Montevidéu - Uruguai
Fotografia - Cartão Postal
A Praça
de Cagancha (em
espanhol: Plaza
de Cagancha) é uma das praças características
da capital uruguaia, Montevidéu. Localiza-se na
principal artéria montevideana, a avenida 18 de Julio. É conhecida também como Praça Cagancha (Plaza
Cagancha) ou Praça
Liberdade (Plaza
Libertad), embora a autêntica Plaza Libertad se encontra no bairro Ituzaingó, próxima ao Hipódromo
de Maroñas. É o quilômetro
zero das estradas nacionais.
Em 1829 o engenheiro José María Reyes projetou o que então se
denominou "Cidade Nova", a área da cidade de Montevidéu mais afastada da cidade colonial. Neste projeto
reservou um espaço físico para uma praça pública, no cruzamento da avenida 18 de
Julio com a General Rondenau (ex-Ibicuy). Sete anos mais tarde,
o arquiteto Carlo Zucchi modificou
o traçado original do local, que inicialmente foi destinado ao mercado de
frutas.
Os diversos eventos políticos e militares que
ocorreram durante o século XIX afetaram o nome da nova
praça. O nome atual de Praça de Cagancha foi concedido por decreto de 7 de
fevereiro de 1840, em comemoração à vitória do general Fructuoso Riveraante o entrerriano Pascual Echagüe (à
frente das forças rosistas) em 1839 na
chamada Batalha de Cagancha, às
margens do arroio Cagancha, no atual departamento de San José.
Em 19 de abril de 1863, o general Venancio Flores liderou uma revolução que marcou o início
de uma guerra civil. Como consequência, o então
presidente interino, Atanasio Cruz Aguirre, mudou o nome da praça, passando a
chamá-la de "25 de Maio", de acordo com o decreto de 24 de maio de
1864. O conflito terminou em 20 de fevereiro de 1865 com a chamada "Paz da
União". Em dezembro desse mesmo ano foi-lhe restabelecida o nome original
de Praça de Cagancha.
Entre 1890 e 1930, o sistema de iluminação
pública e a nova urbanização, cercada por uma paisagem onde predominava o
verde, tinha transformado a praça em uma referência para os transeuntes do
centro de Montevidéu. Neste período, foi-lhe adicionado canteiros e escadarias
que embelezaram o passeio.
Nessa época, o chefe político de Montevidéu, Manuel Aguiar, encomendou a alguns escultores uma estátua comemorativa ao fim do conflito. O projeto
selecionado foi o do escultor Giuseppe Livi, italiano de longa e reconhecida experiência no meio, que
apresentou uma alegoria através de uma figura feminina empunhando com sua mão
direita uma espada e com a esquerda uma bandeira.
Fundida no bronze dos canhões da última guerra civil, a escultura foi colocada no centro da Praça de Cagancha, no
topo de uma coluna de mármore. Foi inaugurada em 20 de fevereiro de 1867 e recebeu o
nome oficial de Estátua da Paz (Estatua
de la Paz). Foi o primeiro monumento público de Montevidéu. Em 1887, a estátua foi retirada do pedestal, a fim de serem reparados os danos causados por raios. Nessa ocasião, a
espada foi substituída por correntes partidas,
retirando a ambiguidade do primeiro símbolo do pacto republicano entre os partidos políticos.
No início do século XX, o prefeito Ramón V. Benzano encomendou
ao paisagista francês Charles Thays, o embelezamento da praça.
Em 1939, a Junta Econômica Administrativa
decidiu baixar novamente a coluna, que foi colocada no pátio do Museu Juan Manuel Blanes,
onde permaneceu até 1942, ano em que foi instalada novamente em seu pedestal,
empunhando pela segunda vez uma espada.
Ao redor desta praça localizam-se vários
edifícios de importância nacional. No lado sul está localizado o Palácio Piria, sede
da Suprema Corte de Justiça, que foi residência do empresário
uruguaio Francisco Piria.
Em frente, situa-se o edifício que era ocupado por uma transportadora, o qual,
desde o início de 2009, possui pendências judiciais. Mais abaixo, do lado
oeste, está o Hotel Balmoral.
Na esquina sudoeste localizava-se o palácio
Hebert-Jackson, um edifício no estilo renascentista italiano construído em 1891
pelos arquitetos alemães Parcus e Siegerist, cuja construção foi
encomendada por Emilio Reus e
continuada por Juan D. Jackson.
O edifício tinha quatro andares, e possuía o primeiro elevador instalado em Montevidéu. Foi sede da Intendência
Municipal e dos Conselhos de Administração de Montevidéu, do final do século XIX até 1941. Foi demolido em 1979. Atualmente no seu local ergue-se um
moderno edifício de escritórios, com lojas comerciais no piso térreo, na
avenida 18 de Julio.
No lado norte da praça, encontrava-se o
lendário Café Sorocabana.
Também nesse lado estão o Cine-Teatro Plaza, o Ateneu de
Montevidéu, o Museu Pedagógico José Pedro
Varela e o Teatro Circular.

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