Ponte Marechal Hermes, Pirapora e Buritizeiro, Minas Gerais, Brasil
Pirapora / Buritizeiro - MG
Fotografia - Cartão Postal
A Ponte
Marechal Hermes se transformou em cartão-postal de Pirapora e Buritizeiro, e
ninguém escapa, de câmera fotográfica em punho ou celular a postos, de capturar
o pôr do sol emoldurado pela estrutura de 694 metros de extensão, apoiada em 13
pilares de concreto, com a superestrutura metálica vinda da Bélgica e cimento
dos Estados Unidos. A inauguração, em 10 de novembro de 1922, teve pompa e
circunstância, com a presença do então presidente da República, Epitácio Pessoa
(1865-1942), e outras autoridades federais e estaduais. “Ela faz parte da nossa
história e se tornou um monumento característico da região”, registrou o
advogado Ivan Passos Bandeira da Mota, coautor dos livros Pirapora – 100 anos
de história, com Breno Álvares da Silva, e Pirapora – Um porto na história de
Minas, com Breno e Domingos Diniz.
Segundo o Guia de Bens Tombados do Iepha, a construção do pontilhão sobre o São Francisco estava no “ambicioso projeto de expansão” da Ferrovia Central do Brasil, que pretendia ligar a então capital da República, Rio de Janeiro (RJ), a Belém (PA), no Norte. A ligação do litoral com o interior do Brasil havia sido planejada e sonhada ao longo do tempo. Conforme pesquisas, desde o império, mais especificamente em 1855, traçava-se um projeto de integração do território, tendo como eixo principal a Ferrovia Dom Pedro II, que pretendia unir o Norte ao Sul, passando pelo Brasil central. Depois da Proclamação da República (1889), o projeto teve continuidade com a Estrada de Ferro Central do Brasil. Nesse período, as ferrovias representavam a vanguarda no desenvolvimento. Autor do Compêndio Anuário de Minas Gerais, Nelson Senna mostrou o otimismo de uma época e celebrou o projeto da estrada assim: “O desbravamento, por meio de linhas de ramificações, de todo o Norte e Nordeste do estado de Minas, dos sertões da Bahia, de Goiás, do Piauí, Maranhão e Pará, daria como resultado o florescimento (…) industrial, comercial e econômico do esquecido Brasil central”.
O material para construção da Ponte Velha chegou às margens do rio, em Pirapora e Buritizeiro, e, para levar adiante o projeto, valeu o empenho do agente executivo e presidente da Câmara de Pirapora, Coronel José Joaquim Fernandes Ramos, o Cel. Ramos. Mas havia dificuldades para a construção da estrutura sobre o rio, principalmente as constantes enchentes. Em 1914, as obras pararam e só voltaram quatro anos depois. Mas toda a expectativa naufragou e o projeto da ferrovia jamais foi concluído: dessa forma, a locomotiva correu sobre os trilhos, entre as duas cidades, apenas de 1922 a 1927.
A estação de Pirapora, inaugurada em 1910, atendeu ao trecho Pirapora, Corinto, Belo Horizonte até 1978. A ponte, por sua vez, passou por altos e baixos. Em novembro de 1996, a estrutura foi interditada judicialmente ao trânsito de veículos por falta de segurança. Em nota, o DNIT informou que “se trata de bem operacional da extinta RFFSA que, de acordo com o contrato 048/1996, está sob a responsabilidade da FCA e fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”. E mais: “Cabe ao DNIT apenas a gestão dos bens não operacionais da extinta RFFSA.”. Por meio de nota, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) informou que “ainda não foi intimada desta decisão e oportunamente avaliará as medidas a serem adotadas”.
Segundo o Guia de Bens Tombados do Iepha, a construção do pontilhão sobre o São Francisco estava no “ambicioso projeto de expansão” da Ferrovia Central do Brasil, que pretendia ligar a então capital da República, Rio de Janeiro (RJ), a Belém (PA), no Norte. A ligação do litoral com o interior do Brasil havia sido planejada e sonhada ao longo do tempo. Conforme pesquisas, desde o império, mais especificamente em 1855, traçava-se um projeto de integração do território, tendo como eixo principal a Ferrovia Dom Pedro II, que pretendia unir o Norte ao Sul, passando pelo Brasil central. Depois da Proclamação da República (1889), o projeto teve continuidade com a Estrada de Ferro Central do Brasil. Nesse período, as ferrovias representavam a vanguarda no desenvolvimento. Autor do Compêndio Anuário de Minas Gerais, Nelson Senna mostrou o otimismo de uma época e celebrou o projeto da estrada assim: “O desbravamento, por meio de linhas de ramificações, de todo o Norte e Nordeste do estado de Minas, dos sertões da Bahia, de Goiás, do Piauí, Maranhão e Pará, daria como resultado o florescimento (…) industrial, comercial e econômico do esquecido Brasil central”.
O material para construção da Ponte Velha chegou às margens do rio, em Pirapora e Buritizeiro, e, para levar adiante o projeto, valeu o empenho do agente executivo e presidente da Câmara de Pirapora, Coronel José Joaquim Fernandes Ramos, o Cel. Ramos. Mas havia dificuldades para a construção da estrutura sobre o rio, principalmente as constantes enchentes. Em 1914, as obras pararam e só voltaram quatro anos depois. Mas toda a expectativa naufragou e o projeto da ferrovia jamais foi concluído: dessa forma, a locomotiva correu sobre os trilhos, entre as duas cidades, apenas de 1922 a 1927.
A estação de Pirapora, inaugurada em 1910, atendeu ao trecho Pirapora, Corinto, Belo Horizonte até 1978. A ponte, por sua vez, passou por altos e baixos. Em novembro de 1996, a estrutura foi interditada judicialmente ao trânsito de veículos por falta de segurança. Em nota, o DNIT informou que “se trata de bem operacional da extinta RFFSA que, de acordo com o contrato 048/1996, está sob a responsabilidade da FCA e fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”. E mais: “Cabe ao DNIT apenas a gestão dos bens não operacionais da extinta RFFSA.”. Por meio de nota, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) informou que “ainda não foi intimada desta decisão e oportunamente avaliará as medidas a serem adotadas”.
1910 – Trilhos
da Ferrovia Central do Brasil chegam à estação de Pirapora, vindos de Lassance
(MG). Obras da ponte param em 1914 e retornam em 1918.
1922 – Em 10
de novembro, a ponte é inaugurada pelo presidente Epitácio Pessoa, para ligar
Pirapora a Buritizeiro, no Norte de Minas.
1927 – Depois
de cinco anos nos trilhos, o trem de ferro deixa de circular entre os dois
municípios pela chamada Ponte Velha.
1950 – Do
início dessa década até os anos 1990, a ponte é liberada aos veículos (carros,
caminhonetes), intensificando-se o trânsito a partir de 1970.
1985 – Em 22
de março, a Ponte Marechal Hermes é tombada pelo Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.
1996 – Em
novembro, a ponte é interditada judicialmente ao trânsito de veículos por falta
de segurança. Fica aberta aos pedestres e ciclistas.
1996 – Com o
fim da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), a ponte se torna um
bem arrendado à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
2014 – Em 15
de setembro, a Justiça determina a recuperação das passarelas laterais da ponte
e elaboração de projeto para restaurar a estrutura.
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