segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Hotel Brasil, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Hotel Brasil, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


O prédio do antigo Hotel Brasil, localizado na Avenida Jerônimo Gonçalves esquina com a Rua General Osório, na região central de Ribeirão Preto, foi colocado em leilão pela Justiça, pela terceira vez. O certame está marcado para o dia 23 de janeiro do próximo ano. Nas duas primeiras tentativas, realizadas este ano, não houve interessados na aquisição do imóvel.
Construído em 1921, o antigo Hotel Brasil fez parte da história de famílias importantes para Ribeirão Preto. O projeto inicial de construção do imóvel é de Vicente Viccari com a colaboração do engenheiro Antônio Soares Romêo. Com o falecimento de Viccari o prédio do hotel foi passado em herança para sua filha, casada com Pedro Moschini que permutou o prédio com Pedro Biagi, em troca de três imóveis da Vila Amélia e uma chácara.
Ficou conhecido por ter hospedado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e Vasco da Gama entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal. No final da década de 1980 o prédio do hotel foi vendido para o empresário Maurício Marcondes de Oliveira.
Abandonado há trinta anos, o imóvel foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (CONPACC) em agosto de 1991. Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas quebradas, além do teto danificado.
De acordo com Lucas Gabriel Pereira, presidente do Conppac, desde a desativação do hotel foram realizadas várias tentativas para a ocupação do espaço. Entretanto, nenhuma delas deu resultado.
A mais recente, segundo ele, aconteceu em 2010, quando a prefeitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma permuta com os proprietários e instalar um centro cultural no local. “Aquele que vier a arrematar esse imóvel no leilão terá que seguir todos os requisitos para poder fazer o restauro”, explicou o presidente do Conpacc.
O leilão do imóvel foi determinado pela Vara da Fazenda Pública e Autarquias Estaduais da Comarca de Juiz de Fora, Minas Gerais, e tem como objetivo o pagamento de dívidas tributárias do Grupo Maurício Marcondes e da DrogaVida, pertencente ao empresário, falecido em 20 de fevereiro de 2016.
O Grupo é proprietário do Drogão Super, uma rede composta por mais de 70 drogarias espalhadas por todo interior de São Paulo, em cidades como Franca, Campinas, Araraquara, Santos, além de Ribeirão Preto e lojas em outros estados.
O leilão do hotel faz parte de um lote de cinco imóveis do grupo que deverão ser leiloados no dia 23 de janeiro. Quatro imóveis ficam na região central da cidade e um deles na Avenida Nove de Julho, na zona Sul. No total eles estão avaliados em R$ 23.452.992,34 milhões. Na terceira tentativa de comercializar os imóveis, o lance mínimo inicial será de 50% do valor deles. O que no caso do Hotel Brasil significa R$ 4.730.534,18.
Nota do blog: Provavelmente o leilão não terá interessados. Ninguém vai investir dinheiro naquela região, completamente degradada e insegura, além de ter que se sujeitar as vontades do CONPACC (aliás, a maioria das coisas tombadas por eles, estão, literalmente, "tombadas"). A verdade é que essa situação só irá se resolver quando o imóvel desmoronar; quando isso acontecer, vão leiloar o terreno e aí existe uma possibilidade de sucesso, pois o comprador não terá que lidar com a burocracia do CONPACC; o resto é sonho...

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