Mostrando postagens com marcador Joaquim da Cunha Diniz Junqueira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Joaquim da Cunha Diniz Junqueira. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 17 de abril de 2020

O Poder do Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo


O Poder do Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo
Ribeirão Preto - SP
Artigo


Historia­dores, cientistas políticos, pro­fessores afins concordam que ele foi o maior líder político da cida­de – ninguém concentrou tanto poder, durante tanto tempo, quanto o coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira. Cargo eletivo só exerceu um – o de vereador na primeira Legis­latura da Câmara Municipal, após a Proclamação da Repú­blica (1890-1892), mas a elei­ção foi anulada em setembro de 1892. No site do Legislativo o nome do chamado “Coronel Quinzinho” sequer aparece en­tre os parlamentares daquela confusa legislatura.
Mas, se não teve destaque em cargos eletivos, o coronel Jo­aquim da Cunha Diniz Junquei­ra foi o principal chefe político de Ribeirão Preto até a derru­bada da República Velha pela revolução de outubro de 1930. No tempo dos coronéis (os títu­los militares eram honoríficos), o poder estava concentrado não na figura do prefeito (na época, um vereador escolhido entre seus pares), mas na do presi­dente do diretório municipal do Partido Republicano Paulista (PRP), agremiação conserva­dora da elite. Não havia, então, oposição organizada em parti­dos políticos.
Os embates entre Joaquim da Cunha Diniz Junqueira e seu maior adversário, o coronel Francisco Schmidt, ocorriam no âmbito do próprio PRP. A im­prensa se referia aos apoiadores do primeiro “rei do café” como “Partido Schmidt”. Durante esse período de briga que du­rou décadas, invariavelmente, o Coronel Quinzinho sempre ga­nhava. Joaquim da Cunha Diniz Junqueira assumiu a chefia do diretório municipal do PRP em 1902. Pelas três décadas seguin­tes, virtualmente monopolizou a política de Ribeirão Preto.
Elegeu a maioria dos vere­adores, indicava qual seria o prefeito, fez do filho (Francisco Junqueira, que dá nome a uma das principais avenidas da ci­dade) vereador, presidente da Câmara, deputado estadual e secretário de Estado da Agri­cultura. O genro Jorge Lobato também foi parlamentar e pre­sidente do Legislativo. Outro genro, Altino Arantes, foi de­putado federal, secretário de Estado do Interior e governa­dor de São Paulo.
Ao contrário do grande ad­versário coronel Francisco Sch­midt, um alemão rude e semia­nalfabeto, Joaquim da Cunha Diniz Junqueira era um ho­mem refinado. Nascido em Ri­beirão Preto, em 1860, apenas quatro anos após a fundação oficial da cidade (19 de junho de 1856), foi um dos primeiros ribeirão-pretanos natos, mas teve tutores estrangeiros e viajou muito pela Europa.
O poder do coronel Joa­quim da Cunha Diniz Junqueira perdurou até o início de 1930, quando ele teve uma doença grave, pouco antes da revolução que destronou o PRP. Faleceu aos 72 anos, em 14 de setembro de 1932, durante outra revolu­ção, a Constitucionalista.
O coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira foi casado com Maria Emerenciana Junqueira. O casal teve os filhos Osório Jun­queira, Anna Junqueira Lobato (casada com Jorge Lobato), Ma­ria Gabriela Junqueira Arantes (casada com Altino Arantes) e Augusta Junqueira.
Ribeirão Preto foi tímida nas homenagens a seu filho ilustre: apenas inaugurou uma herma na praça XV de Novembro e deu seu nome a uma pequena praça que acabou desaparecendo – a antiga praça do Mercado Mu­nicipal, o “Mercadão”, que de­pois virou o terminal de ônibus “Antônio Achê”. Hoje o local é ocupado pelo Centro Popular de Compras. Por uma dessas ironias da história, ali ao lado fica a enorme praça Francisco Schmidt, homenagem a seu grande adversário.
O sobrado que durante dé­cadas serviu de residência ao coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, o “Coronel Quinzinho”, e de sede do Diretório Municipal do Partido republicano Paulista (PRP), deu lugar ao Edifício Die­derichsen e no térreo, onde antes circulavam o coronel, seus fami­liares e correligionários, surgiu um estabelecimento que entraria para a história de Ribeirão Preto.
O Edifício Diederichsen ainda estava em fase de acabamento quando, no dia 29 de agosto de 1937, antes da inauguração ofi­cial do prédio, abriu suas portas um misto de bar e choperia, bati­zado de Snooker Pinguim, no tér­reo da esquina das ruas General Osório e Álvares Cabral. Come­çava ali uma história de sucesso que já tem mais de oito décadas.
O primeiro dono, conhecido como Alemão, ficou pouco tem­po à frente do negócio, assumido por Nicolás Miranda, que coman­dou o Pinguim por cerca de 20 anos. Na década de 1960, sob a nova administração de Albano Celini, a marca Pinguim começou a ganhar notoriedade nacional graças a qualidade de seu princi­pal produto – o chope Antarctica – e à lenda do “chopeduto”, que existiria entre a casa e a famosa Cervejaria Antarctica, a apenas algumas quadras de distância.
A primeira “cria” – então o Pinguim 2 – nasceu em 1977, exatamente na esquina defron­te, no atual Edifício Meira Júnior, ao lado do Theatro Pedro II. Em 1984 um novo grupo assumiu a choperia, que ampliou os horizontes da marca, abrindo filiais em shopping centers da cidade. Em 2006 o Pinguim rompeu os limites de Ribeirão Preto e chegou primeiro a Belo Horizonte, capital de Minas Ge­rais, e depois a Brasília (2015), no Distrito Federal.
Em 2009, o Pinguim original, conhecido como Pinguim 1, en­cerrou as atividades por causa do elevado investimento necessário para adequar o velho prédio da década de 1930 – tombado no mesmo ano pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turís­tico (Condephaat) e, em 2010, pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural de Ribeirão Preto (Conppac) – às rigorosas normas da Vigilância Sanitária. Quando fechou, cha­mava–se Empório Pinguim e co­mercializava chope e souvenirs, deixando a cozinha de lado. Em março de 1934, a imprensa divulgou com entusiasmo a infor­mação de que o sobrado do coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, falecido dois anos antes, em 1932, tinha sido adquirido por Antônio Diederichsen, então proprietário do Banco Constructor.
Com localização privilegiada, na esquina das ruas General Osó­rio e Álvares Cabral, junto à praça XV de Novembro e a 50 metros do Theatro Pedro II (inaugurado em 8 de outubro de 1930), o velho so­brado do mítico líder do PRP seria demolido e daria lugar ao primeiro edifício de Ribeirão Preto – o Die­derichsen, em cujo térreo nasceu a mais famosa choperia do Brasil, o Pinguim.
Marco arquitetônico de Ribei­rão Preto, deixado em testamen­to para a Santa Casa de Misericór­dia, o Edifício Diederichsen ocupa toda a extensão do quarteirão, da esquina com a rua General Osório (embaixo nasceu o Pinguim) até a esquina da rua São Sebastião (onde surgiu a cafeteria A Única). Assim a imprensa da época noti­ciou o novo empreendimento:
“Um grande melhoramento no centro da cidade – Construcção de um palacete de seis andares na Praça 15, esquina da rua Alva­res Cabral até meio do quarteirão da rua São Sebastião: As 14 horas corria pela cidade a informação de que o Sr. Antonio Diederichsen, o estimado industrial, proprietário do Banco Constructor e das offici­nas mechanicas, havia adquirido o vasto terreno que existe na Praça 15, onde está o velho chalet do cel. Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, fazendo esquina com a rua Alvares Cabral e subindo até a rua São Se­bastião, a ali avançando até o mea­do do quarteirão.
Esse enorme terreno e o chalet foram de facto adquiridos hontem pelo sr. Antonio Diederi­chesen, que, ao que consta, pa­gou a importância de 417 contos de réis. Esse facto fazia a principio duvidar. Procuramos os srs. Anto­nio Diederichsen e Manoel Penna, e a informação foi confirmada. Estavam os dois chefes do Banco Constructor no momento reco­lhidos ao escriptorio, palestrando em torno do contrato com o cons­tructor do predio, o sr. Antonio Ter­reri, que seguirá hoje pela manhã de automovel para S. Paulo”.
O Edifício Diederichsen come­çou a ser construído em 1934 e foi inaugurado dois anos depois, em 20 de dezembro de 1936 – vai completar 82 anos. É considerado um símbolo do modernismo na ci­dade, pelo seu estilo “art déco”.
No primeiro e no segundo an­dares existem 118 salas comerciais e no terceiro e no quarto andares há 64 apartamentos. Ao todo são quatro mil metros quadrados de área construída.
Foi o primeiro arranha-céu da cidade e o segundo anterior, além de ter sido o primeiro prédio mul­tiuso do Estado de São Paulo – por reunir, no mesmo espaço, salas para comércio, serviços, habitação e hotelaria. Com seis pavimentos além do térreo, desde seu início teve uso misto, abrigando lojas, serviços, cinema, hotel, a cafeteria Única e o famoso Bar Pinguim.
Tem uma das fachadas volta­da para a Praça XV de Novembro, espaço público ligado à origem da cidade, no qual localiza-se o Quarteirão Paulista – conjunto harmônico de prédios em que es­tão instalados o Theatro Pedro II, o Edifício Meira Júnior e o Centro Cultural Palace, todos preserva­dos. No térreo, durante várias dé­cadas, esteve em funcionamento o Cine São Paulo, que tinha capa­cidade para 1,2 mil pessoas. Texto de Nicola Tornatore.

A Rivalidade entre Francisco Schmidt e Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil




A Rivalidade entre Francisco Schmidt e Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, mais conhecido por Quinzinho da Cunha, era um aristocrata, membro de uma das famílias mais tradicionais do interior paulista. Residia em um chalé de frente para o Quarteirão Paulista, no local onde hoje se encontra o Edifício Diederichsen. Francisco Schmidt era um imigrante alemão, que chegou ao Brasil junto com a família aos oito anos de idade. Vieram em busca de novas oportunidades, que surgiam na forma da expansão do plantio de café no interior paulista. Mais do que apenas personalidades influentes na sociedade e na economia de Ribeirão Preto, os dois foram arquirrivais políticos, lideranças regionais que alternavam poder e influência num dos períodos históricos mais importantes da cidade.
Schmidt trabalhou na lavoura por quase duas décadas, até juntar capital suficiente para montar a primeira venda de secos e molhados da cidade de Descalvado. Contribuiu muito para o sucesso de sua investida comercial o fato de que o município localizava-se bem no meio da rota Ribeirão Preto – Jundiaí, por onde se escorria a produção de café, que de Jundiaí era transportado por estrada de ferro até o porto de Santos, de onde seguia para exportação. Logo Schmidt pode comprar sua primeira fazenda, em Santa Rita do Passa Quatro, e durante os anos seguintes seus investimentos focavam-se na compra e revenda de terras na região. Pouco tempo depois tornou-se proprietário da fazenda Monte Alegre, em Ribeirão Preto, e foi dali que iniciou o seu império cafeeiro, o maior que o mundo já tinha visto.
Ao adquirir a Monte Alegre, Schmidt ainda estava distante do status de Henrique Dumont, pai de Santos Dumont e o maior produtor de café do país até aquele período. Mas soube buscar o melhor caminho na expansão dos seus negócios ao estabelecer uma parceria com a empresa alemã Theodor Wille, que já investia no café, açúcar e algodão brasileiro. O financiamento da produção através do grupo alemão foi fundamental para o crescimento dos lucros de Schmidt. Em seu auge, o Rei do Café era proprietário de 69 fazendas em 17 municípios, com mais de 12 milhões de pés de café plantados e 19 mil empregados. Nesta época, em apenas uma década – entre 1890 e 1900 – a população de Ribeirão Preto passava de 12 mil para 54 mil, efervescendo a vida econômica, cultural e social da cidade. O mundo inteiro voltava a atenção – e o dinheiro – para o café produzido na região, e Ribeirão consolidava-se como o maior polo econômico do interior paulista.
Quinzinho da Cunha também era proprietário de terras cafeeiras, herança da família Junqueira, mas comparado a Schmidt sua produção era modesta. Sua verdadeira paixão, no entanto, era a política. Conservador, monarquista ferrenho, chamado pelos amigos mais próximos de “o chefão”, o coronel Quinzinho foi eleito vereador municipal em 1889, num período turbulento da legislação eleitoral brasileira, modificada em todas as suas instâncias pela proclamação da República ocorrida um ano antes. O coronel acabou tendo seu mandato revogado em 1892, sob acusação de fraude eleitoral. Ele nunca mais disputaria um cargo eletivo, mas isto não significou o fim de sua carreira na política regional. Pelo contrário, Quinzinho tornava-se uma liderança cada vez mais influente nos bastidores.
Em 1901, o Presidente da República Campos Sales nomeou Francisco Schmidt como Coronel Comandante da 72ª Brigada de Infantaria da Guarda Municipal, título que lhe trouxe um prestígio ainda maior na sociedade ribeirãopretana. Foi quando o Rei do Café decidiu fortalecer ainda mais suas raízes na política municipal. O coronel alemão já havia se caracterizado como um líder político influente na década anterior, mas a disputa por cargos eletivos era um papel que cabia a seu sócio, Artur Diederichsen. Naquele mesmo ano Schmidt candidatou-se a vereador e foi eleito, exercendo o cargo por quatro mandatos na Câmara até 1920. O coronel Quinzinho, por sua vez, foi indicado pelo Clube da Agricultura e Comércio para a liderança regional do Partido Republicano Paulista (PRP), no ano de 1902. O PRP possuía um quadro de membros bastante eclético, agregando desde profissionais liberais como engenheiros e médicos a importantes proprietários de terra do interior paulista, partidários da imigração de mão de obra europeia para a lavoura do café. Quinzinho fazia parte deste segundo grupo. Campos Sales, admirador do empreendedorismo de Schmidt, também era membro do PRP, o que colocava o coronel alemão em proximidade com o partido.
Quinzinho e Schmidt eram rivais inseparáveis. Os embates entre ambos eram constantes, notadamente quando o assunto era o apoio a candidatos distintos em diversas instâncias eleitorais – Câmara dos Vereadores, Câmara dos Deputados do Estado de SP, até mesmo a Presidência da República. Em 1910, Quinzinho da Cunha contrariou o PRP por conta do seu apoio incondicional ao candidato a presidente Marechal Hermes da Fonseca, embora o partido fizesse coro para a eleição de Rui Barbosa. Fonseca venceu, mas no ano seguinte Quinzinho já fazia forte oposição ao governo do Marechal, principalmente por conta da tentativa de implementação da “Política das Salvações” (na prática, investidas militares para derrubar opositores políticos em cada estado) no Estado de São Paulo. Quinzinho, Schmidt e diversos outros produtores do interior uniram forças, e as intervenções não aconteceram. Apesar da rivalidade, os dois coronéis de Ribeirão Preto sabiam atuar em conjunto quando a situação exigia.
Em 1911, Quinzinho e alguns outros integrantes do PRP compraram todas as ações do principal jornal aliado do partido em Ribeirão Preto, cabendo o maior valor ao coronel Junqueira. Tal manobra foi essencial para o fortalecimento ainda maior da sua influência política, visto que o jornal era uma fonte de oposição ferrenha a Schmidt. Quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu na Europa, o sentimento de anti-germanismo despertado entre a população brasileira aos poucos foi minando a credibilidade política do coronel alemão. Para piorar a situação, a empresa Theodor Wille, economicamente prejudicada pelo conflito, abandonou de vez a parceria com o Rei do Café.
Não fosse o valor do patrimônio acumulado ao longo dos anos, Schmidt teria ficado na miséria. Mas o alemão conseguiu reerguer seus negócios logo após o término da guerra, criando uma Sociedade Agrícola juntamente com seus filhos. Sua liderança política na região, por outro lado, havia desmoronado completamente. Ao final da década, pouco depois do fim da guerra, rompeu definitivamente com o PRP e fundou um partido de oposição reformista. Mas a empreitada durou pouco, e em 1920 encerrou definitivamente sua vida política.
Francisco Schmidt faleceu em 1924, pouco tempo antes da Revolta Tenentista do General Isidoro Dias. Naquela década, Quinzinho consolidara-se como principal figura política da região em absoluto, não tendo mais que dividir espaço com o coronel alemão. Sua reação à revolta foi rápida: através do jornal, convocou uma Guarda Provisória entre os próprios moradores da cidade para manter a ordem. Os poucos revoltosos que chegaram à região, no entanto, não vinham para tomar a cidade de assalto. Ao contrário, vieram pedir proteção contra as forças da capital. Quinzinho da Cunha concedeu o abrigo requerido, e quando as tropas perseguidoras chegaram a Ribeirão e pediram ao coronel que identificasse os inimigos, este respondeu: “Eu não tenho inimigos.”
No entanto, mesmo para o chefão o final da carreira política aproximava-se rapidamente. Em 1925, os líderes partidários regionais perderam o direito de indicar seus próprios candidatos a deputado estadual, o que desagradou ao coronel. No ano seguinte surgiu o Partido Democrático, e embora não dispusesse de tamanha força na região de Ribeirão Preto, ia tomando cada vez mais o espaço do PRP, que começou a assumir posturas cada vez mais liberais para assegurar sua liderança. Em 1929 o PRP apostou todas as suas fichas na candidatura à presidência de Luís Carlos Prestes contra Getúlio Vargas. Prestes venceu mas foi derrubado logo no ano seguinte, com Getúlio assumindo seu lugar. O PRP entra em colapso, e Quinzinho já estava afastado nesta época. O coronel viria a falecer em 1932, poucas semanas antes da Revolução Paulista de 32, que ele certamente teria apoiado.
Hoje, é possível encontrar o legado de ambos os coronéis em diversos patrimônios históricos da cidade. Alguns dos exemplos mais expressivos são o campus da USP (Universidade de São Paulo) e o Museu do Café, que foram respectivamente a fazenda Monte Alegre e a casa sede onde Schmidt vivia; e a Catedral Metropolitana de São Sebastião, a segunda Igreja Matriz da cidade, da qual Quinzinho participou da comissão de planejamento. Na Praça Francisco Schmidt, na avenida Jerônimo Gonçalves, foi erguida uma herma em homenagem ao Rei do Café, porém o busto e os medalhões de bronze foram roubados em 2006. Dois anos depois um novo busto foi colocado no lugar do anterior, mas os medalhões ainda não foram repostos. Não longe dali, na Praça XV, ao lado do Quarteirão Paulista, o monumento ao Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira também teve o busto furtado em 2008. O pedestal mantém-se solitário, com várias letras de bronze faltando em sua inscrição. Triste destino para os dois coronéis, homenagens desgastadas pelo tempo e pela ação descabida de alguns de seus conterrâneos, que provavelmente desconheciam suas histórias. Texto de Gabriel Monge.