quinta-feira, 1 de abril de 2021

Primeiro Prédio do MASP / Edifício Guilherme Guinle / "Prédio dos Diários Associados" / Rua Sete de Abril N. 230, São Paulo, Brasil





 

Primeiro Prédio do MASP / Edifício Guilherme Guinle / "Prédio dos Diários Associados" / Rua Sete de Abril N. 230, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Texto 1:
No dia 2 de outubro de 1947, a recém-formada coleção de arte europeia e brasileira é reunida no edifício do jornal Diários Associados, localizado na Rua Sete de Abril, e apresentada ao público junto com os planos de desenvolvimento do novo Museu de Arte de São Paulo.
O prédio pertencente ao mecenas e empresário Assis Chateaubriand abrigava não somente o projeto do MASP, concebido ao lado de Pietro Maria Bardi (1900-1999), mas também o Museu de Arte Moderna, dirigido por Ciccilo Matarazzo (1898-1977). Assim, inicia a coexistência entre duas instituições e duas figuras de disputa na formação da cena cultural paulistana.
Texto 2:
O Homem:
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, nascido em 4 de outubro de 1892, em Umbuzeiro, na Paraíba. Formado em Direito, jornalista, empresário, criou o maior império de comunicação na América Latina, composto por dezenas de jornais, 28 emissoras de rádio, duas das principais revistas para adultos, 12 revistas infantis, agência de notícias, várias emissoras de TV, sendo o pioneiro na América do Sul e tornando Brasil o quarto país do mundo a possuir uma emissora de televisão, a PRF3 TV Tupi.
O Prédio:
Edifício Guilherme Guinle, mais conhecido como o “prédio dos Diários Associados”, na Rua Sete de Abril, 230. Projeto do grande arquiteto francês Jacques Pilon, autor de mais de 60 prédios na área central, entre apartamentos residenciais e comerciais, com destaque para o prédio da Biblioteca Mário de Andrade e o do jornal O Estado de S. Paulo.
O edifício Guilherme Guinle abrigava a sede dos Diários Associados, funcionando ali a administração, redação dos jornais impressos em São Paulo, sucursal da revista O Cruzeiro, a maior revista de circulação nacional, impressa no Rio de Janeiro, e o parque gráfico. Era no imenso subsolo que se imprimia o Diário da Noite e O Diário de São Paulo. Só por essas atividades o prédio já merece nossa atenção, mas tem muito mais coisas interessantes, é o que pretendemos contar.
Importância para a cultura brasileira:
As pessoas mais jovens que passam por ele nem imaginam tudo o que aconteceu ali de importante para a cultura brasileira. Obras de arte de gênios da pintura, de várias épocas, que estiveram expostas ao público por mais de 20 anos, artistas nacionais e estrangeiros, de diversas áreas, que deram aulas em cursos ali realizados ou expuseram suas obras.
Hoje o prédio é ocupado por várias empresas de telemarketing. Quando o prédio pertenceu à tecelagem Guaratinguetá o porão, onde ficava o parque gráfico, foi transformado em buffet para a festa de casamento da filha do proprietário, com capacidade para mais de 500 pessoas, passando depois a ser alugado. O grande hall de entrada, que chegou a abrigar a agência de um banco, no tempo de Chateaubriand era simplesmente um enorme hall, sem nenhum uso. Mostrava o poder da empresa, prática bastante comum na época.
As atividades culturais:
Lendo a obra de Fernando Morais, Chatô o Rei do Brasil ficamos sabendo que Chateaubriand tinha o sonho de montar no Brasil uma das maiores galerias de arte do mundo e para isso já pedira ao arquiteto Jacques Pilon que deixasse um andar inteiro para instalar uma galeria de arte. Fica assim evidente que já havia o objetivo do prédio abrigar e expor obras de arte. Ou seja, o MASP não esteve lá por acaso. Interessante é que o MASP foi inaugurado antes dos diversos setores dos Diários Associados estarem instalados. O prédio não estava totalmente concluído.
A vontade de ter uma galeria de arte era forte. O espaço estava destinado para isso, já havia alguns quadros, mas faltava quem pudesse organizar essa galeria.
Em 1946, acontecia no saguão do prédio do Ministério da Cultura, no Rio De Janeiro, a exposição para venda de 54 telas de pinturas italianas do século XIII ao século XVIII trazidas pelo marchand Pietro Maria Bardi, que estava acompanhado da esposa, Aquilina (conhecida como Lina) Bo Bardi. Chateaubriand, ao conhecer o casal os convida para participar com ele do projeto da galeria. Pietro para ser o curador e Lina, arquiteta, para instalar a galeria no espaço já reservado para isso. Traz o casal para São Paulo, mostra as instalações do prédio ainda em fase de finalização.
Já na viagem para São Paulo, Pietro Maria Bardi fica sabendo que Chatô na verdade tinha muito poucas obras de arte, insuficientes para uma galeria. Chateaubriand, quando esteve na Europa, verificou que no continente, devastado pela guerra, grandes obras de arte estavam sendo vendidas por preços relativamente baixos.
Precisava, porém, de alguém que reconhecesse as obras verdadeiras das falsas. Ao conhecer Pietro Maria Bardi teve a certeza que ele seria o homem indicado para essa tarefa. Marchand com larga experiência, saberia encontrar importantes obras de arte, autênticas. Chateaubriand se compromete a conseguir o dinheiro. Bardi aceita o convite de Chateaubriand e se compromete a ficar um ano por aqui para organizar tudo. Acabou ficando toda a sua vida. Vão então para a Europa e compram importantes obras de arte. Em 2 de outubro de 1947 o Museu de Arte de São Paulo é então inaugurado.
Masp, ainda antes dos Diários Associados:
O prédio ainda não estava finalizado, a sede dos Diários Associados não estava instalada mas o museu estava lá. Fernando Morais descreve a inauguração. O MASP transmitia imagem de desorganização e improviso. O ministro da Educação, Clemente Mariani, que representava o presidente Dutra, teve que subir para o mezanino numa dessas escadas utilizada pelos pedreiros.
O acervo, porém, era maravilhoso, surpreendente. Em poucos meses do encontro de Chateaubriand com os Bardi, depois de 5 milhões de dólares na época, (o equivalente a 35 milhões em 1994, quando o livro foi escrito), já era sem dúvida a mais importante coleção de arte antiga e moderna no Brasil, como Chateaubriand desejava.
A arquiteta Lina Bo Bardi realizou várias adaptações no andar, criando espaços. Sala onde os quadros ficariam expostos, duas salas para exposições temporárias, sala de exposições didáticas sobre História da Arte, um auditório com cem lugares. A ideia era ser não apenas um museu, mas um centro difusor de arte.
Já na inauguração, além das obras da coleção permanente, foram realizadas duas exposições temporárias. Uma série bíblica, com obras de Cândido Portinari, e outra com obras de Ernesto de Fiori. No dia seguinte da inauguração foi grande o número de visitantes, demonstrando o interesse do público pelas obras de arte.
Nos anos seguintes foram realizados cursos de História da Arte, mostras de artistas nacionais e estrangeiros de todas as correntes, manifestações de teatro, cinema, música, transformando o local em um ponto de encontro de artistas, estudantes, intelectuais em geral. O MASP inaugurou o conceito de espaço museológico multidisciplinar, um centro cultural. Foi um dos primeiros do mundo, antecedendo em décadas o Centro George Pompidou na França (inaugurado em 31 de janeiro de 1977).
Em julho de 1950 o MASP teve uma segunda inauguração, muito mais grandiosa do que a primeira. Contou com a presença do Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra e do poderoso banqueiro norte-americano Nelson Rockfeller. Passou então a ocupar quatro andares. No 3º andar a exposição de quadros da coleção permanente, no 4º e no 15º, cursos e palestras. Espaços para exposições, bibliotecas e livraria ficavam no 2º andar.
Nesse ano é instalado o Instituto de Arte Contemporânea, com diversos cursos com o objetivo de suprir lacunas nos ensinos técnicos e artísticos. O primeiro curso foi o de Gravura, com os consagrados artistas Poty Lazzaroto e Regina Katz. Depois, os cursos de Desenho com o designer italiano Roberto Sambonet, Pintura com Gastone Novelle e Waldemar da Costa, Escultura com o polonês August Zamoysk.
Lina Bo Bardi cria a Escola de Desenho Industrial, pioneira no Brasil. Os professores eram artistas consagrados, como Warchavchik e Lasar Segall, entre outros. Também eram oferecidos cursos de fotografia. Nesse mesmo ano o Museu lança a revista Habitat de estética moderna com viés funcionalista.
Masp não foi o único museu da Rua 7 de Abril:
Tudo isso já seria uma história grandiosa para um prédio, mas o MASP não foi o único museu instalado ali. Em 1949, a exposição Do Figurativismo ao Abstracionismo inaugura o Museu de Arte Moderna, criado pelo grande mecenas Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccilo Matarazzo. O MAM ocupou um andar inteiro do prédio até 1958, quando é transferido para o Parque Ibirapuera. Havia também o barzinho do Museu, ponto de encontro de artistas e intelectuais.
Em 11 de abril de 1953, mais um pioneirismo nacional na história do prédio. José Renato lança uma companhia de Teatro de Arena no MAM. Algo inédito no Brasil, os atores são colocados no centro da sala de espetáculos, não há cenários e os temas são mais realistas. Posteriormente o Teatro de Arena foi para sede própria, na rua Teodoro Baima.
A Cinemateca Brasileira foi criada em 1940, por jovens estudantes do curso de Filosofia da USP, como Clube de Cinema de São Paulo. Com a ditadura Vargas o Clube foi fechado. Várias tentativas de criação de outros clubes foram feitas posteriormente. Em 1949 é criada a Filmoteca do Museu de Arte Moderna após acordo realizado com o recém-criado museu. Permanece ligada a ele até 1956, quando passa a ser denominada Cinemateca Brasileira. Em 1957 um grande incêndio destrói todo o acervo. A Cinemateca vai então para o Parque Ibirapuera e depois para sua sede definitiva, o antigo matadouro municipal na Vila Mariana, doado em 1988 pelo prefeito Jânio Quadros , inaugurada depois de nove anos, após várias reformas.
Em outubro de 1951, em outro pioneirismo nacional, Rodolfo Lima Marthesen cria no edifício a Escola de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo. Em 1961, no primeiro Congresso Latino-Americano de Ensino Publicitário, realizado em Buenos Aires, os currículos foram adotados como padrão para o ensino publicitário em toda a América Latina. Em 1970 é transformada em ensino superior passando a ser Escola Superior de Propaganda e Marketing funcionando em prédio próprio na Vila Mariana.
No dia 4 de julho de 1950 aconteceu uma transmissão de TV do auditório do MASP no 2º andar para o saguão do prédio lotado de telespectadores. Uma apresentação de gala.
A chegada da TV ao Brasil:
Era um teste para a implantação da TV no Brasil, que ocorreu em 18 de setembro. Foi a apresentação do frei José Mojica, cantor de fama internacional com uma história interessante. No auge da carreira artística, ele larga tudo, entra para um convento e se torna frade. Seus superiores autorizavam suas apresentações em turnês, pois angariavam fundos para as ações sociais da irmandade. O interessante é que não cantava músicas religiosas, mas seus sucessos românticos.
Nesse mesmo prédio, em 20/09/1960, no 15º andar, o último do prédio, num espaço de 30 metros quadrados, Chateaubriand, que recebera em 1958 a concessão para mais uma emissora, inaugura sem muita divulgação a TV Cultura, Canal 2. Uma indiazinha era seu símbolo, já que um indiozinho era o símbolo da TV Tupi, que teve, por causa dela, a frequência de canal mudada de 3 para 4.
Em 1963, os Diários Associados fazem uma parceria com o Governo do Estado e com o Serte (Serviços de Educação de Rádio e TV), dando origem a 10 horas de programação educativa na emissora. No dia 28 de abril de 1965 um incêndio provocado por um curto-circuito destrói todo o estúdio. Para dar continuidade à programação a TV Cultura vai utilizar, temporariamente, um pequeno estúdio da TV Tupi, depois vai para a região da Água Branca. Em 15/6/1969 passa a ser a TV Educativa da Fundação Padre Anchieta.
O homem, seu fim:
No dia 4 de abril de 1968, Assis Chateaubriand faleceu no Hospital Santa Catarina em São Paulo, após oito anos paralisado, após uma trombose. O sepultamento no cemitério do Araçá foi marcado para o sábado dia 6, e o corpo embalsamado, para que houvesse tempo para que as altas personalidades, de diversos segmentos, pudessem participar do velório, e também para que o povo pudesse dar seu adeus.
Seu velório só poderia acontecer no saguão do prédio que mandara construir para sede dos Diários Associados e para uma galeria de arte que se transformou num centro cultural, ou melhor, em vários centros culturais. E a arte esteve presente no velório. Um velório único, que só poderia acontecer naquele prédio.
Quem nos relata é Fernando Morais, autor de sua biografia. Junto ao caixão, ladeado por guardas de honra, estavam três tela com mais de 2 metros de altura que Pietro Maria Bardi mandou descer do MASP. Mandou pregar no centro da parede, bem junto à cabeça do morto a tela de Renoir A Banhista com o Cão Grifo. A banhista, expondo generosamente seios descobertos, cobre levemente o sexo com a mão esquerda. À esquerda, um pouco abaixo da Banhista, Bardi manda pendurar o quadro de Ticiano Retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo (de 1556). Do outro lado, na mesma linha, a tela com pintura de corpo inteiro de D. Juan Antônio Llorente, Secretário da Inquisição Espanhola, de autoria de Goya.
Indignados, diretores dos Associados chamam a atenção de Bardi por expor num velório com personalidades ilustres dois cardeais ladeando uma mulher nua. Bardi responde: “mas dottore, essa é a minha última homenagem a Assis Chateaubriand, vero? Nesta parede estão as três coisas que ele mais amou na vida, o poder, a arte e a mulher pelada”.

MASP e Avenida Nove de Julho, São Paulo, Brasil


 
MASP e Avenida Nove de Julho, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Conheça 6 curiosidades sobre o MASP que talvez você não saiba:
1- Hoje o Masp é um dos símbolos da Avenida Paulista, só que o primeiro endereço do museu não foi essa movimentada avenida. Chateaubriand e o crítico de arte Pietro Maria Bardi idealizaram o Masp no centro da cidade, mais precisamente na Rua 7 de Abril, e foi nesse endereço onde ele foi inaugurado, em 2 de outubro de 1947. A mudança para a Avenida Paulista aconteceu apenas em 7 de novembro de 1968.
2- A inauguração do Masp recebeu a presença ilustre da rainha da Inglaterra Elizabeth II. Ela visitava o Brasil pela primeira vez e veio especialmente para o evento. As pessoas acabaram parando a Paulista, e o início das celebrações sofreu algum atraso.
3- O vão livre do Masp, um dos pontos mais conhecidos da arquitetura do prédio, não foi exatamente um surto de inspiração de Lina Bo Bardi, mas, sim, uma necessidade. É que o terreno onde se situa o Masp foi doado pela prefeitura, e era preciso construir um prédio que não tapasse a paisagem para a Avenida Nove de Julho. A forma de contornar essa exigência respeitando a condição dos doadores foi projetar uma construção com um grande vão.
4- Uma das “figuras” mais polêmicas é a pedra do vão do Masp. A história oficial é que ela está ali por carregar uma mensagem gravada em comemoração à inauguração do novo endereço. Porém, há quem diga que Lina Bo Bardi a escolheu porque a pedra tinha uma silhueta parecida com a de Chateaubriand.
5- Existem peças no Masp que nunca foram exibidas. Uma delas é uma armadura em aço e cobre de 1480. Também existem áreas que não são destinadas à visitação, como a sala com 8 mil obras do acervo permanente, que é vigiada por câmeras 24 horas.
6- Em 2008, o Masp entrou para o “Clube dos 19”, que reúne os museus cujos acervos são considerados os mais representativos da arte europeia do século XIX.

Fotógrafo "Paraíba" / "Lambe-lambe", Praça Schmidt, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Fotógrafo "Paraíba" / "Lambe-lambe", Praça Schmidt, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia



O fotógrafo lambe-lambe é um fotógrafo ambulante que exerce a sua atividade nos espaços públicos como jardins, praças, feiras.
Presente a partir do século XIX nos espaços públicos, teve um papel importante na popularização da fotografia.
Existem diferentes explicações para a origem do termo. A mais comum é a de que se lambia a placa de vidro para saber qual era o lado da emulsão ou se lambia a chapa para fixá-la. As circunstâncias exigiam tempo mínimo de lavagem e mínima quantidade de água. Portanto, para garantir a qualidade do trabalho, eles tocavam a língua nas fotos durante a lavagem para avaliar a qualidade da fixação e da própria lavagem. Os clientes e passantes que viam aquela cena não podiam entender por que aquele homem a cada instante "lambia" as fotografias.
Os fotógrafos ambulantes surgiram nas primeiras décadas do século XX, trabalhando em praças e parques. Eram quase sempre procurados para registrarem momentos especiais, familiares ou para tirar retratos para documentos do tipo 3x4.
O equipamento fotográfico, conhecido como máquina-caixote, é revestido com couro cru, madeira ou metal e coberto na parte posterior com uma espécie de saco negro, com três aberturas: dois orifícios para os braços e um para enfiar a cabeça na hora de bater e revelar as fotografias.
Além de ser utilizada para o registro fotográfico, também servia para mostruário, com as laterais cobertas de fotos.
Para se obter uma fotografia convencional são essenciais o processo de revelação, fixação e lavagem.
A revelação ocorre quando a película é submetida à solução alcalina capaz de transformar os sais de prata sensibilizados pela luz em prata metálica.
A fixação ocorre quando a película revelada é submetida a uma solução ácida de tiossulfato de sódio, agente que em contato com um sal de prata tende a formar um tiossulfato de prata, decompondo-se rapidamente em sulfeto de prata e ácido sulfúrico. Sem a fixação a vida útil de uma fotografia fica reduzida a poucos minutos.
Os tiossulfatos complexos de prata têm sabor doce; o tiossulfato de sódio é amargo; o tiossulfato de prata tem sabor metálico desagradável.
A fixação consiste na formação de complexos de tiossulfato solúveis, que serão eliminados durante a lavagem da fotografia. Se a fixação tiver sido completa, os sais doces solúveis serão eliminados facilmente na lavagem. Esse processo tornará o tempo de vida útil da fotografia indeterminado. Caso contrário, os sais amargos insolúveis bem como os de sabor metálico não poderão ser eliminados. Neste caso, a vida da fotografia estará seriamente comprometida.
Nota do blog: Data e autoria da imagem não obtidas.

Usina Raízen Unidade Ipaussu, Ipaussu, São Paulo, Brasil











 

Usina Raízen Unidade Ipaussu, Ipaussu, São Paulo, Brasil
Ipaussu - SP
Grupo Raízen
Fotografia

Antigo Pórtico/Fachada da Concessionária Ford Sonnervig, Rua Araújo N. 141, São Paulo, Brasil










Antigo Pórtico/Fachada da Concessionária Ford Sonnervig, Rua Araújo N. 141, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


O prédio, cuja construção resta apenas a fachada frontal, foi erguido no local da antiga usina a vapor que pertencia à Companhia de Água e Luz do Estado de São Paulo, que era do século XIX, e que foi adquirida pela São Paulo Tramway, Light and Power Company no ano de 1900 (no post tem uma foto, de 1901, mostrando o antigo prédio).
O galpão era alto para abrigar e permitir uma confortável ventilação dos imensos geradores que foram instalados para fazer funcionar o serviço de bondes paulistano. No início do funcionamento, eram poucos bondes, cerca de quinze, mas a medida que o serviço foi popularizando, o número de carros também foi crescendo, chegando a 300 no final da década de 1910.
Posteriormente o prédio foi desocupado e modificado (quando foi construído o pórtico/fachada em questão), e em 1927, passou a abrigar a concessionária Sonnervig (veículos da marca Ford), uma das mais antigas do Brasil, e que ainda existe em São Paulo. 
Após anos de funcionamento, a Sonnervig deixou o local, tornando-se o imóvel objeto de disputa de construtoras interessadas em empreendimentos na capital paulista. O imóvel, bastante deteriorado ao ser vendido, acabou tendo seu pórtico/fachada tombada pelo Departamento de Patrimônio Histórico (DPH). Assim, o pórtico/fachada  acabou sendo preservado e integrado na nova construção, atualmente funcionando o empreendimento Hotel Nobile Downtown no local.




 

Casa Calil, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil



Casa Calil, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Imagem da antiga Casa Calil, que era localizada na avenida da Saudade, número 66, esquina com a rua Monsenhor Siqueira. Atualmente o local abriga a Casa das Esfihas, que também é um tradicional estabelecimento da cidade.
Nota do blog: Data e autoria desconhecidas.

AERP Associação de Ensino de Ribeirão Preto, Rua Américo Brasiliense, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

AERP Associação de Ensino de Ribeirão Preto, Rua Américo Brasiliense, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Era localizado na rua Américo Brasiliense, entre as ruas Tibiriçá e Álvares Cabral.
Hoje (2024) é a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (no passado o imóvel também abrigou a Caixa Econômica Federal).
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Banco do Brasil, Rua General Osório, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil



 

Banco do Brasil, Rua General Osório, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Foi a agência de número 28 do Banco do Brasil em nível nacional. Atualmente no local existe a loja "Casa da Sogra", conforme se vê na segunda imagem do post. Felizmente a construção foi preservada.

Início das Obras de Construção do SESI, Bairro Castelo Branco Novo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Início das Obras de Construção do SESI, Bairro Castelo Branco Novo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Os Projetos de Ramos de Azevedo Para as Casas Bancárias de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo

 


Fig. 1. Rua General Osório vista a partir do Largo da Matriz (Praça XV de Novembro), Photo Sport, 1935. Em vermelho, os bancos projetados por Ramos de Azevedo. Em linha pontilhada, os bancos já demolidos.

Fig. 2. Rua General Osório e, ao fundo e à esquerda, o Largo da Matriz (Praça XV de Novembro), Photo Sport, 1939.

Fig 3. Prancha com o desenho da fachada do Banco do Comércio e Indústria, em Ribeirão Preto, de autoria do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, 1921.

Fig 4. Prancha com a planta do pavimento superior do Banco do Comércio e Indústria, em Ribeirão Preto, de autoria do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, 1921.

Fig 5. À esquerda, foto do Banco do Brasil, tirada em 1924 por Aristides Motta, à direita, foto atual.

Fig. 6. Prancha com o desenho da fachada do Banco do Brasil, em Ribeirão Preto, de autoria do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, 1921.

Fig. 7. Prancha com a planta do Banco do Brasil, em Ribeirão Preto, de autoria do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, 1921.




Os Projetos de Ramos de Azevedo Para as Casas Bancárias de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo
Artigo


Ribeirão Preto, situada a nordeste do Estado de São Paulo, é lembrada por historiadores e memorialistas como aquela que um dia se fez notar como a Capital do Café. Teve origem como patrimônio religioso, a partir da doação de terras localizadas entre os rios Retiro e Preto, feitas a São Sebastião em 1856. A Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, então interessada no transporte do café, estendeu a linha tronco até Ribeirão Preto, em 1883, daí derivando uma série de ramais que conectaram as fazendas da região à malha ferroviária da província.
A princípio, o desenvolvimento urbano se deu de forma subsidiária à produção cafeeira, que atingiu o seu auge entre 1890 e 1930. Até o último quartel do século XIX, os poucos estabelecimentos comerciais instalados no núcleo urbano forneciam artigos para a lavoura, tais como arames farpados, ferramentas e ferragens, além de insumos alimentícios, como sal e farinha de trigo, e bebidas, como cerveja, vinho e licor. Instalaram-se ainda as primeiras indústrias, sendo elas olarias, serrarias, selarias e serralherias. Os imigrantes tiveram importante papel na consolidação da vida urbana, pois muitos deles, tanto em Ribeirão Preto quanto em outras cidades paulistas, abriram lojas, hospedarias, tabernas, pensões e oficinas. Na medida em que prosperava a economia cafeeira, o comércio, até então rudimentar, passou a se especializar, surgindo, nos idos da década de 1920, casas bancárias, casas de exportação e magazines de luxo.
A modernidade em construção:
Até 1900, Ribeirão Preto não dispunha de infraestrutura e construções modernas à altura do que se desejava para uma cidade tão próspera economicamente. No imaginário popular, a despeito dos lucros gerados pelo plantio do café, ainda prevalecia a concepção do sertão como um lugar precário, fortemente ancorada à imagem forjada nos relatos dos viajantes oitocentistas. Em 1877, Martinho Prado Júnior assim descreveu a paisagem que avistou ao descer o vale do Retiro: “As casas são todas cobertas de telhas, possuem optimas pastagens, e ha um certo bem estar, que não se encontra no seio da população de outros logares (…)”.
No Almanach da Província de São Paulo, de 1887, as casas da então Vila de Ribeirão Preto foram descritas como “sem solidez, com ausência absoluta de gosto” e as ruas “completamente descuradas”.
Havia, contudo, um desejo de progresso, que pode ser verificado no artigo de 1907 publicado no Jornal da Manhã, de Ribeirão Preto, em que se indaga: “Não se poderia desmanchar essas velharias sujas para limpar a cidade, ao menos nas ruas centrais?”. Esse progresso começou a dar seus primeiros sinais com a instalação da rede de abastecimento de água, em 1897, da luz elétrica, em 1899, e do sistema de esgotamento sanitário, em 1900, que encontra paralelos no restante do Estado. A partir de 1901, tiveram início as obras de embelezamento urbano, a começar pelo projeto de ajardinamento do Largo da Matriz e calçamento das ruas adjacentes.
À infraestrutura somar-se-ia um corolário de medidas de controle sobre o espaço urbano no novo código de posturas, publicado em 1902, em substituição ao primeiro, de 1889. Além de consolidar o aparato burocrático do Estado, esses instrumentos normativos ofereciam à Câmara Municipal os subsídios para o forjamento da imagem de Ribeirão Preto como cidade moderna. A construção desse imaginário ia ao encontro dos propósitos republicanos de “grandes ideias mobilizadoras do entusiasmo coletivo, da liberdade, da igualdade, dos direitos universais do cidadão”, que encontraram nas paisagens urbanas verdadeiros espelhos de legitimação do novo regime. Para isso, foi essencial a atuação dos profissionais da construção civil.
Dentre esses profissionais, é notória a atuação de Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928), graduado na Bélgica, em 1879, e lembrado por William Stevenson, em 1929, como aquele que “(…) demoliu e arrasou o casario desairoso e velho, e em seu lugar plantou a semente fecunda do gênio, capaz da obra prodigiosa e inédita, que São Paulo ostenta aos olhos do mundo”. Sua atuação na capital paulista, não apenas como arquiteto-engenheiro, mas também como empresário, fez de seu nome um dos símbolos do tão almejado progresso republicano. Suas imponentes obras em São Paulo e em Campinas foram amplamente estudadas, mas há muitas lacunas acerca de sua atuação no interior paulista, onde também foi responsável por projetos inseridos nesse processo de modernização ou, ao menos, no imaginário moderno que se formara desde o início da República.
A Seção de Materiais Iconográficos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) detém hoje um rico acervo dos projetos realizados pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo. Nele, há dois projetos destinados a Ribeirão Preto. O primeiro refere-se à nova estação da Companhia Mogyana, datado de 1917 e não construído, e o segundo à sede do Banco do Brasil, de 1921. Consta uma cópia desse último na Seção de Obras Particulares do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto (APHRP), onde também se identificou o projeto do Banco do Comércio e da Indústria, de mesma data. Debruçamo-nos então sobre esses dois projetos para casas bancárias construídas na cidade, que, além da autoria de Ramos de Azevedo, exerceram importante papel durante o ciclo cafeeiro não só em Ribeirão Preto, mas em todo Estado de São Paulo. Segundo Carneiro, “os bancos nacionais (…) tinham como função amparar o intermediário que financiava, assegurando-lhe alguma solvência frente a instabilidades devido à variabilidade da oferta e instabilidades de mercado decorrentes de efeitos sazonais e climáticos (…)”.
A modernidade construída a partir da obra de Ramos de Azevedo:
Na década de 1920, quando foram projetadas e construídas as duas casas bancárias em Ribeirão Preto, o Escritório Técnico Ramos de Azevedo já havia se firmado como o maior em todo Estado de São Paulo, detentor de grande prestígio frente à população e às empresas. Na capital paulista, já havia projetado o Banco Ítalo-Belga (1911) e o Banco Português do Brasil (1919) e reformado a sede do Banco do Comércio e Indústria (1912).
À época, Ribeirão Preto assistia à construção de importantes obras arquitetônicas e urbanas realizadas durante a gestão municipal de Joaquim Macedo Bittencourt (1911-1920). No Almanach Illustrado de Ribeirão Preto, publicado em 1913, foram anunciadas quatro agências bancárias de particulares, sendo eles Dr. Jorge Lobato, G. N. Malferrari, Jeronymo Ipolito, e Almeida & Irmão, e cinco sucursais, sendo elas: Commercio Industria, Custeio Rural, Francez & Italiano, Credito Ipotecario Agricola e São Paulo. Apesar de não constar dentre os anúncios, o Banco do Brasil, o mais antigo do país, fundado em 1808, ainda não tinha sede própria na cidade. Já o Banco do Comércio e Indústria, fundado em 1889, teve a primeira filial aberta em 1910, em Ribeirão Preto, pois, além da projeção da cidade como capital do café, um de seus sócios fundadores era Antônio da Silva Prado, proprietário das fazendas São Martinho e Guatapará, localizadas na região.
Os projetos elaborados pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo foram aprovados pela Câmara Municipal em 1922. Ambos estavam localizados à Rua General Osório, que, desde 1878, estava circunscrita na zona comercial da cidade. Essa rua, a partir de 1884, tornou-se a ligação entre o Largo da Matriz e a estação ferroviária da Companhia Mogyana. Na parte baixa, próximo à estação, a princípio, instalaram-se hospedarias, substituídas a partir da década de 1910 por estabelecimentos comerciais. Na parte alta, próximo ao largo, instalou-se o comércio de luxo. No quarteirão compreendido entre as ruas Álvares Cabral e Amador Bueno, concentraram-se, na mesma face, a Banca Francese – Italiana, o Banco do Comércio e Indústria, o Banco do Brasil e o Banco América (Fig. 1).
As construções eram assobradadas, pois em todas elas funcionava a agência no térreo e a casa do gerente no pavimento superior. O uso misto de comércio e moradia foi se tornando uma prática comum ao longo de toda a rua, a partir da década de 1920, quando os antigos estabelecimentos comerciais foram demolidos e substituídos por outros adequados às novas exigências do código de posturas e ao novo perfil comercial urbano. Também assinala um aumento no gabarito nessa região, que, na década de 1930, assistiria à construção do primeiro arranha-céu do interior paulista, o Edifício Diederichsen, visto ao fundo na fotografia produzida pelo estúdio Photo Sport, em 1939, e reproduzida na Fig. 2.
As construções foram erguidas sobre o alinhamento frontal do terreno. O Banco do Comércio e Indústria (Fig. 3) apresentava uma implantação peculiar em relação aos demais, pois foi afastado em relação à divisa lateral esquerda. Apenas o hall da escada de acesso ao terraço do pavimento superior ocupava uma porção desse recuo. Na extremidade direita, havia um pequeno recuo em relação ao alinhamento frontal, conformando um segundo terraço para o qual se abria um dos dormitórios (Fig. 4).
Tal solução gerou uma fachada assimétrica que foi “corrigida” em projeto de reforma elaborado na década de 1940. Nessa reforma, cobriu-se o terraço de acesso ao pavimento superior. É curioso notar que essa assimetria parece uma exceção tanto nas casas bancárias quanto nas demais tipologias arquitetônicas existentes na Rua General Osório. No entanto, em outras filiais do Banco do Comércio e Indústria, localizadas nas cidades de Bauru e São Manoel, tal assimetria é a única exceção dentre as soluções compositivas e ornamentais adotadas no prédio de Ribeirão Preto. Apesar dessa diferença, a existência de projetos análogos produzidos para a mesma agência bancária, fortemente atuante no Estado, indica mais uma das características modernas do escritório: o sistema de produção serial. Com tal organização, de forte influência fordista, o escritório conseguiu produzir aproximadamente 4.000 projetos arquitetônicos em todo país, durante os 94 anos em que se manteve na ativa.
À época da construção dessas duas casas bancárias, Ramos já era sócio de uma série de empreendimentos, dentre os quais se destacam a Companhia Paraná Industrial, fundada em 1887, e a casa importadora Ernesto de Castro & Cia, de 1891. Além disso, era comum que ele requisitasse os serviços dos alunos e artesãos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo para a execução de suas obras na capital. No entanto, também em Ribeirão Preto, há registros de peças fornecidas pelo Liceu, como os móveis do Palácio Rio Branco, inaugurado em 1917, além da herma de bronze em homenagem ao Barão do Rio Branco, de autoria de Fernandes Caldas, que era docente daquela instituição. No dia de inauguração desse monumento, em 1913, o próprio Ramos de Azevedo compareceu à solenidade.
Por se tratar de um projeto padrão, replicado em ao menos três cidades, é bem provável que fossem os artesãos do Liceu responsáveis pela produção seriada de peças de serralheria e ornamentos em geral, com pequenas variações entre si. Tal suposição baseia-se na pesquisa de Beatriz Bueno, que identificou, no acervo do Liceu de Artes e Ofícios, duas fotos parciais da fachada da sede do Banco do Comércio e Indústria, na capital paulista. Esse prédio foi demolido e não há outras fontes informativas para além do projeto arquitetônico aqui reproduzido. Por sua vez, a fachada do prédio do Banco do Brasil, inaugurado em 1924, foi conservada, removendo-se as antigas portas de ferro (Fig. 5).
O Banco do Brasil foi inteiramente alinhado sobre o limite frontal do terreno (Fig. 6). Ao contrário do Banco do Comércio e Indústria, no qual os terraços foram criados a partir de um jogo de volumes, aqui a sacada projeta-se sobre a calçada. Com exceção da serralheria artística, as modenaturas e ornamentos são mais modestos. O programa residencial, por sua vez, é mais complexo.
A escada para o pavimento superior também ficava situada em um hall com acesso direto à rua, porém, coberto em ambos os pisos. Para esse hall voltava-se a sala de visitas, que não se conectava com mais nenhum cômodo. Um corredor levava à sala de jantar, deixando-a para uso exclusivo da família. Dois dormitórios estão voltados para a sala de jantar e dois, de menores dimensões, para o corredor de acesso à zona de serviços. A zona de serviços era dotada de copa, para onde se abria o banheiro da casa, despensa e cozinha. A cozinha se abria para um terraço, voltado para o fundo do lote. Nele, havia uma segunda escada, descoberta, que levava diretamente à sala da guarda. Havia um segundo banheiro e uma toilette de uso exclusivo para um dos dormitórios. Todo o programa era distribuído ao redor de um átrio, com vista para a agência, no térreo, cuja projeção ainda se vê na cobertura atual. Não foram localizadas fotografias do interior do prédio, quando a agência ainda estava em funcionamento. Atualmente, o edifício encontra-se completamente alterado para o funcionamento de um estabelecimento comercial (Fig. 7).
Considerações finais:
Há uma série de obras atribuídas a Ramos de Azevedo tanto na capital quanto no interior paulista. Mais do que a competência técnica, tais obras refletem a influência que o engenheiro-arquiteto teve no imaginário moderno, forjado no interior paulista pelos almanaques e cartões-postais que estampavam as grandes obras públicas, no mais pujante estilo eclético. Segundo Carvalho, o arquiteto e sua visão de mundo corroboram com o espírito da época, em “(…) um contexto propício aos empreendimentos e empreendedores que buscavam progresso, inovação, comércio e industrialização”. Não suficientes os inúmeros projetos de fato realizados pelo escritório, tornaram-se comuns referências ao seu nome com base em características de verossimilhança ou no próprio desejo das pequenas cidades de estampar o seu nome como sinônimo de progresso. Texto de Ana Teresa Cirigliano Villela