Crônica do Jogo Comercial 4 x 2 São Bernardo, Campeonato Paulista de Futebol da Série A3, 19/03/2022, Estádio Francisco de Palma Travassos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
E lá vamos nós com outro post sentimental...rs.
Um dos meus escritores prediletos é Nelson Rodrigues. Suas crônicas, textos e peças me encantavam, porque, entre outras coisas, a objetividade do fato, a realidade da situação, não eram o mais importante. Ao contrário, seus textos exaltavam o inusitado, o fora de controle, a obra do acaso, o imponderável, o sobrenatural, o que não tinha explicação científica ou era improvável de acontecer. Ele abominava os chamados (por ele) "idiotas da objetividade".
E eis que um jogo da terceira divisão do Campeonato Paulista me dá a oportunidade de (perdoem a heresia) "sentir-me um pouco Nelson".
Vamos aos fatos:
Eu gosto muito de assistir jogos de futebol, mas confesso que detesto assistir na TV. Desde pequeno sempre preferi assistir a jogos de futebol pelo rádio, acho um meio de comunicação muito mais democrático (especialmente por dar espaço aos times médios e pequenos que não encontram abrigo na TV, onde vigora o monopólio dos grandes) e divertido (os narradores e comentaristas não ficam presos a fórmula narrativa "engessada" e politicamente correta da TV, além de, na minha opinião, serem infinitamente melhores na narração e comentários). Além disso, no rádio não existem os chamados "comentaristas de arbitragem", uma das invenções mais horrendas da TV (não passam de ex-juízes que cansaram de cometer erros clamorosos nos jogos que apitaram antes da chegada do VAR, sempre prejudicando times menores e beneficiando times grandes).
Dito isso, tenho que dizer que além do rádio, também tenho preferência em assistir futebol no estádio, local que considero que se tem a melhor experiência com o esporte. Só no estádio você sente o jogo, experimenta nos noventa minutos de partida sensações de alegria, tristeza, medo, raiva, alívio, ansiedade, agonia, companherismo, ódio, pertencimento, diversão, ânimo, desânimo, etc (sempre sem violência física, sou totalmente contra brigas entre torcedores e torcidas organizadas violentas, acho um completo absurdo e prova de nossa falência como ser humano, que torcedores adversários não possam sentar-se lado a lado para assistir a uma partida sem agressão mútua, inclusive penso que se isso não é possível, nem deveria ser permitido a realização de jogos). Resumindo, ninguém consegue ficar ou manter-se indiferente em um estádio de futebol! (com exceção óbvia da "grã-fina de narinas de cadáver", apontada por quem? Nelson Rodrigues, mas isso é assunto para outro post)
Seguindo, outro fato a ser citado é que no estádio de futebol você consome alguns tipos de alimentos que remetem a sua infância ou passado, como pipoca, amendoim, espetinho de carne, cachorro-quente, pipoca doce de saquinho rosa, coquinho queimado, refrigerante e cerveja de marca barata, entre outros. É uma verdadeira festa!
Continuando a história, outro ponto que gostaria de citar, é que prefiro sempre ver jogos de times médios e pequenos, com jogadores que tem que suar a camisa, que jogam pelo salário, pelo "bicho" ou prato de comida (em sentido figurado, é claro que não quero que ninguém passe fome), a ver jogos de times grandes com jogadores milionários, que parecem executivos engravatados ao invés de futebolistas. Eu gosto do estilo de futebol do passado, com estádios acanhados, tipo "caldeirões", com alambrado, banheiros simples, arquibancada de concreto, com as crianças jogando sua bolinha durante a partida, com ingresso acessível que permita torcedores pobres, classe média e ricos (não o que acontece atualmente, onde só torcidas organizadas subsidiadas por clubes e ricos tem acesso aos jogos dos times em razão do preço) e bares que sirvam os alimentos que citei acima (diferente dos existentes nessas arenas milionárias, onde servem pizza ou hamburger de microondas a preços estratosféricos). Meu estilo de estádio é muito mais arquibancada de concreto do que cadeira acolchoada.
E lá vamos nós com outro post sentimental...rs.
Um dos meus escritores prediletos é Nelson Rodrigues. Suas crônicas, textos e peças me encantavam, porque, entre outras coisas, a objetividade do fato, a realidade da situação, não eram o mais importante. Ao contrário, seus textos exaltavam o inusitado, o fora de controle, a obra do acaso, o imponderável, o sobrenatural, o que não tinha explicação científica ou era improvável de acontecer. Ele abominava os chamados (por ele) "idiotas da objetividade".
E eis que um jogo da terceira divisão do Campeonato Paulista me dá a oportunidade de (perdoem a heresia) "sentir-me um pouco Nelson".
Vamos aos fatos:
Eu gosto muito de assistir jogos de futebol, mas confesso que detesto assistir na TV. Desde pequeno sempre preferi assistir a jogos de futebol pelo rádio, acho um meio de comunicação muito mais democrático (especialmente por dar espaço aos times médios e pequenos que não encontram abrigo na TV, onde vigora o monopólio dos grandes) e divertido (os narradores e comentaristas não ficam presos a fórmula narrativa "engessada" e politicamente correta da TV, além de, na minha opinião, serem infinitamente melhores na narração e comentários). Além disso, no rádio não existem os chamados "comentaristas de arbitragem", uma das invenções mais horrendas da TV (não passam de ex-juízes que cansaram de cometer erros clamorosos nos jogos que apitaram antes da chegada do VAR, sempre prejudicando times menores e beneficiando times grandes).
Dito isso, tenho que dizer que além do rádio, também tenho preferência em assistir futebol no estádio, local que considero que se tem a melhor experiência com o esporte. Só no estádio você sente o jogo, experimenta nos noventa minutos de partida sensações de alegria, tristeza, medo, raiva, alívio, ansiedade, agonia, companherismo, ódio, pertencimento, diversão, ânimo, desânimo, etc (sempre sem violência física, sou totalmente contra brigas entre torcedores e torcidas organizadas violentas, acho um completo absurdo e prova de nossa falência como ser humano, que torcedores adversários não possam sentar-se lado a lado para assistir a uma partida sem agressão mútua, inclusive penso que se isso não é possível, nem deveria ser permitido a realização de jogos). Resumindo, ninguém consegue ficar ou manter-se indiferente em um estádio de futebol! (com exceção óbvia da "grã-fina de narinas de cadáver", apontada por quem? Nelson Rodrigues, mas isso é assunto para outro post)
Seguindo, outro fato a ser citado é que no estádio de futebol você consome alguns tipos de alimentos que remetem a sua infância ou passado, como pipoca, amendoim, espetinho de carne, cachorro-quente, pipoca doce de saquinho rosa, coquinho queimado, refrigerante e cerveja de marca barata, entre outros. É uma verdadeira festa!
Continuando a história, outro ponto que gostaria de citar, é que prefiro sempre ver jogos de times médios e pequenos, com jogadores que tem que suar a camisa, que jogam pelo salário, pelo "bicho" ou prato de comida (em sentido figurado, é claro que não quero que ninguém passe fome), a ver jogos de times grandes com jogadores milionários, que parecem executivos engravatados ao invés de futebolistas. Eu gosto do estilo de futebol do passado, com estádios acanhados, tipo "caldeirões", com alambrado, banheiros simples, arquibancada de concreto, com as crianças jogando sua bolinha durante a partida, com ingresso acessível que permita torcedores pobres, classe média e ricos (não o que acontece atualmente, onde só torcidas organizadas subsidiadas por clubes e ricos tem acesso aos jogos dos times em razão do preço) e bares que sirvam os alimentos que citei acima (diferente dos existentes nessas arenas milionárias, onde servem pizza ou hamburger de microondas a preços estratosféricos). Meu estilo de estádio é muito mais arquibancada de concreto do que cadeira acolchoada.
Gosto de estádios com história, que foram construídos com rifas e doações de apaixonados pelo time, algo bem diferente das atuais arenas esportivas, construídas, na maioria das vezes, com dinheiro público (que jamais deveria ser colocado no futebol) e objetos de interesses escusos e corrupção. E, cumpre dizer, mesmo as privadas também se aproveitam de benesses públicas para abater os custos.
Antes de encerrar essa introdução, gostaria de citar uma inscrição de uma camiseta de um torcedor que vi no estádio do Juventus da Mooca (outro "templo" do futebol), na rua Javari, que dizia que eles são "contra o futebol moderno", esse que está destruindo os times pequenos e médios. Acho que sou, mais ou menos, como eles. E se você não acredita nisso, basta notar o que vem acontecendo com os times médios e pequenos do Brasil: a imensa maioria está em situação pré-falimentar, sofrendo com péssimas administrações, queda de receita, enorme dependência do dinheiro das federações estaduais, uma lesiva "Lei Pelé" que acabou com a principal fonte de recursos (que era o passe do jogador), penhora de rendas por dívidas, além de inúmeras ações trabalhistas e de cobrança em geral. A conjunção de todos esses fatores faz com que ainda estejam abertos por obra de verdadeiro milagre. Até quando irão resistir, não sabemos, mas ninguém consegue continuar fazendo milagre para sempre. O futuro é virarem SAFs ou clubes de empresários, tornando-se algo completamente diferente do que eram originalmente, acabando por afastar seus torcedores, que passam a enxergar aquilo não com o amor que viam, e sim como uma empresa, um negócio como outro qualquer.
Bom, mas e o jogo Comercial 4 x 2 São Bernardo? Você não vai falar?
Calma, pessoal. Prometo que agora vou começar a tratar do jogo. Lembrem-se que este é mais um post "sentimental", tem que ter lembranças e impressões. Senão não tem graça...rs.
Introdução feita, gostaria de dizer que desde 2019 (início da pandemia da COVID-19), eu não ia ao estádio do Comercial (estádio Dr. Francisco de Palma Travassos). Como parecia à época que estávamos chegando nos "finalmentes" dessa tragédia, criei coragem e resolvi ir ao estádio com minha esposa, assistir ao jogo Comercial x São Bernardo, válido pelo Campeonato Paulista da série A3 de futebol (a terceira divisão do futebol paulista). Para quem gosta de saber os apelidos dos times de futebol, era o jogo do "Leão" (Comercial) contra o "Cachorrão" (São Bernardo).
Calma, pessoal. Prometo que agora vou começar a tratar do jogo. Lembrem-se que este é mais um post "sentimental", tem que ter lembranças e impressões. Senão não tem graça...rs.
Introdução feita, gostaria de dizer que desde 2019 (início da pandemia da COVID-19), eu não ia ao estádio do Comercial (estádio Dr. Francisco de Palma Travassos). Como parecia à época que estávamos chegando nos "finalmentes" dessa tragédia, criei coragem e resolvi ir ao estádio com minha esposa, assistir ao jogo Comercial x São Bernardo, válido pelo Campeonato Paulista da série A3 de futebol (a terceira divisão do futebol paulista). Para quem gosta de saber os apelidos dos times de futebol, era o jogo do "Leão" (Comercial) contra o "Cachorrão" (São Bernardo).
O Comercial, para minha surpresa (e provavelmente de todos), vinha liderando a competição, jogando bem, pondo o coração na ponta da chuteira, dando alegrias a sua sofrida e fanática torcida.
Uma vez decidido a ir ao estádio, como de costume, gosto de chegar cedo, para escolher um bom lugar, comer e beber as porcarias que vendem no entorno e dentro do estádio, acompanhar o aquecimento dos jogadores, ver a torcida enchendo o saco dos adversários, enfim, todo o teatro que acontece nessas ocasiões. Não sei porque, desta vez, um fato me chamou a atenção durante o aquecimento do Comercial: a enorme quantidade de chutes para fora do gol. Parecia que a cada cinco chutes, apenas um acertava o gol. Achei meio estranho, mas reputei o fato aos jogadores estarem frios, no jogo, uma vez aquecidos, provavelmente seria diferente.
Passada essa fase, começa o jogo, e o Comercial vai para cima do adversário. Ataca mas sofre com o problema que notei no aquecimento: péssima pontaria, a maioria das finalizações vai para fora.
Por outro lado, o São Bernardo tinha um atacante chamado "Chuck", um baixinho liso e invocado, que estava aterrorizando os enormes zagueiros do Comercial, inclusive já tinhámos escapado de levar um ou dois gols dele. Acho que só o técnico do Comercial não via o estrago que ele estava fazendo e não melhorava a marcação naquele setor. E como essa falha defensiva continuou, o Comercial em uma bola mal dividida, tomou o primeiro gol do jogo, marcado justamente pelo "Chuck".
Uma vez decidido a ir ao estádio, como de costume, gosto de chegar cedo, para escolher um bom lugar, comer e beber as porcarias que vendem no entorno e dentro do estádio, acompanhar o aquecimento dos jogadores, ver a torcida enchendo o saco dos adversários, enfim, todo o teatro que acontece nessas ocasiões. Não sei porque, desta vez, um fato me chamou a atenção durante o aquecimento do Comercial: a enorme quantidade de chutes para fora do gol. Parecia que a cada cinco chutes, apenas um acertava o gol. Achei meio estranho, mas reputei o fato aos jogadores estarem frios, no jogo, uma vez aquecidos, provavelmente seria diferente.
Passada essa fase, começa o jogo, e o Comercial vai para cima do adversário. Ataca mas sofre com o problema que notei no aquecimento: péssima pontaria, a maioria das finalizações vai para fora.
Por outro lado, o São Bernardo tinha um atacante chamado "Chuck", um baixinho liso e invocado, que estava aterrorizando os enormes zagueiros do Comercial, inclusive já tinhámos escapado de levar um ou dois gols dele. Acho que só o técnico do Comercial não via o estrago que ele estava fazendo e não melhorava a marcação naquele setor. E como essa falha defensiva continuou, o Comercial em uma bola mal dividida, tomou o primeiro gol do jogo, marcado justamente pelo "Chuck".
Foi um balde de água fria na torcida!
O Comercial não se abalou muito e partiu em busca do empate, ainda que esbarrasse nas próprias limitações e pontaria ruim, deixando espaços para os sempre perigosos contra-ataques do São Bernardo, a maioria protagonizados pelo "Chuck", que a essa hora já tinha sido "eleito" como o vilão do dia da torcida comercialina, sendo xingado de inúmeros nomes (confesso que ri muito de um aposentado que não parava de chamá-lo de "Playmobil dos infernos").
E num desses contra-ataques, no último minuto do primeiro tempo, foi marcada uma falta para o São Bernardo, que numa bobeira incrível da defesa do Comercial, fez 2x0.
O Comercial não se abalou muito e partiu em busca do empate, ainda que esbarrasse nas próprias limitações e pontaria ruim, deixando espaços para os sempre perigosos contra-ataques do São Bernardo, a maioria protagonizados pelo "Chuck", que a essa hora já tinha sido "eleito" como o vilão do dia da torcida comercialina, sendo xingado de inúmeros nomes (confesso que ri muito de um aposentado que não parava de chamá-lo de "Playmobil dos infernos").
E num desses contra-ataques, no último minuto do primeiro tempo, foi marcada uma falta para o São Bernardo, que numa bobeira incrível da defesa do Comercial, fez 2x0.
Dessa vez não foi um balde água fria, foi uma piscina inteira! A torcida deu uma desanimada monstro, o que acredito que aconteceu com o time também. Sorte que o primeiro tempo acabou ali, senão teria ficado pior.
Quem acompanha futebol sabe que quando o time da casa termina o primeiro tempo perdendo de 0x2, a coisa fica feia. Não tem torcedor que entenda, que não fique bravo e revoltado, diante da pequena possibilidade de virar o jogo. É muito difícil fazer três gols em um só tempo, partindo de 0x2. O adversário vai amarrar o jogo, fazer cera, discutir, irritar, entre outras artimanhas para tentar impedir a reação. Na maioria das vezes não ocorre a reação e o time da casa acaba amargando a derrota.
No momento do fim do primeiro tempo, eu estava sentado na arquibancada, bem lá em cima (gosto de ter uma visão ampla do campo). Resolvi descer e comprar refrigerantes para mim e esposa. E no caminho falei para ela: "Venho aqui desde 1987, são 35 anos, nunca vi o Comercial virar um jogo que perdia por 0x2 no intervalo. Já vi empatar, ganhar nunca. Pode até ter acontecido mas nunca vi. Se conseguirmos empatar, é como uma vitória".
Mas falei sem entusiasmo algum, eu não acreditava nem no empate. Estava meio revoltado com essa quase certa derrota em minha volta ao estádio depois de tanto tempo. Achei até que era "pé-frio"...rs.
De qualquer forma, comprei os refrigerantes e, não sei porque, lembrei de uma frase que gosto de repetir sempre: "Se você faz sempre a mesma coisa, o resultado será sempre igual".
Pensando nisso, resolvi não voltar para a arquibancada e assistir o jogo no alambrado, bem em frente a dois policiais que estavam de serviço com um cachorro (que não parou de latir um só minuto...rs).
Os times voltaram do intervalo e o jogo recomeça. O Comercial, não sei o que aconteceu durante o intervalo, vem com uma vontade fora do normal, passam a correr e disputar a bola como se fosse um prato de comida, o time demostra uma vontade fora do normal, parecia que jogaram os caras em uma piscina de energético...rs.
E assim, com dois minutos do segundo tempo, o Comercial fazia seu primeiro gol, com o zagueiro Thiago, em uma cabeçada improvável no meio de dois zagueiros e o goleiro do São Bernardo.
A torcida enlonqueceu, o alambrado quase caiu na comemoração...rs.
Nova saída de bola, o Comercial continuava amassando o adversário, e aos cinco minutos, de novo o zagueiro Thiago, novamente de cabeça, em um frangaço do goleiro do São Bernardo, empatava o jogo! A torcida enlouqueceu de vez, o alambrando balançava sem parar...rs.
O clima do estádio tinha mudado completamente, a coisa virou um "caldeirão", todo mundo gritando e apoiando o Comercial, pedindo a virada, uma coisa linda!
E ela veio, aos 21 minutos, com o atacante Adriano, que mesmo errando o chute, a bola acabou batendo na sua outra perna e entrando! Era a virada! E ainda com um gol de sorte!
Foi um momento sublime, a torcida cantava, vibrava, comemorava, gritava, ria, chorava, uma coisa louca! O time tinha virado um 0x2 para 3x2 em apenas 21 minutos de jogo, algo inacreditável!
Após conseguir a virada, o Comercial deu uma arrefecida no ritmo, ninguém consegue manter aquela intensidade o tempo todo, e o São Bernardo deu uma equilibrada no jogo, e por pouco, não empatou em duas ocasiões. O jogo continuava com o Comercial tentando controlar a partida e esbarrando em finalizações ruins, e o São Bernardo, por outro lado, buscando empatar, mas sem a inspiração necessária (um time que vira o primeiro tempo ganhando de 2x0 na casa do adversário e leva a virada em pouco mais de 20 minutos, não consegue evitar o desânimo, a coisa sai dos trilhos, o jogo para de fluir, a perna pesa).
E assim foi até os 43 minutos, quando o atacante Túlio, também de cabeça, marcou o quarto gol do Comercial (sim, o quarto!) decretando os números finais da partida, com o Comercial vencendo por 4x2 e se consolidando na liderança do campeonato, deixando sua torcida em êxtase, vibrando de felicidade!
Após o encerramento da partida, os jogadores do Comercial foram até o alambrado (que mais uma vez resistiu bravamente) comemorar o resultado com a torcida e tudo terminou em uma linda festa!
Concluindo, agradeço a paciência de quem chegou até aqui, abraços comercialinos a todos!
Nota do blog 1: Em 33 anos nunca tinha visto o Comercial reverter um resultado após terminar o primeiro tempo perdendo de 0x2. Agora eu vi!
Nota do blog 2: Vou morrer acreditando que o fato de não ter voltado com minha esposa para a arquibancada e assistido o segundo tempo do jogo em pé no alambrado, com o cachorro da Polícia latindo sem parar, foi "determinante" para a reversão do resultado do jogo. Sem isso o Comercial jamais teria virado. De alguma forma, na minha cabeça, meu humilde ato mudou a realidade, quebrou uma sequência, alterou o que estava previsto para aquele momento. Tenho absoluta certeza que Nelson Rodrigues concordaria comigo...rs.
Nota do blog 3: Quem resiste ao charme de um estádio onde os adversários ainda são tratados como "visitantes" no placar? Vida eterna ao futebol do interior e de antigamente!
Quem acompanha futebol sabe que quando o time da casa termina o primeiro tempo perdendo de 0x2, a coisa fica feia. Não tem torcedor que entenda, que não fique bravo e revoltado, diante da pequena possibilidade de virar o jogo. É muito difícil fazer três gols em um só tempo, partindo de 0x2. O adversário vai amarrar o jogo, fazer cera, discutir, irritar, entre outras artimanhas para tentar impedir a reação. Na maioria das vezes não ocorre a reação e o time da casa acaba amargando a derrota.
No momento do fim do primeiro tempo, eu estava sentado na arquibancada, bem lá em cima (gosto de ter uma visão ampla do campo). Resolvi descer e comprar refrigerantes para mim e esposa. E no caminho falei para ela: "Venho aqui desde 1987, são 35 anos, nunca vi o Comercial virar um jogo que perdia por 0x2 no intervalo. Já vi empatar, ganhar nunca. Pode até ter acontecido mas nunca vi. Se conseguirmos empatar, é como uma vitória".
Mas falei sem entusiasmo algum, eu não acreditava nem no empate. Estava meio revoltado com essa quase certa derrota em minha volta ao estádio depois de tanto tempo. Achei até que era "pé-frio"...rs.
De qualquer forma, comprei os refrigerantes e, não sei porque, lembrei de uma frase que gosto de repetir sempre: "Se você faz sempre a mesma coisa, o resultado será sempre igual".
Pensando nisso, resolvi não voltar para a arquibancada e assistir o jogo no alambrado, bem em frente a dois policiais que estavam de serviço com um cachorro (que não parou de latir um só minuto...rs).
Os times voltaram do intervalo e o jogo recomeça. O Comercial, não sei o que aconteceu durante o intervalo, vem com uma vontade fora do normal, passam a correr e disputar a bola como se fosse um prato de comida, o time demostra uma vontade fora do normal, parecia que jogaram os caras em uma piscina de energético...rs.
E assim, com dois minutos do segundo tempo, o Comercial fazia seu primeiro gol, com o zagueiro Thiago, em uma cabeçada improvável no meio de dois zagueiros e o goleiro do São Bernardo.
A torcida enlonqueceu, o alambrado quase caiu na comemoração...rs.
Nova saída de bola, o Comercial continuava amassando o adversário, e aos cinco minutos, de novo o zagueiro Thiago, novamente de cabeça, em um frangaço do goleiro do São Bernardo, empatava o jogo! A torcida enlouqueceu de vez, o alambrando balançava sem parar...rs.
O clima do estádio tinha mudado completamente, a coisa virou um "caldeirão", todo mundo gritando e apoiando o Comercial, pedindo a virada, uma coisa linda!
E ela veio, aos 21 minutos, com o atacante Adriano, que mesmo errando o chute, a bola acabou batendo na sua outra perna e entrando! Era a virada! E ainda com um gol de sorte!
Foi um momento sublime, a torcida cantava, vibrava, comemorava, gritava, ria, chorava, uma coisa louca! O time tinha virado um 0x2 para 3x2 em apenas 21 minutos de jogo, algo inacreditável!
Após conseguir a virada, o Comercial deu uma arrefecida no ritmo, ninguém consegue manter aquela intensidade o tempo todo, e o São Bernardo deu uma equilibrada no jogo, e por pouco, não empatou em duas ocasiões. O jogo continuava com o Comercial tentando controlar a partida e esbarrando em finalizações ruins, e o São Bernardo, por outro lado, buscando empatar, mas sem a inspiração necessária (um time que vira o primeiro tempo ganhando de 2x0 na casa do adversário e leva a virada em pouco mais de 20 minutos, não consegue evitar o desânimo, a coisa sai dos trilhos, o jogo para de fluir, a perna pesa).
E assim foi até os 43 minutos, quando o atacante Túlio, também de cabeça, marcou o quarto gol do Comercial (sim, o quarto!) decretando os números finais da partida, com o Comercial vencendo por 4x2 e se consolidando na liderança do campeonato, deixando sua torcida em êxtase, vibrando de felicidade!
Após o encerramento da partida, os jogadores do Comercial foram até o alambrado (que mais uma vez resistiu bravamente) comemorar o resultado com a torcida e tudo terminou em uma linda festa!
Concluindo, agradeço a paciência de quem chegou até aqui, abraços comercialinos a todos!
Nota do blog 1: Em 33 anos nunca tinha visto o Comercial reverter um resultado após terminar o primeiro tempo perdendo de 0x2. Agora eu vi!
Nota do blog 2: Vou morrer acreditando que o fato de não ter voltado com minha esposa para a arquibancada e assistido o segundo tempo do jogo em pé no alambrado, com o cachorro da Polícia latindo sem parar, foi "determinante" para a reversão do resultado do jogo. Sem isso o Comercial jamais teria virado. De alguma forma, na minha cabeça, meu humilde ato mudou a realidade, quebrou uma sequência, alterou o que estava previsto para aquele momento. Tenho absoluta certeza que Nelson Rodrigues concordaria comigo...rs.
Nota do blog 3: Quem resiste ao charme de um estádio onde os adversários ainda são tratados como "visitantes" no placar? Vida eterna ao futebol do interior e de antigamente!
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