Jardim Municipal, Cidade do Funchal, Ilha da Madeira, Portugal
Cidade do Funchal - Ilha da Madeira - Portugal
Fotografia - Cartão Postal
Segundo os antigos cronistas, a designação de Funchal deve-se
aos primeiros povoadores que, ao desembarcar neste lugar, depararam com a
grande abundância de funcho, uma erva bravia com cheiro adocicado, que
abundantemente vegetava no vale, na área do primitivo burgo.
O povoamento iniciou-se em 1424, quando a ilha da
Madeira foi dividida em duas capitanias.
A capitania do Funchal coube a João Gonçalves Zarco que aqui se
fixou com os seus familiares. Devido à sua posição geográfica, à existência de
um bom porto marítimo e à produtividade dos seus solos, desde cedo
constituiu-se num importante núcleo de desenvolvimento da ilha.
A povoação recebeu o primeiro foral entre 1452 e 1454, sendo elevada a vila
e a sede de concelho. Pouco depois, em 1508 foi elevada a
cidade.
Entre os acontecimentos marcantes no concelho podem-se
mencionar o ataque de corsários franceses em 1566, sob o comando
de Bertrand de Montluc, gentil-homem da corte
de Carlos IX de França e filho segundo do
marechal Blaise de Montluc. No mês de setembro, embarcou
em Bordéus uma
força de cerca de mil e duzentos homens, em três navios de alto-bordo e oito
embarcações menores. A armada saqueou o Porto Santo,
notícia que logo passou à Madeira, levando as vilas de Machico e
de Santa Cruz a
armarem-se para a eventualidade. No Funchal, por determinação do então
governador, Francisco Gonçalves da Câmara, não se tomou qualquer tentativa que
fosse considerada como hostil.
A armada, entretanto, ancorou na praia Formosa, desembarcando uma força de
cerca de 800 homens, que marchou sobre a cidade em três colunas, sem encontrar
resistência até à ponte de São Paulo. Na altura da ponte foram confrontados por
uma pequena força da fortaleza, com algumas peças de artilharia de pequeno
calibre, que em pouco tempo debandaram. Na altura da rua da Carreira, foram
combatidos por um pequeno grupo de franciscanos, que foi rapidamente abatido. A
fortificação do Funchal foi então assaltada pelo lado de terra, onde a condição
de defesa era precária e, sem que se conseguissem reposicionar as pesadas peças
apontadas para o mar, sucumbiu. A cidade sofreu então um violento saque de
quinze dias, a que quase nada escapou.
Após esse episódio, no ano seguinte era remetido para o Funchal
o arquiteto militar Mateus Fernandes (III), tendo se procedido
a partir de então a uma profunda modificação do sistema defensivo da cidade. A
visão desse profissional encontra-se registada no chamado "Mapa de Mateus
Fernandes" (1573),
considerado a mais antiga planta conhecida do Funchal. De
cariz militar,
esse documento enfatiza as defesas da cidade, com vistas ao planeamento de uma
vasta fortificação para o morro da Pena.
No século século XVII assinala-se
a instalação de comerciantes vinícolas britânicos que
modificaram os modos de vida, a morfologia arquitetônica e o desenvolvimento
económico da cidade. Algumas personalidades marcantes que passaram pelo Funchal
foram: Isabel de Wittelsbach, imperatriz da Áustria e rainha
da Hungria, mais conhecida como Sissi, a imperatriz da Áustria (1837 - 1898) que procurou esta
cidade por motivos de lazer e de saúde, Carlos I, imperador da Áustria e rei da
Hungria, marechal polaco Józef Piłsudski para recuperar a sua
saúde, Winston Churchill que passou pelo Funchal
de férias onde pintou alguns quadros, Fulgêncio Batista que fez uma escala no
Funchal para o exílio em Espanha. Por causa de sua posição estratégica, o porto e a
cidade do Funchal foram atacados durante a Primeira Guerra Mundial.
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