segunda-feira, 8 de abril de 2024

Antigo Hotel Estoril / Atual Edíficio Residencial Estoril, Vitória, Espírito Santo, Brasil



 

Antigo Hotel Estoril / Atual Edíficio Residencial Estoril, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Vitória - ES
Fotografia


O problema de edificações abandonadas nos centros de grandes cidades é um problema nacional. 
Em São Paulo, levantamento de 2018 identificou 1.098 edificações ociosas que já haviam sido notificadas pela prefeitura dada a falta de ocupação. Confirmando a tendência, 779 deles no centro da cidade – 70% do total.
Do ponto de vista arquitetônico, os “esqueletões” não têm valor estético nenhum. Desvalorizam as cidades, inclusive, segundo o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil no Estado (IAB-RS), Rafael Passos.
Mas Passos destaca o potencial de utilização desses espaços, especialmente quando em áreas centrais. Se há a possibilidade de aproveitamento da estrutura, ele sugere soluções que atendam a população, como habitações de interesse social.
Em Vitória, no Espírito Santo, uma das iniciativas para amenizar o problema foi o programa Morar no Centro, que começou a ser implementado em 2006. Na ocasião, mais de 2 mil famílias até um determinado limite de renda se cadastraram para obter uma linha de financiamento para a compra de apartamentos em prédios reformados no Centro pela prefeitura e governo federal. A prestação é de até 10% da renda familiar por 15 anos, e as famílias não escolhem os prédios os apartamentos onde vão morar – há um sorteio para tal.
Primeiramente, a prefeitura negociou a compra dos imóveis. O primeiro edifício reformado foi o outrora famoso Hotel Estoril, prédio de nove andares fundado em 1957 e com vista para a baía de Vitória e para o Palácio Anchieta, do governo estadual. Falido e desativado em 1996, ele foi transformado em um residencial com 54 apartamentos entregues em 2010. Por meio da venda dos apartamentos, a prefeitura retomou parcialmente o valor da reforma.
O problema foi o ritmo lento das obras desde então. Com o reforço do programa Minha Casa, Minha Vida, na década passada, outros dois hotéis de Vitória – o Tabajara e o Porto Real – foram reformados e entregues para 40 novas famílias em 2014. Mas embora desejasse distribuir 315 unidades habitacionais pelo programa, o projeto estacionou com as 94 já contempladas. As reformas se mostraram mais caras e difíceis do que se previa.
Em uma dissertação de mestrado que analisou a implementação do Morar no Centro, a arquiteta e urbanista Vivian Gazzoli Araújo observou, em que pese as boas intenções, a dificuldade em conciliar a conservação do patrimônio histórico e programas de habitação popular em um mesmo projeto, já que a transformação de imóveis antigos em residências acarretou em reformas mais difíceis e caras, pela incompatibilidade arquitetônica dos prédios para esse novo fim. O custo das reformas ultrapassou a previsão inicial em mais de 50%.
“O processo aconteceu em torno do interesse de preservação do patrimônio da cidade, e não porque os edifícios abandonados tinham potencial para abrigar o novo uso”, resume a pesquisadora.
Desde então, apenas um novo imóvel de Vitória está em reforma e será destinado ao Morar no Centro, o antigo Cine Santa Cecília, que deve abrigar 40 famílias. Trecho de texto do Diário Gaúcho.
Nota do blog 1: É uma opção de solução para esse problema, mas tem-se que analisar os custos de adaptação/conversão dos imóveis em residenciais.
Nota do blog 2: Imagem 1, 2013, autoria não obtida / Imagem 2, 2023, Google.

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