São Paulo - SP
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Foi em meio a uma epidemia de cólera, que assolava Santos e Campinas no ano de 1890, que o destino dos esgotos gerados no Estado de São Paulo começou a ser discutido e tal preocupação resultou, anos depois, na inauguração da primeira estação de bombeamento de esgoto da cidade de São Paulo - a Estação Elevatória de Esgotos (EEE) Ponte Pequena.
Chamada inicialmente de EEE do Brás, a estação também era conhecida como a Usina de Esgotos da cidade de São Paulo e até hoje permanece no mesmo local - uma área formada pelo "triângulo" compreendido entre os rios Tamanduateí (Avenida do Estado), Tietê e Avenida Santos Dumont, na zona norte da Capital.
A usina é um marco no saneamento do município, fazendo parte de um sistema que visava impedir que os efluentes retornassem aos bairros baixos da cidade. Sua construção foi realizada com técnicas inglesas, tendo início em 1876 e término total no ano de 1896, para receber os esgotos das regiões do Pari, Brás e Mooca durante todo o início do século XX. A estação funcionou por quase 90 anos, deixando de operar apenas em 1984, quando passou a abrigar o Museu do Saneamento, desativado poucos anos depois.
Em setembro de 2011, a usina foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) a pedido da Sabesp por ser considerada um importante patrimônio histórico e cultural do Estado de São Paulo.
Curiosidades:
A Usina de esgotos de São Paulo possui câmaras de grande porte com até 7,5 metros de profundidade, além de ser dividida em várias salas: um salão de máquinas, bloco anexo com quatro compartimentos (um para o maquinista, outro para abrigar materiais que alimentavam as máquinas a vapor e outras duas que serviam de escritório), além da chaminé.
A estação, no início de seu funcionamento, operava com quatro bombas com capacidade de elevar, cada uma, 24 milhões de litros de esgoto em 24 horas. Elas eram acionadas por quatro máquinas a vapor com 86 cavalos de potência cada.
Em 1943, foi necessário instalar, no local, um gerador a diesel por causa de uma crise de energia e, anos depois, trocar o sistem de bombas, aumentando, assim, a capacidade da usina.
Além dos equipamentos, a estação também dependia do trabalho árduo de operários. Sendo assim, durante os anos que funcionou, foram organizados grupos de maquinistas, foguistas e auxiliares, que ficavam alojados ao lado da estação noite e dia, alternados por turmas, a fim de garantir o atendimento integral.
Vale destacar, ainda, que local abrigou a primeira estação de tratamentos de esgotos da cidade, criada pelo engenheiro João Pedro de Jesus Netto de maneira experimental. O empreendimento foi instalado em uma pequena parcela do terreno desapropriado para a construção da usina, e foi essencial para o avanço do saneamento em São Paulo.
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