sábado, 17 de agosto de 2024

Artrite Psoriásica: Sintomas, Sinais e Tratamento - Artigo

 






Artrite Psoriásica: Sintomas, Sinais e Tratamento - Artigo
Artigo


Texto 1:

Sintomas:
A palavra psora, do grego, significa prurido, coceira, sintoma frequente em pacientes que possuem doença cutânea. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Entretanto, estas lesões podem surgir em qualquer parte do corpo. Enquanto a psoríase é uma doença de pele que afeta 2% da população no mundo todo, a artrite psoriásica (que une manifestações cutâneas e articulares) ocorre em cerca de 10% dos pacientes com psoríase.
Na artrite que acompanha a psoríase temos três formas principais: a inflamação das articulações (artrite); a inflamação das entradas de tendões e ligamentos nos ossos (entesite); e a inflamação da coluna vertebral (espondilite).
Os sintomas de inflamação nas juntas são dor contínua, inchaço e rigidez na coluna, dor à noite, rigidez e dor nos tendões, dor e inchaço atrás do calcanhar e debaixo do calcanhar. Com o tempo, o paciente é acometido com limitação dos movimentos.
Depressões, hemorragias debaixo da unha, espessamento da unha e até mesmo destruição completa da unha (onicólise) são lesões comuns nos pacientes com artrite psoriásica, estando associadas ao acometimento das articulações interfalangeanas distais (pequenas articulações dos dedos próximas às unhas).
Sinais:
A grande maioria das pessoas que têm artrite psoriásica apresenta a doença de pele antes das dores articulares, porém há alguns poucos casos em que se podem notar queixas de dores nas juntas antes da doença na pele. Os fatores preditivos mais aceitos, que aumentam o risco de um paciente com psoríase cutânea desenvolver artrite, incluem a presença de lesões em unhas, envolvimento cutâneo mais extenso (quanto à área de pele afetada) e também história familiar de artrite psoriásica.
Tratamento:
A artrite psoriásica sem tratamento pode evoluir para deformidades irreversíveis. A escolha do tratamento dependerá das estruturas acometidas em cada paciente. Deve-se avaliar a presença de acometimento articular axial (coluna vertebral) e periférico (articulações de braços e pernas), além da presença de dactilites (inflamação de todo o dedo), entesites (inflamação das entradas de tendões e ligamentos nos ossos) e lesões nas unhas.
O tratamento convencional é feito inicialmente pelo uso de anti-inflamatórios não-hormonais e drogas remissivas de doença. Nos casos em que não há melhora com ao tratamento convencional e nos casos moderados a graves, o uso dos agentes biológicos pode ser necessário. Texto da Bio Manguinhos / Fiocruz.
Texto 2:
A Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que 2% da população mundial é afetada pela Psoríase, uma doença de pele caracterizada pela presença de manchas vermelhas, escamosas e inflamadas que podem surgir em diversas regiões do corpo. Dentre essas pessoas, 40% delas desenvolvem Artrite Psoriásica.
O que é a Artrite Psoriásica?
A artrite psoriásica é uma doença sistêmica autoimune crônica, que ocorre quando o sistema imunológico ataca as articulações, causando inflamação e dor. Ela pode afetar qualquer articulação do corpo, levando a sintomas como dor, inchaço, rigidez, e dificuldade de movimento.
Além das manifestações articulares, a artrite psoriásica também pode afetar estruturas ao redor das articulações como os tendões e o olho.
Como a doença se manifesta?
Os sintomas da artrite psoriásica podem variar de leves a graves, e podem se manifestar de diferentes maneiras, tais como:
Dor e inchaço articular: Geralmente, a artrite psoriásica causa dor, inchaço e sensibilidade em articulações afetadas, como dedos das mãos, punhos, tornozelos e joelhos. Essa dor pode ser leve a intensa e pode piorar com o tempo.
Rigidez matinal: Dificuldade em mover as articulações ao acordar de manhã ou após longos períodos de repouso. Essa rigidez pode diminuir ao longo do dia com o movimento.
Dor na coluna: a AP também pode se manifestar como dor lombar, torácica ou cervical que piora após longos períodos de repouso, como no período da manhã, e melhoram com a movimentação e são acompanhadas de rigidez matinal prolongada nestas regiões.
Alterações nas unhas: Algumas pessoas com AP podem desenvolver anormalidades nas unhas, como sulcos, descoloração, descolamento, espessamento ou até mesmo unhas quebradiças.
Fadiga: A inflamação crônica e a dor podem levar a fadiga persistente, que pode interferir na qualidade de vida.
Inflamação da pele: Geralmente as pessoas com AP manifestam a doença na pele (psoríase) antes das dores articulares. As lesões na pele, na maior parte dos casos, são manchas vermelhas, escamosas e grossas.
Inflamação nos tendões e ligamentos: Pode afetar tendões e ligamentos, levando a condições como tendinite ou entesite (inflamação nos locais de inserção dos tendões nos ossos).
Existe também a correlação da AP com outras doenças. Seus portadores têm um risco maior de apresentar hipertensão arterial, diabetes tipo II, obesidade e distúrbios lipídicos. Devido ao maior risco cardiovascular, há também maior ocorrência de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Quais os tipos de AP?
Na artrite psoriásica, existem diferentes formas de apresentação da doença, e elas podem variar em termos de quais articulações são afetadas, como a doença progride e os sintomas associados. As cinco principais formas de artrite psoriásica são:
Oligoarticular:
Esta é a forma inicial, em que poucas articulações (menos de 5) estão simultaneamente comprometidas. Afeta grandes ou pequenas articulações de forma assimétrica e está associada a dactilite (dedo em salsicha).
Poliarticular:
Esta é a forma mais comum, caracterizada pelo acometimento de muitas articulações inflamadas ao mesmo tempo. É similar à artrite reumatoide nesse aspecto e pode evoluir para deformações.
Artrite da articulação distal:
Nesta forma são afetadas as articulações localizadas nas extremidades dos dedos das mãos e dos pés. É caracterizada por inchaço e inflamação nas articulações próximas às unhas, além de ser comum as alterações ungueais.
Envolvimento axial:
Afeta principalmente a coluna vertebral, causando dor e rigidez na região lombar e no pescoço.
Artrite mutilante:
Esta é a forma mais grave e rara da artrite psoriásica. Envolve danos articulares progressivos e destrutivos que podem levar à deformidade e perda de função nas articulações afetadas.
Essas diferentes formas de artrite psoriásica podem se apresentar de maneiras variadas, e é possível que uma pessoa com a doença possa experimentar mais de um tipo ao longo do tempo. É importante notar que a artrite psoriásica é uma condição crônica e, embora os sintomas possam ser controlados, não há cura definitiva. O tratamento é direcionado para controlar a inflamação, aliviar a dor e prevenir danos nas articulações, visando melhorar a qualidade de vida do paciente.
Quais são as causas?
As causas exatas da artrite psoriásica não são completamente compreendidas, mas que ela é predominante genética, não há dúvidas. Em apenas 8% dos casos da AP, o paciente não tem um parente próximo de 1° grau que seja portador da doença.
Portanto indivíduos com histórico familiar de psoríase ou artrite psoriásica têm uma maior probabilidade de desenvolver a doença. Há evidências de que certos genes podem aumentar a suscetibilidade a essa condição.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da artrite psoriásica geralmente é feito por um médico reumatologista, com base em uma combinação de exames clínicos, histórico médico do paciente, exames de imagem e, por vezes, testes laboratoriais. Aqui estão os passos comuns envolvidos no processo de diagnóstico:
1. Avaliação médica e histórico clínico:
O médico realizará uma avaliação detalhada, discutindo os sintomas, incluindo dor, rigidez, fadiga, histórico familiar de psoríase ou artrite, bem como examinará as articulações e tecidos afetados. É essencial fornecer ao médico o máximo de informações possível sobre seus sintomas e seu histórico de saúde.
2. Exame físico:
Um exame físico é realizado para identificar sinais de inflamação nas articulações, avaliar a amplitude de movimento, verificar alterações na pele, como psoríase, e observar qualquer anormalidade nas unhas.
3. Exames de imagem:
Exames como radiografias, ultrassonografia ou ressonância magnética podem ser solicitados para verificar inflamação, danos articulares e evidências de artrite nas articulações. Esses exames podem ajudar a confirmar o diagnóstico, além de avaliar a extensão dos danos nas articulações.
4. Testes laboratoriais:
Não há um teste específico para diagnosticar a artrite psoriásica, mas alguns exames de sangue podem ser solicitados para descartar outras condições semelhantes.
Esses exames podem incluir análises de sangue para avaliar a presença de marcadores inflamatórios, como a proteína C reativa (PCR) e a taxa de sedimentação de eritrócitos (VHS), bem como testes para fator reumatoide e fator antinuclear, que geralmente são negativos.
5. Consulta multidisciplinar:
Em alguns casos, é necessário o envolvimento de vários especialistas, como reumatologistas, dermatologistas e, ocasionalmente, fisioterapeutas, para avaliar adequadamente os sintomas e planejar o tratamento mais eficaz.
O diagnóstico da artrite psoriásica pode ser desafiador, já que seus sintomas podem se sobrepor a outras condições reumáticas.
Além disso, eles também podem se manifestar de maneira intermitente, com períodos de surtos e remissões, o que significa que os sintomas podem desaparecer temporariamente e depois reaparecer.
Tratamento:
O tratamento busca controlar a inflamação, aliviar os sintomas, prevenir danos articulares e melhorar a qualidade de vida. Isso pode envolver medicação, terapia física, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, cirurgia. O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário. Estas medidas são vitais para controlar os sintomas, prevenir danos permanentes nas articulações e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com essa condição. Texto da Sociedade Mineira de Reumatologia.
Texto 3:
As espondiloartrites:
As espondiloartropatias ou espondiloartrites correspondem a um grupo de artropatias inflamatórias e eram conhecidas como artropatias soronegativas por serem consideradas variantes da artrite reumatoide, com o diferencial de terem em comum o acometimento da coluna vertebral e a ausência do fator reumatoide (FR).
No entanto, a partir dos estudos clínicos e familiares e da demonstração da presença do antígeno HLA-B27 na maioria dos casos, esses quadros sindrômicos foram caracterizados como entidades clínicas definidas e independentes, sendo então denominadas espondiloartropatias.
Historicamente, a soronegatividade para o fator reumatoide era um requisito para o diagnóstico, no entanto, mais de 10% dos pacientes com psoríase não complicada e até 15% da população normal apresentam fator reumatoide presente no soro.
As espondiloartropatias são caracterizadas por algumas manifestações clínicas (vide imagem 2 do post).
Dentro do espectro clínico, fazem parte das espondiloartropatias as seguintes patologias: espondilite anquilosante (EA), artrite psoriásica (APs), artrite reativa (ARe), enteroartropatias e as espondiloartropatias indiferenciadas.
Das espondiloartrites, a artrite psoriásica é a que menos se associa com a alteração HLA-B27. Além disso, vários pacientes com psoríase e espondiloartropatia são negativos para o antígeno HLA-B27.
Definição de Artrite Psoriásica
A artrite psoriásica (APs) é uma doença musculoesquelética inflamatória associada à psoríase cutânea e ungueal.
Foi inicialmente considerada uma variante da artrite reumatoide (AR), mas posteriormente emergiu como uma entidade clínica distinta.
Tem como diagnóstico diferencial a espondilite anquilosante, cujas diferenças entre as patologias são abordadas a seguir.
Epidemiologia da Artrite Psoriásica:
A psoríase cutânea isolada acomete cerca de 1 a 3% da população e sua associação com artrite psoriásica pode ocorrer em 10 a 20% dos pacientes. A idade na qual comumente aparecem os primeiros sintomas situa-se entre 30 e 55 anos.
A artrite psoriásica afeta igualmente os sexos na maioria das estatísticas, com uma incidência de aproximadamente 6 por 100.000 anualmente e uma prevalência de aproximadamente 1 a 2 por 1000 na população em geral. Embora a forma poliarticular simétrica seja mais comum no sexo feminino, a forma axial é mais frequentemente observada no sexo masculino.
A etiologia da artrite psoriática é desconhecida, sendo importante a avaliação do histórico familiar do paciente. Há associações confirmadas com alelos importantes dos antígenos contra leucócitos humanos HLA-B27, B7, B13, B17 e Cw6. Como na patogenia de muitos outros distúrbios autoimunes, tem-se suspeitado de um fator infeccioso desencadeante.
Infecções por estreptococos do grupo A têm sido implicadas na psoríase gutata e o RNA ribossômico dessa espécie tem sido detectado no sangue e no líquido sinovial de pacientes com artrite psoriásica. Além disso, o vírus da imunodeficiência humana está fortemente associado ao desenvolvimento de psoríase e artrite psoriásica, apresentando incidência e prevalência substancialmente altas nesse grupo de indivíduos.
Tipicamente, em 80% dos casos, a artrite psoriásica desenvolve-se depois ou concomitantemente ao início da psoríase. Em 15 a 20% dos casos, entretanto, ela precede o começo da psoríase com um tempo médio entre o diagnóstico de doença cutânea e articular de 7 a 8 anos.
Na maioria dos pacientes, a artrite aparece após o aparecimento das lesões na pele. No entanto, a artrite precede a doença de pele em aproximadamente 13 a 15% dos pacientes, embora a doença de pele possa estar presente, mas não detectada em alguns pacientes.
Conclusão Artrite Psoriásica:
A psoríase é um distúrbio inflamatório cutâneo crônico caracterizado pela formação de placas e manchas eritematoescamosas na pele, fruto de anormalidades envolvendo o sistema imune, desencadeando a proliferação epidérmica.
Pode surgir em qualquer idade e apresentar gravidade variável. A psoríase pode manifestar-se de diversas formas, como placas ou psoríase vulgar, gutata, eritrodérmica, pustulosa e artropática. Além do envolvimento da pele, a psoríase com frequência envolve as unhas e alguns pacientes podem apresentar inflamação articular.
Por sua natureza altamente visível, a psoríase pode comprometer a vida pessoal e profissional dos pacientes. Texto da Sanar.

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