quarta-feira, 26 de junho de 2024

Villa Guajuvira, Rua Ébano Pereira, Curitiba, Paraná, Brasil

 




Villa Guajuvira, Rua Ébano Pereira, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Relato de João Raphael Nester, bisneto do construtor da casa:
A casa foi construída por Estevão Júlio Wagner e Helena Wagner. Eram imigrantes poloneses, que chegaram ao Brasil na década de 1910. Instalaram-se no distrito de Guajuvira (daí o nome gravado na fachada), município de Araucária, onde obtiveram grande êxito comercial, se tornando proprietários de uma fábrica de palhões e de uma cerâmica/olaria .
A casa foi construída na década de 1940 e era a residência deles em Curitiba. 
No alto da torre da casa existia uma pequena carroça, que foi colocada pelo próprio Estevão, em razão de ele ter sido carroceiro (equivalente ao serviço de taxista para a época) quando chegou no Brasil.
Em 1949 Estevão Júlio Wagner faleceu. Seu filho Bogdan Wagner assumiu a administração das empresas.
Dona Helena Wagner permaneceu morando na casa com os filhos mais novos e, eventualmente seus netos, até 1971, quando faleceu.
Bogdan Wagner tocou as empresas até 1988, quando um acidente ferroviário incendiou a cerâmica/olaria, seguindo morando em Guajuvira até seu falecimento em 2000.
Na década de 80, a casa estava desocupada e foi invadida por um imigrante nordestino, o qual fazia apresentações na frente da casa vestido de cangaceiro e tocando triângulo.
Perto de 1990 a casa foi reformada e foi residência de uma pessoa da família.
No final da década de 2000 a casa, já novamente desocupada, virou um ponto de consumo de drogas, ocorrendo inclusive um assassinato em seu interior.
A casa permaneceu com a família até 2010, quando foi vendida. A família ainda possui as propriedades de Guajuvira, local onde os descendentes de Estevão e Helena visitavam seus avós.
Relato de Marilena Baumgarten (que mora em Joinville): 
“Segundo minha mãe, única filha (de Estevão e Helena) que ainda vive, existe uma história para o nome Vila Guajuvira e a charrete em cima da torre. Meu avô, nascido na Polônia, chegou em Curitiba e logo após foi para Guajuvira atrás de emprego, como nada por lá conseguiu, voltou para Curitiba e começou a trabalhar como chofer de charrete na praça da estação, começando assim sua vida. Depois, já bem de vida, voltou a Guajuvira, onde comprou uma fabrica de palhões e uma olaria.
Como as filhas estudavam em Curitiba no Colégio Cajuru como internas e sentiam muita falta dos familiares, principalmente mamãe, meu avô com o imenso carinho que tinha para com os filhos, construiu a Vila Guajuvira. Estes relatos ouvia quando criança de minha vovó Helena quando nos reuníamos para os Natais memoráveis, as festas de Páscoa e tantos outros momentos nas férias escolares que não esqueci jamais pela felicidade e união que tinha com todos e, principalmente, com vovó. Fico grata e emocionada por você chamar nossa casa de preciosidade pois foi ela o que fez minha infância e adolescência um eterno e precioso viver.”
Atualmente a casa está a venda, conforme placa em sua fachada. Não foi possível obter informações de seu estado e proprietários. Trecho de texto do Circulando por Curitiba adaptado para o blog por mim.
Localizada na rua Ébano Pereira, 463.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

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