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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Barcos em Paquetá, Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil (Barcos em Paquetá) - Antônio Parreiras



 

Barcos em Paquetá, Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil (Barcos em Paquetá) - Antônio Parreiras
Ilha de Paquetá - Rio de Janeiro - RJ
Coleção privada
OST - 35x83 - 1897

quarta-feira, 14 de março de 2018

Entrada do Bosque Municipal, Belém, Pará, Brasil (Entrada do Bosque Municipal) - Antônio Parreiras


Entrada do Bosque Municipal, Belém, Pará, Brasil (Entrada do Bosque Municipal) - Antônio Parreiras
Belém - PA
Museu de Arte de Belém, Brasil
OST - 50x91 - 1905


Nota do blog: Bosque Rodrigues Alves.

sábado, 14 de outubro de 2017

Fim de Romance (Fim de Romance) - Antônio Parreiras





Fim de Romance (Fim de Romance) - Antônio Parreiras
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil
OST - 97x185 - 1912

É uma pintura de paisagem que se assemelha com a pintura acadêmica dos artistas formados pela Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
O estilo desta tela de Antônio Parreiras está vinculado à ideia de retomada dos modelos clássicos de representação da natureza, sobretudo o greco-romano.
A influência acadêmica nota-se tanto no modo de pintar quanto no tema escolhido, uma paisagem de interior.
O espaço da obra nos determina o tipo de ambiente e o local em que se passa a narrativa representada, um meio rural reconhecido pela estrada sem revestimento, a falta de movimentação no local, quase deserto, pela vegetação rasteira e pelas vestimentas típicas do interior.
Uma viagem a cavalo foi interrompida, anúncio de um suicídio.
Um homem caído que sugere ter sofrido alguma decepção amorosa que lhe tira por completa a vontade de viver.
No primeiro plano da pintura, encontra-se um corpo masculino adulto estendido na estrada, como se esse tivesse sido jogado.
O corpo do personagem representado não possui movimentos, o que demonstra ser um corpo morto, em sua mão direita há uma arma de fogo, esse a segura sem nenhuma força com uma expressão facial serena e tranquila, como em um sono profundo.
Há um tímido sangue escorrendo de sua cabeça, que mostra ser esse o lugar onde a bala da arma penetrou ao atirar, já suas vestes estão intactas e sem nenhum vestígio de sangue.
Ao lado do corpo estendido, em um segundo plano, há um cavalo que carrega sobre seu “lombo” uma cela, seu pescoço inclina-se ao corpo, sua boca cheira o corpo.
O terceiro plano é identificado pela representação do céu e um clima um pouco nebuloso.
A sombra dos personagens foi definida pelo pintor através de pincelas suaves para o lado direito e as cores usadas na composição são em sua maioria frias.
O texto a seguir busca apresentar “Fim de romance”, 1912, de Antônio Parreiras.
Fim de romance foi exposta pela primeira vez em São Paulo em 1913, na 2ª Exposição de Belas-Artes, realizada no Liceu de Artes e Ofícios – que, à época, funcionava junto com a Pinacoteca do Estado de São Paulo. A obra ficou então sob a guarda do recém-criado museu e, em 11 de novembro de 1915, foi incorporada ao acervo, transferida do Gabinete do Secretário do Interior, órgão ligado ao Governo. Apesar de profunda pesquisa em periódicos, autobiografia, documentos pessoais sob a guarda do Museu Antônio Parreiras, bem como todos os documentos emitidos pela Secretaria do Interior depositados no Arquivo Público do Estado de São Paulo, nada foi encontrado sobre o tema da obra, forma de aquisição, e onde se havia sido exposta anteriormente.
No período em que esteve na 2ª Exposição Brasileira de Belas-Artes, entre 12 de janeiro e 15 de fevereiro de 1913, foi objeto de duas críticas da imprensa local: a primeira, em 26 de janeiro de 1913, no jornal Correio Paulistano, e a segunda, no dia 12 de fevereiro do mesmo ano, em O Estado de S. Paulo. Os comentários estão relacionados à descrição da obra, sua técnica e indagação a respeito de se a cena refere-se a um suicídio ou assassinato: “[...] Antônio Parreiras, outro nome assaz aplaudido e assaz bafejado pela crítica, exibe apenas uma tela de vulto, Fim de romance, que muitos elogiarão incondicionalmente, mas na qual é preciso notar o céu perpendicular, um dos olhos roxos do suicida (?) a contrastar com o rubro nariz e com o sangue ainda mal coagulado, que escapa da cabeça varada pela bala, o que, não obstante, atrai já um bando de corvos famintos, que se aproximam no espaço.” Ou “[...] para nos postarmos diante da tela Fim de romance. Aí temos o seguinte: em uma vasta planura, de leves ondulações, atapetada por um verde-claro, tocado de amarelo- esbranquiçado um caminho transpassa, areento, em curvas brandas. No primeiro trainel dessa estrada e no plano central, jaz de costas o corpo inanimado de um cavaleiro, os membros em cruz, empenhando ainda uma garrucha, com as pálpebras cerradas e violáceas, o rosto com máculas cadavéricas, e o filete de sangue rubro que, escorrendo de uma das fontes se espalha e empasta sobre o solo do caminho. Ao lado, o cavalo com arreios de montaria, fareja o corpo do cavaleiro. O céu está carregado de nuvens com reflexos amarelentos; uma brisa ligeira agita a cauda e as crinas do animal: surgem ao longe algumas negras aves de rapina. Fim de romance, intitula o autor este quadro de tragédia; ele o teria visto ou inventado. Olhando este corpo morto, ao lado do animal surpreso e inquieto, inquiriremos nós se se trata de um suicídio ou de um assassinato, e qual outro poderia ter sido romance que produziu tétrico epílogo.”
Em 1952, a Pinacoteca implanta um projeto que funcionaria até 1972, denominado Pinacoteca Circulante, que exibia uma seleção de obras significativas do acervo em clubes, salões paroquiais e escolas em cidades do interior paulista. A obra Fim de romance participa em algumas das mostras e, em 1961, o então diretor do museu Túlio Mugnaini faz a seguinte afirmação no catálogo da Exposição circulante de Ribeirão Preto: “Fim de romance, de Antônio Parreiras. Belo quadro, tendo sido inspirado, pelo que parece, num conhecido romance de Taunay”. Mas qual seria o romance? Ao que tudo indica, trata-se de Inocência, pois há semelhanças da pintura com o romance, em seu capítulo XXX, denominado “Desenlace”. A história é narrada a partir das lembranças e impressões do autor com relação à realidade natural e sociocultural do sertão, uma vez que se inscreve fiel e objetivamente na confluência dos estados de Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Goiás; a estrutura do romance analisa e apresenta, por sua vez, os valores e comportamentos de um grupo social definido: o sertanejo pequeno proprietário. Inocência era filha do viúvo Pereira e morava em um sítio. Era noiva de Manecão quando se apaixonou por Cirino, curandeiro ambulante que se fazia passar por médico e andava pela região. O pai de Inocência hospedava este e Meyer, um naturalista alemão também em viagem pela região. No sítio, morava ainda o anão Tico, que, por amar Inocência, se tomava por zeloso vigilante do bem-estar da moça. O romance entre Inocência e Cirino veio à tona; o pai da moça, porém, não admitia que a filha sequer pensasse em romper o noivado. O noivo, por sua vez, ao tomar ciência da situação, buscou vingança ao assassinar Cirino.
Em 1976, a obra foi escolhida para participar do projeto da Pinacoteca Destaque do Mês, no qual uma obra do acervo era exposta no saguão principal, com a biografia do autor e texto técnico do diretor, à época, Aracy Amaral. Na década de 1980, foi realizado na Pinacoteca o Projeto Releitura, que convidava artistas contemporâneos a escolher uma obra do acervo do museu a fim de criarem uma releitura. O artista Waldomiro de Deus (1944) escolheu a pintura de Parreiras, realizando um tríptico denominado: Violência, ontem, hoje e amanhã, também pertencente à coleção do museu. Em 2005, a obra Fim de romance emprestou seu nome à exposição da artista alemã Christine Meisner (1970) e do artista francês Olivier Menanteau (1956), realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães de Recife e no Musée des Beaux-Arts de Nantes, na França.