sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Palácio Presidencial / Palácio do Catete, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez


Palácio Presidencial / Palácio do Catete, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
N. 111
Fotografia - Cartão Postal

O Palácio do Catete localiza-se no bairro do Flamengo, no município do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi a sede do poder executivo brasileiro de 1897 a 1960. A partir desse ano, a sede do poder executivo foi transferida para a recém-inaugurada cidade de Brasília. A partir da década de 1970, o palácio passou a abrigar o Museu da República, função que continua exercendo até hoje.
A edificação foi erguida como residência da família do cafeicultor luso-brasileiro António Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, na então capital do Império do Brasil. Era denominado Palacete do Largo do Valdetaro, bem como Palácio de Nova Friburgo.
Com projeto do arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt, datado de 1858, os trabalhos tiveram início com a demolição da antiga casa de número 150 da Rua do Catete. A construção terminou oficialmente em 1866, porém as obras de acabamento prosseguiram ainda por mais de uma década.
Após o falecimento do barão e da baronesa, o filho destes, Antônio Clemente Pinto Filho, o Conde de São Clemente, vendeu o imóvel em 1889, pouco antes da Proclamação da República do Brasil, para um grupo de investidores, que fundou a Companhia Grande Hotel Internacional. Este empreendimento, entretanto, não teve sucesso em transformar o palácio em um hotel de luxo. Devido à crise econômica da virada do século XIX para o XX (encilhamento), o empreendimento veio a falir, sendo os seus títulos adquiridos pelo conselheiro Francisco de Paula Mayrink, que, cinco anos mais tarde, quitou as dívidas junto ao então denominado Banco da República do Brasil.
À época, a sede do Poder Executivo do Brasil era o Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro. Em 1897, o presidente Prudente de Morais adoeceu e, entrementes, assumiu o governo o vice-presidente, Manuel Vitorino, o qual fez adquirir o palácio e ali fez instalar a sede do governo. Oficialmente, o palácio foi sede do Governo Federal de 24 de fevereiro de 1897 até 1960 quando a capital e o Distrito Federal foram transferidos para Brasília.
Vários eventos históricos aconteceram nas salas do palácio, tais como a morte do presidente Afonso Pena, em 1909; a assinatura da declaração de guerra contra a Alemanha em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial; a visita e hospedagem do cardeal Eugenio Pacelli, futuro papa Pio XII, em 1934; a declaração de guerra contra o Eixo, na Segunda Guerra Mundial, em 1942; o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954, com um tiro no coração, em seu aposento no terceiro andar do palácio, entre outros.
O edifício é um dos exemplos da arquitetura neoclássica no país. O edifício se situa em frente a um jardim com lago, gruta e coreto. O terreno do palácio e do jardim é limitado pelas ruas do Catete, Silveira Martins e Praia do Flamengo.
A remodelação do jardim do palácio ficou a cargo do engenheiro Paul Villon. Na construção original, o alto do edifício possuía águias fundidas em ferro. Posteriormente, esses ornamentos foram substituídos por estátuas de musas, representando o verão, o outono, a justiça e outros temas. A partir de 1910, as estátuas foram substituídas por novas águias (harpias), só que agora em bronze, obra do escultor Rodolfo Bernardelli. As antigas esculturas de ferro foram fundidas para a fabricação dos bancos do jardim. A edificação ficou, então, conhecida como "Palácio das Águias", denominação raramente utilizada, porém.
Nas dependências do palácio, funcionam, ainda, uma livraria e um cinema.
Foi inaugurado em 15 de novembro de 1960 pelo presidente Juscelino Kubitschek, após a inauguração de Brasília.
Fundado em 1983, o Centro de Referência da República é uma biblioteca com cerca de 10 000 obras e publicações sobre Ciências Sociaise História do Brasil, incluindo obras raras; centenas de títulos de vídeos; títulos de CD-ROMs sobre arte, história, museus e variedades e seiscentos títulos de periódicos.
Em seu acervo, estão obras de pintores importantes para a história do Brasil, como João Batista Castagneto (1862-1900) e Armando Viana(1897–1991).
O Centro de Referência ainda abriga o acervo original da época em que o Palácio do Catete era sede da Presidência da República, o que inclui doações pessoais, como a Coleção Pereira Passos, a Coleção Igreja Positivista do Brasil, a Coleção Getúlio Vargas e a coleção Memória da Constituinte.

Cruzador Torpedeiro Tymbira, Marinha, Brasil




Cruzador Torpedeiro Tymbira, Marinha, Brasil
Marinha
Em serviço entre 1896 a 1917
Fotografia - Cartão Postal

H i s t ó r i c o

O Cruzador Torpedeiro Tymbira, ex-Caramuru, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao guerreiro Timbira, da nação indígena do Maranhão. Foi construído pelo estaleiro Germânia, Sttetin, em Kiel, na Alemanha, junto com o Tupy e Tamoyo, unidades semelhantes. Inicialmente recebeu o nome Caramuru, depois mudado para Tymbira. Foi submetido a Mostra de Armamento e incorporado em 1896.

1901

Em 2 de janeiro foi extinta a Divisão de Estação e Criada a 2ª Divisão de Evoluções tendo como comandante o Contra-Almirante Justino de Proença e composta pelos Encouraçados Aquidabã e Deodoro, pelo Cruzador Tiradentes e Cruzador Tymbira.

1910

Fez parte da Divisão Naval que visitou o Chile, sob o comando do Almirante Belfort Vieira.

1913

Estava sediado no Rio de Janeiro e encontrava-se em estado regular.

Em 29 de abril fez experiência de maquinas, ao largo do Rio de Janeiro.

Em 30 de abril, foi docado no Dique Guanabara da Ilha das Cobras.

Entre 3 e 29 de maio, foi docado no Dique Guanabara da Ilha das Cobras, para a raspagem e pintura do fundo.

Entre 30 de maio e 15 de julho, foi docado no Dique Guanabara, para a substituição de quatro chapas a BB nas telhas, na quilha dos reforços de a BB e raspagem e pintura do fundo.

Em 7 de julho, foi docado no Dique Santa Cruz da Ilha das Cobras.

Em 12 de setembro, zarpou do Rio de Janeiro, para exercício com a Esquadra Ilha de São Sebastião. Participaram do exercício, que foi assistido pelo Presidente da Republica ,pelo Ministro da Marinha e comitiva, a bordo do Vapor Carlos Gomes, os E Minas GeraesSão PauloFloriano e Deodoro, os C BarrosoBahia e Rio Grande do Sul, os Cruzadores-Torpedeiros Tupy Tamoyo, os CT AmazonasParáPiauhyRio Grande do NorteAlagoasParahybaSergipeParaná, e o Santa Catarina. Regressou ao Rio em 12 de outubro, com escala por Santos.

1914

Na primeira quinzena de janeiro, suspendeu do Rio de Janeiro, integrando a 3ª Divisão Naval junto com o C Barroso e os C.T. Tamoyo e Tupy para exercícios com a Esquadra no litoral de Santa Catarina.

Na segunda quinzena de fevereiro retornou ao Rio de Janeiro, junto com a 3ª Divisão Naval.

Terminou o ano em estado regular. Encontrava-se em Recife-PE.

1917


Em 27 de outubro, deu baixa do serviço ativo pelo Aviso n.º 3944, sendo submetido a Mostra de Desarmamento no Pará.


O Carregador Jacinto, Santos, São Paulo, Brasil

O Carregador Jacinto, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Trabalhador braçal que conseguia carregar 5 sacas de café
Fotografia - Cartão Postal

Planta da Capital do Estado de São Paulo e Seus Arrabaldes, 1890, São Paulo, Brasil - Jules Martin


Planta da Capital do Estado de São Paulo e Seus Arrabaldes, 1890, São Paulo, Brasil - Jules Martin
São Paulo - SP
Mapa

Temos agora sob os olhos a primeira carta paulistana executada após a Proclamação da República. Atesta o acelerado processo de urbanização então em marcha, resultante da situação geral de prosperidade que, graças à economia agro-exportadora, envolvia o agora Estado de São Paulo. Ao longo dos últimos anos, a Câmara Municipal estivera às voltas com o extraordinário incremento populacional ocasionado pela imigração e isso se refletia na rápida expansão da área urbana da cidade. Os proprietários das chácaras mais próximas arruavam-nas conforme seus interesses particulares e a Câmara encarregava-se de estabelecer a comunicação viária entre os vários loteamentos criados pela iniciativa privada.
Em decorrência desses fatos, os limites da planta de 1890 mostram avanço com relação aos da planta de 1881 (Planta n.9). Ao norte, a Ponte Grande ainda permanecia como ponto extremo, mas, ao sul, novas ruas cortavam os bairros da Liberdade, Glória e Cambuci. A Rua de São Joaquim, por exemplo, aberta em 1879 nas terras de Joaquim Eugênio de Lima, por iniciativa do proprietário, punha a Rua da Liberdade em comunicação com a Rua da Glória. A Rua Tamandaré, aberta em 1880 pelo Dr. Manuel Batista da Cruz Tamandaré, em seguimento à antiga Rua do Conde d’Eu (atual Francisco Glicério), interligava a Rua da Liberdade e a Várzea do Tamanduateí. Do bairro da Mooca ia-se ao Brás pelas Ruas Carneiro Leão (1881-1882) e Monsenhor Anacleto (1883) e da Mooca ia-se ao Cambuci pela futura Rua Luís Gama (1882). Oferecida à Câmara por Francisco Antônio Pedroso, em 1887, a Rua Pedroso partia da Rua de Santo Amaro (atual Avenida Brigadeiro Luís Antônio) e, atravessando a Rua da Liberdade, ia ter na Rua Tamandaré. A leste, os limites haviam-se expandido grandemente com o arruamento surgido em torno da Estação do Norte (1877) e da Hospedaria dos Imigrantes (1885-1886). No Brás e no Pari – bairro em que se instalava a atividade fabril segundo depoimentos da época –, haviam surgido ruas que se comunicavam com a Luz: a Monsenhor Andrade era de 1880, a São Caetano, de 1881-1885, e a Paula Sousa, de 1890. A oeste, os limites iam agora adiante do Hospital da Misericórdia (1881-1884) e da Capela de Santa Cecília (1861). Muitas vias públicas haviam sido abertas em 1883 nos arredores imediatos do hospital, entre elas a denominada Martim Francisco, criada por iniciativa do proprietário desse nome, enquanto, não longe dali, a antiga Chácara do Arouche, nas mãos do Dr. Antônio Pinto do Rego Freitas, começou a ser arruada em 1881 com a Rua D. Maria Teresa (hoje trecho inicial da Avenida Duque de Caxias) e, mais tarde, em 1887, com a rua à qual se atribuiu o nome do dono, falecido um ano antes.
Ainda com relação aos limites da cidade, deve-se atentar para o fato de não estar incluído nesta planta o nascente bairro de Vila Mariana, onde fora inaugurado recentemente o novo matadouro municipal (1886-1887). Esse arrabalde foi oficialmente incorporado à área urbana da cidade em 1887 e desde então os moradores do lugar se viram obrigados a solicitar alinhamento quando quisessem edificar.
Durante os anos 1880, fatos relativos à expansão urbana da cidade de São Paulo e ao adensamento de sua trama viária sucediam-se de modo quase vertiginoso. Assim é que desde 1881, por exemplo, a Câmara paulistana se mostrava preocupada com a comunicação dos Campos Elísios com os bairros do Bom Retiro, Luz e Brás. Aproveitando o oferecimento de terras feito naquele ano por Manfred Meyer, proprietário que ia lotear a Chácara do Bom Retiro, a Câmara cogitou mandar abrir o prolongamento da Rua Helvetia até essa via se encontrar com a Rua João Teodoro, fazendo em nível o cruzamento da linha férrea de Santos a Jundiaí (do lado do Bom Retiro esse prolongamento seria representado pela futura Ribeiro de Lima). A decisão da Câmara desencadeou uma longa pendência judicial com a companhia ferroviária inglesa (1882-1889), só solucionada com o compromisso da San Paulo Railway de construir um viaduto de ferro para que a referida passagem se efetuasse a partir do final da Alameda Nothmann.
Observando a planta de 1890, podemos notar que o bairro do Bom Retiro se achava então em processo inicial de formação. O arruamento assinalado no documento, sobretudo nas proximidades das linhas férreas, não corresponde nem ao que existia, nem ao que seria feito depois.
A Fábrica de Tecidos de Anhaia e Cia., por exemplo, propriedade de um ituano, Coronel Luís Antônio Anhaia, uma das primeiras indústrias do bairro, construída em 1885 na Rua Alta (hoje Anhaia), na altura da Rua Silva Pinto (rua sem nome, na planta), nas proximidades da linha férrea, passou a impedir com sua presença que fosse prolongada a Rua Alta, melhoramento que estava sendo reivindicado à Câmara pelos moradores da região. Segundo os vereadores, não havia nenhuma necessidade de encompridar essa via pública, já que a passagem entre os Campos Elísios e o Bom Retiro se dava pela Alameda Nothmann. No entanto, a reivindicação denegada em 1885 aos moradores do Bom Retiro aparece impressa na planta de 1890.
Também a identificação das ruas nessa parte da cidade se apresenta de modo confuso. A Rua dos Imigrantes, por exemplo, para a qual Manfred Meyer solicitava consertos à Câmara em 1883, está assinalada erradamente. Corresponde de fato à atual Rua dos Italianos (na planta n. 11, de 1897, ela aparece sob o nome de Caiapós). É a primeira paralela à direita, sem nome no documento cartográfico, que é a verdadeira Rua dos Imigrantes, hoje José Paulino. O trecho inicial desta última, nas proximidades do Jardim da Luz, foi aberto somente em 1890 às custas da estrada de ferro inglesa, provavelmente seguindo o traçado de um antigo caminho que passava no local.
O nome da Rua dos Imigrantes é devido à hospedaria construída nessa via, em 1882, pelo governo provincial, para receber a mão-de-obra estrangeira que chegava em grande número à Capital. Anos depois ela se transferiria para o Brás, onde hoje funciona o Memorial do Imigrante. Quanto ao nome de José Paulino, adotado ao que parece no início do século XX, refere-se a um personagem importante de Campinas, onde assumiu o cargo de presidente da Câmara em 1892. Fazendeiro, investidor em estrada de ferro, seguradora e banco, José Paulino Nogueira deu o nome à cidade de Paulínia, a ruas em Campinas e São Paulo e está na origem da cidade de Cosmópolis.
A Rua do Jardim vista em planta é atual Ribeiro de Lima, aberta por Manfred Meyer com consentimento da Câmara para interligar a Rua João Teodoro com a Helvetia, comunicação que acabou não sendo realizada. A Rua Marquês de Três Rios, na parte correspondente à atual Praça Fernando Prestes, aparecia na planta de 1890 sob o nome de Rua do Dulley, porque terminava no portão da chácara então nas mãos da viúva do engenheiro norte-americano Charles D. Dulley, engenheiro chefe da ferrovia de São Paulo ao Rio de Janeiro, inaugurada em 1877. E, em 1888, o Marquês de Três Rios abria ruas em sua “Vila Marquês de Três Rios”, propriedade situada entre a Luz e o Bom Retiro, logradouros que ainda não aparecem em planta.
Na parte oeste da cidade ocorria fenômeno fundiário semelhante. Em 1882, a Baronesa da Limeira anunciou a intenção de arruar suas terras, o que permitiria a interligação dos bairros de Santa Cecília, Campos Elísios e Bom Retiro (entre as vias que seriam abertas se achava a Rua Barão da Limeira). Em 1884, moradores das imediações solicitaram o prolongamento da Rua São João até a das Palmeiras, pedido atendido em 1887, mas com a extensão viária sendo levada apenas até a Alameda Glette.
Enquanto isso, na parte ao sul da Capital, D. Ana Maria de Almeida Lorena Machado, bisneta de D. Bernardo de Lorena, comunicava à Câmara, em 1885, sua decisão de retalhar a chácara que lhe pertencia localizada na Rua Tabatinguera (o que ocorreria cinco anos mais tarde). E, no ano seguinte, começava finalmente a ser arruada a Chácara da Glória, propriedade nacional estabelecida na estrada que seguia para o arrabalde do Ipiranga.
Como o objetivo que presidiu a criação do presente documento cartográfico era orientar os forasteiros, que pouco ou nada conheciam de uma cidade em constante crescimento e transformação, a trama viária mostrada nele foi simplificada, com todas as vias se apresentando com a mesma largura, bastante exagerada na parte relativa ao Centro. Também foram assinalados os principais edifícios da Capital, sem, porém, ter sido feita por vezes a necessária identificação. Além de igrejas, conventos e edifícios públicos, aparece no mapa algo importantíssimo para os visitantes da época: os pontos de parada dos bondes da Companhia Ferro Carril de São Paulo, em atividade desde 1872.
Podemos identificar quase todas as construções assinaladas nesta planta, obras em sua maioria recém-construídas ou em fase de conclusão. Seu número elevado e sua grande diversidade eram indicativos da vida agitada, e economicamente bem sucedida, que agora animava a Capital: o novo quartel da Luz, chamado Quartel dos Permanentes, projetado e construído por Ramos de Azevedo entre 1887 e 1892; o conjunto dos salesianos, formado por colégio e basílica, edificado nos Campos Elísios entre 1881 e 1901; a Igreja de Santa Cecília, reconstruída, entre 1882 e 1884, no bairro de mesmo nome; a Igreja dos Protestantes, inaugurada em 1873, na Rua do Bom Retiro, atual Couto de Magalhães; a linha da Estrada de Ferro Sorocabana (1870-1875), que partia da Luz em direção a noroeste, paralelamente à linha da Inglesa; a sede da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais (1886-1888), erguida no Largo São Bento; o Mercado de Verduras (1889-1890), cuja estrutura metálica importada da Bélgica estava sendo instalada na Rua de São João; o Viaduto do Chá, apenas iniciado, que, a partir de 1892, melhoraria a comunicação do Centro com a parte ocidental da cidade; a Secretaria de Fazenda (1886-1891), obra de Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928), sita no Largo de Palácio, atual Pátio do Colégio; a estação da Estrada de Ferro do Norte (1876-1877), localizada no Brás; a Hospedaria dos Imigrantes (1886-1888), projeto de Mateus Häussler, levantada nesse mesmo bairro; o Teatro São José, reformado entre 1875 e 1876, e o Paço da Assembleia Provincial e Câmara Municipal (1877-1879), ambos situados no antigo Largo de São Gonçalo, na época chamado Largo Municipal; a Escola de Primeiras Letras da Rua de Santo Amaro, humilde prédio construído no Bexiga entre 1877 e 1878, e o Hospital da Santa Casa de Misericórdia (1879-1884), vistosamente estabelecido nos altos do bairro de Santa Cecília (atual Vila Buarque).
Na parte nova da cidade, na recém-nomeada Praça da República, podemos observar a delimitação de uma área com linha pontilhada. Aí, nos últimos momentos do Império, pretenderam as autoridades erigir a nova catedral, mas o advento do dia 15 de novembro de 1889, e a consequente separação entre Estado e Igreja, fariam com que o terreno fosse reservado, de modo altamente simbólico, para a futura Escola Normal (1892-1894), instituição de ensino dedicada à formação de professores primários, considerada essencial, na ótica dos republicanos positivistas, para o bom alicerçamento da nova sociedade que surgia.
Distinguimos também os três largos paulistanos então transformados em jardins arborizados e gradeados, iguais aos que existiam no Exterior: o Largo Municipal, de 1879, o Largo São Bento e o Largo do Palácio, ambos de 1886. E na Mooca podemos ver a projetada Avenida do Ipiranga (1885), que o governo provincial intentava abrir em linha reta ligando o monumento em construção (1885-1894) ao ponto mais próximo da cidade, o bairro do Brás (projeto do engenheiro francês Eusébio Stevaux, não realizado).
Na frente da já reformada Faculdade de Direito foi inaugurada, em 1890, a estátua de um político recentemente falecido, José Bonifácio, o Moço, seguramente o primeiro monumento em memória de um ilustre personagem erguido no espaço público paulistano.
E, por fim, no detalhe, o autor Jules Martin reproduziu a planta de 1810, na versão atualizada de 1841. Esse expediente permitia ao público da época estabelecer uma rápida comparação entre as duas plantas e assim constatar, maravilhado, o veloz e o pujante desenvolvimento da capital paulista, sobretudo a partir dos últimos quinze anos.

Praia de Catimbau, Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez

Praia de Catimbau, Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia

Ilha de Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez

Ilha de Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia

Paquetá, 1890, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez

Paquetá, 1890, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia

Copacabana e Ipanema, Década de 1900, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez

Copacabana e Ipanema, Década de 1900, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia

Copacabana e Ipanema, Década de 1900, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez

Copacabana e Ipanema, Década de 1900, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia

Ilha de Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez


Ilha de Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Arquivo Nacional
Fotografia



O nome da Ilha tem origem tupi e uma tradução polêmica. Para alguns especialistas Paquetá significa “muitas pacas”, o que é contestado por outros pois não há registros de que o animal habitasse a Ilha. Outra corrente de especialistas em tupi aponta para a possibilidade de Paquetá significar “muitas conchas”, pois consideram que a abundância de mariscos nas praias tenha incentivado a fundação de diversas caieiras.
Segundo Vivaldo Coaracy, no livro Paquetá : imagens de ontem e de hoje (1965 – Ed. Olympio), “ a verdade é que não se pode afirmar com segurança e certeza o que na linguagem dos ameríndios, significava o nome Paquetá. Só é incontestável a origem”. Para Coaracy, “nos documentos antigos, o nome da Ilha aparece grafado por duas formas: “Pacoatá” e Paquatá”.
Gastão Cruls, no livro “Aparência do Rio de Janeiro”, publicado em 1949, descrevia assim os aspectos geográficos de Paquetá: “Em tamanho, Paquetá é a segunda Ilha da baía. Não obstante isso, cinge-se a uma superfície de pouco mais de 1.000.000 m² distribuídos num sentido longitudinal norte-sul, pois que tem 2.500 metros de comprimento e a sua largura, muito variável, em certos trechos é bastante exígua. Assim, se nos limites extremos dilata-se nas pontas da Imbuca, ao sul, e do Lameirão, ao norte, adelgaça-se ao centro na Cintura ou ladeira do Vicente, onde, de mar a mar, não medeiam 100 metros. É também nas zonas terminais que apresenta alguns morrotes, nunca excedentes de 50 metros de altura: dois ao sul, o da Cruz e o da Paineira, em um ao norte, o da Caixa D’água”.
Os aspectos geográficos da Ilha também são fruto do estudo de Vivaldo Coaracy, que assim os descreve: “ Ao fundo da Guanabara, para nordeste, emerge das águas reduzido arquipélago formado por dois grupos distintos de ilhas e ilhotas. O primeiro é constituído pelas ilhas Comprida, Redonda, dos Ferros, da Casa-de-Pedra, do Braço Forte e Jurubaíbas, além da ilhotas da Pita e do Manguito e dos parcéis de Cocóis e Gravataí. Compõem o segundo grupo as ilhas de Paquetá, Brocoió, Pancaraíba, Itapacis, dos Lobos e da Folhas. Entre um e outro grupo, situam-se os recifes das Tapuamas, de dentro e de fora”.
As praias da Ilha são: Praia dos Tamoios, do Catimbau, do Lameirão (das Águas, da Covanca, dos Coqueiros (Pintor Castagneto), de São Roque, da Moreninha (Dr. Aristão), Manuel Luís, dos Frades, da Imbuca – Iracema e Moema, Praia da Mesbla, Praia Grossa e Praia José Bonifácio (Praia da Guarda).
Paquetá abrigou algumas indústrias de cal, carvão de lenha e das esteiras além de contar com jazidas de caolim, material que segundo Cruls, foi utilizado por um químico brasileiro, para confecção de um belo serviço de louças oferecido a D. João VI.
Os primeiros registros da Ilha montam de 1555 e tem ligação com a expedição de Villegaignon e sua missão para fundar a França Antártica, anterior à própria fundação da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1565 a Ilha de Paquetá é doada por Estácio de Sá, sob a forma de duas sesmarias, sendo parte norte doada para Inácio de Bulhões, e a parte sul para Fernão Valdez.
Com a chegada da Família Real no Brasil e o Príncipe Regente, um alvará especial de D. João cria a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte.
Em 1903, os distritos de Paquetá e Governador são unidos no Distrito das Ilhas, incorporando ilhas e ilhotas ao redor.
Em 1961, o governador do estado da Guanabara cria o Distrito Administrativo de Paquetá e, em 1975, com a fusão da Guanabara e do Rio de Janeiro, a Ilha de Paquetá passa a pertencer à cidade do Rio de Janeiro, constituindo sua XXI Região Administrativa.