Painel 1 - A Subida da Serra
Painel 2 - Os Bandeirantes
Painel 3 - Epopéia do Café
Painel 4 - A Cidade Hoje
Placa de Inauguração dos Painéis
Painéis da Avenida Rubem Berta, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
A maior via que comunica a zona sul com o centro e zona norte
da cidade de São Paulo, conhecida como Corredor Norte-Sul possui trechos com
três nomes diferentes entre a Praça da Bandeira e a região do Aeroporto
de Congonhas. É em seu trecho intermediário, na altura da Avenida Indianópolis
e Viaduto República Árabe Síria, no muro de contenção de uma antiga alça de
acesso no sentido centro-bairro da Avenida Moreira Guimarães que
estão instalados desde 1969 quatro painéis do artista paulista Clóvis
Graciano.
É uma grande obra de arte a céu aberto, porém passa
despercebida por estar ao lado de uma via de tráfego rápido e não ter acesso
formal para pedestres.
A dimensão é bem considerável: são quatro painéis, cada qual
com 3,45 metros de altura por 9,60 metros de comprimento.
Os painéis compõem uma obra denominada Operário, conforme
descrição na enciclopédia Itaú Cultural. Detalhe que o nome da obra não
consta nas publicações da Prefeitura ou em sua placa descritiva, sendo
conhecido como Painel Sem Título de Clóvis Graciano da Av. Rubem Berta
(acesso à Av. Moreira Guimarães).
Os painéis de Clóvis Graciano são feitos em cerâmica esmaltada
e cada um representa claramente um momento do desenvolvimento da cidade de São
Paulo. Sua elaboração levou em torno de seis meses e Clóvis Graciano nomeou os
4 murais com os seguintes nomes: “A Subida da Serra”, mostrando a colonização e
o trabalho escravo, “Os Bandeirantes”, representando a exploração da terra e o
desbravamento pelos bandeirantes, “Epopeia do Café”, mostrando o áureo período
do café e seu comércio exterior e “A Cidade Hoje”, com imagens da cidade
moderna, industrializada e urbanizada. Ao lado do último painel artístico há um
quinto, de dimensão bem menor, alusivo à data de inauguração da obra.
Foram encomendados pelo então prefeito José Vicente de Faria
Lima e inaugurados no aniversário de 415 anos da cidade, 25 de janeiro de 1969,
comemorando uma de suas obras viárias que era a finalização da Avenida Rubem
Berta, que completaria a ligação do centro da cidade com o Aeroporto de
Congonhas.
Quanto ao atual estado de conservação da obra, o mesmo é regular para deficiente, com
sequências de peças faltando em três dos painéis. Quanto à limpeza, sua
localização de difícil acesso a pé parece ser um fator de proteção para ela. Na
página da Prefeitura é descrita na programação periódica ações de limpeza e
conservação, contudo, parece que só anda descrita...
Clóvis Graciano nasceu na cidade paulista de Araras em 1907,
mudando-se para São Paulo em 1934 onde trabalhou inicialmente como fiscal de
consumo. Com a vocação artística já presente, passou a dividir o tempo entre o
emprego e as artes. Suas primeiras pinturas foram em postes, tabuletas,
letreiros e avisos para a estação de Ferro Sorocabana em 1927.
Em sua carreira atuou como desenhista, pintor, cenógrafo,
ilustrador e muralista.
Foi aluno do curso de desenho da Escola Paulista de Belas
Artes. Entre 1935 e 1937 Graciano frequentou o ateliê de Waldemar Costa onde
obteve grande aprendizado e em 1937 passou a integrar o famoso Grupo Santa
Helena, instalado no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Este era um grupo
de pintores artesãos que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia uma
troca de conhecimentos entre todos eles. Francisco Rebolo Gonsales foi
o primeiro a chegar, e depois vieram Mario Zanini, Humberto Rosa, Aldo
Bonadei, Fúlvio Pennacchi, Alfredo Volpi e o próprio Clovis
Graciano.
Em 1948 Graciano foi sócio fundador do Museu de Arte
Moderna de São Paulo e em 1949 viajou para a Europa com o prêmio recebido
no Salão Nacional de Belas Artes. Nos dois anos em que permaneceu em Paris
estudou pintura mural e gravura. Após seu retorno a São Paulo dedicou-se
principalmente à pintura mural, trabalhando principalmente com temas sociais,
quando mais tarde recebeu a encomenda dos painéis da Avenida Moreira Guimarães.
Em 1971 foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo,
presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de
Cultura. Faleceu em São Paulo em 1988, com 81 anos.
Suas obras estão expostas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo e figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.
Suas obras estão expostas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo e figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.
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