quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Selo "100 Anos do Museu de Arte da Bahia 1918-2018", 2018, Brasil


Selo "100 Anos do Museu de Arte da Bahia 1918-2018", 2018, Brasil
Série Museus Brasileiros
Quadro "República" de Manoel Lopes Rodrigues
Selo

Sobre fundo azul em degradê, na técnica aquarela, destaca- -se o quadro República (1896), óleo sobre tela, autoria de Manoel Lopes Rodrigues, uma das peças importantes da coleção pertencente ao acervo do MAB. A portada do prédio, em cantaria, que abriga o Museu encima a composição como se ela, emoldurando o quadro, tivesse a dupla função de ornar e destacar. A proposta é mostrar o acervo abrigado pela arquitetura. À direita na parte inferior a logomarca desenvolvida para a comemoração dos 100 anos, com estética baseada em volutas. A arte do selo foi desenvolvida a partir de fotos do quadro e desenho a traço no elemento portada.
100 Anos do Museu de Arte da Bahia O Museu do Estado foi criado em 23 de julho de 1918, conforme a Lei n.1255, como uma seção anexa ao Arquivo Público, sendo considerado o primeiro museu da Bahia. Após sair do Arquivo, passou por duas sedes: Solar Pacífico Pereira, no Campo Grande, local onde foi construído o Teatro Castro Alves; e Solar Góes Calmon, em Nazaré, atual sede da Academia de Letras da Bahia. Em 1982 o museu foi transferido para o “Palácio da Vitória”, onde se encontra até os dias atuais.
Na primeira metade do século XIX, existiu na atual sede o palacete onde residiu o conhecido comerciante de escravos José de Cerqueira Lima. Em 1858 o professor Francisco Pereira de Almeida Sebrão adquiriu o imóvel, instalando no local o Colégio São João. Em 1879 foi adquirido pelo governo, a fim de funcionar como residência dos Presidentes da Província e, com o advento da República, a partir de 1889 passou a ser Palácio dos Governadores.
No governo de Francisco Marques de Góes Calmon (1924-1927), o palácio, em ruínas, foi demolido e construído no mesmo local um prédio de cimento armado, seguindo os novos padrões da arquitetura, para sediar a Secretaria de Educação e Saúde. A importante edificação, conhecida também como “Palácio da Vitória”, foi enriquecida com vários elementos arquitetônicos oriundos de demolições de outros solares baianos, a exemplo da portada em cantaria e madeira entalhada com vários mascarões, datada de 1674, proveniente do Solar João Mattos de Aguiar, demolido para o alargamento da Ladeira da Praça, no Centro Histórico de Salvador. Posteriormente, o imóvel da Vitória foi totalmente recuperado e adaptado às necessidades de um moderno museu para os padrões da época.
O acervo do MAB foi constituído pela reunião de coleções organizadas na Bahia a partir do século XIX, destacando- se a coleção Jonathas Abbott, enriquecida com pinturas de mestres baianos do século XX. Outra valiosa coleção foi a do ex-governador Góes Calmon, adquirida pelo Estado em 1943, reunindo peças de arte decorativa, como móveis setecentistas e oitocentistas, lustres, porcelanas orientais e europeias, louças das Índias, joias, pratas, cristais, esculturas religiosas, pinturas e estampas de autores conhecidos ou seguidores de escolas europeias do início do século XIX. Na década de 1980, também foi incorporada ao acervo, como doação póstuma, a coleção do ex-diretor, José Pedreira, com cerca de 50 peças, entre mobiliário, objetos europeus e orientais.
O MAB tem, também, um acervo documental, composto por mapas, fotografias, cartas, postais e convites. Ao longo dos anos, seu acervo foi sendo gradualmente enriquecido com novos itens, com a finalidade de preencher lacunas existentes nas coleções de pintura, escultura e artes decorativas. Atualmente, conta com um vasto acervo, composto por 14.505 peças, além de abrigar uma biblioteca especializada, com periódicos, catálogos de exposições e livros direcionados aos temas de história da arte, estética, museologia e história da Bahia.
O MAB se constitui hoje no museu público mais visitado do Estado, alcançando um número de 41.695 visitantes no primeiro semestre de 2018. Estamos desenhando um conceito de museu que vai além do acervo, preservando o seu estilo histórico, aliando-se a práticas que possam contribuir com a construção de um museu enquanto lugar das inquietações. Assim, estabelecemos parcerias com entidades educacionais, culturais e artísticas dentro e fora do país, colocando no eixo de nossa ação a questão social, compreendendo que a reflexão sobre a desigualdade social deve orientar o pensar e o fazer contemporâneo.
O Museu tem primordialmente uma ação cultural e educativa, tendo como referência o seu vasto acervo e as atividades culturais que desenvolve. Assim, é perceptível a função socioeducativa, cultural e lúdica que a instituição vem desempenhando ao longo da sua trajetória.
A fim de representar o centenário do Museu de Arte da Bahia, foi selecionada a obra A República - óleo sobre tela, 228 x 118,5 cm - do artista baiano Manoel Lopes Rodrigues (1859 -1917), para a execução do selo comemorativo dos Correios. Em fins de 1895, Lopes Rodrigues, que estava em Roma, recebeu da Assembleia Geral da Bahia a encomenda de uma monumental composição alegórica à República, destinada ao novo Palácio do Governo. A encomenda, no valor de 3.000 francos, não poderia ter chegado em melhor hora, já que acabara de ser suspensa a pensão que o Governo Federal lhe concedia desde 1889.
Inspirada no imaginário republicano francês, essa construção simbólica traz como figura artística central uma alegoria feminina como imagem nacional, símbolo da República. A figura feminina é representada com barrete frígio, com a mão direita segurando uma espada e sentada em uma cadeira encimada a um pedestal, transmitindo a impressão de tranquilidade e confiabilidade. Nesse aspecto, a mulher representa o bem-estar da sociedade e se transpõe como símbolo da humanidade. Compreende-se o uso da alegoria feminina no imaginário artístico em oposição ao antigo regime e a uma mudança de mentalidade, representando os ideais do novo regime político: igualdade, liberdade e progresso.
Link: http://www.selosefilatelia.com/PastaLancamentos2018/Editais/13a.pdf

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