domingo, 29 de novembro de 2020

Monumento ao Almirante Barroso, Rio de Janeiro, Brasil


 

Monumento ao Almirante Barroso, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

A história do Monumento ao Almirante Barroso teve inicio no dia 10 de junho de 1907, quando, pelo decreto nº 1697, foi lançada a homenagem. Porém, somente em 16 de outubro daquele ano foi publicado o edital do concurso para o projeto do Monumento.
Doze meses depois do decreto, na data prevista para a inauguração – 11 de junho de 1908 –, foi realizada uma cerimônia para o lançamento da pedra fundamental. O local era o que já estava determinado no edital: o ponto onde termina a praia do Russel e começa a praia do Flamengo, próximo ao Hotel Glória.
Assim, no local onde se iniciava a base da construção, em terreno escavado, a pedra foi lançada por um guindaste. Nela havia a seguinte inscrição: “No dia 11 de junho de 1908, sendo presidente da República o Sr. Dr. Afonso Augusto Moreira Pena e ministro da Marinha o exmo. Sr. Alexandrino de Alencar, foi lançada esta pedra sobre a qual será erigido por ordem do exmo. Sr. Augusto Tavares de Lira, ministro da Justiça e Negócios Interiores, de acordo com o Decreto nº 1697, de 10 de junho de 1907, o monumento ao Almirante Barroso e aos heróis da Batalha Naval de Riachuelo.”
Apesar do edital, em 13 de abril de 1908, a Sociedade Beneficente Memória do Almirante Barroso solicitou, por ofício enviado ao prefeito, que o monumento e os restos mortais do almirante fossem colocados na praça XI de Junho, no Centro da cidade, e não nas proximidades do Flamengo.
No ano seguinte, outra cerimônia aconteceu, no dia 11 de junho de 1909, por conta do translado dos restos mortais do Almirante Barroso, que foram retirados da Igreja de Santa Cruz dos Militares e passaram a ser guardados na cripta construída.
Finalmente, em 19 de novembro de 1909, foi realizada a cerimônia de entrega do monumento à Municipalidade e ao prefeito Serzedelo Correia, pelo Ministro Esmeraldino Bandeira, no dia consagrado à Bandeira Nacional.
O Diário de Noticias, na publicação Monumentos da Cidade, descreveu o evento: “A solenidade de inauguração efetuou-se às 17 horas, formando ao longo da Av. Beira-Mar, as forças do Exército, da Marinha e da Polícia, dispostas em colunas de pelotões, que davam o flanco direito a estátua. Com a chegada do Presidente da República, sr. Nilo Peçanha, acompanhado do ministro Alexandrino de Alencar, da Marinha, as forças passaram a formar em linha cerrada sobre o pelotão, enquanto a Escola Naval formava um quadrado em torno do monumento. Iniciando a solenidade, o presidente Nilo Peçanha, puxou o véu que cobria o bronze, mas o pano não correu como devia, sendo retirado pelo mestre carpinteiro Antônio Francisco Gonçalvez, que subiu até a estátua e recebeu, por esse motivo, aplausos do povo. Fazendo a entrega do monumento à Municipalidade do Rio de Janeiro, o ministro Esmeraldino Bandeira pronunciou um discurso exaltando o heroísmo de Barroso. Falou em seguida, o prefeito Serzedelo Correia, depois do que foi lavrada a ata. Encerrado o ato, as forças de terra e mar, num total de 4.600 homens da Marinha, do 52º Batalhão de Caçadores e de uma brigada da Força Policial, desfilaram um continência.”
O monumento, criado por José Otávio Correia Lima, atendeu às exigências do edital. Na coluna central, está a figura do Almirante Barroso, além de duas figuras aladas, representando a Pátria e a Vitória, ambas sobre duas proas em bronze. 
Em 1977, o monumento foi desmontado, para a construção do metrô da cidade do Rio de Janeiro. Não há muitas informações acerca desse período.
Nos anos 1980, o monumento estava montado na Praça Paris. Há a pedra fundamental à frente do monumento e uma lápide, onde possivelmente estão os restos mortais do Almirante Barroso. Nos últimos vinte anos, a praça e o monumento sofreram muito com o vandalismo. A partir de 1998, as placas e efígies de bronze foram sendo furtadas, perdendo-se muito de sua história; em 2002, não havia mais nenhuma.
Em uma tentativa de recuperar a integridade da obra, a Marinha do Brasil usou seus próprios recursos para instalar placas de pedra em 2005, com gravações dos nomes em baixo relevo. Infelizmente, em 2009, algumas foram danificadas e furtadas.
Em setembro de 2012, com o mesmo intuito de manter as referências históricas daqueles que foram homenageados por sua bravura na Batalha do Riachuelo, mais uma vez instalaram-se novas placas, agora em latão, para compor o monumento. Contudo, quando realizou-se a pesquisa para confecção das efígies, verificou-se que duas figuras estavam faltando: a de Pedro Afonso e a de Lima Barros.
Com os recursos da informática, através de fotos das figuras em bronze que se perderam, foram recuperadas as figuras de Oliveira Pimentel e de Feliciano Andrade Maia. Quanto aos homenageados faltantes, optou-se por registrar somente seus nomes. Quem sabe, no futuro, novas pesquisas não encontram a imagem original daqueles que foram tão importantes na história do Brasil?
Francisco Manuel Barroso da Silva, Barão do Amazonas - o Almirante Barroso nasceu em Lisboa, em 29 de setembro de 1804 e morreu em Montevidéu em 8 de agosto de 1882. Foi um militar brasileiro da Armada Imperial Brasileira. Conduziu a Armada Brasileira à vitória na Batalha do Riachuelo, durante a Guerra da Tríplice Aliança.
Nota do blog: O cartão postal mostra o Monumento em sua locação original.


Nenhum comentário:

Postar um comentário