara e Cadeia estarem próximos, representando o poder espiritual, judiciário e municipal, respectivamente. Sua construção estava entre as determinações do representante da Coroa Portuguesa, Ouvidor Pardinho, em sua passagem por Curitiba em 1721.
O prédio de dois andares abrigava funções administrativas diversas, como a de Câmara Municipal no piso superior, e a de cadeia no piso inferior.
Durante quase 200 anos, a Casa de Câmara de Cadeia foi o símbolo do poder público da cidade de Curitiba. Tamanha era sua importância, que contribuiu para diversos avanços tecnológicos da cidade como um todo. Por exemplo, as primeiras ações de iluminação pública de Curitiba nasceram da demanda de uma melhora na segurança do prédio - em 1848 foram trazidos do Rio de Janeiro e instalados em Curitiba vinte lampiões.
Quem liderou essa iniciativa foi o à época vereador José Borges de Macedo. Borges de Macedo, que hoje dá nome à praça, foi também o primeiro administrador de Curitiba entre os anos de 1833 e 1835 - em um cargo similar ao que seria o de prefeito atualmente.
O edifício da Casa de Câmara e Cadeia apresentava inúmeros problemas — e as condições eram insalubres. Tanto que, em 1898, após um incêndio, o prédio foi desativado para então ser demolido em 1900. No mesmo local foi construído um edifício de três andares que pertencia à família Hoffmann, e que anos depois também seria demolido.
O pelourinho, entretanto, foi demolido muitos anos antes. Ao que tudo indica, segundo o historiador Rocha Pombo, o pelourinho foi demolido às vésperas da Independência do Paraná, em 1853, num período em que o passado colonial já era mal visto — e que o próprio pelourinho já não era mais utilizado. Trecho de texto do Turistória adaptado para o blog por mim.
Nota do blog: A placa mostrada nas imagens não é a original. Ela foi substituída, provavelmente devido a vandalismo. Imagens de 2024.
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