Selos "Nudibrânquios de Vanuatu / Nudibranchs of Vanuatu", Vanuatu
Conjunto com 12 selos
Selo
Os nudibrânquios são pequenos animais marinhos pertencentes ao
grupo dos moluscos gastrópodes. São chamados popularmente de lesmas-do-mar. O
termo Nudibranchia tem
origem grega e significa "brânquias descobertas". O nome faz
referência aos órgãos respiratórios externos desses organismos.
Existem cerca de 3.000 espécies de lesmas-do-mar, que ocorrem
desde os trópicos até a Antártida. Algumas espécies podem atingir 40
centímetros de comprimento, enquanto outras são microscópicas. A maioria mede,
porém, entre 5 e 10 centímetros.
As lesmas-do-mar não possuem concha e apresentam simetria
bilateral. O manto (parede do corpo dos moluscos) recobre todo o corpo e pode
apresentar colorações extremamente vibrantes. As cores intensas conferem aos
nudibrânquios o título de criaturas mais coloridas do ambiente marinho e, por
essa razão, podemos encontrá-los com freqüência em aquários de água salgada.
A coloração dos nudibrânquios pode ser aposemática, ou seja,
uma coloração de aviso aos predadores sobre sua toxicidade ou impalatabilidade,
ou então críptica, imitando cores e padrão do meio onde vivem e permitindo que
o animal se camufle com perfeição.
Em algumas espécies, o manto apresenta projeções chamadas
de cerata (ou, no singular, ceras), no
interior das quais existem ramificações do sistema digestivo. A forma e a
disposição dessas projeções são características importantes para a
identificação da espécie. Como veremos adiante, essas estruturas possuem um
importante papel na defesa dos animais.
As brânquias, utilizadas na respiração, são externas e
dispostas ao longo do corpo ou apenas ao redor do ânus. Algumas espécies não
possuem brânquias e respiram através da troca gasosa entre a parede do corpo e
a água do mar.
Na parte anterior do corpo existem quimiorreceptores, chamados
de rinóforos, capazes de detectar a presença de substâncias químicas na água.
Essas estruturas auxiliam na captura de presas e na busca por um parceiro
sexual.
Os nudibrânquios possuem um pé musculoso, também chamado de
sola, que se estende por todo o comprimento da região ventral. Os movimentos
ondulatórios deste pé impulsionam o animal para frente durante a locomoção ou
natação.
As lesmas-do-mar possuem uma estrutura denominada rádula, muito
comum entre os moluscos, que é utilizada para a alimentação. A rádula é um
órgão laminar, situado na cavidade oral, revestido por inúmeros dentículos
capazes de raspar e dilacerar o tecido das presas.
As lesmas-do-mar são hermafroditas, ou seja, o mesmo animal é
capaz de produzir tanto óvulos quanto espermatozóides. No entanto, a estrutura
de seus órgãos reprodutores impede que ocorra a autofecundação e evita o
endocruzamento.
Durante o acasalamento, dois nudibrânquios se posicionam lado a
lado e introduzem uma massa, repleta de espermatozóides, no interior de uma
abertura reprodutiva situada na região anterior do corpo. Dependendo da
espécie, a cópula pode levar apenas alguns segundos ou então se prolongar por
horas. Existe até mesmo o registro de um acasalamento que durou cerca de cinco
dias!
Os espermatozóides são armazenados no interior do organismo até
que os óvulos estejam maduros e a fecundação ocorra. Milhares de ovos são então
liberados na água do mar. Uma espécie de muco envolve os ovos, mantendo-os
unidos, e permitindo que esta massa ovígera se fixe a um substrato, que,
geralmente, é o corpo da presa predileta do adulto.
Após a eclosão dos ovos não há nenhum tipo de cuidado parental
e o desenvolvimento dos filhotes pode ser direto, quando do ovo nasce um jovem
que é uma miniatura da forma adulta, ou indireto, quando existe um estágio
larval, chamado de veliger.
Os nudibrânquios são animais carnívoros que se alimentam de
outros animais, como cnidários, esponjas, cracas e ascídias. Algumas espécies
se alimentam dos ovos de outros nudibrânquios e, até mesmo, de indivíduos
adultos.
Geralmente, a relação entre estes moluscos e sua presa é muito
estreita, e é comum que cada espécie se alimente apenas de alguns tipos
específicos de presa.
As lesmas-do-mar não possuem concha e por isso seu corpo fica
exposto aos predadores. No entanto, estes animais desenvolveram outras formas
de defesa. Alguns nudibrânquios são capazes de nadar rapidamente, fugindo do
predador; outros secretam ácido sulfúrico e outras substâncias tóxicas.
A forma de defesa mais incrível é, porém, a capacidade de
algumas espécies de utilizar as estruturas urticantes dos cnidários
(nematocistos) em sua própria defesa. Esses animais ingerem tecidos de
cnidários, sem disparar os nematocistos, que são então transportados através do
sistema digestivo até a extremidade das cerata.
Quando um predador tenta capturar o nudibrânquio, os
nematocistos disparam, provocando queimaduras e lesões no agressor. Muitas
vezes, a coloração do animal serve como aviso ao predador sobre sua toxicidade,
repelindo-o antes mesmo do ataque.

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