Selo "100 Anos do Museu de Arte da Bahia 1918-2018", 2018, Brasil
Série Museus Brasileiros
Quadro "República" de Manoel Lopes Rodrigues
Selo
Sobre fundo
azul em degradê, na técnica aquarela, destaca- -se o quadro República (1896),
óleo sobre tela, autoria de Manoel Lopes Rodrigues, uma das peças importantes
da coleção pertencente ao acervo do MAB. A portada do prédio, em cantaria, que
abriga o Museu encima a composição como se ela, emoldurando o quadro, tivesse a
dupla função de ornar e destacar. A proposta é mostrar o acervo abrigado pela
arquitetura. À direita na parte inferior a logomarca desenvolvida para a
comemoração dos 100 anos, com estética baseada em volutas. A arte do selo foi
desenvolvida a partir de fotos do quadro e desenho a traço no elemento portada.
100 Anos do Museu
de Arte da Bahia O Museu do Estado foi criado em 23 de julho de 1918, conforme
a Lei n.1255, como uma seção anexa ao Arquivo Público, sendo considerado o
primeiro museu da Bahia. Após sair do Arquivo, passou por duas sedes: Solar
Pacífico Pereira, no Campo Grande, local onde foi construído o Teatro Castro
Alves; e Solar Góes Calmon, em Nazaré, atual sede da Academia de Letras da
Bahia. Em 1982 o museu foi transferido para o “Palácio da Vitória”, onde se
encontra até os dias atuais.
Na primeira
metade do século XIX, existiu na atual sede o palacete onde residiu o conhecido
comerciante de escravos José de Cerqueira Lima. Em 1858 o professor Francisco
Pereira de Almeida Sebrão adquiriu o imóvel, instalando no local o Colégio São
João. Em 1879 foi adquirido pelo governo, a fim de funcionar como residência
dos Presidentes da Província e, com o advento da República, a partir de 1889
passou a ser Palácio dos Governadores.
No governo de
Francisco Marques de Góes Calmon (1924-1927), o palácio, em ruínas, foi demolido
e construído no mesmo local um prédio de cimento armado, seguindo os novos
padrões da arquitetura, para sediar a Secretaria de Educação e Saúde. A
importante edificação, conhecida também como “Palácio da Vitória”, foi
enriquecida com vários elementos arquitetônicos oriundos de demolições de
outros solares baianos, a exemplo da portada em cantaria e madeira entalhada
com vários mascarões, datada de 1674, proveniente do Solar João Mattos de
Aguiar, demolido para o alargamento da Ladeira da Praça, no Centro Histórico de
Salvador. Posteriormente, o imóvel da Vitória foi totalmente recuperado e
adaptado às necessidades de um moderno museu para os padrões da época.
O acervo do
MAB foi constituído pela reunião de coleções organizadas na Bahia a partir do
século XIX, destacando- se a coleção Jonathas Abbott, enriquecida com pinturas
de mestres baianos do século XX. Outra valiosa coleção foi a do ex-governador
Góes Calmon, adquirida pelo Estado em 1943, reunindo peças de arte decorativa,
como móveis setecentistas e oitocentistas, lustres, porcelanas orientais e
europeias, louças das Índias, joias, pratas, cristais, esculturas religiosas,
pinturas e estampas de autores conhecidos ou seguidores de escolas europeias do
início do século XIX. Na década de 1980, também foi incorporada ao acervo, como
doação póstuma, a coleção do ex-diretor, José Pedreira, com cerca de 50 peças,
entre mobiliário, objetos europeus e orientais.
O MAB tem,
também, um acervo documental, composto por mapas, fotografias, cartas, postais
e convites. Ao longo dos anos, seu acervo foi sendo gradualmente enriquecido
com novos itens, com a finalidade de preencher lacunas existentes nas coleções
de pintura, escultura e artes decorativas. Atualmente, conta com um vasto
acervo, composto por 14.505 peças, além de abrigar uma biblioteca
especializada, com periódicos, catálogos de exposições e livros direcionados
aos temas de história da arte, estética, museologia e história da Bahia.
O MAB se
constitui hoje no museu público mais visitado do Estado, alcançando um número
de 41.695 visitantes no primeiro semestre de 2018. Estamos desenhando um
conceito de museu que vai além do acervo, preservando o seu estilo histórico,
aliando-se a práticas que possam contribuir com a construção de um museu
enquanto lugar das inquietações. Assim, estabelecemos parcerias com entidades
educacionais, culturais e artísticas dentro e fora do país, colocando no eixo
de nossa ação a questão social, compreendendo que a reflexão sobre a
desigualdade social deve orientar o pensar e o fazer contemporâneo.
O Museu tem
primordialmente uma ação cultural e educativa, tendo como referência o seu
vasto acervo e as atividades culturais que desenvolve. Assim, é perceptível a
função socioeducativa, cultural e lúdica que a instituição vem desempenhando ao
longo da sua trajetória.
A fim de
representar o centenário do Museu de Arte da Bahia, foi selecionada a obra A
República - óleo sobre tela, 228 x 118,5 cm - do artista baiano Manoel Lopes
Rodrigues (1859 -1917), para a execução do selo comemorativo dos Correios. Em
fins de 1895, Lopes Rodrigues, que estava em Roma, recebeu da Assembleia Geral
da Bahia a encomenda de uma monumental composição alegórica à República,
destinada ao novo Palácio do Governo. A encomenda, no valor de 3.000 francos,
não poderia ter chegado em melhor hora, já que acabara de ser suspensa a pensão
que o Governo Federal lhe concedia desde 1889.
Inspirada no
imaginário republicano francês, essa construção simbólica traz como figura
artística central uma alegoria feminina como imagem nacional, símbolo da
República. A figura feminina é representada com barrete frígio, com a mão
direita segurando uma espada e sentada em uma cadeira encimada a um pedestal,
transmitindo a impressão de tranquilidade e confiabilidade. Nesse aspecto, a mulher
representa o bem-estar da sociedade e se transpõe como símbolo da humanidade.
Compreende-se o uso da alegoria feminina no imaginário artístico em oposição ao
antigo regime e a uma mudança de mentalidade, representando os ideais do novo
regime político: igualdade, liberdade e progresso.
Link: http://www.selosefilatelia.com/PastaLancamentos2018/Editais/13a.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário